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My House of Horrors – Capítulo  379

Inveja

O corredor era longo e as paredes dos dois lados eram pintadas de branco. A cada poucos metros havia uma porta de aço enferrujado e a fita policial selava cada uma delas: “Já viemos aqui várias vezes, mas nunca notamos que este é um corredor usado para transporte de cadáveres.”

Algumas escolas de medicina tinham caminhos especificamente usados para transportar cadáveres. Este tipo de caminho especial normalmente era subterrâneo e o piso seria liso para facilitar o transporte. As outras características óbvias eram a camada de pintura branca nas paredes. Além disso, não havia nenhuma decoração especial.

“Vamos parar de perder tempo aqui. Vamos ao depósito.” Liu Xianxian puxou o braço de Ma Yin e a levou pelo corredor da direita. O da esquerda levava ao necrotério subterrâneo e o da direita levava a um depósito onde estavam vários equipamentos abandonados. As duas percorreram o corredor por algum tempo quando Ma Yin ouvi passos vindo atrás delas. Ela parou e usou a lanterna do celular para iluminar atrás.

“Xiao Yin, qual é o problema?”

“Alguém parece estar nos seguindo.” Ma Yin não tinha certeza porque quando tentou focar no barulho, os passos desapareceram de novo.

“Você deve estar enganada.” Liu Xianxian forçou um sorriso não natural. Enfrentar medo com um sorriso, isso se tornou seu hábito.

“Vamos entrar no depósito primeiro. Não há lugar para se esconder neste corredor.” Ma Yin e Liu Xianxian aumentaram a velocidade até chegarem na primeira curva do corredor. Havia uma porta de madeira arranhada. A tranca estava quebrada e havia vários arranhões pretos na porta. A coisa mais curiosa foi que alguém havia gravado a palavra “Paraíso” na porta.

“Isto é estranho. Antes de sairmos, lembro de fecharmos a porta.” A porta estava meio aberta como se alguém tivesse entrado enquanto estavam fora.

“Tenha cuidado.” Ma Yin colocou as mãos na porta de madeira para abrir. Ela parou na porta e não se apressou. A garota podia parecer assim, mas era mais cuidadosa do que parecia. Usou o celular para avaliar cada canto no cômodo, só que não havia nada fora do comum.

“Desta vez, devemos ficar juntas ao invés de nos separarmos.” Ma Yin cuidou da Liu Xianxian, caminhando na frente. O bloco havia sido selado já fazia um tempo, então logicamente falando, o local deveria estar deserto. Contudo, estranhamente o bastante, havia pouca poeira. Era como se alguém ainda fosse lá para limpar o local com frequência.

A maioria do equipamento abandonado da Universidade de Medicina de Jiujiang era colocado ali, incluindo quase todo tipo de coisa imaginável. Havia vários frascos nas estantes e alguns tinham um líquido viscoso vermelho, como se fossem órgãos humanos preservados.

Havia muitas coisas similares. Se fosse uma pessoa normal, teria se virado e saído imediatamente, porém, como estudantes de medicina, Ma Yin e Liu Xianxian não acharam tão assustador.

Ao longo das fileiras de estantes, a coisa dentro estava bagunçada. Havia extintores de incêndio abandonados, fotocopiadoras e computadores quebrados e mesas e cadeiras não usadas empilhadas no canto. Havia relatórios nas gavetas e equipamentos de academia quebrados nas cadeiras. Mais adentro, havia trajes de atuação abandonados pela sociedade de atuação, telas largadas pela sociedade de artes e muitas outras tralhas. Quando a universidade mudou de campus, a maioria das tralhas foram abandonadas ali.

“Perguntei às pessoas no novo campus. Antes da mudança, algumas das sociedades deixaram as peças mais difíceis de lidar para a escola resolver. Para preservar o dinheiro, a escola os deixou no depósito subterrâneo.” Ma Yin caminhou na frente e usou o celular para procurar entre a montanha de entulho: “A única sociedade que consigo pensar que teria algum uso para estátuas e esculturas é a de artes, então devemos focar nesta seção hoje à noite.”

Após dar alguns passos, Ma Yin percebeu que Liu Xianxian ainda estava parada ali: “Qual é o problema com você?”

“Olhe para isso.” Liu Xianxian apontou para o computador no canto. O plug do monitor estava enfiado na tomada: “Quando viemos aqui da última vez, estava com medo de que o plug pudesse causar um curto, então removi, mas agora está na tomada de novo.”

“Parece que alguém realmente esteve aqui. Poderia ser um ladrão?”

“Por que um ladrão viria aqui de propósito para usar o computador? Além disso, este é um modelo abandonado. Não acho que possa ser operado.” Liu Xianxian pressionou o botão de ligar e para sua surpresa, o computador ligou. A tela brilhou com uma luz fria, todavia, a imagem congelou, como se não pudesse processar além disso.

“Apenas ignore, devemos focar na nossa pesquisa. Mesmo que alguém se esgueirasse, não afetará nosso progresso.” Ma Yin se virou para focar no canto onde a maioria das coisas de artes e artesanato estava. Moveu algumas das pinturas amadoras para o lado para procurar pela estátua. Liu Xianxian ficou onde estava, encarando o monitor. Não estava claro se era o oscilar no sistema ou as sombras, mas podia jurar que viu a forma de um humano na tela. Ela chegou mais perto para olhar e o rosto da pessoa se tornou cada vez mais claro. Parecia com um homem careca e seu rosto era duas vezes do tamanho de uma pessoa normal.

“Liu Xianxian, venha me ajudar!” Ma Yin gritou, carregando uma tela grande.

“Okay.” Liu Xianxian tirou o plug da tomada e foi ajudar Ma Yin com as telas. As duas trabalharam juntas para mover todas as telas do caminho e, além disso, estava um armário de madeiras.

“Deve haver algo dentro deste armário.” Ma Yin disse enquanto se movia para abrir a porta. Todavia, quando seu dedo tocou a porta, imediatamente recuou.

“Qual é o problema?”

“Há algo na superfície.” Ma Yin esfregou os dedos e cheirou: “Por que há formalina na maçaneta da porta?”

A formalina na escadaria podia ser explicada como um acidente, mas e quanto ao armário atrás das telas? Isso era estranho demais.

“Poderia haver um cadáver dentro deste armário?” O coração de Ma Yin acelerou e sua respiração ficou desigual. Ela respirou fundo antes de abrir a porta. Olhou dentro e não havia corpos no armário, apenas pinturas.

Ma Yin suspirou de alívio ao tirar as pinturas. No entanto, quando viu o conteúdo de uma das pinturas, seu coração apertou novamente.

O estilo da pintura era bem derivado. Era uma pintura de estudantes de medicina operando o cadáver, só que a coisa mais estranha era que o desenho foi pintado da perspectiva do cadáver.

Deitado na câmara fria, olhando para os alunos de medicina bem cobertos, o bisturi em suas mãos e então o próprio corpo do cadáver.

Havia uma emoção que a pintura emitia. Era uma inveja da vida, uma inveja daquela pele macia, daquelas juntas móveis, as coisas que perdeu. Ele desejava poder ter isso ao invés de deitar na chapa, incapaz de fazer algo enquanto os alunos abriam seu corpo.


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