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Release that Witch – Capítulo 202

O caminho para o desenvolvimento

Continuando a conversa com Petrov sobre o estabelecimento do Primeiro Exército em Forte Cancioneiro, Roland tomou um gole de chá e disse:

— Além disso, pretendo criar um sistema de educação básica em Forte Cancioneiro. A implementação e avaliação deste sistema será um teste para verificar se você está apto ou não para continuar a administrar o forte.

Ao ouvir a palavra “teste”, Petrov ficou mais atento do que nunca.

— Sistema de educação básica?

— Sim. — Roland assentiu com um sorriso.

Após a igreja ser destruída, com o Sumo Sacerdote morto e sua influência drasticamente enfraquecida, era um ótimo momento para dar início ao processo de implementação de um sistema que educasse o povo com a ciência, não com a religião. Obviamente, Roland não esperava transformar todos os fiéis em trabalhadores com mão de obra qualificada. Ele só esperava enfraquecer, ainda mais, a influência da Igreja. Caso a Cidade Sagrada quisesse se intrometer novamente em Forte Cancioneiro, Roland já tinha pensado em muitas maneiras de exterminar essa influência, tão pouco ele deixaria que eles construíssem um novo templo no forte.

— A educação básica deve ser acessível para todos os residentes de Forte Cancioneiro, desde que tenham menos de quarenta anos, independentemente de serem homens ou mulheres. O ensino inclui leitura e escrita, cálculo simples, disseminação do conhecimento natural e também educação de valores. — Roland acenou com a mão, pedindo para Petrov esperar para questioná-lo após ele terminar de falar — Que fique claro, o custo será deduzido do imposto pago a Vila Fronteiriça. A partir do próximo mês, você só precisa pagar vinte por cento do imposto. Os dez por cento restante serão utilizados como taxa para este sistema de educação básica. Com isso, você pode recrutar alguns estudiosos da Cidade Real de Castelo Cinza ou contratar nobres locais, cavaleiros ou escudeiros, mas essas pessoas não precisarão de tanto dinheiro. Dez por cento do imposto são pelo menos mil peças de ouro, então você tem que fazer muito mais do que apenas contratar pessoas com esse montante.

Depois de pensar por um momento, Petrov disse:

— Vossa Alteza está dizendo que eu deveria usar o dinheiro para motivar os civis a participar das aulas?

A mente desse rapaz é realmente muito afiada. —  Roland riu, então disse:

— Isso mesmo, com exceção das crianças, a maioria das pessoas tem que garantir seus sustentos ao longo do dia, então as aulas devem ser realizadas à noite, permitindo que eles trabalhem em período diurno. E, depois de um dia exaustivo, ninguém iria querer participar de aulas com o único objetivo de ouvir outras pessoas falando ao invés de simplesmente descansar, pois isso seria muito extenuante e chato. Também não podemos esquecer da energia necessária para aprender a ler e escrever. Logo, você precisa atraí-los com alguns meios para dar início ao aprendizado, como o fornecimento de um jantar com carne. Além disso, se eles forem capazes de aprender rapidamente, também poderiam receber uma recompensa monetária, etc. Claro, não podemos esquecer que uma sala de aula iluminada e espaçosa também é essencial. — Roland fez uma pausa e continuou — Em suma, você deve tentar todos os meios para popularizar as aulas e encorajar o povo a aprender, todos os civis do forte. Como eu disse, este é também o seu teste: após um ano, mais de cinquenta por cento da população de Forte Cancioneiro precisa estar alfabetizada.

— Mas, Vossa Alteza Real… — Petrov hesitou — Tanto os estudiosos da capital do Reino quanto os nobres daqui carecem de qualquer experiência básica em ensinar aos civis a ler e escrever, muito menos ensinar conhecimentos naturais e de valores. —  Petrov teve que ler devagar o conteúdo do pergaminho — Na verdade, eu mesmo não entendo bem estas palavras. Ao empregar essas pessoas, receio que o senhor não consiga alcançar o resultado desejado.

— Não se preocupe, já levei tudo isso em consideração. — Roland fez uma pausa — Vou enviar um grupo de funcionários da Prefeitura de Vila Fronteiriça para ajudá-lo na implementação do sistema de educação básica. Além disso, todos os livros que você precisar para a educação serão fornecidos por Vila Fronteiriça. Os funcionários já possuem uma grande experiência em como ensinar, de tal modo que já estão aptos a ensinar as pessoas em como ensinar os civis. Eles irão treinar os novos professores antes que estes comecem a dar aulas. Você entenderá tudo isso quando os trabalhos iniciarem, pois, os funcionários da Prefeitura irão realizar todos os arranjos específicos quando chegarem.

O Príncipe pensou que, se Petrov quisesse continuar no controle de Forte Cancioneiro, ele teria que ser ajudado pela equipe da Prefeitura. Dessa forma, as notícias de Forte Cancioneiro poderiam ser levadas até a vila pelos funcionários oficiais do Ministério da Educação.

Ao ver que Petrov não apresentou objeções, Roland começou a explicar:

— Em terceiro lugar, planejo construir uma estrada entre Forte Cancioneiro e Vila Fronteiriça para encurtar o tempo de viagem entre os dois locais, beneficiando os pedestres e caravanas.

— Vossa Alteza Real, nós já não temos uma estrada? — Petrov perguntou surpreso.

Um caminho cheio de barro, criado pela passagem de carroças, pode mesmo ser considerado uma estrada? — Roland pensou — Com uma largura menor que dois metros, cheia de lama em período de chuva e, além disso, com todos os seus buracos, nunca será adequado para carruagens mais velozes.

Roland balançou a cabeça.

— Eu quero construir uma estrada que possa acomodar pelo menos duas carruagens lado a lado. Uma estrada plana e reta, que não será coberta de água durante a chuva, exatamente como as estradas em Vila Fronteiriça.

— O senhor quer dizer uma estrada de cascalho? — O Duque em exercício parecia um pouco surpreso— Os custos de uma estrada não são baixos, exige que os pedreiros cortem as pedras e escolham as que têm o mesmo tamanho para, então, poderem ser usadas ​​em conjunto. Uma estrada de cascalho até Vila Fronteiriça custaria, pelo menos, cinco mil peças de ouro, e com o devido respeito, Vossa Alteza, nunca obteremos muito dinheiro sem um aumento de impostos.

— Forte Cancioneiro só precisa fornecer a mão de obra. — O Príncipe declarou sem rodeios — Você emitirá um aviso de recrutamento em toda a Região Oeste, não apenas em Forte Cancioneiro, incluindo todos os outros territórios dos nobres. O salário mensal será de seis peças de prata. Com esse montante, acredito que haverá muitos candidatos.

— Para o trabalhador, seis peças de prata realmente é um salário muito alto. — Petrov assentiu — O senhor pode me dizer quantas pessoas deseja recrutar?

— Pelo menos duas mil pessoas. —  Roland respondeu.

O custo mensal para esta quantidade de pessoas não é pouca coisa. Juntamente com pedreiros e trabalhadores de cascalho, aos olhos dos outros, definitivamente pode ser considerado um custo ridiculamente elevado. Poucos Lordes estariam dispostos a colocar seu dinheiro na construção de algo que, aparentemente, não proporcionaria benefícios e nem teria retorno. Este modo de pensar também poderia ser visto na expressão de Petrov. Mas agora, com Vila Fronteiriça podendo vender motores a vapor, e com o objetivo de manter o equilíbrio entre receitas e despesas, colocar o dinheiro restante na melhoria da infraestrutura seria, sem dúvida alguma, a melhor escolha a se fazer. Afinal, Roland nunca pretendeu armazenar todas as peças de ouro em um cofre, o que muitas vezes era o desejo de muitos dos recém-ricos.

A construção de uma estrada de alta qualidade que conecta Forte Cancioneiro a Vila Fronteiriça é um projeto de maior importância, não só para facilitar o comércio entre os dois lugares, mas também como um pré-requisito para a rápida implantação das forças armadas. — Roland pensou — Se a viagem for inconveniente, mesmo que eu receba a notícia de um ataque em Forte Cancioneiro o mais cedo possível, eu só conseguiria alcançar o forte em três dias. Temo que, se isso ocorresse, a bandeira do inimigo já estaria hasteada sobre a torre mais alta.

— Eu entendo. — Petrov disse.

— Agora que você tem muito a fazer, retornarei à Vila Fronteiriça. Faça um bom trabalho, Sr. Embaixador. Não me decepcione.

— O que o senhor planeja fazer com as pessoas na prisão, Vossa Alteza? — Petrov perguntou, depois de uma pausa.

Pela primeira vez, Roland não sabia o que responder, e depois de um momento de silêncio, ele falou:

— Mantenha-os lá. De qualquer forma, eles não poderão viver por muito tempo.


Embarcando em Vilazinha, o Príncipe começou sua viagem de volta para casa.

— O senhor não parece estar de bom humor. — Rouxinol disse depois de aparecer ao lado dele — É por causa dos civis?

— Todos foram forçados por Timothy. — Roland suspirou — Se eles não tivessem tomado essas pílulas, eles não agiriam como seus lacaios e não teriam que morrer em uma terra desconhecida.

— Isso não é culpa sua. — O Rouxinol estendeu a mão e segurou seu braço.

— Claro que não. — Roland disse sem hesitação — Se eu não os tivesse parado, Vila Fronteiriça se tornaria vítima do desejo de Timothy pelo poder. E, claro, a Igreja, que fabricou essas pílulas, também é culpada.

— Essa não é a razão pela qual o senhor vai destruir a Igreja? Para acabar com a disputa e para que as pessoas não mais precisem matar umas às outras sem motivos? — Rouxinol perguntou com um sorriso — Não importa se eles são pessoas comuns ou bruxas, sob seu governo, todos viverão uma vida feliz.

—… — Roland olhou para os olhos brilhantes de Rouxinol e gentilmente assentiu — Ah, isso é uma promessa.


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