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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 161

Guerra de Nervos (1)

Aqueles que ouviram as palavras de Kuvar ficaram em silêncio.

Foi o mesmo com Airen Pareira. Na verdade, era ele que queria conhecer o mestre de Kuvar, Gurgar, mais do que qualquer outra pessoa ali.

Porque essa era uma oportunidade única para descobrir sobre o homem em seus sonhos, já que até agora ele não conseguiu obter nem uma única pista. No entanto, isso não era nada comparado ao arrependimento que Kuvar estava sentindo.

‘Por causa da minha decisão, estive vagando no mundo por 17 anos e quando finalmente consegui encontrar coragem e voltar, meu mestre já está morto…’

Se algo ruim acontecesse com sua família enquanto estava preso no mundo da feitiçaria por 5 anos, como ele se sentiria? Era algo que ninguém gostaria de imaginar. Airen não sabia que expressão fazer na frente de Kuvar. Porém, o orc teve uma atitude firme.

“Eu… eu sabia que algo assim podia acontecer, porque era alguém ainda mais velho que meu pai, que agora tem mais de setenta anos.” Kuvar suspirou. “Felizmente meu mestre, ao contrário de mim, que sou um charlatão, era um vidente muito corajoso. Sabendo que eu voltaria nesse momento, ele deixou uma carta com um enigma para trás.”

“Um enigma? E o que é?”

“Não sei por que ainda não resolvi, mas assim que souber a resposta, vou saber o que meu mestre preparou para mim. Talvez…”

Airen, tem algo relacionado com você. Kuvar disse isso e ele se sentiu horrível ao refletir sobre si mesmo, já que se sentia feliz em meio da tristeza do orc.

Vendo todos em silêncio, o sentimento pesava ainda mais Airen. Ele notou a atmosfera estranha?

“Haha, não tem necessidade ficar tão desconfortável. Se não fosse por você, eu ainda estaria vagando pelo continente sem sequer pensar em voltar por mais 10 anos.”

“Mas…”

“Mas o quê? Eu sou grato a todos vocês. Bom, a situação acabou desse jeito, então, por favor, espere mais um pouco. Mesmo meu mestre não sendo mais capaz de completar a tarefa, você não planejou me escoltar até aqui e depois seguir em frente com calma?”

Airen e os outros assentiram, então Kuvar sorriu e se levantou.

“De qualquer forma, agora que falei isso, tenho que ir. Não durmo desde que voltei pra cá.”

“Descanse bem, Kuvar.”

“Ah, certo! Falando nisso, quando você estiver lidando com guerreiros de alto escalão na cidade… talvez seja melhor ser um pouco mais cauteloso.”

“Sim…” Bratt respondeu em voz baixa após ver Kuvar dizer isso com uma expressão séria diferente de antes.

O orc assentiu e saiu da sala com um sorriso. Com o som da porta rangendo ao se fechar, o silêncio caiu novamente e Lulu também estava perdida em pensamentos.

‘Definitivamente precisamos ter cuidado.’ Pensou Bratt, refletindo nas palavras de Kuvar

Os guerreiros Orcs de Durkali, Karakum e o chefe Tarakan.

O fato de estarem do lado de Kuvar é uma grande vantagem. Além de que Era correto pensar que metade das complicações foram resolvidas apenas com isso. Entretanto, a outra metade ainda não estava resolvida; era o lado da facção de Tarakan.

‘Do ponto de vista deles, não somos mais do que convidados indesejados que vieram para arruinar suas vidas pacíficas.’

Além disso, eram de raças diferentes e, embora por pouco tempo, apontaram suas espadas para Karakum. De muitas formas, era uma situação bastante complicada.

Para piorar a situação, havia um boato de que até o chefe da tribo, Tarakan, não podia ignorar a autoridade do ‘Mestre Khalifa’, o cunhado do chefe anterior que era da família real e líder da facção de Tarakan.

‘Não importa o quanto Tarakan considere Kuvar… Mestre Khalifa pode não ter as mesmas ideias.’

Como estava familiarizado com política, Bratt sabia exatamente o que estava acontecendo. Considerando isso, era compreensível, até certo ponto, que Kuvar estivesse mais preocupado com isso do que com a morte de seu próprio mestre.

“Bem… podemos só ficar quietos e não andar por aí.”

“Verdade. Quer dizer, não precisamos ir pra lugar algum, tirando nossos quartos e a sala de treinamento, né?”

“É algo que podemos fazer… Bom, se evitarmos eles lá fora, nenhum problema vai acontecer. Afinal, o que os olhos não veem o coração não sente.”

Enquanto Bratt e Airen conversavam, Ilya e Lulu concordavam com a cabeça. Judith não interviu, mas sabia o que estava acontecendo, então ela concordou.

Praticar sozinhos até Kuvar desvendar o problema deixado por seu mestre, o enigma de Gurgar. Os quatro espadachins decidiram isso juntos, puseram Lulu de volta para dormir e então se levantaram e foram em direção a sala de treinamento.

Então, cada um deles achou um lugar no qual se sentiam confortáveis e começaram a treinar com suas espadas. Não importando o quão intensos fossem os olhares sobre eles, era impossível para eles não praticarem.

‘Estamos só praticando em silêncio e não temos nenhuma intenção de começar uma briga.’ Bratt assentiu enquanto praticava um corte básico.

Nenhum problema poderia acontecer. Ele nem usou a espada que ganhou com receio de provocar os orcs. Mesmo querendo tanto usar a espada!

‘Gostaria que nossos sentimentos pudessem ser transmitidos a eles mesmo que um pouquinho…’

Seus pensamentos foram transmitidos?

Por uma semana depois disso, nenhum guerreiro orc olhou para Bratt Lloyd. Eles não eram educados, mas pelo menos não estavam mais os encarando como se quisessem lutar.

Considerando as tendências agressivas dos orcs, isso era bom. No entanto, suas expressões enquanto empunhavam a espada não eram boas.

“wjgmlemfdms eksdur dprtmxmfkdlqslek.”

“wkrrkrk tlzutj djWjf tn djqdl skQmsakfdmf gkrh dlTtmqslek.”

Os orcs não encostaram nele, nem em Ilya Lindsay ou Airen. Mas a história foi outra com Judith.

Ocasionalmente, eles iriam para o lado dela de propósito e murmuravam algo na linguagem dos orcs. Olhando para eles, Bratt apertou os dentes com tanta força que seus molares poderiam quebrar.

* * *

Basicamente, os orcs estavam orgulhosos de si mesmos. Sua força e enorme porte físico eram superiores à maioria das outras raças e, por conta de seu orgulho, estavam sempre confiantes diante de monstros e das outras raças.

De fato, eles fizeram inúmeras conquistas mesmo durante o período do grande caos, que aconteceu 400 anos atrás e o outro há 150 anos. Naquela época, as famílias dos heróis que esmagaram os pescoços dos demônios ganharam o status de nobres na sociedade humana, e suas futuras linhagens de descendentes desfrutavam glória graças a eles.

E mesmo que fosse o descendente de um herói ou da linhagem de um guerreiro, ninguém poderia ser tratado descuidadamente. Ilya Lindsay tinha Dion Lindsay, que decapitou o famoso Rei Dragão Demônio, e a família Lloyd tinha um histórico louvável de produzir vários heróis.

A família de Airen Pareira não tinha reputação, mas o fato dele ser um Mestre da Espada fazia de Airen alguém no qual os orcs não podiam tocar. Apenas Judith tinha uma origem que era perfeita para os orcs encrencarem.

“skdirgks dlsrks wnwpdpd Rho gksp.”

“rmfjrp akfdldi emerlfhsms wjstkdml vltwnfeh dkslfkau? Rmfjs rjt clrhsms skQmwl dksgsp.”

Não em uma luta direta. Entretanto, eles passavam tão perto dela que qualquer um ficaria preocupado, então eles falariam propositalmente na linguagem dos orcs.

Bratt podia entender um pouco do que estavam falando. Foi porque a primeira coisa que aprendeu depois de se aproximar de Kuvar foi xingar na língua dos orcs.

‘Não é de uma linhagem de guerreiros… estão xingando alguém por ser de origem humilde, então estão a desprezando como se fosse uma humana fraca? Aquela Judith?’

Não era estranho. Era irritante ver aqueles orcs que nem sequer tinham chance contra ela agindo todo poderoso.

O pior foi Judith, que também sabia que estavam a xingando e, mesmo assim, não respondeu.

Ela parecia ter uma mente silenciosa, focada somente em afiar sua espada com esforço honesto. No entanto, isso só fez Bratt ficar mais impaciente. Porque não havia garantia de quanto tempo ela iria suportar.

‘Se esse for o caso, me sinto mal por Airen, mas acho que será melhor sairmos rápido, não me importo com o enigma…’

Essa também era a decisão correta pelo bem de Kuvar. Se ficassem mais aqui, então suas presenças em si seriam como um veneno para Kuvar. A dedução de Bratt era que a facção do chefe atual estava fazendo isso para testar seus nervos.

‘Merda!’

Enquanto pensava sobre isso, outro grupo de orcs guerreiros se aproximaram de Judith. Depois de falar algo, eles passaram dando uma risada estranha.

Felizmente, Judith nem sequer ligava para o que diziam ou como agiam. Como se ignorasse os latidos de cães, ela só olhava para a frente se concentrando na tarefa em que estava fazendo. Bratt olhou a cena e suspirou.

Mas…

Não acabou aí. Enxugando o suor com a manga, Judith caminhou em direção a Bratt. Foi a primeira vez desde que chegaram a Durkali.

Nem a situação ou a atmosfera eram boas o suficiente para resolver o mal-entendido, então a relação entre eles ainda era bem fria. Isso fez Bratt se sentir inseguro.

O quê? Por que ela está indo na direção dele?

A questão não demorou para ser respondida. Judith, que chegou tão perto dele, colocou os lábios perto de sua orelha. Então, olhando para os orcs que falaram mal dela, ela…

“Estúpido, arrombado, idiota, cocô de pomba…”

Palavras, nem mesmo uma frase. Eram palavras que até mesmo aqueles que não eram humanos tinham ouvido pelo menos uma vez na vida e qualquer um na sala de treinamento poderia dizer para onde estavam sendo direcionadas.

Mesmo entre os orcs, alguns conheciam a linguagem do continente, então não tinha como não entender os insultos de Judith. Um deles falou na linguagem humana e perguntou.

“O que você acabou de dizer?”

“Retardado, burro, idiota, estúpido.”

“Você tá realmente… me xingando…?”

“Eu não tava.”

“O quê?”

“Eu não falei isso pra você, então por que tá ficando todo nervosinho? Eu tô falando com esse homem com essa cara de idiota do meu lado.”

“Você espera que eu…”

“Eu disse que não tava e agora?”

Judith perguntou com um rosto inexpressivo. O guerreiro orc tentou responder, mas não conseguiu e então engoliu em seco. Ninguém conseguiu dizer nada naquela situação.

Era óbvio que ela estava dizendo isso para eles e era semelhante ao que fizeram com a mulher ruiva. Ambos provocavam um ao outro com táticas infantis, então era impossível pedir para uma pessoa assumir responsabilidade por isso.

“Acho que confundi alguma coisa… Vou indo agora.”

No final, tudo o que o orcs podiam fazer era recuar.

‘Não sei se isso é bom ou não.’ Bratt, que assistiu ao embate, suspirou.

Deveria dizer que estava feliz que isso terminou ou deveria pedir para Judith ser mais paciente? Depois de ponderar, Bratt decidiu pensar no primeiro.

De fato, considerando a personalidade de Judith, o fato dela ter aguentado tanto foi ótimo. Se não fosse por Kuvar, ela teria causado um tumulto há muito tempo.

Mas ele sabia. Uma vez que ela decidisse segurar a espada e ir contra eles. Então Judith mostraria sua personalidade, resultando que tudo à sua frente fosse cortado, independentemente do que acontecesse depois.

“Ugh, esses cabeças de músculos.”

“Você tá falando com a gente?”

“Sim.”

“Quê? Não fale asneiras…”

“Para de falar merda e vamos acabar com isso cara a cara.”

“…”

“Por quê? Você não quer ou tá com medinho?”

Os comentários chocantes de Judith foram tão repentinos que nem Bratt nem os guerreiros orcs puderam falar. Vendo-os assim, ela mexeu os dedos e disse mais uma coisa.

“Sem compromissos, vamos só resolver nossos problemas um com o outro, que tal?”


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