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Release that Witch – Capítulo 394

As sementes da marinha de guerra

Roland observou o segundo navio de cimento deslizar na água com satisfação enquanto seus súditos aplaudiam com entusiasmo.

Os dois navios de cimento pareciam simples em termos de estrutura, mas eles eram realmente muito melhores do que os modelos anteriores, ou seja, o Vilazinha. Uma estrutura de aço denso como reforço tinha sido adicionada à estrutura interna, e a qualidade do cimento havia melhorado tremendamente. A força total do navio era, portanto, várias vezes maior que o Vilazinha.

Para agilizar o processo de construção naval, Roland reservou espaços e portas para motores a vapor, mecanismos de transmissão e rodas de pás quando projetou o casco. Dessa forma, os trabalhadores só precisavam soldar parafusos nos componentes metálicos. Eles poderiam construir rapidamente o navio juntando peças como um quebra-cabeça.

Enquanto isso, o molde era agora feito de ferro ao invés de alvenaria temporária. Além dessa mudança garantir uma alta densidade do concreto despejado, melhorando, assim, sua resistência à água, também garantiu que cada navio fosse quase exatamente o mesmo. Isso ajudou a evitar erros ao instalar o sistema de energia. Para criar um design completo do molde, Roland descartou pelo menos sete ou oito amostras de teste. Felizmente, o cimento não era mais escasso. Os motores a vapor haviam substituído o trabalho humano, desde a moagem de pedras até a alimentação do forno. Esse era o único projeto industrial de grande escala de Vila Fronteiriça que não dependia das habilidades das bruxas.

Com abundância de matéria-prima, moldes confiáveis ​​e trabalhadores qualificados, o único fator que limitava a produção de cascos era a taxa de endurecimento do cimento. No entanto, com a ajuda da habilidade de aceleração de reação de Papel, o que levaria de um a dois meses, levou apenas um dia para ter um navio de cimento prontinho. Em outras palavras, o estaleiro poderia fabricar um navio, sem o motor a vapor instalado, a cada dois ou três dias, se Roland quisesse.

Se a velocidade da fabricação de motores a vapor pudesse alcançar a do treinamento da tripulação, ele provavelmente desenvolveria uma enorme frota de navios em um curto período de tempo e encheria o Rio Vermelho com seus próprios navios de cimento. Eles se pareceriam com “bolinhos de massa em água fervente”.

Esse era o forte da industrialização.

Agora que o casco foi concluído, o próximo passo seria a instalação de unidades de energia. Os equipamentos mecânicos eram praticamente os mesmos que os dos navios modificados da Câmara de Comércio da Baía Lua-crescente. Os artesãos já tinham experiência prática, então ele não precisava se preocupar com isso.

— Mas eu não entendo uma coisa, por que você quis anunciar e inaugurar esses navios diante do povo? — Rouxinol perguntou.

— Para anunciar o poder nacional. — Roland sorriu fracamente.

— Pra quê?

— Eu quero que eles testemunhem todas as tremendas mudanças pelas quais a vila passou e está passando. — O Príncipe acariciou o queixo — Você provavelmente nunca esperou que um navio feito de pedras pudesse flutuar na água antes de ver Vilazinha. Meus súditos pensam da mesma maneira. Depois de perceber que o impossível dantes é agora possível, eles terão um senso maior de pertencimento como nação. É um aprimoramento abrangente na mentalidade que pode até se transformar em uma crença de que não há nada que eles não possam alcançar.

— Ainda não entendi muito bem. — Rouxinol disse um pouco confusa.

— Vamos ver então, posso dizer que isso é como uma baita propaganda. — Roland sorriu.

Nesta era, a aristocracia só celebrava com civis em grandes eventos ou cerimônias, ambas quase inteiramente feitas para nobres. Se não fosse pela comida distribuída gratuitamente, muitos civis nem compareceriam. No entanto, os navios de cimento eram o trabalho combinado de centenas de trabalhadores e faziam parte das festividades.

Depois de testemunhar constantes milagres, os habitantes da vila, sejam nativos ou imigrantes, gradualmente desenvolveriam sua confiança e senso de identidade, uma mentalidade de “superpotência” coletiva que se expandiria com as gerações posteriores. Uma vez que um território se tornasse poderoso e próspero, a mentalidade de seus habitantes inevitavelmente experimentaria mudanças positivas.


Uma semana depois, Roland se encontrou com mais de vinte moradores que se candidataram à posição de capitão, no saguão do castelo.

Ele ficou bastante surpreso no início quando Barov relatou o número, já que ele não esperava que houvesse tantos civis talentosos entre os refugiados que Vila Fronteiriça recebera. Quando ele leu o relatório detalhado, ele acabou rindo. Havia muitos pescadores que operavam jangadas e pequenos barcos de pesca, até mesmo alguns barqueiros que ganhavam a vida fornecendo serviços de transporte de balsa. Eles poderiam, de fato, ser considerados “capitães”, em certo sentido.

Entre todos os requerentes, havia apenas três pessoas com experiência de navegação em barcos de um único mastro nos rios do continente, e um deles ainda alegou que costumava trabalhar como comandante de uma frota mercante, e que ganhou a vida no mar por um longo tempo.

Roland pensou por um tempo e decidiu recrutar todas as vinte pessoas.

Os navios movidos a vapor pertenciam a um sistema completamente diferente do dos veleiros, e também eram operados de maneira distinta. Mesmo um capitão experiente não aprenderia necessariamente a operação de navios a vapor tão rapidamente. Além disso, Roland não sabia nada sobre a operação de um navio, por isso seria melhor para eles aprenderem na prática.

Como os novos capitães estariam praticamente aprendendo do zero, eles precisariam ser pessoas resolutas e também deveriam ter a coragem de explorar.

— Eu olhei todas as fichas de vocês. — Roland olhou para o grupo de pessoas ajoelhadas no corredor — Eu os convidei aqui hoje para dizer que vocês passaram na avaliação preliminar e gloriosamente se tornaram o primeiro grupo de capitães interinos de Vila Fronteiriça. Por favor, levantem-se.

— Sim… Vossa Alteza. — Todas as pessoas se levantaram cautelosamente, trocando olhares umas com as outras. Eles pareciam bastante confusos sobre o termo capitães interinos.

Vendo os rostos confusos, o Príncipe explicou:

— Ser um capitão interino significa que vocês ainda não foram oficialmente contratados. Vocês só receberão metade do salário indicado no cargo até que estejam oficialmente a bordo, que é dez peças de prata ao mês. Os primeiros dois meses serão o período de aprendizado, durante o qual vocês se familiarizarão com o desempenho, o método de operação e os procedimentos do novo navio. O terceiro mês será o período de experiência, durante o qual vocês serão avaliados em termos de habilidade de aprendizado. Somente os qualificados serão promovidos a capitães oficiais e receberão o salário integral. Aqueles que não estiverem dispostos a aceitar esses termos podem sair agora.

Ninguém no grupo se mexeu. Depois de um tempo, um homem de repente perguntou:

— Vossa Alteza, quem vai nos ensinar e quem nos avaliará para ver se estamos qualificados?

Roland olhou para o homem com uma certa satisfação e interesse. Foi ele quem afirmou ser um comandante de frota experiente. Seu nome parecia ser Cacusim. Se Roland se lembrava corretamente, ele era parente do policial do caso de assassinato dois meses atrás. A julgar pelo tom do velho, Roland percebeu que ele não achava que alguém fosse qualificado o suficiente para ensiná-lo a operar um navio. E de fato, não havia nenhum.

— Os “professores” serão vocês mesmos. — O Príncipe assentiu e disse.

Essas palavras deixaram as pessoas agitadas.

— Vossa Alteza, o que isso significa?  — Cacusim perguntou, confuso.

— O que vocês sabem sobre motores a vapor? — Roland respondeu com uma pergunta e, como ele esperava, nem uma única pessoa poderia responder — O navio movido a vapor é novo em todos os aspectos. Suas experiências passadas não ajudarão muito e, portanto, vocês precisam explorar e encontrar um caminho. É claro que enviarei os artesãos da fábrica de motores a vapor para ajudá-los a familiarizarem-se com as máquinas. — Ele parou um pouco e continuou — A abordagem de avaliação é muito simples. Aqueles capazes de operar o navio com um grupo de marinheiros e completar uma tarefa de transporte serão considerados qualificados.

Embora o ditado “leva-se dez anos para construir um exército e cem anos para construir uma marinha” fosse um pouco exagerado, a ideia geral era ressaltar a dificuldade em estabelecer a marinha. Se esse grupo de pessoas pudesse dominar a operação do navio movido a vapor, eles poderiam, com certeza, ensinar uma miríade de pessoas e fortalecer a marinha da Região Oeste. Essas pessoas formariam equipes e poderiam ser empregadas diretamente para construir canhoneiras de água rasa movidas a vapor.

Roland estava esperançoso e divagava sobre que tipo de marinha eles se tornariam.


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