Parecia que cada um estava ocupado fazendo as suas próprias coisas. Por causa disso, Vorden estava achando a situação um pouco chata. Já que antes, ele costumava gastar seu tempo livre ensinando Peter como usar a habilidade da Terra.
Se não fosse algo assim, Vorden estaria quebrando a cabeça tentando descobrir como sair de uma situação difícil. Era como se ele gostasse de manter a mente sempre ocupada. Se ele fosse deixado sozinho, havia apenas duas pessoas com quem ele poderia conversar. Embora eles parecessem ser sempre uma má influência para ele.
E nesse momento nada de interessante estava acontecendo.
“Ei, você acha que realmente podemos confiar nela?!” Raten gritou enquanto perguntava. “Sabíamos que algo estava acontecendo e parece que estávamos certos, estando trabalhando para a Pureza. Quem sabe o que ela já contou para eles.”
“Eles poderiam estar atrás do Quinn.” Sil disse enquanto continuava a balançar para frente e para trás.
“Gente, vocês precisam se acalmar!” Vorden gritou, irritado com as queixas de seus companheiros. “Sil, eu sei que você está preocupado, mas se a Layla contou para eles , acho que a Pureza ou ela já teriam feito alguma coisa. No entanto, nada de mal aconteceu.”
Com essas palavras, Sil gradualmente diminuiu o movimento que vinha fazendo. Isso era um sinal de que Sil estava começando a se acalmar um pouco. Agora, Vorden precisava lidar com outra pessoa. Quanto mais irritado Raten ficasse, isso afetava Sil a um nível semelhante.
O objetivo de Vorden sempre foi manter Sil o mais calmo possível em qualquer momento. Se Sil quisesse, ele era o único que conseguia remover alguém da cadeira.
Sempre houve esse medo em Vorden – Embora ele quisesse o melhor para Sil, se Sil permanecesse na cadeira, o que isso significaria para ele e Raten?
“E o próximo passeio pelo portal?” Raten perguntou. “E se ela planeja fazer seu próximo movimento? Precisamos encontrar seu verdadeiro objetivo. Realmente… de um jeito nisso. Só aceitamos ela se não houver riscos”.
“Muito bem.” Vorden respondeu, cedendo à ideia. Ele sabia em primeira mão que, se não fizesse algo, Raten continuaria nesse caminho e eventualmente faria Sil se preocupar. “Depois, vou falar com a Layla.”
Depois de alguns minutos Vorden pôde ser visto andando sem rumo, procurando por todos os pontos populares onde os outros alunos costumavam ficar. Lamentavelmente, depois de procurar em cada área possível, não encontrou nenhum vestígio de Layla.
‘Com quem a Layla costuma andar?’ Vorden pensou sobre o assunto. Ao relembrar, ele pensou nos dois alunos que eram as únicas pessoas com quem ele tinha visto Layla falar – eles eram Quinn e Erin.
Atualmente, com Erin fora e Quinn passando seu tempo no pod VR, isso significava que Layla provavelmente estaria em seu quarto. Assim, Vorden começou a ir para os dormitórios para tentar encontrar Layla.
Depois de alguns minutos, ele chegou em seu destino. Com uma batida na porta, uma aluna atendeu. Essa foi a primeira vez que Vorden a viu. A característica mais proeminente da menina era seu cabelo preto curto, com uma franja que cobria seu rosto, quase cobrindo a totalidade de seu olho direito.
Seu nome era Cia e ela era a terceira pessoa que ocupava o quarto de Erin e Layla.
“O que você quer, loirinho?” Cia disse com um tom irritado em sua voz, aparentemente incomodada com a aparência de Vorden.
“Layla está?” Vorden perguntou.
“Você é o namorado dela?” Cia disse enquanto escaneava o corpo de Vorden, da cabeça aos pés. “Acho que vocês dois tiveram uma discussão ou algo assim, julgando como ela está desde ontem. Ou talvez, foi o fato de ela ter descoberto que seus melhores amigos eram terroristas, mas ela não está aqui.”
Esta foi a explicação que a escola deu – que oito alunos foram encontrados com ligações ao grupo conhecido como Pureza e foram levados para o calabouço como forma de punição.
“Ela não é uma terrorista”, murmurou Vorden. Ele não sabia o porquê, mas ouvir o nome de Erin ser destruído assim por um estranho que não sabia a verdade de todo o assunto, realmente o irritou.
“Seja como for garoto. Olha, se você quiser encontrar layla, ela geralmente está nos fundos do prédio, sentada no banco logo abaixo da grande árvore. Erin e ela costumavam ir lá juntas.”
Com essa informação, Vorden saiu sem dizer outra palavra. Na maioria das vezes, ele seria um pouco mais educado. No entanto, algo sobre Cia apenas tinha o incomodado.
“Oh menino bonito!” Cia gritou. “Se você e Layla não são um casal, então sinta-se à vontade para fazer uma visita no meu quarto a qualquer momento.” Ela disse, piscando para ele enquanto fechava a porta.
“Agora, esse sim é o meu tipo.” Raten disse.
“Cala a boca”. Vorden respondeu quando foi para o local que a Cia o havia informado.
O sol já havia se posto e a escuridão cobria o céu. Embora ainda não fosse muito tarde, normalmente, o sol se punha depois das sete da noite. Enquanto caminhava até o local, porém, Vorden sentiu que seria estranho ser visto em qualquer lugar da área.
Pode ser bom no meio do dia, mas à noite era claramente bizarro. Ao virar a esquina, ele realmente viu alguém sentado sozinho em um banco bem embaixo de uma árvore.
Vorden se aproximou cada vez mais. Por fim, ele parou na frente dela. Foi só no último momento que Layla levantou a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto estava um pouco inchado. Havia sinais indicando que ela estava chorando durante a maior parte do dia.
“Vorden, o que você quer?” Layla perguntou em tom rude. Ela tinha acabado de perder sua melhor amiga, e a última pessoa que ela queria ver estava diante de seus olhos.
“Acho que precisamos conversar sobre se posso ou não confiar em você?” Vorden perguntou.
“Isso de novo.” Layla respondeu. “Aqui, por que eu deveria me importar se você confia em mim ou não? Vamos colocar isso de um jeito que você possa entender, Vorden. Eu e você não somos amigos e provavelmente nunca seremos. Especialmente porque você continua agindo assim o tempo todo.”
“Olha, Layla, eu preciso saber. Achei que estava tudo bem, mas agora que sei que você faz parte da Pureza…”
“E daí?” Layla interrompeu Vorden. “Eu estava na Pureza esse tempo todo antes de tudo começar. A única diferença agora é que vocês sabem disso. Isso não mudou quem eu sou, e deixa eu te perguntar. Você não anda por aí me acusando o tempo todo? Mas e você? Por que você se importa tanto com Quinn?”
Neste momento, Layla se levantou do banco e começou a se aproximar de Vorden. Assim, ele continuou a recuar cada vez que ela dava um passo à frente. Isso, não era porque ele estava com medo dela, mas por causa das vozes em sua cabeça.
“Se ela der mais um passo perto de nós Vorden e você não fizer nada a respeito, eu juro…” Raten disse, com um tom um pouco ameaçador.
“Cala a boca!” Vorden gritou enquanto agarrava sua cabeça. “Layla, eu preciso confiar em você. Se eu não posso confiar em você, então tenho medo do que vai acontecer com você.” Quando Vorden falou dessas palavras, ele não as estava dizendo em seu tom de voz habitual.
Layla entendeu, já que ele havia dito isso com sinceridade e isso deixou Layla um pouco assustada. Ela sabia que algo estava acontecendo com Vorden, mas não tinha certeza do quê.
“Talvez, seja uma desvantagem de sua poderosa habilidade?” Ela pensou: ‘Mas o que estava acontecendo com Vorden? E por que ele deu tanto apego pelo Quinn?
“Então me diga, Vorden, o que posso fazer para provar que estou do seu lado?” Ela perguntou.
Felizmente, Vorden havia preparado uma resposta para essa pergunta. Assim, quando ele caminhou até ela, era a única coisa em que ele podia pensar. “Deixe Quinn transformá-la em uma vampira. Dessa forma, eu sei que você está do lado dele”.
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