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Reaper of the Drifting Moon – Capítulo 196

Capítulo 196

Pyo-wol acordou de manhã cedo.

Quando saiu, viu Soma agachado em uma grande árvore em frente à sua residência.

— Irmão!

Soma encontrou Pyo-wol e sorriu amplamente. Como um gato, ele pulou da árvore sem fazer barulho e pousou na frente de Pyo-wol.

— Você ficou lá a noite toda?

— Sim!

— Aconteceu alguma coisa?

— Nada até agora.

Soma mal dormiu. Ele ficou acordado a noite toda com os olhos abertos enquanto segurava a espada Gongbu, que era do tamanho de seu corpo, em seus braços.

Pyo-wol acariciou a cabeça de Soma.

— Bom trabalho.

— Sim!

Enquanto os dois conversavam, alguém se aproximou deles. Era Woo Pyeong quem os trouxe para a seita Wudang.

— Hehe! Você já acordou. Como foi seu sono?

— Dormi bem.

— Isso é bom.

Uma expressão de cansaço ficou evidente no rosto de Woo Pyeong.

Embora Chongjin tenha permitido que Pyo-wol ficasse, alguns dos mais velhos desaprovaram. Então assediaram Woo Pyeong a noite toda. Por causa disso, Woo Pyeong quase não dormiu.

De qualquer forma, Woo Pyeong levou adiante seu plano. Enquanto permanecia na montanha Wudang, Pyo-wol obteve a qualificação para examinar o corpo de Lee So-yeol e o Pavilhão das Escrituras.

Não foi uma decisão fácil para a seita Wudang.

Alguns dos mais velhos ainda estavam insatisfeitos com esta decisão, mas mantiveram a boca fechada, porque não podiam desobedecer à ordem do líder da seita, Chongjin. No entanto, estava claro que correriam e tentariam morder Pyo-wol quando vissem uma chance.

Woo Pyeong disse aos dois:

— Vamos comer primeiro.

Ele levou os dois para a sala de jantar.

A seita Wudang converteu um grande pavilhão em um restaurante para o evento de aniversário. Dispuseram temporariamente um fogão e uma mesa para receber os visitantes.

Na sala de jantar, os taoístas que acordaram cedo comiam. Centenas de taoístas se reuniram lá, mas nenhum som foi ouvido, exceto o som de pessoas comendo.

Qualquer um poderia ver quão rígidas eram as regras da seita Wudang através de sua aparência.

Quando Woo Pyeong trouxe figuras desconhecidas, a atenção dos taoístas se concentrou nelas. Esta foi a primeira vez que Woo Pyeong trouxe uma pessoa que não era taoísta da seita Wudang.

Os taoístas estavam curiosos sobre a identidade de Pyo-wol. No entanto, ninguém se atreveu a ir até Woo Pyeong e perguntar a ele. Graças a isso, os três puderam comer tranquilamente.

Como seita taoísta, a dieta da seita Wudang consistia principalmente de vegetais. Também havia carne, mas levemente temperada, mascarando o cheiro.

Pyo-wol gostou muito da comida da seita Wudang, porque não pesou no estômago. Por outro lado, Soma não conseguia parar de franzir a testa. Ele não gostou nada da comida.

Como uma criança, Soma adorava carne. Gostava especialmente em grandes quantidades. No final, Soma largou os hashis e não comeu muito.

Vendo Soma assim, Woo Pyeong sorriu.

— Haha! A comida não combina com o seu gosto?

— Tem um gosto horrível.

— Espere mais um dia. A comida ficará um pouco melhor quando os convidados de fora chegarem.

— É sério?

— Claro! Não podemos servir a muitos convidados a comida sem gosto que os taoístas comem, certo?

— Então só tenho que aguentar mais um dia?

Soma disse com seus olhos de corça. Soma parecia muito fofo, então Woo Pyeong respondeu com um sorriso sincero.

— Sim.

— Certo. Confiarei em você.

Soma respondeu com uma expressão sombria e mais uma vez Woo Pyeong riu.

Quando ele conheceu Soma, se sentiu desconfortável com a energia demoníaca que irradiava dele. Mas agora sabia que Soma não era tão malvado, então foi capaz de sorrir para ele assim.

Pyo-wol terminou de comer e perguntou:

— E o cadáver?

— Está armazenado em Cheonbing-dong.

Cheonbing-dong era uma caverna formada naturalmente atrás da seita Wudang. Além de ser bastante profunda, ventos frios sopravam do subsolo.

— Mova o corpo de volta para o Pavilhão das Escrituras.

— Por quê?

— Preciso ver como era quando foi descoberto.

— Por quê? Deixa para lá. Vou fazer isso.

Pensando que deveria haver uma razão, Woo Pyeong respondeu.

Assim que a refeição terminou, ele chamou Tae Kwang e ordenou-lhe que fizesse o que Pyo-wol pediu.

Depois que Tae Kwang concordou, ele correu para Cheonbing-dong.

Depois de um tempo, Tae Kwang apareceu em frente ao Pavilhão das Escrituras, carregando o caixão contendo o corpo de Lee So-yeol com os discípulos que guardavam Cheonbing-dong.

— O que está acontecendo?

— Você está tentando profanar o cadáver de So-yeol?

Os taoístas, que não conheciam as circunstâncias, murmuraram.

Eram todos taoístas que guardavam o Pavilhão das Escrituras. Se sentiram desconfortáveis com a morte de Lee So-yeol, pois sentiram que não estavam vigilantes o suficiente. Então, ao ver o corpo de Lee So-yeol sendo trazido de volta, ficaram com raiva.

Naquele momento, um taoísta de meia-idade caminhava entre os outros taoístas.

Imediatamente se aproximou de Woo Pyeong e levantou a voz,

— Qual é o significado disso, irmão mais velho? Trazer o corpo de uma criança que já morreu? Isso é um insulto para ele!

— Woo-sung.

O taoísta de meia-idade era Woo-sung, responsável pelo Pavilhão das Escrituras. Ele estava se culpando pelo fato de Lee So-yeol, que lhe trouxera refeições enquanto ele estava fora, ter morrido. Por causa disso, reagiu com mais sensibilidade do que qualquer outra pessoa.

Compreendendo os sentimentos de Woo-sung, Woo Pyeong falou suavemente:

— Desculpe! Mas não tenho escolha. Preciso fazer isso para resolver a situação.

— Você quer dizer que devolver o corpo da criança morta vai ajudar a resolver o problema? Como?

— Espere e verá.

— Como você pode confiar nele?

— Isso já foi aprovado pelo líder da seita e pelos anciãos. Então confie em mim e espere mais um pouco.

— Irmão mais velho!

Woo-sung rugiu.

Ambos os olhos estavam vermelhos e injetados.

Woo Pyeong deu um tapinha no ombro de Woo-sung e disse:

— Quando eu te decepcionei?

— …

— Também não gosto do jeito dele, mas não temos escolha a não ser confiar. Enfim, não deveríamos esclarecer a causa da morte de So-yeol?

— Certo. Vou suportar isso só desta vez. Mas, por favor, não deixe o corpo da criança ser profanado.

— Não se preocupe. Vou ficar de pé e manter meus olhos nele.

Woo-sung assentiu fracamente e recuou. Mas ainda olhou para Pyo-wol com um olhar desconfiado. Olhou para Pyo-wol como se dissesse que não ficaria parado se ele fizesse algo tolo.

Porém, Pyo-wol nem prestou atenção.

Ao entrar no Pavilhão das Escrituras, ele falou aos taoístas.

— Coloquem a criança no chão da mesma forma que foi encontrada.

— Certo!

Woo Pyeong ordenou aos discípulos que colocassem o corpo de Lee So-yeol no chão do Pavilhão das Escrituras. Os discípulos fizeram o possível para refrescar suas memórias e colocaram o corpo de Lee So-yeol exatamente como quando o encontraram.

— Khuk!

— Caramba!

Quando viram o corpo de Lee So-yeol novamente, os discípulos choraram. Mesmo morando em Jianghu, acostumando-os à morte, foi doloroso ver o cadáver da criança So-yeol assim novamente.

O rosto de Lee So-yeol estava ainda mais pálido, provavelmente porque foi mantido em Cheonbing-dong.

Woo Pyeong também virou a cabeça por um longo tempo, tentando evitar olhar para o rosto de Lee So-yeol.

Pyo-wol disse a Woo Pyeong,

— Tire todo mundo.

— Você quer ficar sozinho?

— Ter muitas pessoas só aumentaria a confusão.

— Você consegue realmente descobrir a causa da morte dele? Chegamos até aqui, então se não conseguir descobrir, você e eu estaremos em apuros.

Woo Pyeong disse com uma expressão preocupada.

Trazer o corpo de Lee So-yeol de volta já havia conquistado a antipatia dos discípulos da seita Wudang. Não é difícil imaginar o que aconteceria se a hostilidade deles piorasse.

Ao contrário de Woo Pyeong, que estava preocupado com o pior, Pyo-wol não se importou muito.

— Se terminou o que tem a dizer, saia agora.

— Certo.

Woo Pyeong pegou os discípulos e saiu.

Pyo-wol disse a Soma, que estava ao lado dele,

— Você também sai.

— Irmão?

— Rápido!

— Tudo bem.

No final, Soma também saiu.

Uma vez que Pyo-wol e Lee So-yeol eram os únicos restantes no Pavilhão das Escrituras, só então Pyo-wol prestou atenção ao corpo de Lee So-yeol.

Quando o corpo de Lee So-yeol foi encontrado pela primeira vez, ele estava caído no chão.

Pyo-wol agachou-se na frente do corpo e examinou atentamente a condição do corpo.

Como disse Woo Pyeong, não havia cicatrizes. Pyo-wol tirou todas as roupas de Lee So-yeol e investigou, mas não havia um único ferimento pequeno. Mesmo os sintomas de envenenamento não apareceram.

Tal aparência fez parecer que ele morreu naturalmente. No entanto, semelhante a outros taoístas mais velhos, Pyo-wol não achava que Lee So-yeol tivesse morrido de causas naturais.

Pyo-wol estava mais familiarizado com a morte do que qualquer outra pessoa.

Ele tinha visto e causado tantas mortes até agora. Por isso que poderia dizer a causa da morte apenas olhando para a pessoa que morreu. O fato dele não ter conseguido descobrir a causa da morte significava que não era um caso comum.

Pyo-wol olhou para o cadáver de Lee So-yeol, como uma estátua de pedra.

Mesmo quando Lee So-yeol morreu, não conseguiu fechar os olhos. O foco em seus olhos arregalados havia desaparecido há muito tempo, mas os sentimentos dolorosos que sentiu no momento de sua morte pareciam permanecer.

Pyo-wol olhou para aqueles olhos por um longo tempo. Era como se pudesse descobrir a causa da morte de Lee So-yeol fazendo isso.

Passou-se quase meia hora antes que Pyo-wol se movesse.

Ele olhou para o corpo de Lee So-yeol mais uma vez.

Ainda não havia encontrado nenhuma cicatriz.

Sem falar de um ferimento de espada, nem mesmo um buraco por onde uma agulha fina pudesse ser inserida foi encontrado. Mesmo assim, Pyo-wol não desistiu.

O fato do corpo não parecer natural significava que forças artificiais estavam em ação.

Ficou claro que Lee So-yeol foi assassinado por alguém. Só que ainda não tinha conseguido encontrar a causa da morte.

Pyo-wol olhou dentro da orelha de Lee So-yeol.

Os orifícios das orelhas eram uma das partes do corpo mais próximas do cérebro.

Existe um método de assassinato que envolve derramar chumbo quente ou mercúrio nos ouvidos ou esfaqueá-los com uma agulha de prata. No entanto, os ouvidos de Lee So-yeol estavam claros.

A próxima coisa que Pyo-wol olhou foi o globo ocular de Lee So-yeol. Mas não só os olhos, também as narinas estavam limpas.

O último lugar para onde Pyo-wol olhou foi a boca. Mas a boca estava igualmente limpa.

Na verdade, não tinha motivos para procurar mais, já que a área não tinha manchas ou arranhões. Além disso, os taoístas da seita Wudang também olharam para a boca de Lee So-yeol, mas desistiram, porque não conseguiram encontrar nenhum vestígio.

No entanto, Pyo-wol foi paciente e continuou a examinar o corpo.

Pyo-wol agarrou a língua de Lee So-yeol e virou-a.

Naquele momento, os olhos de Pyo-wol brilharam.

Não era visível a olho nu, mas sentiu uma leve sensação de anormalidade nas pontas dos dedos. Era tão sutil que, se os sentidos nas pontas dos dedos de uma pessoa não tivessem se desenvolvido como Pyo-wol, nunca poderia ser detectado.

Pyo-wol concentrou sua energia nas pontas dos dedos. Então a anormalidade que sentiu ficou muito mais clara.

Ele usou seu qi delicadamente para retirar um pequeno objeto embutido na ponta da língua de Lee So-yeol.

Os guerreiros comuns nem poderiam sonhar com uma operação tão delicada de energia interna. Porém, para Pyo-wol, que podia usar o fio ceifador de alma, esse nível de operação não era tão difícil.

Tsutsutsu!

Algo microscópico foi arrancado da raiz da língua de Lee So-yeol.

Era uma agulha prateada tão fina que não podia ser distinguida a olho nu.

A agulha de prata parecia dez vezes mais fina do que a que Pyo-wol tinha. Agulhas de prata desta magnitude não podiam ser criadas com técnicas comuns. Era um instrumento que apenas um artesão de nível igual ou superior a Tang Sochu poderia criar.

O problema é que não era fácil acabar com a respiração de uma pessoa com uma agulha de prata. Era tão pequena que era difícil atingir o corpo humano com eficácia.

Matar pessoas com esta agulha de prata também não era fácil para Pyo-wol.

Mas havia momentos em que isso era possível.

Há casos em que uma pessoa morre apenas por levar levemente um tapinha no ombro enquanto fala. A outra pessoa não tinha intenção de matar, nem se esforçou o suficiente para matá-lo, mas a pessoa morreu indefesa.

Nesses casos, costuma-se dizer que ele foi morto.

Alguns até disseram que morreu, porque estava destinado a morrer. Mas Pyo-wol sabia muito bem que isso não era verdade.

Se Pyo-wol não tivesse trabalhado como açougueiro em um matadouro, ele nunca teria conhecido o conceito de pontos de acupuntura.

Os pontos de acupuntura mudam de tempos em tempos.

Pode mudar de acordo com a constituição de uma pessoa, o ambiente circundante e a mudança da estação. Mesmo um pequeno golpe pode alterar os pontos de acupuntura de uma pessoa.

— Ele… Tocou seus pontos de acupuntura.


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