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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 163

Gurgar, o Adivinho (1)

“Phew, era mais alto do que pensei. Por que guerreiros sempre tem que dificultar para os outros, mesmo depois de mortos? Vocês estão todos bem?”

“Bem.”

“Dou conta desse tanto.”

“Desculpa fazer vocês cuidarem de tanta coisa, mas era a vontade do mestre, então espero não ter incomodado.”

“Não fala isso! Por que a gente pensaria…”

“Né? Além disso, o senhor Gurgar sempre foi atencioso com a gente, é uma bênção e uma honra poder fazer isso por ele.”

“Também acho.”

“Haha… Obrigado por dizerem isso.” Ouvindo essas palavras, Kuvar sorriu.

Ele e os seis orcs tinham subido uma pequena montanha nos arredores do forte. Ali era o lugar onde a tumba do professor de Kuvar, Gurgar, estava. Se fosse apenas prestar respeito, Kuvar não teria trazido tanta gente com ele, mas estava ali para fazer outra coisa.

Ia realizar um ritual tradicional, um rito feito por ancestrais em tribos antigas.

Ele não o fazia voluntariamente. No começo, nem sabia que tal cerimônia existia. Ainda assim, ele e os orcs carregavam o altar com os sacrifícios, a comida e outros itens variados nas costas, enquanto subiam. Tudo por causa do testamento de Gurgar.

“Ah, se você quer fazer um testamento, devia só escrever normalmente, por que se incomodar em criar charadas e atrapalhar as pessoas?” Kuvar resmungava silenciosamente enquanto subia a montanha.

Eles finalmente chegaram ao cume e, depois de um curto descanso, começariam a se preparar para o rito sacrificial.

“Phew, descanso!”

“Senhor Kuvar, vai se juntar a nós?”

“Como discípulo, não posso deixar o sacrifício ao meu mestre só para vocês. E, como estou acostumado com esse tipo de coisa na minha vida errante, vocês não precisam se preocupar.”

“Mas…”

“Uh-huh!”

Apesar das tentativas dos orcs para pará-lo, Kuvar começou a arrumar os itens e a comida que haviam sido preparados. Embora não estivesse acostumado com isso, estava trabalhando. Era estranho, mas havia outras coisas que importavam para ele. Na verdade, não entendia muito.

Era porque Kuvar sempre teve a impressão de que o ritual feito depois da morte não tinha sentido.

‘Não tenho certeza de como fazer isso poderia ajudar o professor.’

No entanto, conforme o tempo passava, esse pensamento mudou. Ele percebeu que esses ritos e cerimônias não eram para os mortos, mas para os vivos.

“Eu devia ter vindo antes…” Kuvar se arrependeu levemente e continuou a colocar as coisas.

Graças aos esforços de todos, as preparações foram feitas a tempo. Eventualmente, em uma atmosfera solene, a cerimônia para Gurgar, o falecido professor de Kuvar, foi iniciada.

O incenso foi aceso com o espírito de fogo. Licor foi derramado em três tigelas diferentes. Depois disso, Kuvar se curvou duas vezes e o resto dos orcs uma.

A cerimônia seguiu sem problemas, e Kuvar suspirou quando os procedimentos foram concluídos. Os seus olhos se umedeceram.

“Todos se saíram bem… Por favor, comam.”

“Sim.”

“Sim.”

Os seis orcs, que estavam na frente da comida cerimonial, ergueram os seus talheres calmamente. Havia muita coisa, mas nada muito chique. Era o que Gurgar gostava quando estava vivo.

Apesar de ser o melhor adivinho em Durkali, ele mantinha uma vida simples.

Kuvar resmungou: “Você devia ter comido coisas melhores quando estava vivo. Não tem muita coisa pra gente agora.”

“Hahaha”

Os orcs sorriram um pouco e foi isso. Eles continuaram a refeição naquela atmosfera pesada. E a comida não era a única coisa ali, tinha álcool também. Por sorte, ia bem com o gosto de Kuvar.

Ele não era próximo do seu professor, mas quando bebia, seu professor se tornava igual a todos os outros

‘Esse não era tão caro, mas…’ Kuvar encarou a bebida intensamente e balançou a cabeça.

Apesar de ser a mesma bebida que tomou com o seu professor, ele não estava em um lugar onde pudesse ser visto. Kuvar só podia ver o próprio rosto quando olhava para o copo de licor.

Com uma risada amarga, ele despejou o conteúdo do copo na garganta e olhou para baixo.

Era assustador.

Gurgar, que parecia 20 anos mais velho do que a imagem em sua mente, estava olhando para ele com um sorriso.

“Uh, Uh…!”

“Huhu, estou sem fôlego. E você parece comigo; ficou velho, garoto.”

“Não, o que é…”

Não só Kuvar. Os outros orcs olharam para Gurgar em choque. Para ser preciso, havia algo na aparência dele. Todos pensaram que a figura acinzentada não era real.

‘Alma?’

“Isso, alma. É bom te ver depois de tanto tempo. Discípulo, sirva-me um pouco de bebida.”

“Ah…” Kuvar, que ainda estava atordoado, rapidamente serviu uma bebida, e Gurgar a bebeu.

O seu torso se movia um pouco e os objetos atrás dele podiam ser vistos, como se fosse um fantasma, mas ele conseguiu pegar o copo.

Gurgar, que balançou o recipiente depois de beber, falou: “Você trouxe muito álcool?”

“Umas dez garrafas…”

“Então me traz mais.” Quando viu os orcs saltando dos assentos, ele sorriu e disse: “Ok. Vão lá… Eu gostaria de chamar os seus amigos humanos também.”

* * *

Os grupos de Airen e Gunt foram para o topo da montanha em alta velocidade sem dizer uma palavra. Nos seus corações, queriam pular para lá em um salto. Por sorte, a montanha não era tão alta, então chegaram rápido.

Orcs e humanos chegaram ao lugar de descanso de Gurgar em pouco tempo. E os presenciaram bebendo álcool.

“Oww, eles estão aqui hmm? Também tem gente que eu não chamei aqui?”

“Eu sei. Gunt, o que você quer por aqui?”

Vendo Kuvar e Gurgar falar isso em voz alta, Gunt manteve a boca fechada, sem saber o que dizer.

O homem não estava vivo.

Mas pessoas mortas não podem ser vistas.

Dava para entender até certo ponto que o mensageiro não tinha explicado direito. E a sua expressão endureceu. O retorno de Kuvar não era uma situação desejável, mas aquele orc deu um jeito de trazer o seu professor de volta?

A cabeça de Gunt pulsava.

Nesse momento, como se olhando para a sua mente, Gurgar sorriu.

“Ei, Gunt.”

“Sim, senhor Gurgar…”

“Não vou ficar por muito tempo, não tenho tanta habilidade.”

“…”

“Estou aqui para falar com o meu discípulo, que não vejo há tempos. Beba um pouco e agradeça aos nobres que ajudaram o meu discípulo a ficar corajoso… e tudo voltará ao normal depois que terminar isso, então não faça essa cara de merda.”

“…”

“Vocês também. Ajeitem essas caras, não vai demorar.”

O homem mais poderoso no exército de Durkali, Mestre Khalifa, também chegou ao lado de Gunt. 

E não era só ele.

Outros orcs apareceram do outro lado, e eles incluíam o Grande Guerreiro Espiritual, Gorha, e os seus subordinados, uma força que apoiou Kuvar 17 anos atrás.

Embora inferior a Khalifa, tinha grande autoridade.

Com os assentos preenchidos por orcs de tão alto rank, o ar ficou pesado.

‘Ninguém aqui é comum…’ Airen Pareira, que olhava para os orcs, endureceu. Confirmando a reputação como o maior guerreiro depois de Karakum, a presença de Khalifa era imensa. O seu corpo parecia tão duro que nem mesmo uma agulha atravessaria a sua pele.

Gorha, conhecido como Grande Guerreiro Espiritual, também não parecia simples. No mundo humano, ele era subestimado como um espiritualista, mas parecia mais forte que especialistas.

‘Nunca pensei que veria o professor de Kuvar em uma situação tão caótica…’

Não, ele não pensou que poderia vê-lo em momento algum. Apesar de ele ter sido o melhor adivinho dos orcs com habilidades incríveis, Airen não podia imaginar que alguém morto iria aparecer.

Porém, era uma coisa boa.

Se um orc tão incrível pudesse ajudá-lo, quem sabe os seus sonhos pudessem ser interpretados. Talvez a identidade do homem dos seus sonhos pudesse ser descoberta!

Claro, era apenas um desejo. Nada era certo ainda.

Além disso, o que importava era como fazer um pedido para Gurgar em uma situação tão sufocante. No entanto, essa parte foi resolvida facilmente.

Gurgar se levantou lentamente e ficou em pé bem no centro, olhando para cada orc que veio. Então, olhou para o céu enquanto murmurava: “Estive trancado a minha vida toda.”

“…”

“Quando eu era jovem, vivia em um mundo com senso comum e, como eu era um pouco cabeça-dura, fui apanhado pelas regras da tribo. Pensei que seria relativamente livre quando me juntei, mas não era. Fiquei preso em sufocantes disputas políticas e mandei o meu único discípulo para longe. E depois morri.”

Uma reclamação.

Não era comum os mortos reclamarem.

Parecia que Gurgar, que disse essas palavras em voz alta, tinha mantido os seus sentimentos guardados e, como resultado, os rostos de Khalifa, que era como uma máscara de ferro, e de Gorha ficaram sutis.

Eles não podiam olhar para Gurgar, que os encarava, nos olhos, e todos tinham uma expressão amarga.

Gurgar olhou para eles por muito tempo.

Da boca de alguém que não tinha nada a temer, palavras caíram: “Todos que não foram convidados, saiam desse lugar.”

“…”

“Sei que é contra as regras ler o futuro de alguém que não seja Durkali, mas eu estou morto. E não quero estar vinculado às regras desse mundo por mais tempo.”

“…”

“Me deixem ser claro. O trabalho de hoje não fará dano algum à tribo. Não, pelo contrário, será uma grande bênção a Durkali e para toda a espécie orc, então espero que deixem de lado essas preocupações desnecessárias e saiam.”

Gurgar terminou de falar, balançou a mão e uma tenda apareceu. Enquanto entrava, disse: “Você aí, jovem homem.”

“Eu?…”

“Sim, o do cabelo azul. Venha aqui.”

Sentindo um encanto estranho na voz que o chamava, Bratt Lloyd seguiu Gurgar até a tenda que, apesar de parecer ser feita de um tecido fino, não permitia que uma voz pudesse ser ouvida de dentro. Como se estivesse isolada desse mundo.

Khalifa, que assistiu tudo, suspirou: “Vamos voltar.”

“Nós também…” Gorha fez o mesmo.

Os dois grupos, que chegaram juntos, também saíram juntos.

Todos os que foram deixados na montanha foram Kuvar e seus companheiros; Bratt, Judith, Ilya e Airen.

“Do que eles estão falando lá dentro?…”

“Bem.”

“…”

Os três jovens olhavam para a tenda com expressões curiosas. Olhando para eles, Kuvar tinha um estranho sorriso no rosto.

* * *

Ao mesmo tempo, Gurgar estava com Bratt Lloyd na sua frente.

“Agora, irei prever a parte mais importante para você.”

“O que é isso?…” Bratt perguntou, nervoso.

Ele não acreditava em adivinhação, mas agora tinha mudado de ideia. Era natural. Ele não era um idiota de mente estreita que não ouviria as palavras de um homem que acabou de voltar dos mortos.

‘E eu fosse mais novo, não teria ouvido, mas…’

Não mais.

Ele ouviu e esperou Gurgar falar, até que ouviu uma palavra: “Amor.”

Bratt Lloyd ponderou por um momento e assentiu enquanto respondia: “Você está certo.”


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