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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 168

Técnica Divina de Cinco Espíritos (1)

Um lugar silencioso.

Mestre Khalifa fechou os olhos no espaço escuro onde não havia uma única luz acesa. Sentado de pernas cruzadas, a sua postura era ereta, com a sola de ambos os pés voltadas para o céu.

Muitos humanos sabiam que essa pose era um método de treino usado pelas pessoas no Reino Sagrado, mas estavam errados.

Ela pertencia aos orcs.

Os espíritos costumavam se imergir enquanto os orcs meditavam, e ela servia como uma passagem que expunha o corpo para todas as cinco formas de espíritos e energia no ar.

No nível atual de Mestre Khalifa, não tinha por que fazer isso. Apenas tomava posição porque era confortável para ele.

Na sua mente, a imagem da humana de cabeça vermelha surgiu.

‘A batalha de guerreiros.’

Uma luta que poderia nunca ter sido vista no mundo de hoje. Não pôde ser vista mesmo décadas antes.

Depois da Grande Guerra de 150 anos antes, os demônios desapareceram, mas os seres demoníacos foram deixados para trás. Para proteger a tribo dessas criaturas, os orcs arriscaram as suas vidas constantemente e os sobreviventes foram chamados guerreiros.

Não havia necessidade de se ter um teste diferente para se tornar um guerreiro de alto nível como agora. Toda batalha sobrevivida era um teste no passado.

E, agora, os demônios se foram, e as suas sementes foram removidas. Nesses dias, o único perigo que sondava o continente eram os ladrões, bandidos e monstros.

Os orcs de hoje nunca seriam como os “verdadeiros guerreiros” do passado.

‘Não. Essa é só uma desculpa.’

Não havia nada para ver e aprender?

Mas não era só isso. O continente era pacífico e bem amplo, com muitos espadachins espalhados por toda parte, prontos para saírem e ver novas coisas pelo mundo.

Esse era o caso dos jovens Ian e Ignet, que vieram visitar a tribo Durkali alguns anos antes. E os quatro humanos que estavam ali também cresceriam rápido, já que estavam experimentando inúmeras coisas pelo mundo.

Khalifa sabia que viver dentro da tribo era como a água em uma poça, ou um sapo no fundo do poço, e viver da glória dos seus ancestrais… era errado. Mas não parecia ser culpa de ninguém mais.

Não. Era culpa deles mesmos.

‘Eu preciso reeducar os meus filhos.’ Khalifa se levantou.

Garam, Pahan e Gunt, e mesmo ele próprio. Todos precisavam mudar a sua forma de pensar. Era necessário deixar de lado os assuntos da tribo por um tempo e começar a focar nos seus deveres como guerreiros. E o treinamento para isso deveria começar o mais rápido possível.

Mas não hoje.

Ele se lembrou da mulher de cabelo vermelho e foi na direção da montanha de trás da fortaleza, muito mais íngreme que a qual repousavam os restos de Gurgar. No entanto, a energia espiritual do túmulo do velho mestre era mais densa.

Demorou um longo tempo até que organizasse os seus pensamentos, mas ele se moveu rápido.

Para ele, que era um dos Mestres mais fortes, as condições e o caminho da montanha não eram tão incômodos.

Khalifa chegou ao seu destino em um instante, e ficou chocado com o que viu: havia muito mais orcs ali do que o esperado.

“Uh, você está aqui?”

“Já faz um tempo.”

“Você viu os seus filhos serem derrotados, tá se sentindo meio deprimido?”

“…”

As palavras vinham dos guerreiros mais velhos de Durkali.

Vendo os anciãos muito mais velhos que ele próprio dizendo essas coisas para irritá-lo, Khalifa caiu em uma gargalhada.

‘É, acho que eles não conseguiram se aguentar.’

* * *

Uma semana depois da provação.

Airen e o seu grupo finalmente subiram a montanha sagrada para aprender a Técnica dos Cinco Espíritos Divinos.

O plano original era que eles aprenderiam a técnica e sairiam, mas isso teve que ser adiado, uma vez que Judith mal conseguia se mexer depois da luta.

E, graças à escalada depois da luta, o corpo da garota ainda não estava em suas melhores condições.

“Ugh, que resistente!”

Ainda assim, Judith subiu a montanha íngreme sem ajuda alguma.

Alguns poderiam até chamá-la de boba, mas esse tipo de convicção era a fundação de todo o seu ser.

O resto do grupo, que a conhecia melhor do que ninguém, só falou com ela quando chegaram ao destino.

“Bom trabalho.”

“Muito bem.”

“Muito bem o quê? Era melhor…” Os olhos de Judith foram de um lado ao outro, porque viu mais orcs.

Era natural ver Karakum, Tarakan e Kuvar, já que eram aqueles que ficaram com o grupo desde o começo, mas por que o mestre Khalifa estava ali?

E isso não era tudo.

Havia alguns orcs cheios de rugas que ela nunca tinha visto antes entre os presentes. Apesar de serem de diferentes raças, ela sentiu que eles eram velhos. E, embora nem todos estivesse olhando para ela, a maioria estava.

“Não fique assim, Judith. É tudo porque as suas lutas foram impressionantes.”

“Minhas lutas?”

“Isso. Depois de serem estimulados pela sua batalha impetuosa — coisa que não acontecia há tempos —, eles disseram que queriam ver a ‘Técnica dos Cinco Espíritos’ ser realizada. Como você pode ver, eles são os anciãos da tribo. Além disso, também são conhecidos como os seres que masterizaram a Técnica Divina dos Cinco Espíritos, então não podemos recusar a presença deles aqui.”

“…”

“Por quê? É muito incômodo?” Kuvar, que se aproximou dela, perguntou com voz baixa.

Judith permaneceu em silêncio por um momento e olhou para os olhos dos orcs que olhava para ela.

Velhos e fracos, alguns doentes, e outros mal conseguiam parar em pé.

Mas ela sentiu.

Ela sentiu o quanto de determinação havia nos olhos deles.

E não só neles.

Grande guerreiro Karakum, que era tido como ídolo pelos orcs. O filho dele, Tarakan, que chegou a um nível como o de mestre com pouca idade. Gorha, o guerreiro que não mostrou interesse apesar de se encontrar com ela inúmeras vezes; e Mestre Khalifa, que não gostava dela. Todos os gigantes que formavam a fundação da tribo estavam olhando para ela em antecipação.

Nesse momento, o peito de Judith estava flamejante, queimando.

‘Eles estão olhando para mim.’

Sim.

Todos estavam olhando para ela.

No mundo humano, quando essas pessoas eram reconhecidas, todo o seu grupo era exaltado. Mas, aqui, ninguém estava olhando para Airen, Bratt ou Ilya. Estavam todos olhando para ela.

Esse fato animou muito Judith: Era um fogo diferente do que sentiu quando lutou contra Gunt e Garam.

Ela exalou e andou na direção de Gorha. Com uma expressão orgulhosa, estendeu a mão para o jarro que ele segurava.

Ritual Durkali dos Cinco Espíritos.

Um procedimento para descobrir qual espírito era mais adequado para ela. Um método simples, em que tudo o que o usuário precisava fazer era tirar a energia espiritual de dentro do jarro e jogar no chão depois de controlá-la.

Pela semana que passou, ela ouviu inúmeras explicações sobre isso.

Uma pessoa comum teria ficado cheia de expectativas com os numerosos gigantes da comunidade orc, mas não era o caso de Judith.

Ela tinha o coração quente.

E, com um peito ainda mais quente, ela agarrou a energia de dentro do jarro e a jogou no chão.

Os anciãos exclamaram quando viram o fogo ardente.

Alguns dos orcs presentes não conseguiram nem isso, ficando de olhos escancarados em choque.

Estava feito, mas o que eles não sabiam era que a afinidade de Judith com o fogo tinha ultrapassado todos os limites conhecidos.

As chamas que ela jogou não pararam ali, mas pareciam se espalhar ainda mais pelo céu e pelos lados da montanha. Mas, quando Gorha estalou os dedos, uma barreira de água se formou e apagou o fogo.

A sua expressão não era diferente das dos anciãos.

Percebendo isso, Judith perguntou para Kuvar: “Tá tudo bem?”

“Eu… também não tenho certeza… mas deve estar tudo certo. Se for pensar no tamanho do fogo que você produziu… não era pequeno, nem tinha problemas. Acho que eles estão assim porque era muito grande.”

“Mas eu tenho talento para usar a técnica, né?”

“Claro. Sem talento, a energia não teria sequer sido formada na jarra. Mas… o fogo era muito grande. Não tenho ideia de que tipo de treinamento você precisaria para lidar com ele da forma certa.”

“Hum, é mesmo?” Judith ficou despreocupada com as palavras de Kuvar.

Mas não é como se ela estivesse indiferente, era mais que estava lutando para suprimir o sorriso que estava se formando nos seus lábios.

‘Fofa.’ Apenas Bratt Lloyd entendeu as verdadeiras emoções da garota. Mas não mostrou nada no rosto e, por sorte, ninguém estava olhando para ele.

A maioria dos orcs ainda estava falando uns com os outros sem tirar os olhos de Judith.

“dlrj gotjrgoqhkdi qufrj djqtsmsep gkdtkd dktlefkrhdy?”

“rmfoeh akrtkd dkaneh dksgownaus tjdnsglkrlsgkslek.”

“dlqsdeoh wkf qnxkremflqsek…!”

“…!” Mestre Khalifa estava na mesma. Embora não falasse como os outros, era o mais chocado com o fogo controlado por ela.

Ele parecia ter o mesmo pensamento de Kuvar: também não tinha ideia de como ensiná-la a controlar isso.

‘Nesse nível, não é só ensinar a técnica pra eles, vão precisar das habilidades para ajudar a controlar os espíritos também…’

Quando Khalifa estava perdido em pensamentos, os olhos de Gorha mudaram.

Ao contrário dos outros orcs, os seus olhos viram outro lado do poder de Judith, o mesmo aconteceu com Karakum. Mas eles estavam em dúvidas, então olharam ao redor.

Mas não foi só isso.

Não eram muitos, mas alguns dos orcs olharam para a mesma direção de Gorha e Karakum. Vendo que todos tinham a mesma dúvida, ele pensou em uma palavra.

‘Espiritualista.’

Normalmente, os Espiritualistas não usavam os espíritos para lutar, mas os tinham como base energética para lutas.

Vendo os olhares de todos, que poderiam capturar até os mínimos detalhes, Khalifa também virou a sua cabeça para o mesmo ponto que os outros.

Airen Pareira.

Um monstro que atingiu o nível de Mestre aos 20 anos.

No entanto, era um humano em quem nunca pensaram e não tinha um talento espiritual inato, então ninguém prestou muita atenção à sua posição atual.

“Airen Pareira.”

“Sim.”

“Você é o próximo. Está preparado?” Gorha chamou por ele.

“Sim.”

Khalifa sabia o que estava acontecendo. Embora o outro estivesse tentando esconder, a sua voz denunciava muitas emoções.

Parecia o jeito como olhava para Judith.

Não, talvez…

Foi quando eles estavam todos perdidos em pensamentos.

Os seus movimentos foram um pouco mais lentos que os de Judith, mas carregavam mais peso. O espadachim loiro que se move adiante colocou a sua mão no jarro.

Não era tão rápido quanto Judith.

Como se tivesse encontrado alguma coisa, os seus movimentos deram umas travadas e, então, parou. Depois disso, ele fechou os olhos, como se pensasse em alguma coisa.

Por sorte, isso não demorou muito.

Airen, que assentiu brevemente, talvez por ter resolvido as preocupações no seu coração, finalmente abriu os olhos.

Por um breve momento, Khalifa sentiu como se algo quente e duro estivesse à sua frente.

E ele não olhou para o humano por muito tempo.

Ao contrário do fogo de Judith, o dessa vez era gentil e calmo. E uma grande estaca de ferro lentamente surgiu do meio dele.

Depois de receber o calor da chama gentil, a estaca logo tomou a forma de uma espada, brilhando em um vermelho que competia com o sol poente.

Não, não era o pôr-do-sol.

Olhando para a grande espada, que espalhava uma luz ofuscante em todas as direções, Khalifa e os outros orcs engoliram em seco.

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