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Release that Witch – Capítulo 408

O enigma

Roland não podia acreditar que Tilly estava colocando-o contra a parede usando os livros que ele próprio escreveu.

Ao se deparar com informações tão complicadas, a maioria das pessoas se esforçaria para entendê-las, e basicamente não perderiam tempo encontrando erros. No entanto, era inacreditável que não houvesse nenhuma menção ao poder mágico em um livro de ciências que estudasse a natureza deste mundo.

Roland também havia apagado completamente as lembranças do quarto Príncipe, e além de tentar imitar o príncipe durante seu primeiro mês depois de viajar pelo espaço e o tempo, ele nunca mais o considerou. Seus ministros tinham medo de questioná-lo, e ele não precisava esconder quem ele era das bruxas, então ele se tornou mais e mais descuidado.

No entanto, Tilly não era uma bruxa comum.

Ela não era somente a irmã do Príncipe Roland, mas uma Extraordinária.

Além de ser capaz de terminar rapidamente todos os seus livros, Tilly, com muita astúcia, também notou essa inconsistência. Sua lógica era tão clara quanto a de qualquer pessoa moderna que tivesse passado pela educação básica universal. Além disso, ela usou pontos cruciais para provar seu argumento, para que Roland não tivesse chance alguma de contra-argumentar.

Mas que desastre.  — O cérebro de Roland estava funcionando a todo vapor, mas ele não tinha ideia de como responder a Tilly. Qualquer explicação forçada para alguém que pudesse perceber essa inconsistência só despertaria mais suspeitas, e mentir para cobrir uma mentira só criaria mais problemas.

Tilly quebrou o silêncio constrangedor e disse gentilmente:

— Você não precisa me responder agora. Já está tarde e estou voltando para a Casa das Bruxas. Você também deveria descansar um pouco, Alteza.

— Hum… está bem. — Roland olhou nos olhos daquela mulher de cabelos grisalhos, tentando entender seus pensamentos, mas não obteve pistas. Ele até mesmo se esqueceu de dispensá-la formalmente.

Tilly parou na porta do escritório, virou-se e perguntou:

— Eu posso confiar em você, certo?

Normalmente, Roland teria concordado com confiança, mas naquele momento, ele encontrou-se lutando para responder e só conseguiu um lento aceno de cabeça em confirmação.

Depois que a porta se fechou, Rouxinol saiu da névoa e disse, confusa:

— Como ela pôde sair assim?

— E por que você parece tão chateada? — Roland zombou.

— Eu estava tão perto de ouvir sobre a verdadeira história da sua vida! — Rouxinol mostrou a língua — Por que ela não pressionou um pouco mais?

— Porque ela não queria arriscar nossa amizade. — O Príncipe suspirou profundamente.

— O quê?

— Não, não é nada. — Roland recostou-se na cadeira e sentiu um calafrio nas costas. O comportamento de Tilly foi absolutamente perfeito porque ela não o levou longe demais. Vila Fronteiriça era definitivamente a maior aliada de Ilha Adormecida, e o estabelecimento da aliança era mais importante do que, necessariamente, saber a identidade real de seus aliados. O que importava mesmo era preservar a aliança para ter poder diante de seus inimigos. Se ela forçasse o relacionamento deles pedindo demais, isso só significaria más notícias para as bruxas de Ilha Adormecida.

Foi por isso que Tilly deu algum tempo para ele se recuperar depois de fazer sua pergunta. No entanto, isso não significava que ela não precisasse de uma resposta, e se ele continuasse levando com a barriga, ele também poderia perder sua confiança logo depois de derrotarem seus inimigos juntos. Tilly fez as coisas de modo a Roland se decidir, e era hora de ele responder.

No entanto, Roland não podia dizer a Tilly a verdade, pelo menos não agora. Anna e Rouxinol eram diferentes porque o conheceram quando ele já havia transmigrado, mas Tilly era a irmã mais nova do príncipe Roland. Até que ele descobrisse quais eram os verdadeiros pensamentos dela sobre seu irmão, ele teria que guardar esse segredo para si mesmo.

Roland balançou a cabeça e descartou esses pensamentos irritantes. Ele virou-se para Rouxinol e disse:

— Você também ouviu nossa conversa mais cedo. O que você acha de verificar a situação com Maggie e Raio?

— Pode deixar comigo, Alteza.

— Não penso que você só terá uma conversa com Speer… Para ser honesto, estou um pouco com o pé atrás em relação a você. — Roland disse lentamente.

— O que… mas o que poderia te deixar com o pé atrás? — Rouxinol gaguejou — Eu… eu ficarei bem, e também trarei ela, mesmo que seja à força…

— É exatamente com isso que estou preocupado! — Roland bateu na mesa — O que você quer dizer com trazê-la à força? Você está tentando fazer com que ela entre em guerra conosco? Ouça, você tem que ser cuidadosa desta vez e conferir minuciosamente a situação antes de falar com Speer Passi. Está tudo bem se ela se recusar, apenas não a ameace. Como uma bruxa, acredito que ela não será hostil com você.

— Só isso? — Rouxinol perguntou, um pouco desapontada.

— Isso é tudo em relação às bruxas. — Roland franziu a testa — Além disso, você precisa ajudar Raio a mapear a região, fortificações, sentinelas e exército de Serra do Dragão Caído e depois retornar o mais rápido possível.

Rouxinol concordou com um murmúrio.

— E finalmente… — Roland disse, palavra por palavra —… esteja a salvo. Essa é a coisa mais importante.


— Ei, mais uma caneca de cerveja aqui!

— E minha tigela de aveia, já está pronta?

— Está chegando, chegando… desculpe a demora!

Otto Luoxi entrou na taverna, Toca do Trompetista, e foi instantaneamente cercado por conversas caóticas. Um fogo crepitante o aquecia, e um fedor de suor azedo o fez ter náuseas. Como um nobre, Otto raramente colocava os pés nas áreas dos plebeus e não estava acostumado a estar perto deles. Se não fosse por seu encontro com os ratos, ele não viria nessa taverna de beira de esquina na periferia da cidade nem sobre seu cadáver.

Seguindo as regras locais, ele rapidamente encontrou seu alvo: um homem magro, usando um capuz, sentado em um canto escuro da taverna, envolto nas sombras. Um pequeno pedaço de osso estava ao lado de sua mão.

Otto sentou-se ao lado do homem e disse:

— Meus cumprimentos aos Falanges.

— Você não tem licor para cumprimentar.

— Mas eu tenho aquilo que mede todas as coisas na terra. — Otto falou em código, como lhe fora instruído.

O homem deu de ombros e respondeu:

— Chame-me Capuz. Ouvi dizer que você está aqui para obter informações, é isso mesmo?

Otto assentiu. Enquanto esperava Timothy dar-lhe uma resposta, ele não conseguiu descansar, e por isso, ficou ocupado obtendo informações sobre um tal príncipe rebelde. Alguém que havia conseguido manter-se no poder na Região Oeste por meio ano após a ascensão do novo Rei e, pior, ter conseguido fazer Timothy de idiota por todo reino, certamente era uma força a ser considerada.

A maneira mais rápida de obter o máximo de informação possível era por meio dos ratos.

Este era o sexto rato com quem Otto havia entrado em contato, e as informações obtidas o deixaram surpreendido. O lendário príncipe rebelde, Roland Wimbledon, quarto filho do Rei Wimbledon III, não mostrava sinais de enfraquecimento e até desafiava o novo Rei com a ameaça de um ataque para destroná-lo.

Esse homem também era fiel à sua palavra. Embora Timothy tivesse feito um esforço hercúleo para esconder a notícia, Otto ainda fora capaz de descobrir o estranho ataque que acabou com uma parte do castelo na Cidade Real de Castelo Cinza. Se essa notícia fosse verdadeira, uma aliança com Timothy era questionável, isso na melhor das hipóteses. Ele precisava chegar ao fundo de tudo isso para proteger o Reino do Alvorecer.

— Isso mesmo. — Otto Luoxi sussurrou — Eu quero saber sobre o ataque que destruiu parte do palácio há três meses aqui, na Cidade Real de Castelo Cinza.


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