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Reaper of the Drifting Moon – Capítulo 147

Capítulo 147

Soma riu.

Era um sorriso inocente que ele raramente mostrava aos outros. Seu riso desta vez vem do coração, ao contrário do que costuma mostrar na frente dos outros.

Pyo-wol tratava bem Soma e os outros.

Depois de virem juntos para Chengdu, Pyo-wol não forçou Soma e as crianças de forma alguma. Ele não disse a eles o que fazer e deixou tudo para o julgamento das crianças.

Foi a própria vontade de Guian construir sua própria rede de informações em Chengdu, e foi decisão de Eunyo administrar um bordel.

Pyo-wol não teve influência nas escolhas das crianças. Soma estava bem ciente do quão difícil era, então ele ficou ainda mais grato a Pyo-wol.

Pyo-wol perguntou a Soma:

— Chá?

— Não. Apenas um copo de água.

Pyo-wol derramou água em um copo e o colocou sobre a mesa.

Os olhos de Soma brilharam.

Porque ele viu a carta ao lado do copo d’água.

— De quem é? É do irmão torre de aço?

Pyo-wol acenou com a cabeça silenciosamente, enquanto Soma franzia a ponta do nariz.

— Aquele irmão é um pouco demais. Por que ele envia cartas como esta com tanta frequência?

Nos últimos meses, Jin Geum-woo enviou um total de três cartas para Pyo-wol.

Todas as cartas começavam com a mesma frase…

[Ao meu querido amigo…]

Pyo-wol nunca lia as cartas que Jin Geum-woo enviava até o fim. Ele sempre perdia a motivação apenas na primeira frase.

Pyo-wol não sabia por que Jin Geum-woo gostava tanto dele a ponto de chamá-lo de amigo e agir de forma tão afetuosa.

Mesmo depois de deixar Chengdu, ele enviava cartas a Pyo-wol, informando-o de sua situação atual.

“O amor não correspondido daquele irmão não é um pouco demais?”

Soma sorriu. 

Pyo-wol nem lia as cartas de Jin Geum-woo até o fim, nem as respondia. Mesmo assim, Jin Geum-woo não se cansou e continuou a enviar cartas.

Soma não entendia por que Jin Geum-woo estava sendo um amigo tão verdadeiro.

“Será que ele sabe que sua correspondência está sendo desprezada assim?”

Soma pensou que Jin Geum-woo não seria capaz de continuar enviando cartas como esta se soubesse como suas cartas estavam sendo tratadas. Enquanto ele pensava em Jin Geum-woo, o riso continuava saindo de sua boca.

Soma disse a Pyo-wol:

— Você não precisa responder as cartas dele ao menos uma vez?

— É escolha dele enviar uma carta, e é minha escolha responder ou não.

— De fato.

Soma acenou com a cabeça para a resposta firme de Pyo-wol.

Depois de voltar do Templo Xiaoleiyin, Pyo-wol raramente saía. Ele apenas ficava em sua própria residência para aprimorar suas artes marciais. 

Seus métodos de assassinato já haviam atingido o nível mais alto. 

Mas ele ainda sentia que podia melhorar. 

Ele tentou refletir o que sentiu enquanto lutava contra o Templo Xiaoleiyin e Jin Geum-woo. Graças aos seus esforços, Aguido agora tem um sistema adequado. Será concluído como uma arte marcial única.

Soma pensou que havia algo diferente com Pyo-wol.

Ele costumava sentir medo no passado, mas agora ele nem se sente assim em relação a ele. Soma sabia muito bem que não era só porque ele havia se acostumado com Pyo-wol.

“Ele se aperfeiçoou de novo.”

Pyo-wol mudava constantemente à medida que se desenvolvia.

Pyo-wol, que Soma achava que já estava no auge, ainda estava constantemente se esforçando e dando outro passo à frente. Ao olhar para Pyo-wol, ele podia ver a quantidade de esforço que Pyo-wol colocava em suas artes marciais. 

Mesmo que ele acordasse da morte, Soma não tinha confiança para fazer tal esforço nem tinha qualquer intenção de fazê-lo.

Depois de anos de trabalho árduo, ele finalmente encontrou a liberdade, então queria aproveitá-la o máximo possível. Ao contrário das outras duas crianças, ele ainda não encontrou um trabalho que desejasse. Mas com certeza, se ele continuar desfrutando de sua liberdade assim, algum dia poderá encontrar um emprego que se adéque às suas aptidões.

Pyo-wol levantou-se e disse:

— Estou indo para a oficina. E você?

— Eu vou também.

Soma rapidamente o seguiu.

Depois de visitar o Templo Xiaoleiyin, Pyo-wol confiou as adagas fantasmas e os braceletes a Tang Sochu. Algumas das adagas fantasmas foram completamente quebradas durante a batalha feroz, enquanto os braceletes estavam rachados.

A única pessoa que poderia consertar completamente o equipamento de Pyo-wol era Tang Sochu.

A oficina de Tang Sochu estava crescendo.

Os guerreiros de Chengdu diziam que Tang Sochu era o artesão número um em Sichuan. Ele era tão talentoso e bom em fazer armas.

Então, os guerreiros que ouviam os rumores requisitavam a Tang Sochu para consertar suas armas. Embora os guerreiros tivessem que esperar três ou quatro meses para que suas armas fossem recebidas por Tang Sochu, os clientes continuavam chegando.

Mas isso não importava para Pyo-wol.

Tang Sochu sempre tratou as armas de Pyo-wol como sua principal prioridade. 

Mas, mesmo assim, a razão pela qual Pyo-wol teve que esperar vários meses para que sua arma fosse consertada foi porque os danos às adagas fantasmas e aos braceletes eram muito graves.

As adagas fantasmas e os braceletes foram quebrados ao ponto que é quase como se tivesse que fazer uma nova.

Depois de deixar seu equipamento para Tang Sochu, Pyo-wol parou de prestar atenção. Porque ele tinha fé absoluta de que Tang Sochu cuidaria disso.

Pyo-wol e Soma desceram para o porão da Vila do Pinheiro Vermelho.

Era um espaço separado do porão onde Guian estava localizado e estava conectado ao canal subterrâneo de Chengdu.

Toda a imundície da cidade escorria pelo canal subterrâneo, exalando um fedor terrível. No entanto, Pyo-wol e Soma não mostraram uma expressão de desgosto.

Como se estivessem passeando, eles andaram pelo canal e chegaram à oficina de Tang Sochu.

— Irmão! Soma veio também!

Tang Sochu cumprimentou as duas pessoas que saíram da oficina sem se surpreender.

— Olá, irmão!

Soma abraçou a perna de Tang Sochu.

Tang Sochu esfregou a cabeça de Soma e disse:

— E aí, garoto!

— Hehe!

Soma sorriu alegremente.

Tang Sochu era uma das poucas pessoas de quem ele realmente gostava.

Então ele perguntou sinceramente:

— Existe alguém que você quer matar? Vou matá-los para você.

— Ainda não.

— Quando precisar me avise, e eu vou matá-los para você.

— Tudo bem.

Tang Sochu acenou com a cabeça sem fazer uma expressão de pânico. Quando eles se conheceram, Tang Sochu ficou confuso com a maneira de falar de Soma. Mas ele se acostumou com o passar do tempo.

Tang Sochu olhou para Pyo-wol e disse:

— Estou feliz que você veio. Eu considerei enviar alguém se você não viesse.

— Parece que os reparos estão prontos.

— Sim!

Tang Sochu assentiu e apontou para a bancada.

Na bancada havia um cinto de couro preto e os braceletes.

— As adagas fantasmas estão quase tão boas quanto novas. Foram misturadas com ferro frio* de dez mil anos, para que não quebrem mais facilmente. 

N/T: Esse ferro é um metal raro e poderoso que aparece em algumas novels de artes marciais, armas feitas com esse material são excelentes em diversos aspectos, principalmente durabilidade

— Ferro frio de dez mil anos?

— Tenho tido dificuldade em encontrá-lo ultimamente.

O ferro frio era o melhor metal que qualquer artesão queria ter. Mesmo uma pequena quantidade do referido material pode aumentar drasticamente a força da arma. No entanto, era tão precioso que não era fácil de se obter.

Se Tang Sochu não tivesse se tornado tão famoso quanto é agora, ele nunca teria conseguido colocar as mãos nele. Isso porque era um item que não podia ser vendido para ferreiros sem habilidades.

Apenas olhando para as marcas deixadas nos braceletes, ele podia dizer o quão ferozmente Pyo-wol lutou. Por esse motivo, Tang Sochu fez as adagas fantasmas usando ferro frio e reforçou os braceletes com os materiais restantes.

— Estes não vão mais quebrar facilmente.

— Obrigado.

— Humpf! Estou fazendo isso por você porque você é mais velho que eu, mas os outros não vão fazer isso.

O nariz de Tang Sochu atravessou o céu.

Ele sempre foi desprezado. Mas agora, não havia ninguém em Chengdu, assim como em Sichuan, que o desprezasse, mesmo após o colapso da Família Tang. 

Isso porque o artesão número um em Sichuan tem um apoiador chamado Pyo-wol.

Depois de retornar do Templo Xiaoleiyin, Pyo-wol não realizou nenhuma atividade externa. 

No entanto, a maioria das pessoas influentes sabia. Que Pyo-wol estava em algum lugar da cidade. E que ele protegia Tang Sochu.

Se algo acontecer com Tang Sochu, uma catástrofe acontecerá em Chengdu naquele mesmo dia. E sua raiva se espalhará para eles também.

Por essa razão, homens poderosos e influentes em Chengdu guardavam estritamente os arredores da oficina de Tang Sochu. Uma zona pacífica foi criada implicitamente.

Graças a isso, Tang Sochu conseguia se concentrar em seu trabalho com tranquilidade. Esta é também a razão pela qual seus trabalhos recentes ostentam uma qualidade excepcional. Seu talento como artesão estava em plena floração.

Guerreiros famosos da província de Sichuan faziam fila com seu dinheiro para fazer um pedido a ele. No entanto, era extremamente raro Tang Sochu receber uma solicitação diretamente.

Eram os itens de Pyo-wol que Tang Sochu prestava mais atenção. 

Ao usar ferro frio, a força e o desempenho das adagas fantasmas e dos braceletes aumentaram drasticamente.

Pode ser fácil falar, mas o processo não era nada simples.

Como os itens eram para Pyo-wol, Tang Sochu os consertou com muito cuidado.

Pyo-wol assentiu com a cabeça. 

Porque ele gostou dos itens.

Tang Sochu nunca traiu suas expectativas. O mesmo aconteceu desta vez.

— Gostei.

Pyo-wol assentiu com a cabeça.

Tang Sochu sorriu e disse:

— Bem, conhecendo minhas habilidades…

— Não é difícil?

— Não! Nem precisa se preocupar com isso garotinho.

Tang Sochu olhou para Soma com um sorriso suave. Então Soma riu.

— Se há um cara que você não gosta, me diga. Eu vou matar todos eles.

— Sim!

Tang Sochu esfregou a cabeça de Soma.

Soma fechou os olhos e aproveitou a mão áspera. Tang Sochu pensava em Soma como um cachorrinho. Claro, ele era muito feroz e afiado para um cachorro normal.

Pyo-wol saiu depois de conversar por um longo tempo com Tang Sochu.

Ele pensou em voltar pelos esgotos subterrâneos, mas ele apenas escolheu sair.

Pyo-wol desceu a rua com um lenço cobrindo o rosto. Ao lado dele estava Soma caminhando com um sorriso brilhante.

Foi Chengdu que experimentou derramamento de sangue várias vezes ao longo de um ano. No entanto, não havia vestígios de derramamento de sangue em qualquer lugar da cidade.

As pessoas já haviam esquecido o passado e estavam imersas em suas vidas diárias. 

Os comerciantes tentavam vender suas coisas chamando os clientes, e aqueles que passavam pelas ruas estavam involuntariamente ansiosos para gastar o dinheiro em seus bolsos.

Pyo-wol parou de andar e observou a cena por um longo tempo.

Depois de muito tempo, Pyo-wol não se mexeu, então Soma olhou para ele com uma expressão confusa.

— Irmão?

— O quê?

— Devemos ir?

— Vamos!

— Estou com fome.

— Então vamos comer e ir embora.

— Vamos para o Seongyeonru.

— Por que lá?

— As frutas de lá são deliciosas.

— Mesmo?

— Sim!

Soma respondeu sem hesitar.

Pyo-wol assentiu e seguiu Soma.

Enquanto Pyo-wol estava preso em sua residência, Soma explorava Chengdu sem parar. Por causa disso, ele se orgulhava de saber mais sobre as ruas de Chengdu do que Pyo-wol.

O lugar que Soma mais gostou foi o referido restaurante.

Talvez fosse porque ele estava trancado no Templo Xiaoleiyin e não era tratado como um ser humano por muito tempo, Soma cobiçava comida particularmente deliciosa. Então, ele passava o tempo todo comendo.

— Soma está aqui.

O dono de Seongyeonru olhou para Soma.

Não havia muitas pessoas que não gostassem de um menino fofo de apenas seis ou sete anos de idade. Ainda mais se o menino for um cliente regular.

Soma olhou para o dono e disse:

— Me dê Bao* de cordeiro. Pode trazer bastante.

N/R: Bao é um pão chinês cozido no vapor recheado com carne (geralmente de porco) 

— Certo. Vou caprichar na carne.

— Se há alguém que você quer matar, apenas me diga. Vou matá-los para você.

— Eu não tenho ninguém que eu queira matar, amiguinho.

— Então me diga quando precisar.

— É improvável, mas eu vou te dizer quando isso acontecer.

— Tudo bem.

Soma assentiu com a cabeça.

O dono de Seongyeonru pensava que era apenas uma brincadeira, mas Pyo-wol estava bem ciente de que as palavras de Soma eram sinceras.

Soma só diz coisas assim para as pessoas de quem realmente gosta. Porque esse era o maior favor que ele poderia dar.

Os dois sentaram-se frente a frente em uma mesa.

Os pés curtos de Soma nem tocavam o chão. Então ele se sentou na cadeira enquanto balançava os pés no ar.

Ele parecia tão fofo que as pessoas sentadas por perto olhavam para ele, hipnotizadas. 

Pyo-wol imaginou como seria a expressão deles se soubessem a verdadeira identidade de Soma. Eles nunca saberão que por trás do rosto fofo de Soma havia uma besta feroz com seus dentes afiados.

Os olhos de Soma mudaram de repente.

Ele não gostou da sensação de que todos os convidados de Seongyeonru estavam olhando para ele carinhosamente.

Soma perguntou:

— Posso matar todos eles?

— Não.

— Que tal matar um cara para dar de exemplo?

— Não.

— Então, quando posso matar alguém?

— Só quando eu mandar.

— Tsk! Irmão tornou-se tão dócil nos dias de hoje. Eu gostava de você no Templo Xiaoleiyin, quando deixava eu matar pessoas aleatoriamente.

Soma fez beicinho.

Sua expressão estava cheia de insatisfação, mas ele não insistiu mais. 

— Irmão!

— O que foi?

— Gosto de você!

— Coma sua refeição.

— Sim!

Soma sorriu largamente.


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