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Release that Witch – Capítulo 326

Encontro

— É aqui que vocês atracaram da última vez? — Tilly perguntou enquanto olhava para aquela montanha enorme.

O Bela e Encantadora navegou para o oeste ao longo da costa desde que eles viram o litoral. Cinzas não pediu para o navio parar até que viu a praia rasa.

— Sim, olhe lá! — Cinzas apontou para o pico da montanha.

Seguindo a direção apontada por Cinzas, Tilly notou duas bandeiras laranja voando ao vento.

— Antes era somente uma praia, mas… aquelas duas bandeiras indicam que estamos indo na direção certa.

— É, eu me lembro disso também. — O velho Jack disse, sempre com o cachimbo na boca — Mas da última vez eles trouxeram um balão gigante para levá-las por cima do penhasco. Como vocês vão passar agora?

— Um balão gigante? — Tilly questionou curiosamente.

— Sim. Um balão que voa enquanto estiver cheio de gás quente. — Cinzas assentiu — Ouvi dizer que é invenção do Príncipe Roland. O gás quente no balão faz ele subir levando junto as pessoas que estão no cesto.

A Princesa Tilly parecia estar confusa quando ouviu a resposta de Cinzas. Após um breve momento, ela respondeu:

— Os tutores da corte não nos ensinaram essas coisas. — Ela suspirou, exalando um ar branco, devido ao frio, e continuou — De qualquer maneira, vou descobrir a resposta assim que pôr meus olhos nele. Vamos para a terra.

— Tem certeza de que não quer ficar no barco e esperar que ele te pegue? — O Capitão disse sacudindo o cachimbo — Como você planeja atravessar o penhasco?

— Shavi dá conta. — Tilly sorriu.

Como ninguém sabia exatamente o quão profundo era o leito marinho naturalmente formado, eles ancoraram o barco a uma distância segura e soltaram os botes de desembarque para levar as bruxas até a praia rasa.

Depois que eles pisarem na neve espessa, Tilly virou-se para o Jack Caolho e disse:

— Capitão, desculpe por tomar seu tempo, mas preciso que você fique aqui por três ou quatro dias. Preciso que você leve Lotus e as outras bruxas de volta a Ilha Adormecida.

— Tudo bem. — O Capitão disse — Não me atreveria a ir embora sem as bruxas a bordo. Só os Deuses sabem se os fantasmas do mar irão aparecer novamente.

Tilly caminhou em direção ao sopé do penhasco e voou até o topo com a ajuda da Pedra Mágica, observando seu entorno. O terreno atrás do penhasco tinha uma altitude muito mais elevada em relação à superfície da praia. Isso significava que elas não precisavam descer quando chegassem ao topo. Erguer as demais bruxas com a barreira mágica gastaria um poder mágico considerável de Shavi, mas com uma inclinação de aproximadamente 50º, não seria tão penoso assim. Tilly aterrissou devagar perto das outras quatro bruxas.

— Shavi, eu vou deixar as outras três para você.

— Sim, Lady Tilly. — Shavi riu enquanto dava dois tapinhas em seu peito.

Ela então convocou a barreira mágica. Depois de dois dias de descanso, Shavi já havia se recuperado do ataque violento daquele gigantesco monstro marinho. Esperando até que todas entrassem na barreira mágica, ela comandou seu poder mágico para levantá-las lentamente. Em pouco tempo, elas haviam cruzado o penhasco.

Sob a orientação de Cinzas, as bruxas levaram meio dia para finalmente chegar a Vila Fronteiriça.

Uma ponte de ferro de design único foi a primeira coisa que deixou Tilly surpresa. Apoiada apenas por dois pilares, a ponte cruzava aquele largo rio. Não havia decorações extras, exceto por vigas de ferro e pilares bem alinhados. O contraste da neve branca na ponte negra dava um toque excêntrico à primeira vista.

— Tão grande… — Brisa disse, assombrada — Quantos lingotes de ferro eles precisaram para forjar uma ponte tão grande?

— Que desperdício. Uma simples ponte flutuante seria suficiente para o transporte. Por que eles construíram uma ponte tão alta? — Cinzas comentou com desdém — Como Vila Fronteiriça é a última parada para navios mercantes, duvido que haja algum navio que vá até a nascente do rio para negociar.

— Você deve estar com problemas nos olhos. — Andrea disse, balançando o dedo indicador graciosamente — Até mesmo eu, que não sou do Reino de Castelo Cinza, consigo perceber o valor de toda essa floresta ao oeste. Acredito que seja apenas uma questão de tempo para construírem uma cidade lá. Marcar em direção à terra que não pertence a ninguém, é uma escolha sábia para expandir seus próprios domínios. Então, a ponte flutuante aparentemente simples e de baixo custo iria atrapalhar significativamente o transporte. Parece que o irmão de Lady Tilly possui uma visão muito melhor do que a sua.

Cinzas levantou as sobrancelhas e respondeu:

— Espere aí, não foi você que disse que ele era um nobre vulgar que gostava de cozinhar como civis bárbaros? Agora você está chamando ele de irmão de Lady Tilly, é isso?

— Olha, foi você que pôs na minha boca essas palavras, nobre vulgar. Eu não disse isso. — A bruxa loira disse, desviando o olhar desdenhosamente — E dizer que ele gosta de cozinhar como bárbaros não contradiz o fato de que ele consegue pensar no futuro. Aliás, pare de fazer fofocas na frente de Lady Tilly.

No entanto, Tilly prestou pouca atenção à briga. Ela olhou para o lado oposto do rio e notou algo incrível.

A neve caía incessantemente, baixando a temperatura como se fosse no inverno. Normalmente, os civis deveriam ficar em casa, reunidos em volta dos fogões ou cobertos de colchas. Poucas pessoas poderiam ser vistas nas ruas, até mesmo na Cidade Real de Castelo Cinza. Como o frio fazia as pessoas gastarem mais energia, todo mundo precisava comer mais para se aquecer. Havia também o perigo de pegar um resfriado se ficasse fora de casa. Assim, a maioria das pessoas reduziria suas atividades externas para poder ter mais chances de sobreviver ao inverno.

No entanto, não foi isso que ela testemunhou ao olhar para Vila Fronteiriça. A vila estava cheia de pessoas, e muitas delas estavam ocupadas fazendo algo. Alguns empurravam carrinhos e outros carregavam sacos grandes. Parecia que todos estavam com pressa e envolvidos em todos os tipos de trabalho. Tilly não encontrou nenhum supervisor segurando chicotes, então isso significava que eles estavam trabalhando por conta própria.

Como isso é possível? — Ela pensou.

Quando atravessaram a ponte, dois guardas equipados com lanças de aparência peculiar aproximaram-se delas. Eles usavam uniformes e pareciam estar cheios de energia, muito diferente das equipes de patrulha das outras cidades.

— Parem. Por que vocês estão vindo do sul? — Um dos guardas olhou para elas com cuidado por um momento — Espere, vocês são bruxas?

A pergunta deu a Tilly um leve choque. Ela já estava ciente de que as bruxas eram abertamente aceitas nesta vila, mas quando ela ouviu pessoas comuns fazendo essa pergunta em um tom tão calmo, seu coração acelerou e um calor se espalhou pelo seu corpo.

— Sim, somos bruxas. — Cinzas respondeu.

— Ah, vocês devem estar aqui então para se juntarem à União das Bruxas, né? — O guarda riu e continuou — Por favor, esperem um pouco. Vou reportar e volto já já.

— Hum? Não, espere, não é…

— Ótimo. Vamos esperar aqui. — Tilly interrompeu Cinzas — A propósito, se me permite, o que essas pessoas estão fazendo?

— Aquelas ali? Ah, elas estão ocupadas consertando as docas. A neve pegou a gente desprevenido e bagunçou tudo. Agora eu não sei o que exatamente estão fazendo, digo, cada uma delas especificamente.

Depois que o guarda saiu para reportar e o outro voltou ao seu posto, Cinzas perguntou incrédula a Tilly:

— Por que você não disse a ele quem você é?

— Você não está curiosa sobre como ele vai receber uma bruxa de outra cidade? — Tilly piscou.

Não demorou muito para que uma mulher alta e vestida de branco chegasse. Ela tinha cabelos loiros encaracolados e aparência impecável. Mesmo que Tilly não pudesse ver seu poder mágico, ela pôde sentir a natureza de seu poder, como se fosse exatamente uma lâmina afiada.

Não havia dúvida de que ela era uma bruxa combatente extremamente poderosa.

— Eu realmente pensei que haveria novas bruxas. Você não tinha voltado para Ilha Adormecida? — Ela disse.

A bruxa encarou Cinzas e depois deu uma bela olhada em cada uma das outras bruxas. Quando seus olhos finalmente focaram em Tilly, a bruxa demonstrou uma expressão surpresa por um momento, e rapidamente aquela aura aguda, que ela demonstrara anteriormente, desapareceu e foi substituída por uma aura calorosa igual água morna.

— Olá. Eu sou Rouxinol. — Ela assentiu e fez uma saudação a Tilly — Você deve ser Tilly Wimbledon, a irmã mais nova do Príncipe Roland.


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