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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 166

O Caminho de Judith (1)
Por muito tempo, artistas marciais antigos buscaram força enfrentando muitos desafios e cometendo erros ao tentar se tornar mais poderosos. Às vezes, treinavam por longos períodos, compartilhavam seus conhecimentos com outros e enfrentavam demônios aterrorizantes.

Foi dessa forma que os seis passos da utilização de aura surgiram. Os passos criados pelos antigos heróis foram transmitidos ao longo de gerações dentro de famílias de espadachins e academias, adquirindo características únicas.

Claro, enquanto os humanos alcançavam esse progresso, os orcs também avançavam de forma independente. Eles não desempenharam um grande papel na criação do método grandioso de utilização de aura, mas utilizaram seu ‘elementalismo’ para desenvolver uma técnica única de manipulação de aura para eles. Assim como os humanos, os orcs também herdaram o conhecimento dos heróis antigos, chamando-o de a Arte dos Cinco.

“A Arte dos Cinco, diretamente dos grandes guerreiros de Durcali!”

Airen engoliu seco ao ouvir as palavras de Tarakhan. Ele não sabia muito sobre o assunto, já que tudo o que conhecia sobre os elementos vinha do que Khubaru lhe havia contado. Além disso, ele só ouvira falar sobre a Arte dos Cinco recentemente, durante essa viagem. No entanto, tinha certeza de que essa era uma grande oportunidade. A Arte dos Cinco permitira que Karakhan se tornasse um dos dez guerreiros mais fortes do continente.

“Eu sei que isso não funciona para qualquer um, mas…”

Khubaru certa vez lhe dissera que a Arte dos Cinco poderia envolver a utilização de aura, mas também exigia o uso do elementalismo. Portanto, era necessário ter talento para se comunicar com os elementos. Tarakhan provava isso. Ele era um chefe, mas sua aura não continha presença elemental. No entanto, Airen estava certo de que poderia controlar o elemento — metal — entre os cinco elementos.

“Eu também acabei controlando a estaca de ferro do homem.”

Seus olhos e coração estavam cheios de convicção. Mas Airen não era o único que sentia isso. Judith também olhava ansiosamente para Tarakhan desde que ouviu sobre a Arte dos Cinco.

“Eu preciso aprender isso!”

Ela não tinha certeza sobre água, terra, árvore e metal. Não se interessava por eles, mas o fogo era diferente. Desde que assistira à dança da espada de Ian na Academia de Espadachins de Krono, ela se esforçava para incorporar a força do fogo em sua técnica de espada. A natureza ardente do fogo era seu objetivo.

Outros também estavam interessados na oferta do chefe. Mesmo assim, Brett não conseguia deixar de ter um mau pressentimento.

“Será que os outros grandes guerreiros de Durcali concordariam com isso?”

Não haveria problema se Tarakhan e Karakhum tivessem poder absoluto sobre a tribo, pois, nesse caso, estariam acima da lei. Mas, pelo que Brett observou, os grandes guerreiros, semelhantes aos nobres no mundo humano, pareciam ter grande influência sobre a tribo. O que o Mestre Halifa e o Elementalista Gorha demonstraram apontava para isso. Não, o que Gunt e seus homens fizeram com Judith também comprovava isso. Nesse sentido, será que concordariam em entregar o segredo da Arte dos Cinco tão facilmente?

Foi então que o Mestre Halifa apareceu de repente diante deles. Ele não havia deixado a montanha, afinal. Mas não estava sozinho. Outros três orcs, incluindo Gunt, o acompanhavam, todos com expressões desconfortáveis. Tarakhan, Karakhum e todos os presentes se voltaram para Halifa, e ele começou a falar.

— Chefe, eu discordo dessa ideia.

— Por quê, Halifa? — perguntou Tarakhan.

— Quero perguntar a você, na verdade. Por que está tentando decidir uma questão tão importante sozinho? Estamos falando da Arte dos Cinco. Nossos grandes guerreiros passaram centenas de anos arriscando suas vidas para aperfeiçoar as habilidades de manipular aura e elementos. Como podemos simplesmente entregá-las a humanos que acabamos de conhecer?

— Eu não estou simplesmente entregando. E nossos heróis antigos nos ensinaram que a água apodrece se não fluir. Se tivéssemos apenas guardado nosso conhecimento, Durcali nunca teria florescido. Você não acha? Sabe que muitos orcs de outras tribos, humanos e até elfos às vezes compartilharam seus conhecimentos conosco. Eles nos deram algo equivalente à Arte dos Cinco.

Tarakhan e Halifa falavam na língua dos orcs, então ninguém, exceto Khubaru no grupo de Airen, entendia a conversa. Contudo, era fácil perceber que Halifa se opunha à ideia.

Judith começou a franzir o cenho. Ela entendia por que Halifa se oporia, mas isso não a impedia de se sentir desconfortável. Quase cuspiu no chão de irritação, mas se conteve ao perceber que isso atrapalharia os esforços de Tarakhan em defendê-los. No entanto, sentiu-se ainda mais desconfortável quando Gunt interveio, falando na língua comum.

— Chefe! As pessoas de quem você falou provaram ser grandes guerreiros. Mas esses aqui não provaram nada!

— E mesmo que haja dois mestres espadachins e um descendente de um herói antigo entre eles, Lloyd tem o direito… aquele espadachim de cabelos vermelhos não. Ela não provou nada e não hesitou em desonrar toda a raça dos orcs.

— Aquele desgraçado… — Judith murmurou baixinho, mas o suficiente para que Brett ouvisse. Talvez Halifa também tenha ouvido, mas o jovem de cabelos azuis não conseguiu conter Judith, pois ele mesmo estava ficando furioso com as palavras de Gunt. Ele lançou um olhar furioso para os orcs de Halifa, mas não pôde mudar a situação. Halifa ouviu seu terceiro filho e assentiu.

— Concordo com Gunt. Independentemente do que foi dito, é um fato que a espadachim humana não provou seu valor como guerreira.

— Gurgar me garantiu que esses quatro teriam um grande impacto no futuro de Durcali.

— Também considerarei isso. Então, por que não reunimos tudo isso e decidimos no Grande Conselho? Devemos ouvir o que outros elementalistas, incluindo Gorha, têm a dizer e, claro, consultar outros guerreiros.

Halifa agora falava na língua comum, enquanto Khubaru e os quatro aprendizes permaneciam em silêncio. Karakhum fechou os olhos, achando que não deveria intervir, já que não era mais o chefe. Tarakhan suspirou profundamente e assentiu antes de falar com todos.

— Realizaremos a reunião, então.

Logo após retornarem da montanha, o chefe convocou o conselho. Na reunião, onde todos os elites da tribo estavam reunidos, discutiram intensamente sobre ensinar a Arte dos Cinco e chegaram a uma decisão. Até mesmo o Elementalista Gorha, que era da facção oposta a Halifa, concordou. Decidiram ensinar a Arte dos Cinco para Airen Farreira e Illia Lindsay. Brett Lloyd, embora um pouco abaixo dos padrões deles, seria ensinado graças às palavras de Gurgar. Mas Judith precisava de mais, mesmo com o aval de Gurgar, e seria submetida a um teste para provar seu valor. Chamavam isso de o Desafio do Guerreiro, um evento honroso em que um guerreiro provava sua força lutando consecutivamente contra três grandes guerreiros. Todos ficaram preocupados por Judith ao ouvirem isso, mas ela apenas deu de ombros, rindo.

— Gurgar nos disse que o presente é para nós. Então…

“Tenho certeza de que também posso superar esse desafio.”

Todos assentiram às suas palavras.


Uma semana após o retorno de Gurgar da morte, em uma grande arena de batalha semelhante à Terra de Provação, o Desafio do Guerreiro foi iniciado para que Judith pudesse provar seus direitos. A atmosfera da arena era semelhante à da Terra de Provação, com tantos orcs enchendo os assentos para assistir à luta entre uma humana e os guerreiros da tribo. A única diferença era que, desta vez, todos torciam pelos guerreiros orcs.

— Não há como uma humana ser tão forte.

— Judith? Nunca ouvi falar desse nome. E ouvi dizer que ela é tão jovem.

— Não importa a idade. Ela está enfrentando os três filhos do Lorde Halifa. Você precisa de um mestre para derrotar todos os três.

— Não, nem mesmo um mestre humano teria chance.

— Claro! Orcs são muito mais poderosos no geral. Mesmo para um mestre seria difícil derrotar todos os três.

Diferentemente dos orcs errantes que se tornaram amigáveis com os humanos para sobreviver, os orcs do noroeste do continente desprezavam os humanos. Valorizavam a força física e zombavam dos corpos frágeis dos humanos. Mas isso não significava que os orcs se sentiam superiores.

A longa história provava o contrário, 400 anos atrás e também 150 anos atrás. Guerreiros orcs mataram tantos demônios e diabos que espalharam seus nomes valorosos pelo continente, mas sempre foram os humanos que desempenharam papéis vitais para encerrar as eras de conflito. Dion Lindsay, o primeiro chefe da família Lindsay, foi quem matou o Rei Dragão Demônio, e o capitão dos Cavaleiros Brancos de Arvilius enviou três dos Sete Grandes Demônios de volta ao seu reino. E até agora, o guerreiro mais forte do continente não era um orc. Karakhum era famoso, mas não tinha a mesma notoriedade de Ian, Khun e Julius Hule. E isso fazia os orcs se sentirem inferiores. Assim, sentimentos de superioridade e inferioridade coexistiam em cada orc reunido ali. Eles expressavam sua raiva desnecessária contra a espadachim humana enfrentando os guerreiros da tribo.

— Gunt! Acabe com isso antes mesmo de precisar enfrentar seus irmãos!

— Lorde Gunt! Esmague ela!

— Gunt! Pahun! Garam! Quem quer que seja, acabem com ela!

— Sai daqui, humana!

— Buu!!

Parecia que nem um único orc torcia por Judith, mas havia um. Khubaru, observando a arena ao lado de Tarakhan, desejava a vitória de Judith. Porém, apesar de seus pensamentos, ele não gostava da situação. Os grandes guerreiros que Judith estava prestes a enfrentar eram muito poderosos.

“Os três filhos do Mestre Halifa… ouvi dizer que todos estão no ápice do nível de especialistas.”

Ele ouvira que o filho mais velho, Garam, era tão forte que estava quase no nível de mestre. Era difícil acreditar que Judith conseguiria derrotar os três consecutivamente. E o pior era que a luta seria sem armas. Diferentemente dos espadachins humanos, os orcs treinavam combate corpo a corpo desde jovens. Pensando nisso, Khubaru lembrou-se de seu professor e fechou os olhos, rezando para que a humana de cabelos vermelhos superasse esse desafio.

— Hmph!

Enquanto isso, Gunt subia ao palco para o primeiro confronto. Seus grandes olhos encararam Judith. Ele sabia que não poderia subestimá-la, mas orcs eram especialistas em combates corpo a corpo. Além disso, eles estavam em categorias de peso diferentes. Gunt estava certo de sua vitória e falou com um sorriso presunçoso.

— Vou mostrar o que é um guerreiro de verdade.

Judith não respondeu. Apenas levantou os punhos, preparando-se. Gunt riu. Ela não parecia tão ruim, mas tampouco parecia intimidante com seu pequeno físico. Ele lambeu os lábios inferiores, preparou-se, e o árbitro deu o sinal para começar a luta. Gunt abaixou o corpo e avançou para esmagar Judith. Gritos entusiasmados irromperam nas arquibancadas, mas silenciaram imediatamente.

Judith fingiu recuar e, então, avançou, atingindo Gunt com o joelho. Ele cambaleou, quase caindo para trás, mas rapidamente recuou. Seu pescoço grosso e mandíbulas fortes o protegeram de desmaiar, mas o ataque certamente o feriu, e Judith não perdeu a oportunidade. Ela avançou rapidamente enquanto Gunt tentava atingi-la com um soco poderoso. Mas nenhum golpe a alcançou, enquanto Judith se moveu para suas costas e começou a sufocá-lo. E isso foi tudo. Gunt resistiu por um segundo antes de cair no chão.

O silêncio tomou conta da arena. E naquele silêncio mortal, Judith sussurrou ao ouvido de Gunt.

— Então, o que você dizia sobre um guerreiro de verdade, seu cabeça de merda?

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