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Release that Witch – Capítulo 275

Lucia e Rouxinol

Lucia cuidadosamente colocou três lingotes de ferro no chão do quarto. Ela fechou os olhos e respirou fundo enquanto relembrava os sentimentos de suas práticas passadas em sua mente antes de estender as mãos para liberar seu poder e envolver os lingotes. Esse era o método prático que Anna criou especialmente para ela, sendo que até mesmo os lingotes de ferro foram feitos especialmente por Anna. Os três lingotes continham composições diferentes, contendo prata, cobre, chumbo e outras impurezas. Sua tarefa era identificar os elementos que constituíam cada lingote, sem separá-los, além de encontrar o lingote com o maior teor de prata.

Isso significava que ela precisaria controlar o fluxo de poder mágico e usar sua habilidade em cada lingote de cada vez, com muito cuidado. Caso contrário, as impurezas seriam separadas e o lingote quebraria. Essa era a razão principal do porquê Lucia achava tão difícil controlar sua habilidade quando estava em Valência. Ela restauraria os produtos de papel, mas, devido à sua falta de compreensão de como a sua habilidade funcionava, bem como a falta de controle sobre seu poder, os resultados eram inconsistentes e às vezes catastróficos, com a maioria das matérias-primas de alguns papéis sendo refinada em água e gás.

A primeira lição que as bruxas lhe ensinaram quando veio pela primeira vez a Vila Fronteiriça, foi praticar o controle de seu poder mágico. Lucia não acreditava que o poder mágico invisível e intangível pudesse ser controlado com precisão até que Anna demonstrasse o controle que tinha com o comprimento de sua Chama-negra. Lucia, então, percebeu que estava completamente errada, pois Anna podia até controlar o quanto de poder mágico ela utilizava para modificar perfeitamente o tamanho e a espessura da Chama-negra.

— Irmã, você está começando a praticar de novo? — Ling se esticou para fora da cama enquanto perguntava curiosamente — A gente acabou de almoçar.

Lucia deu uma tremidinha e o lingote de ferro foi subitamente transformado em várias pilhas de pó.

— Aff, eu disse para você não me incomodar enquanto eu estivesse praticando minha habilidade. — Lucia deu um cascudinho na cabeça da irmã e continuou — Concentre-se no seu livro!

— Mas eu não entendo nada! — Ling disse com um beicinho — Eu não entendo o significado de metade das palavras. Ao contrário de você, eu não sei ler nem escrever.

— É por isso que você tem que ler mais. Muitas palavras têm estruturas similares. Mesmo que você não tenha visto antes, fica fácil adivinhar o que elas significam se você decorar algumas. Aprender a ler é assim, ficar familiarizada com as letras.

— Tudo bem. — Ling disse e voltou a estudar na cama.

Lucia, por conseguinte, voltou a focar no segundo lingote de ferro enquanto controlava lentamente o fluxo de seu poder mágico. Ela imaginou seu poder mágico como se fosse um envolto que cobria e envolvia completamente o lingote uniformemente.

— Oi, cheguei! — A porta de repente se abriu e uma mulher loira entrou no quarto — Humm, está praticando sua habilidade?

— Irmã Rouxinol! — Ling gritou de alegria.

O segundo lingote de ferro também foi transformado em pó.

Lucia suspirou e recolheu o último lingote e o resto dos outros lingotes do chão, percebendo que talvez seria melhor desistir por hoje.

— Aqui, isso é para você.

Um sorvete com um forte aroma de leite apareceu na frente dela.

— Obrigada. — Lucia respondeu, pegando o sorvete — Mas, não é só no chá da tarde que a gente pode tomar sorvete?

Rouxinol deu um tapinha no peito dela com orgulho e disse:

— Sim, mas isso é o que eu pedi como recompensa de Sua Alteza. Ah é mesmo, e eu peguei um pra você também. — Rouxinol disse enquanto entregava um sorvete para Ling.

— A irmã Rouxinol é a melhor das irmãs! — Ling disse toda sorridente.

Mas olha só que danadinha! Ela sempre me esquece quando recebe alguma coisa gostosa pra comer. — Lucia pensou.

No entanto, assim que Lucia deu uma mordiscada no sorvete, ela sentiu que, se fosse a irmã mais nova, provavelmente teria a mesma reação que Ling. O doce do mel e o leite do sorvete eram uma mistura incomparável na boca. O sabor fresco e refrescante combinava ambos os sabores e melhorava ainda mais a doçura. A sensação gelada ainda persistia em sua boca mesmo depois de engolir o sorvete.

Ninguém poderia resistir à essa sobremesa, especialmente no verão quente. Não é de se admirar que Sua Alteza apenas distribuía sorvetes durante o chá da tarde nos fins de semana. Essa sobremesa única provavelmente custaria muito caro, pois ela nunca tinha ouvido falar de alguma coisa assim antes.

Pensando nisso, Lucia não pôde deixar de perguntar:

— Como você conseguiu esse sorvete de Sua Alteza?

— Hehehe. — Rouxinol fez um beicinho — Sabe, eu consegui o terceiro lugar na avaliação, fiquei atrás somente de Wendy e de Ramos. No entanto, Sua Alteza pensou que eu não passaria, e na verdade eu consegui uma nota muito boa, então pedi a ele uma recompensa.

— Ah, entendi. — Lucia hesitou e disse — E você sabe quantos pontos eu tirei?

— Você tirou sessenta e oito, mas não lembro em qual lugar você ficou.

— Poxa, fui tão mal assim? — Lucia ficou deprimida.

Eu sei ler e escrever, mas parece que acertei um pouco mais que a metade. — Ela pensou.

— Não, você foi muito bem. — Rouxinol disse, afagando a cabeça de Lucia — Afinal, você só começou a frequentar as aulas há pouco tempo. Por isso que você não foi muito bem em Matemática e Ciência Natural, mas não tem problema, se tiver alguma dúvida, pode me perguntar.

— E eu? Posso perguntar também? — Ling levantou a mão.

— Mas é claro. — Rouxinol respondeu com um sorriso — Pode perguntar o que quiser.

— Quando eu conseguir me formar, eu vou poder escolher onde trabalhar?

— Ainda é cedo para você. Sua Alteza disse que a idade mínima para trabalhar é de catorze anos e você tem apenas dez, então não se preocupe com isso ainda. — Lucia respondeu olhando para sua irmã.

Só que a menina ainda estava relutante, e disse:

— Mas eu quero começar a ajudar você o quanto antes, irmã, porque assim que você casar e ter filhos, não vai ter dinheiro suficiente.

— E de quem você ouviu isso, menina? — Lucia disse com a mão na testa.

— Do papai. Ele sempre reclamava que faltava dinheiro pra criar a gente.

— Hahaha. — Rouxinol não conseguiu se segurar e gargalhou, perguntando a Ling — Tudo bem, então vamos supor que você começaria a trabalhar hoje. Sendo assim, para onde você iria?

— Para o laboratório de química! — Ling levantou a mão e disse — Quero ser uma alquimista, conseguir o título de sábia e ter a admiração e o elogio de todo mundo!

— Hã… é melhor não. — Rouxinol respondeu balançando a cabeça — O laboratório é muito perigoso.

— Perigoso? — Ambas as irmãs perguntaram, surpresas.

— Sim. — Rouxinol começou a explicar, fazendo gestos com as mãos — Olha, os alquimistas precisam trabalhar com ácido o tempo todo, e às vezes até mesmo ocorrem algumas explosões. Até mesmo o Alquimista-chefe não conseguiu evitar um acidente e explodiu quatro dedos. Se não fosse por Nana, o Sr. Kyle Sichi provavelmente nunca seria capaz de pegar frascos e outros equipamentos pelo resto da vida. — Ela fez uma pausa e continuou — E recentemente, Sua Alteza quis desenvolver uma nova pólvora que ele mesmo achava ser extremamente perigosa, então foi necessário fazer um laboratório separado só para isso.

— Ahh, e o que você aconselharia, irmã Rouxinol? — Lucia abraçou Ling e decidiu que não deixaria a irmã trabalhar em um lugar tão terrível.

— Humm, deixa eu pensar. Acredito que Ling pode trabalhar na Prefeitura e se tornar uma funcionária oficial do governo.

— Funcionária oficial? — Lucia repetiu.

— Cof, cof, isso… era isso que Sua Alteza estava murmurando. Em geral, é alguém com autoridade na Prefeitura. — Rouxinol tossiu duas vezes e continuou — O trabalho é bem tranquilo, estável, seguro e o pagamento é um pouco acima da média. Também tem boas perspectivas e o pagamento seria comparável ao das bruxas quando alguém se tornar um gerente de departamento.

— Ah, entendi. — Lucia disse, pensativa.

— Irmã Rouxinol, você gosta de Sua Alteza? — Ling perguntou — Você sempre fica falando “Sua Alteza” pra lá, “Sua Alteza” pra cá, e mamãe disse pra gente uma vez que quando a gente fica repetindo muito o nome de uma pessoa, é porque a gente gosta dela.

A pergunta de Ling surpreendeu Lucia.

Droga, como ela pode fazer essa pergunta tão descaradamente? Isso foi tão indelicado. Até mesmo amigos comuns não perguntam uma coisa dessas assim, na cara. Ainda mais Rouxinol, que é uma bruxa mais velha e respeitada. — Lucia pensou e rapidamente cobriu a boca de Ling, mas quando ela estava prestes a pedir desculpas, Rouxinol respondeu:

— Uhum, eu gosto dele.


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