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Release that Witch – Capítulo 298

Sonhos

— Eu não quero esperar mais. — Anna sussurrou — Especialmente depois de experimentar um encontro tão aterrador. — Ela fez uma pausa e continuou — Eu não quero ter arrependimentos.

— Entendi. — Roland disse, levantando Anna pela cintura e gentilmente colocando-a na cama. No entanto, uma ação tão simples o deixou sem fôlego. Ele retirou o cobertor e deitou-se na cama, com Anna repousando a cabeça em seu braço.

Agora vem… as preliminares? — Roland percebeu que também estava ficando nervoso — Não, eu não posso agir assim. Todo mundo sabe que “eu” sou uma pessoa experiente, então, como poderia ficar nervoso com uma garota? Acho que devo quebrar o gelo com uma conversa antes de partir para o ato… talvez algumas piadinhas de duplo sentido?

Enquanto ele estava duramente tentando pensar no que dizer, Anna disse suavemente:

— Naquele momento em que você me empurrou no balão, por acaso você pensou que poderia morrer?

Roland se assustou, pois não esperava que Anna fizesse essa pergunta.

— Eu fiz isso subconscientemente.

— Você é o governante do Reino de Castelo Cinza e a esperança das bruxas. — Ela sussurrou — Eu não mereço isso.

— Não é sobre o seu merecimento. — Roland disse com uma risada leve — Eu não podia simplesmente ver você sendo atacada e não fazer nada. Na verdade, eu pensei de novo nisso quando acordei. E mesmo se eu tivesse tempo para pensar e tudo não ocorresse tão de repente, ainda assim faria tudo do mesmo jeito.

— Eu não posso impedir você de fazer isso, não é?

— Não. — Roland beliscou o nariz dela com a outra mão.

Anna fez um olhar 43 e ficou quietinha por um momento, antes de dizer:

— Você poderia me contar sobre o seu passado… eu quero saber mais sobre você.

— O meu passado? — Roland respirou fundo.

Ele procurou na memória do antigo Príncipe Roland, mas ele parou quando estava prestes a contar algumas histórias engraçadas de quando vivera no palácio. Seu passado não pertence a este mundo, mas outro completamente diferente.

— Eu morava em uma cidade grande e era muito, muito grande.

— Sim, o Reino de Castelo Cinza é muitas vezes maior que Vila Fronteiriça.

— Eu não era diferente das outras pessoas, era espirituoso, mas não muito inteligente. Eu sempre fui elogiado pelo professor porque eu estudava muito, com bastante afinco, no entanto, ele não sabia que era eu quem rabiscava na parede.

— Claro, ele não se atreveria a culpar você. — Anna sussurrou suavemente.

— Haha, na verdade não, ele não precisava fazer nada comigo, só de contar para meus pais seria o suficiente. — Roland balançou a cabeça com um sorriso — Meus pais não tinham piedade quando me castigavam naquela época. Bem, conforme eu ia envelhecendo, meus professores também mudavam, passando de professores do primário até orientadores acadêmicos, e no final, terminei os meus estudos na média, sem muitas notas boas ou ruins. Para ser sincero, se fosse considerar todos os meus colegas, eu ainda assim era abaixo da média.

Com os olhos semicerrados, Roland estava lentamente contando a sua experiência, pois fazia muito tempo desde que ele experimentou uma conversa tão aberta e sincera. Ele estava interpretando o papel do Príncipe Roland desde que veio para este mundo, e ao contar suas histórias, ele sentiu como se tivesse voltado ao passado, em um clássico motel com a garota que ele gostava, compartilhando as histórias e peripécias de sua vida. Gradualmente, ele foi ficando mais à vontade e relaxado.

Será que agora é o próximo passo? — Ele pensou.

Roland virou ligeiramente a cabeça, mas descobriu que Anna já estava com os olhos fechados. Ele viu que o peito de Anna, que estava apoiado em seus braços, subia e descia lentamente, como uma gata adormecida.

Ele ficou surpreso e, em seguida, acabou rindo sem graça que só.

Entendi. Ela devia estar bastante cansada. — Ele pensou.

Roland se lembrou que, após a batalha com os demônios, as bruxas se esconderam em uma pequena caverna nas montanhas. Mesmo que o esconderijo ficasse em um lugar alto, elas ainda precisariam se proteger contra possíveis ataques de animais e das bestas demoníacas, então elas mal dormiram durante a noite. Na manhã seguinte, assim que o sol nasceu, elas já embarcaram novamente no Olho Celeste e continuaram sua viagem de volta para a vila. Assim que as bruxas chegaram, Anna passou a noite inteira cuidando dele em seu quarto. Obviamente, todo esse cansaço acumulado iria cobrar seu preço em algum momento, e nada melhor do que descansar quando se está relaxado.

Talvez ela tenha tomado essa decisão por estar ansiosa demais com tudo o que aconteceu. Embora Roland estivesse se sentindo desamparado neste momento, ele realmente não se importou com isso, pois eles ainda tinham um longo caminho pela frente.

Ele se inclinou para beijar as pálpebras de Anna e disse suavemente:

— Boa noite.


Quando a luz da manhã brilhou através da fenda da cortina para dentro do quarto, Sylvie se levantou da cama grande e bocejou algumas vezes.

A experiência desses poucos dias foi como um sonho inacreditável. Elas foram descobertas pelos demônios, travaram uma batalha no céu e finalmente conseguiram escapar e voltar em segurança para Vila Fronteiriça. Ela sentiu que nunca estivera tão nervosa e exausta, mesmo quando fora perseguida pelo Exército da Punição Divina da Igreja.

— Bom dia. — Wendy já havia se levantado, trocado de roupas e preparado uma bacia com água para lavar o rosto.

— Bom dia. — Sylvie assentiu — Você acorda muito cedo.

— Estou ficando velha. — Wendy sorriu — O tempo que preciso dormir para descansar está ficando cada vez menor.

— Hã? Já é de manhã? — Rouxinol esfregou os olhos — Parece que vou precisar tirar um cochilo à tarde.

— Você não dormiu bem na noite passada?

— Hum, é que eu sonhei muito.

Sylvie fez um biquinho desaprovando a atitude de Rouxinol, lembrando-se claramente que ela ficou invisível e se dirigiu ao terceiro andar do castelo, indo para lá e para cá na frente do quarto de Roland por muito tempo. Embora Sylvie não soubesse o que Rouxinol estava fazendo devido à sua habilidade especial, ela voltou muito tarde à noite.

— Ontem à noite, você não…

Rouxinol virou-se de repente e olhou para Sylvie, que estava prestes a abrir a boca. Percebendo aqueles olhos semicerrados e a intenção clara no rosto de Rouxinol, Sylvie não disse mais nada. A força da bruxa combatente mais forte da Associação Cooperativa das Bruxas era óbvia, e a cena de ela matar o demônio no ar como um fantasma fugaz ainda estava vívida em sua mente. Nem Lady Cinzas seria sua oponente se ela estivesse em Ilha Adormecida. Sylvie achou que era melhor parar de ser tão curiosa, após o aviso silencioso.

— O que aconteceu ontem à noite? — Wendy curiosamente perguntou.

— Coff, coff. — Sylvie tossiu — Eu ouvi ela roncar ontem a noite. Deve ser porque estava muito cansada após todos esses dias.

— É, deve ser. — Rouxinol deu de ombros e tirou sua camisola, revelando seu corpo bem delineado, e vestiu o sutiã dado por Sua Alteza.

Já Wendy estava tão acostumada com o sutiã que até mesmo recomendava para Sylvie ter um.

Sua Alteza Roland é realmente um homem assustador. — Sylvie pensou.

No entanto, Sylvie sentiu um calor em seu coração quando pensou nele desta vez. Ela presenciou um nobre disposto a ser ferido para defender uma bruxa.

Ela ficou comovida quando viu Roland empurrar Anna para receber o ataque em seu lugar, independentemente de sua segurança pessoal. As bruxas da Associação Cooperativa das Bruxas não eram controladas por ele, mas eram suas seguidoras e até mesmo podia-se dizer que eram… companheiras. Suas ações eram o suficiente para ela acreditar que ele realmente estava ao lado das bruxas, assim como Tilly Wimbledon.

Roland e Tilly poderiam ser capazes de estabelecer um novo reino sem distinção entre as bruxas e as pessoas comuns, se pudessem ficar juntos de mãos dadas e reunir as duas forças.

Ela decidiu escrever uma carta para Lady Tilly.

É maravilhoso que Sua Alteza Roland seja seu irmão.


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