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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 169

Técnica Divina de Cinco Espíritos (2)

A cerimônia dos Cinco Espíritos era principalmente para aqueles que nunca estiveram em contato com os espíritos. Apenas aqueles que sabiam dos espíritos a fariam. Isso para saberem no que ainda estavam ruins e em que eram bons.

Naturalmente, se pessoas de fora que nunca ouviram falar de espíritos participassem, os resultados poderiam sofrer interferência.

Seria geralmente uma poça de água bem pequena, ou uma chama do tamanho de um punho que some logo em seguida, ou um metal tão pequeno quanto uma pedrinha…

No entanto, o despertar de Airen não foi assim.

Metal e fogo.

Não era incomum dois espíritos apareceram ao mesmo tempo, mas o tamanho deles era enorme. Uma estaca de ferro gigantesca, que podia furar o céu, e um fogo tão forte que deixava difícil de se acreditar que Airen não teve contato com espíritos antes.

No entanto, o mais marcante era que ambos estavam separados.

‘As chamas moldaram o metal; De uma forma grosseira, para uma espada usável…’

Fogo-e-metal.

Assistir a maravilhosa visão — o talento mostrado por Airen que indicava que era capaz de controlar ambos, fogo e metal — com os próprios olhos, fez mesmo Gorha ficar atônito.

E não só ele. Kuvar, Karakum e os outros também ficaram extremamente atordoados. Não, todos os presentes ficaram estupefatos pelo que viram.

“Hmm…” Essa foi a primeira coisa dita por Gorha depois de testemunhar isso. Ele era o mais destacado em manejo de espíritos da tribo Durkali, e era aquele que sempre liderou a cerimônia. Mas, mesmo assim, não foi capaz de organizar os pensamentos e falar.

O que saiu da boca de Gorha depois de um tempo não foi uma explicação, mas uma pergunta: “Você… aprendeu sobre espíritos antes?”

“Ouvi sobre eles do Senhor Kuvar.”

“Kuvar, você ensinou o humano sobre espíritos?”

“Não. O máximo que falei foi para compreensão geral e só dei conselhos sobre os Cinco Espíritos para comparação, mas isso… isso é inesperado.” Kuvar assentiu enquanto falava isso. Ele sabia que Airen era especial.

Era um milagre que não poderia ser visto em humanos normais. Kuvar sabia disso desde que viu as labaredas queimando no coração dele por causa de umas poucas palavras gentis e a vontade de Airen em salvar um humano que tinha perdido o seu caminho em Eisenmarkt.

No entanto, Karakum e Khalifa, que masterizaram a técnica, nunca sonharam que Airen poderia ser assim.

Karakum, que ouviu Khalifa, disse: “Penso que a transmissão da técnica deveria ser feita para ambos espíritos…”

Com isso, todos assentiram.

Uma pessoa que nada sabia sobre usar espíritos ou sobre técnicas do tipo capaz de manipular dois de uma vez. Era como se Airen tivesse construído uma relação com eles e aprendido tudo de uma maneira completamente diferente. Em outras palavras, significava que os orcs também poderiam obter novos conhecimentos sobre os espíritos através desse jovem homem.

Os orcs que entenderam isso agora pensavam que foi muita sorte que a humana Judith superou a provação. De outra forma, eles não teriam vindo e a tribo não teria presenciado essa situação absurda.

‘Gurgar estava mesmo certo. O crescimento desses humanos vai ser de grande ajuda para a tribo…’ Mestre Khalifa pensou em segredo. Alguns orcs olhavam para ele e sorriam, como se soubessem o que se passava na sua cabeça.

Mas isso apenas os orcs.

Judith não tinha interesse nesse tipo de coisa. Emoções complexas estavam se passando na sua cabeça. O seu olhar — quente como um vulcão — se virou para Airen, que estava perplexo.

‘Esse maluco desgraçado.’

Era chocante. Como ele continuava a mostrar coisas inesperadas toda vez? O coração dela não era grande o suficiente para comemorar a conquista do amigo.

Para ser honesta, se sentiu meio ofendida. Assim como na última vez, sentimentos de inferioridade, ciúmes e inveja surgiram. Mas, ao contrário de antes, ela não tentou frear essas emoções.

Fechando os olhos, derramou todos os sentimentos negativos sentidos em um caldeirão quente presente no seu coração. E eles se derreteram em um fogo aterrorizante que queimou no seu coração. E, assim, ele renasceu com uma única emoção chamada “espírito de luta”.

Finalmente, ela era capaz de olhar para o amigo com confiança.

Olhando para Airen com olhos ardentes, disse: “O meu era maior.”

“Hã?”

“O tamanho da chama. Não quero saber do resto, nunca vou perder se for sobre fogo. Depois de aprender essa Técnica dos Cinco Espíritos Divinos, vou te mostrar como se usa uma espada quente o suficiente pra te queimar.”

“Ok…” Airen sorriu e pegou na mão de Judith, que estava pronta para um aperto de mãos.

Vendo isso, os orcs sorriram. Era tão bom ver guerreiros que competiam entre si se ajudando…

No entanto, quem estava mais feliz era ninguém menos que Bratt Lloyd.

‘Estou orgulhoso de você.’

Ele conhecia Judith melhor que qualquer um, e sabia quão horrível era a sua personalidade. Mas, além disso, ultimamente ela estava ficando depressiva. Depois de encontrar Airen e Ilya, a sua expressão ficava complicada.

Mesmo que a conhecesse melhor que os outros, ele não conseguia achar uma forma de ajudá-la. Então, Bratt se sentia mal constantemente.

No entanto, depois da luta contra os orcs, Judith mudou. Embora os sentimentos ainda estivessem ali, parecia que ela foi capaz de superar o que a consumia da sua própria maneira única.

‘Estou mesmo feliz.’ Uma expressão parecida surgiu no rosto de Bratt.

Ele achava Judith fofa, mas isso era algo que os outros presentes não entenderiam. E ele não manteve essa expressão por muito tempo, por ser uma pessoa fria e equilibrada.

No entanto, dessa vez ele perdeu o timing.

Ilya Lindsay soltou um palavrão enquanto olhava para Bratt e todos do grupo de Airen olharam para ela. Lulu até derrubou a bola de fios que segurava, fazendo-a rolar pelo chão enquanto se desfiava.

Eles não tinham escolha além de ficar chocados. Em primeiro lugar, Ilya não era o tipo de pessoa que falava muito e nunca falou mal dos outros antes. Era natural para alguém se chocar quando alguém assim falasse palavrões do tipo.

Airen perguntou: “O-o que aconteceu?”

“O que foi?” Mesmo Judith olhou para Ilya, claramente chocada.

Depois de um momento, ela deu um passo à frente e disse: “Eu… quero fazer o teste.”

Apenas Bratt não interrogou Ilya. E, depois disso, o teste dos dois começou sem mais perguntas.

“Uhm, de fato, a maior parte dos jovens parece ser adepta do fogo.”

“Oh oh… é água. E bastante ainda…”

Depois de Ilya veio Bratt. Ilya pegou fogo e Bratt, água. Embora em menor quantidade que Judith e Airen, Gorha se surpreendeu com o tanto de água, que poderia ser considerado incrível dentro da tribo.

Finalmente, Lulu colocou a mão dentro da água, mas nada aconteceu.

“Não sei se é por que você é uma gata ou por ser uma feiticeira, mas não acho que tenha talento…”

“Tudo bem. Sou só uma feiticeira e tá tudo bem.” Lulu respondeu corajosamente.

De certa forma, todos os membros do grupo — exceto ela — descobriram que espíritos poderiam usar e isso foi bem mais que o esperado.

Os anciões orc voltaram, as suas caras satisfeitas mostravam que o que tinham visto foi muito satisfatório e que estavam felizes. E Tarakan, junto com Khalifa, saíram para os seus respectivos trabalhos.

Kuvar Também saiu, para o túmulo do seu professor.

Então, os orcs restantes foram Gorha e Karakum.

Depois de um certo tempo, depois que todos se foram, Karakum falou para Airen: “Airen Pareira.”

“Sim.”

“Me siga.”

“Sim.”

“Gorha, vou ensinar esse aqui.”

“Entendi. Não vou reclamar, você é o melhor com metal… Vou cuidar dos outros aqui.”

Depois de uma longa pausa, Gorha olhou para Judith. Como um mago que encontrou o seu próximo objeto de teste interessante, os seus olhos brilhavam de curiosidade o que a deixou incomodada. Claro, isso não a assustou.

“Por favor, quero ficar mais forte que Airen.”

“Haha. Não posso dar certeza, mas em habilidades com espíritos, sou o melhor professor por aqui.”

Judith pareceu sorrir, o que atordoou Gorha.

Bratt calou a boca, sem falar nada, e Ilya se concentrou nas palavras do orc.

Karakum disse para Airen, que estava assistindo-os: “Ouvi coisas de Kuvar, sobre como você possui metal e fogo…”

“Sim.”

“Ele disse que você nasceu com um grande bloco de metal, que era incompreensivelmente forte. E para dar forma e controlá-lo, você foi em uma jornada para encontrar uma chama para acendê-lo.”

“Bem isso.”

“É incrível… como você conseguiu chegar a tal nível usando só a mente, sem a ajuda de um professor para te mostrar a técnica?” Eram palavras sinceras.

Dava para entender até certo ponto que os espíritos eram naturalmente fortes. Mesmo entre os orcs esse tipo de coisa podia aparecer. Não chegavam no fogo impressionante de Judith, mas alguns dos melhores talentos da espécie orc como um todo tinham tanto talento quanto Bratt.

No entanto, sem um treinamento e ensinamentos frequentes, apenas com o poder da mente… Eles nunca viram um caso em que a energia faltante aumentasse tanto em apenas um ano.

‘Refinar sozinho o metal no seu coração, com as chamas que ele criou…’ Só pensar nisso era absurdo para Karakum.

Claro, isso não significava que ele se negaria a ensinar o garoto só por que ele mesmo não passou por isso. Pelo contrário, seria algo para ser grato; ensinaria alguém que poderia ampliar os seus horizontes.

Portanto, as suas palavras seguintes não foram as de um professor: “Manipule o metal como você faz normalmente.”

“Oi?”

“Não é isso o que você fez até agora? Já que você dominou o metal com a chama, o bloco deve parecer uma espada agora, certo?”

“Sim.”

Airen assentiu e Karakum continuou: “Geralmente, quando praticamos a Técnica dos Cinco Espíritos Divinos, seguimos a coexistência. Assim como a água sai do metal, uma árvore cresce da água, o fogo consome a árvore, as cinzas nascem do fogo e o metal se forma da sujeira. Assim, um espírito energiza o outro.”

“Entendo…”

“Mas é diferente para você. É como criar uma chama para controlar a forte aura do metal, mas não é ganha-ganha, mas uma luta pela dominância de um sobre o outro. E não é um caso comum, então tenho que tomar cuidado com a minha aproximação. Se possível, gostaria de ver como você tem feito, para te dar um conselho adequado. Para ser honesto, quero expandir os meus conhecimentos. Entende?”

“Acho que sim…”

“Então faça. Como fez antes.” Depois de falar, Karakum caiu sentado.

Ele parecia tão honesto que o rapaz pensou que ficaria assim por uma vida antes de começar. Depois de olhá-lo por um momento, Airen se sentou, cruzando as pernas.

Em seguida, mergulhou em meditação.

Fazia um longo tempo desde que treinou pela última vez, mas não parecia estranho para ele.

Conforme começou a se concentrar, uma grande espada surgiu na sua mente e uma chama a envolveu. A vontade de Airen continuou a atingir a espada, que se aqueceu.

Em um instante, um fluxo estável se estabeleceu. Mas ele sentiu que algo estava faltando, e logo entendeu o porquê.

Ele tinha visto a chama de Judith. Pensando nisso, lembrou da chama grande e quente.

‘Preciso de um fogo maior.’

Quando viu a chama de Judith, era como um grande prédio, enquanto a dele era apenas uma fogueira.

As labaredas de Airen se separaram e se moveram caoticamente.

‘Se eu puder juntá-las em uma ou ao menos achar uma chama principal, seria capaz de aproveitar mais do que agora…’

Uma chama maior era necessária para criar uma espada mais afiada. Dessa forma, o que brilhava no coração dele? Qual das fagulhas ali merecia ser a peça principal? Era a família que ele amava, quando aprendeu feitiçaria? A mudança de espírito que percebeu nas montanhas Alhad?

As perguntas fizeram Airen balançar a cabeça.

Vendo-o assim, Karakum o estudou em silêncio.

E, assim, duas horas se passaram.

Um guerreiro orc chegou ao lugar: “Uma mensagem do senhor Gurgar… disse que as preparações para conferir a vida passada estão completas.”

A notícia chegou antes do esperado, e todos viraram as cabeças para Airen Pareira.


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