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Release that Witch – Capítulo 343

A esperança de restaurar a ordem

— Minha lady, a muralha da cidade foi rompida. Receio que a Aliança não aguentará por muito tempo! Vamos sair daqui! — Kaff disse.

Ouvindo o som da luta que estava sendo travada do lado fora, ela foi para a sacada de sua alta torre e viu tênues luzes vermelhas que brilhavam através de nuvens escuras, parecendo estar encharcadas de sangue fresco e pegajoso.

— Mas minha irmã ainda não voltou. — Finalmente ela respondeu.

— Ela é uma guerreira da guarnição e não pode deixar sua posição sem permissão. — Kaff parecia cada vez mais ansioso — Se você morrer aqui, ela vai ficar extremamente decepcionada!

Hesitando por um longo tempo, ela assentiu e disse:

— Entendi.

As ruas estavam cheias de pessoas fugindo enquanto os guardas mantinham a ordem no meio da desgraça iminente. Em meio ao fluxo de pessoas, ela foi forçada a seguir na direção do portão sul. Kaff seguiu de perto ao lado dela o tempo todo, e até usou seu corpo robusto para protegê-la de ser esmagada pela multidão frenética.

Foi uma derrota esmagadora.

Este é o nosso fim? — Ela se perguntava enquanto olhava para a Torre de Babel, que era o edifício mais alto da cidade e o centro da Aliança. Demônios Voadores carregavam Demônios Frenéticos para o topo da torre e ocasionalmente alguns deles eram derrubados por raios. No entanto, a situação dificilmente iria melhorar, pois havia muitos demônios.

A Cidade Sagrada mais próspera das Planícies Férteis, depois de centenas de anos de desenvolvimento, provavelmente seria destruída hoje. Os esforços de várias gerações estavam caindo em ruínas, como o castelo de areia de uma criança, cuja criação exigiu uma tarde inteira, mas sua queda poderia acontecer em um piscar de olhos. Depois disso, a grandeza voltaria a afundar no caos e na desordem.


Passando pelo portão sul, eles descobriram que os demônios já estavam lá para atacá-los. Aqueles que ainda podiam lutar juntaram-se voluntariamente aos guardas no combate.

Com Demônios Frenéticos, Demônios Temíveis e Lordes do Inferno, os inimigos eram muito mais fortes que as pessoas comuns. Depois de uma rodada de ataque com lanças, dezenas de pessoas estavam estiradas no chão em poças de sangue. Algumas delas foram empaladas por lanças no estômago e suas tripas quentes caíram do corpo, sobre a neve no chão. Algumas ficaram gravemente feridas e tentavam conter o sangramento com as mãos, chorando copiosamente.

— Minha lady, aonde é que a senhora está indo? — Kaff a parou.

— Eu posso lutar. — Ela respirou fundo — Solte-me.

— Não, você é muito mais importante que eles. Você não pode… — Kaff insistiu.

— Me solta! — Ela usou seu poder mágico e um frio lacerante para livrar-se do aperto, e então ela se afastou sem olhar para trás. Vendo as máscaras ferozes e as armas sangrentas dos inimigos não muito longe dali, ela sentiu o estômago embrulhar com a visão. Apesar da cena horrível, ela decidiu lutar até a morte. Ela estava farta de se esconder na multidão. Como uma bruxa da Cidade Sagrada, ela acreditava que lutar era seu destino.

— Desapareçam!

Naquele momento, alguém gritou de um lado do campo de batalha. A próxima coisa que viram foi uma figura divina descendo do céu.

Ela estava lá de costas para todos, levantando uma longa espada na mão. Seu cabelo castanho-avermelhado balançava como uma chama e instantaneamente acendeu a esperança de todos.

— Ela é uma Guerreira Sagrada da Aliança!

— Ela é… uma Transcendente!

Bem acima da multidão exaltada, uma luz brotou da lâmina da Guerreira Sagrada e envolveu toda a sua espada em um feixe de luz dourada deslumbrante, brilhando como um sol nascente. A luz estonteante iluminou a terra e atravessou as nuvens, e nem mesmo as nuvens escuras com luzes vermelhas foram capazes de sobrepujá-la. Em um instante, o céu e a terra banhou-se com a luz dourada. Quando a luz tornou-se tão brilhante quanto o sol, ela saltou para a frente e brandiu sua espada na direção dos demônios que os atacavam.

Um profundo silêncio tomou conta da multidão.

Naquele momento, o tempo pareceu se estagnar. A sombra dos demônios, como o último vestígio de escuridão ao amanhecer, foi engolfada por uma luz esmagadora.

Os demônios, até os poderosos Demônios Frenéticos e Lordes do Inferno caíram sob a luz.

Quando a bruxa da Cidade Sagrada abriu os olhos novamente, ela só viu uma terra arrasada, e os demônios que os enfrentavam agora desapareceram, como se nunca tivessem existido.

Vendo isso, os outros demônios se retiraram espontaneamente. À medida que mais e mais Guerreiras Sagradas chegavam para caçar os demônios, o cerco foi erguido novamente.

— Saiam daqui o mais rápido possível! — A bruxa com a espada disse em voz alta. Ela parecia exausta e estava de joelhos, recuperando o fôlego — Vão, agora!

— Mas… minha lady, para onde iremos? — Alguém na multidão perguntou.

Boa pergunta, para onde podemos ir? — Ela tentava encontrar uma resposta em suas lembranças. A última Cidade Sagrada caíra agora, e dezenas de milhares de vidas humanas haviam sido destruídas. As bruxas fizeram tudo ao seu alcance, tentando vencer, mas ainda tiveram que enfrentar sua derrota.

— Não desistam. Nunca! Ainda temos esperança! — A bruxa ruiva disse com firmeza — Atravessem as montanhas e os rios em direção às Terras Bárbaras.

— Mas há apenas alguns moradores rurais lá. — Alguém disse.

— Lá podemos restaurar a ordem. Enquanto pudermos sobreviver, testemunharemos o dia de nossa vitória! — A Transcendente disse.


— Minha lady, por que você não vai com eles? — Kaff perguntou.

Como uma bruxa da Cidade Sagrada, ela saiu da multidão e se dirigiu ao oeste com uma equipe atrás de si. Exceto Kaff e seus guardas familiares, a equipe era composta de criados da torre, que não podiam lutar.

— Eu deixei algumas pedras mágicas e documentos na Floresta das Brumas. Eles são de primordial importância para as bruxas restaurarem a ordem. Devo levar tudo para o outro lado das montanhas. — Ela respondeu.

— Os demônios estão nos alcançando! — Alguém gritou.

— Martell, vá e impeça-os! — Kaff ordenou.

— Sim! — Martell respondeu.

Cerrando os dentes, ela avançou cabisbaixa. Ela sabia que os mortais só poderiam segurar os demônios por um tempo e que nunca poderiam vencê-los. Se ela os deixasse aqui, eles não teriam chance de sobreviver. No entanto, ela deveria seguir para o seu destino o mais rápido possível.

De repente, algumas manchas pretas e brancas apareceram no céu e obscureceram sua visão.


Robusto e pesado como era, Kaff estava exausto depois de três dias de longa caminhada, bufando pesadamente e arrastando os pés.

Ela olhou para trás e viu apenas seis pessoas ainda a seguindo. Ela lembrou que saiu com uma equipe de mais de trinta pessoas. Algumas delas escaparam no caminho e algumas ficaram feridas demais para continuar. Ela estava se perguntando se os demônios as alcançaram…

— Não se preocupe, minha lady. Estou atrás de você. — Kaff parecia ser capaz de ler seus pensamentos e tentou confortá-la — Farei o meu melhor para impedir que esses demônios alcancem você.

— Por quê? — Ela perguntou.

Ele ficou um pouco surpreso com a pergunta dela.

— Por que você quer lutar por mim até o fim? Se você escapar agora, talvez sobreviva. — Ela disse — As bruxas sempre se sentiram superiores às pessoas comuns e não escondem isso. Não entendo por que você está disposto a lutar até a morte por uma bruxa.

— Sim, você é uma bruxa, mas nunca nos tratou mal. Eu não tenho nenhum poder mágico, mas sei que é meu dever protegê-la. — Kaff respondeu.

Então eles ouviram o barulho dos demônios chegando pela retaguarda e entenderam que era o som que os chamava para a última batalha.

— Minha lady, vá e não olhe para trás! — Kaff bradou.

Havia mais e mais manchas pretas e brancas diante de seus olhos.


Ela tropeçou no porão enquanto juntava os documentos e pedras mágicas na mesa. De alguma forma, ela ainda estava intrigada com as palavras de Kaff.

Uma ideia perpetrava pela Cidade Sagrada há muito tempo, de que as bruxas eram as escolhidas dos deuses e as pessoas comuns sem poder mágico eram ignorantes e incompetentes. Por causa disso, pessoas comuns, ou mortais, como elas os chamavam, eram apenas usados ​​para servir e apoiar as bruxas. No entanto, a coragem e a resiliência de Kaff, chefe de seus guardas familiares, fizeram ela acreditar que os mortais não eram tão incompetentes e inúteis como se apregoava. Na verdade, ela até pensou que se as bruxas e as pessoas comuns pudessem trabalhar juntas, a situação seria melhor. Ela sabia disso pela experiência bem-sucedida em sua própria torre de pedra.

Sendo assim, por que as pessoas foram derrotadas há mais de 400 anos?

Rugidos de demônios do outro lado da porta interromperam seus pensamentos.

Droga, eles chegam aqui tão rápido. — Ela pensou.

Como sua visão ainda estava embaçada por numerosas manchas pretas e brancas, ela não conseguia ver nada. Seu forte desejo de sobreviver permitiu que ela lutasse, esforçando-se para trazer suas realizações de pesquisa para as Terras Bárbaras, onde as bruxas restaurariam a ordem.

Ela tirou uma pedra mágica de eco e a imbuiu com poder mágico, fazendo-a enviar chamadas de socorro continuamente.

De repente, ela ouviu um barulho alto, no mesmo instante em que a porta de madeira se desfez e os demônios invadiram o porão.

No momento em que ela centralizou o poder mágico para lutar, seu frio mágico começou a se expandir e a diminuir de temperatura, enquanto um Demônio Frenético levantava uma lança com o braço inchado. Em seu coração, ela rezou para que alguém viesse em seu socorro quando viu a lança voando para empalá-la.

Ela subconscientemente fechou os olhos e então manchas pretas e brancas se transformaram em escuridão. Ela não podia ver nem ouvir nada. Ela sentiu como se estivesse sendo envolvida por um veludo quente e confortável, a mesma sensação que alguém teria deitado na grama sob o sol. Ela sentiu como se não estivesse mais no porão escuro, sem dor e sem tensão.

Eu estou morta?

Depois de um tempo, ela sentiu uma luz crescente na escuridão e tentou abrir os olhos. Um telhado cinza entrou gradualmente em sua vista.

Ela ouviu alguém dizer:

— Vossa Alteza, ela acordou!


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