Alex não acordou Stella.
Decidiu ir até Remia, porque era sua vez de estar com ela enquanto curava suas feridas.
Eles também prometeram relembrar sobre seu primeiro encontro mais tarde.
Após esse tempo, Alex foi ao quarto de Stella. Falou para todas que estava preocupada com ela, mas manteve os principais pensamentos para si. Ele não sabia se estava correto, afinal.
E quando entrou no quarto, olhou gentilmente para ela, que não possuía mais feridas, parecendo bem e linda como sempre.
Ele a acordou gentilmente: — Você não pode dormir o dia todo, Stella. Também temos que sair amanhã.
Ela não reagiu às suas palavras, ainda permanecendo imóvel. Após a insistência de Alex, Stella se virou, olhando para ele sem emoção. Em seu olhar, Alex apenas viu o desejo de ser preguiçosa.
Ela não queria se mover, não queria fazer nada. Só queria deitar e dormir.
— O ataque daquele cão leal deixou algum trauma em você? — Alex perguntou sério, esperando resolver a crise de Stella.
Contudo, sua garota não compartilhou nada, apenas o encarou, pois Alex a colocou nesta situação. Stella não estaria em sua posição inicial se ele não a cutucasse.
No entanto, Alex percebeu algo pior. Na sua situação atual, não conseguiu ver as emoções dela. Era como se sua preguiça bloqueasse tudo que construíram por anos.
Esse foi o motivo do déjà vu? Alex pensou internamente. Não podia pensar apressadamente ou chegar na própria conclusão rápido. Seria melhor falar sobre estes assuntos com as irmãs.
Elas eram mais velhas e experientes.
O rosto de Alex contorceu levemente quando sentiu dor. Sempre conseguia ver a afeição de Stella após seu relacionamento dar um passo significativo. Sempre podia conversar honestamente com ela, mas sentia que ela escaparia de toda conversa honesta.
Isso o machucou de verdade.
E, embora não conseguisse sentir nenhuma emoção da Stella atual, na parte mais profunda do coração dela, Stella se sentia ainda pior. Porém, não conseguia se controlar. Ela estava num estado peculiar em que nada parecia possível.
Alex esfregou o cabelo dela, beijou sua testa e desejou uma boa noite.
— Sou seu marido. Sempre estarei aqui para ouvir seu coração — Alex expressou enquanto fixava o olhar nos olhos de Stella.
Ele então agachou, colocando sua orelha no peito dela. Ouviu os batimentos, depois, saiu do quarto.
Infelizmente, também não conseguiu sentir a lágrima fria descendo pela bochecha dela.
*****
Alex falou com as duas irmãs sobre o caso de Stella.
Para suas palavras, as duas ficaram mais confusas que nunca. Elas até planejaram deixar Celia falar com sua tia para ver se a princesinha conseguia curar o coração de Stella.
Por agora, todos acreditavam que Stella tinha um trauma relacionado ao ataque repentino.
Sara sussurrou: — Remia foi gravemente ferida por ele e ela fez isso para proteger a Stella, então sua mente pode ter sido influenciada por esse evento.
— Acho que não deveríamos deixá-la ir conosco amanhã.
Schnee olhou para Sara, balançando a cabeça: — Precisamos de uma curandeira. Conseguimos enfrentar os demônios famintos com facilidade graças a isso. Conseguimos exercer várias habilidades e dominar os outros.
— Mas não podemos manter isto por muito tempo sem a Stella.
— No pior caso, Alex pode usar [Coração Duplo] para curar e regenerar nossa estamina. Será pior, mas conseguiremos continuar e assegurar nossos alvos na capital. — Schnee foi direta como sempre.
Seus métodos eram muito cruéis, mas essa era a realidade.
Sara não falou nada para refutar sua irmãzinha. Afinal, a presença de Stella era boa demais para sua família. Contudo, uma parte razoável de seu coração falou que seria um erro levar Stella para a missão.
Alex também não conseguiu discordar de Schnee. No entanto, entendeu Sara. E sua aparência cabisbaixa feriu seu coração. Ele deu um tapinha no ombro dela, então olhou para Schnee: — Está tudo bem.
— Stella pode se grudar nas minhas costas. Mesmo que ela tenha um trauma, seu corpo deve se lembrar da conexão. Usarei as habilidades no lugar dela. Se ela ver que estamos indo bem, seu trauma pode sumir mais rápido do que apareceu.
— A partir de agora, no entanto, não podemos focar em ajudar os cidadãos. Salvamos vários, então o nome Deathwill deve ter espalhado pelo continente. As pessoas já devem saber da gente e isso é o bastante por enquanto.
— Vamos à capital, pegar nossos alvos, entender a situação do reino e reagir de acordo — Alex explicou.
E para suas palavras, as damas concordaram. Mais tarde, Sara compartilhou as notícias com Remia. No começo, a fada sentiu uma dor apertar seu coração. Ela tomou consciência de Stella, se culpando apesar de já ter feito muito.
Mas esse era o lado gentil de Remia tomando conta. Esse era um lado que todos no Castelo Deathwill amavam.
Sara passou muito tempo tranquilizando Remia. E então, todos ficaram prontos para continuar a missão.
— Boa sorte! — Celia balançou suas mãozinhas. Ela não sabia de tudo que aconteceu, pois era melhor assim.
Todos além de Stella, sorriram para ela. E quando viu isto, o rosto de Celia ficou triste porque não conseguia se comunicar com sua tia como de costume. Assim como seu pai, Celia teve a sensação de que sua tia preguiçosa havia voltado ao seu eu antigo…
Não, Celia teve a sensação de que Stella se tornou pior que antes. Era como se tivesse virado a encarnação da preguiça.
Todavia, como era jovem demais, não conseguiu repassar seus sentimentos a sua mãe e pai.
Também não conseguia se entender muito bem…
— Voltaremos logo! — Alex sorriu, garantindo a sua filha que tudo ficaria bem.
E assim, os Deathwill retornaram ao campo de batalha.