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Release that Witch – Capítulo 595

Germinação

— Heidi tá ferida?

— Sim, ela levou um tiro na perna. Nós paramos o sangramento, mas ela provavelmente não conseguirá andar por enquanto.

— E como estão as outras?

— Uma bruxa da Associação Presas de Sangue chamada Celeste morreu ontem à noite. — Tilly suspirou e disse. — Já minhas bruxas estão todas bem.

Roland assentiu com a cabeça e disse:

— Pedirei pra Nana curar ela. Quanto às outras coisas, a gente pode deixar pra conversar depois no castelo.

O interrogatório da líder da Associação Presas de Sangue podia esperar. A coisa mais importante para Roland neste momento era a invasão da Igreja. Após retornar ao escritório, Roland primeiramente perguntou sobre a situação em Ilha Adormecida, logo em seguida ele mostrou a carta recebida do Reino do Alvorecer para Tilly e as outras bruxas. Cinzas e Andrea também estavam presentes, já que as três grandes famílias da Cidade do Resplendor também estavam envolvidas.

Após receber a carta, Roland havia entrado em contato com Hill Fawkes duas vezes para ter uma melhor compreensão acerca do que havia acontecido. Depois que ele contou tudo o que sabia para as bruxas, Andrea não pôde deixar de balançar a cabeça e dizer:

— Otto bobinho, ele ainda se comporta do mesmo jeito de quando era criança. Ele nunca entraria no palácio sem Oro.

— Mas pelo menos ele conseguiu revelar pra gente o que a Igreja tá tramando. Além disso, ele só quer manter a “adorada Andrea” dele segura. — Cinzas deu de ombros e disse.

— Você o respondeu? — Tilly perguntou a Roland.

— Eu falei pra ele tomar cuidado, pois se nem mesmo a Pedra da Retaliação Divina pode afetar essa bruxa, então é quase impossível que pessoas normais consigam derrotá-la. Além disso, o Príncipe Appen mencionou que também havia Guerreiros da Punição Divina. O Reino do Alvorecer está muito distante do Reino de Castelo Cinza. Eu não tenho como oferecer nenhuma ajuda para ele diretamente. Sob tais circunstâncias, não seria uma má ideia se ele ficasse calado por enquanto, fingindo não saber dessa tramoia da Igreja. — Roland disse enquanto servia chá às três.

— Talvez ele não consiga se controlar. Ele sempre foi muito impulsivo, desde criança. — Andrea disse enquanto franzia as sobrancelhas.

— Ele vai conseguir se controlar sim, já que eu disse a ele outra coisa. — Roland sorriu e continuou. — Eu disse a ele que Andrea está segura em meu território, e que o inimigo dificilmente conseguirá machucá-la, mesmo se fosse a Igreja. Falei também que se ele morresse, nunca mais teria a chance de se encontrar com a “adorada Andrea” dele novamente.

— Muito persuasivo. — Cinzas assobiou e disse.

— Basta. — Tilly falou rapidamente a fim de evitar uma nova briga entre as duas. Ela olhou para Roland, culpando-o por fazer piada desse assunto e então mudou de tópico. — Já decidiu o que vai fazer quanto à invasão da Igreja?

— Hunrum… Eu vou montar uma linha defensiva com armas e canhões abaixo da Serra do Vento Congelante. — Roland disse. Ele pegou um mapa de sua gaveta e o abriu sobre a mesa. Em seguida, ele apontou para a fronteira na Região Norte e disse: — Eu já mandei o Primeiro Exército fazer a entrega de materiais de guerra na Vila do Vale Profundo, e ao mesmo tempo, eliminar a influência da Igreja em meu reino. Com isso, a Cidade Sagrada de Hermes logo notará que pretendemos alocar nossas tropas para a Serra do Vento Congelante.

— Você quer revelar suas ações ao inimigo de propósito? Odeio ser estraga prazeres, mas geralmente quando queremos fazer isso, a informação vazada tem que ser falsa e enganosa, não é?

— Mas esse é o único jeito de assegurar que a Igreja ataque primeiro, e dessa maneira, meu povo sofrerá menos. Sem falar que um confronto direto é a especialidade do Primeiro Exército em batalhas. — Roland explicou seus planos.

— Entendo. É uma ideia muito boa. — Tilly assentiu com a cabeça e disse.

— Mas ainda há um perigo escondido, as bruxas puras. Com nossas poderosas armas de fogo, não precisaremos nos preocupar com os inimigos visíveis, mas as bruxas da Igreja podem causar problemas inesperados para o Primeiro Exército, já que não sabemos nada sobre elas. Somente nossas bruxas com poderes mágicos podem enfrentá-las. — Roland complementou.

— É por isso que estamos aqui. Acredite, maninho, as bruxas de Ilha Adormecida lutarão ao seu lado. — Tilly respondeu.

De volta à Casa das Bruxas, Tilly retornou ao seu aposento original, no qual ela havia ficado da última vez que esteve em Vila Fronteiriça, ou melhor, Região Fronteiriça.

A sala de estar e o banheiro ainda se pareciam exatamente como da última vez que os vira. Não havia poeira na mesa e tudo estava conservado. Aparentemente, Roland havia feito questão de manter esse lugar limpo.

Havia três bacias de madeira para banho. Dentro das bacias, havia roupas limpas e perfeitamente dobradas, e ao lado delas, sandálias fáceis de usar. Antigamente na família real, Tilly havia se acostumado a tomar banho regularmente, mas até mesmo ela nunca havia tomado tantos banhos quanto ela tomava na Região Fronteiriça, onde a água quentinha ficava disponível para ser usada a qualquer momento.

Ao sentir o cheiro de comida fresca e abrir o armário, ela encontrou vários tipos de tempero, carne seca desfiada (Rousong) e pão. Ela poderia encher a barriga a qualquer momento que sentisse fome.

A Princesa Tilly nunca havia sido uma pessoa que ligava para confortos materiais, mas ela não pôde deixar de sentir-se comovida vendo tal cena.

— Ah… Finalmente eu posso usar sabão perfumado para tomar banho de novo. Ahn? Eles renovaram nossas toalhas. — Andrea falou alto na sala de estar.

— Não é algo bom ter toalhas novas? — Cinzas questionou.

— Pra mim sim, mas não pra você. É um desperdício te oferecer uma toalha nova.

— O que você disse?

— Acho que aquele pedaço duro de pano que você trouxe já serviria. Por que uma pessoa que toma banho no mar salgado e fedorento iria precisar de uma toalha?

Ao ouvir o bate-boca das duas, Tilly sorriu silenciosamente. Ela chegou à conclusão que todos e todas pareciam gostar da Cidade de Primavera Eterna. Até mesmo as bruxas da Associação Presas de Sangue haviam mudado bastante após chegarem aqui.

Ela sentiu que também gostava desta cidade, assim como todo mundo.

A melhoria na qualidade de vida pode ter sido uma das razões que levaram à mudança de muitas bruxas, mas não era o caso para a Princesa Tilly, a filha querida do Rei Wimbledon III. Comparada com a sua antiga vida no palácio, a sua vida aqui era apenas nova e interessante, mas não luxuosa.

O que mais a atraía nesta cidade era outra coisa.

Ao ficar nesta cidade, Tilly se sentia naturalmente relaxada, e foi somente hoje que ela descobriu por que se sentia assim. Quando Roland estava servindo chá pessoalmente às bruxas, ela de repente entendeu.

Roland havia verdadeiramente aceitado as bruxas e as tratava como amigas ao invés de apenas fingir ser amigável com elas, que poderiam lhe oferecer ajuda.

Não importava que posição ele ocupasse, o lorde, o príncipe ou o rei, Tilly pôde notar que a atitude de Roland permanecia sempre a mesma.

Ele de fato considerava as bruxas como suas amigas, e não era fingimento.

— Você está bem?

Ao ouvir a voz de Cinzas, Tilly olhou para trás e a viu fechar a porta da cozinha gentilmente.

— Por que a pergunta?

— Por que você chamou ele de maninho hoje? Em Ilha Adormecida, você não disse que estava apenas ajudando ele porque seria benéfico para as bruxas? E… você também disse que ele não se parecia com o antigo Príncipe Roland. — Cinzas hesitou e perguntou.

— Eu não acho que ele seja aquele meu irmão covarde e estúpido de antigamente, e pra falar a verdade, pouco me importa se de fato é ele ou não. — Tilly parou por um momento e perguntou: — Você já parou pra pensar o que significa essa guerra contra a Igreja?

— Retaliação?

— Não. — Tilly balançou a cabeça e disse. — Significa liberdade. Você já pensou em se mudar pra cá?


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