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Release that Witch – Capítulo 622

As Chamas do Trovão

Na manhã seguinte, Roland havia acabado de chegar ao posto de comando com seu café da manhã quando recebeu o informe de Maggie.

— A Igreja está a caminho, pruu! — A voz nervosa de Maggie entoou do Sigilo do Ouvir. — Um grupo acabou de sair da Serra do Vento Congelante e está a caminho da nossa linha de defesa, pruu!

— Quantos?

— Um, dois, três… cinco no total!

Roland, que estava se preparando para uma conferência de batalha, se sentou e disse:

— O quê? Cinco?

— Eles estão usando armaduras reluzentes, erguendo a bandeira da Cidade Sagrada bem alto. Que exibidos, pruu! É pra informar aos atiradores de canhão?

— Ahn… Não. Só continue de olho neles. — Roland colocou o pão na boca enquanto se perguntava: — O que a Igreja tá planejando?

— Talvez implorar por misericórdia? — Rouxinol torceu os lábios e disse.

— Se esse fosse o caso, a Igreja não teria mandado o exército deles invadir a Serra do Vento Congelante. — Roland franziu as sobrancelhas.

Um dia e meio depois, o quinteto da Igreja chegou nas linhas de defesa. O padre que liderava o quinteto alegou que eles faziam parte de uma delegação emissária mandada pela Igreja para encontrar-se com Roland, Sua Majestade. Eles também haviam trazido uma carta escrita pelo Sumo Pontífice para que fosse entregue ao jovem rei do Reino de Castelo Cinza.

— O que vocês acham? — Roland se reuniu com o Departamento de Conselho e as bruxas, e perguntou: — Será que é uma armadilha das bruxas puras?

— Eu gostaria de perguntar uma coisa primeiro. — Edith falou. — O senhor aceitaria uma negociação de paz se a Igreja quisesse se render?

Roland rejeitou a possibilidade sem nenhuma hesitação.

— Isso só seria possível se eles acabassem com o Exército da Punição Divina e trouxessem todos os comandantes e aqueles que mataram inocentes para o meu julgamento. Mas eu não acho que a Igreja aceitaria esses termos.

— De fato. — Edith instantaneamente respondeu. — Neste caso, o senhor não deve se encontrar com a delegação de emissários.

— Eu concordo com Edith. — Agatha assentiu com a cabeça. — Embora não haja reação mágica naqueles cinco, as habilidades das bruxas são muito estranhas, e ninguém pode prever o que acontecerá a seguir.

— Talvez devamos apenas capturá-los, interrogá-los e nos livrarmos deles secretamente após sabermos o real motivo de terem vindo aqui. — Machado de Ferro fez um gesto de mão cortando a garganta depois de deixar sua opinião.

— Vossa Majestade, o Reino de Castelo Cinza não é a Cidade da Areia de Ferro. — Sir Eltek rapidamente aconselhou. — Não seria algo bom fazer isso, pois poderia arruinar sua reputação quando a notícia por ventura se espalhasse.

— Eu sei. — Roland ponderou por um momento e olhou para Machado de Ferro. — Mande-os embora, mas pegue a carta.

— Sim, Vossa Majestade.

O que será que o supremo governante de Hermes escreveu pra mim? Palavras de persuasão? Um ultimato? — Roland não pôde deixar de se perguntar.

Após várias inspeções de Sylvie e Agatha, a carta escrita à mão pelo Papa da Cidade Sagrada foi finalmente entregue a Roland.

Quando abriu a carta, a primeira coisa que Roland notou foi a caligrafia, que era surpreendentemente graciosa.

O conteúdo da carta surpreendeu Roland.

A carta descrevia a origem e o propósito da Igreja de maneira honesta e revelava a existência de um grande inimigo da humanidade: os demônios.

Se ele por acaso não soubesse do segredo de quatrocentos anos atrás antes de ler essa carta, provavelmente o conteúdo dela o teria deixado confuso e indeciso.

É essa a estratégia do inimigo? Confundir o oponente com uma história pesada a fim de conseguir uma negociação de paz?

Como resultado, depois que o quinteto da Igreja retornou, a Serra do Vento Congelante mandou outro quinteto para a base do Primeiro Exército. Claro, Roland não se encontrou pessoalmente com eles, mas pediu para que simplesmente entregassem a carta.

Desta vez, o conteúdo da carta era mais profundo, e mencionava a Batalha da Vontade Divina além de uma breve introdução da Aliança antes da criação da Igreja. O Papa acreditava que a batalha cíclica a cada quatrocentos anos entre diferentes raças era um teste das divindades para com a humanidade.

Roland achou essa ideia ridícula, mas por alguma razão sentiu seu coração um pouco inquieto.

Durante uma semana, a Serra do Vento Congelante delegou continuamente vários emissários para mandar algumas cartas do Papa para a base de Roland. As novas cartas pararam de revelar coisas importantes, e o conteúdo estava ficando cada vez menor. Roland simplesmente ignorou a ideia de combinar as forças de ambos os lados para combater os demônios.

A Igreja só parou de mandar novas cartas quando os dias quentes de verão chegaram.

Desta vez, o inimigo veio com força total.


— Raio falando, o inimigo entrou na nona zona! Repito, o inimigo entrou na nona zona! Câmbio!

Ao ouvir a voz que veio do Sigilo do Ouvir, Garra de Gato nervosamente passou as páginas do livreto em sua mão.

— Hmmm… Nona, nona…

— Rápido! — Rodney gritou. — A munição de artilharia já foi colocada!

— Estou indo o mais rápido que posso! — Garra de Gato gritou. — Ah… Aqui! Ângulo 26, posição 15!

Nelson rapidamente começou a mover o canhão.

— 26… 15. Pronto!

— Preparar!

Garra de Gato rapidamente cobriu os ouvidos ao ouvir a ordem.

— Fogo!

Jop rapidamente puxou o fecho de mecha[1], e o Canhão Cancioneiro de 152mm imediatamente emitiu um rugido estrondoso. Garra de Gato sentiu uma onda de ar atingir seu rosto junto com um som ensurdecedor. Foi como se um martelo tivesse batido no peito dele, fazendo seu sangue ferver. Ele conseguiu sentir o chão abaixo de si tremer devido ao coice do canhão.

Isso que é poder. — Garra de Gato pensou para si mesmo. — O Canhão Cancioneiro é uma arma feita para homens de verdade. Aquelas armas pequenas de seis quilos não chegam aos pés desse monstro aqui.

Seu único pesar era que ele não seria capaz de ver a ogiva caindo no campo inimigo.

Orgulhosamente, Garra de Gato se aproximou do Sigilo do Ouvir na mão de Ramos e disse:

— Hmm… Senhorita Raio, nós acertamos o alvo?

— Ah, RÁ… Ótimo disparo! — A garotinha respondeu.


Diferente dos operadores de canhão na retaguarda, Raio e Maggie poderiam observar diretamente os movimentos dos inimigos e os danos causados.

Raio e Maggie estavam voando a uma altura absolutamente segura e olhavam para baixo usando uma luneta. Ela viu que a ogiva explosiva lançada agora mesmo havia caído na parte oeste da nona zona, com um desvio de quatro metros do ponto de queda estimado. Isso provavelmente havia acontecido por causa da mudança do vento. Contudo, o efeito causado não foi tão ruim. O poderoso exército da Igreja havia preenchido todo o caminho da montanha. Portanto, uma “flor escarlate” logo iria “desabrochar” assim que a munição de artilharia caísse no meio do exército inimigo.

O segundo disparo do Canhão Cancioneiro logo soou.

Foi exatamente como o disparo anterior. A primeira coisa que ela viu foi uma luz vermelha intensa que se expandiu rapidamente, seguida por uma nuvem alta de poeira e detritos que foram açoitados pela explosão. Raio só conseguiu ouvir o barulho da explosão após alguns segundos, como se o momento da explosão e o som não tivessem acontecido ao mesmo tempo.

Quando a fumaça se dissipou, Raio viu que a ogiva explosiva havia deixado uma marca preta no chão, e ao redor havia uma imensa quantidade de pessoas mortas; pedaços de braços e pernas poderiam ser vistos por todo lugar; sangue pegajoso e órgãos haviam tingido as armaduras dos inimigos de vermelho. Alguns Guerreiros de Julgamento, que estavam logo atrás, começaram a agir de modo estranho. A explosão de antes claramente não os havia atingido, mas boa parte deles começou a vomitar sangue e cair duro no chão logo em seguida. Outros conseguiram andar cambaleando por alguns metros antes de também desabarem no chão.

Apenas uma ogiva explosiva havia feito a Igreja perder aproximadamente cinquenta homens.

Feliz que só, Raio cerrou o punho e disse:

— Toma! Vocês merecem!

Após isso, ela mudou seu foco para a próxima área a ser bombardeada.

— Atenção, o inimigo está passando pela décima segunda zona, por favor, atirem, repito, por favor, atirem. Câmbio!


[1] – A mecha ou fecho de mecha foi o primeiro mecanismo desenvolvido para o disparo de armas de fogo, que até então eram disparadas manualmente com a introdução de uma brasa ou pavio em um orifício na culatra da arma . O mecanismo consiste em um pavio aceso, a mecha, preso a uma alavanca metálica curva denominada serpentina que quando acionada por outra alavanca presa a parte inferior da arma ou por algum tipo de gatilho curva-se e introduz a mecha por um orifício na culatra da arma incendiando a pólvora. Esse mecanismo possibilitou uma considerável melhora na utilização das armas de fogo, permitindo que o atirador deflagrasse o tiro apenas com o movimento do dedo, enquanto poderia mirar no alvo com maior precisão. Foi criado na Europa no Século XV e foi efetivamente utilizado até a primeira metade do Século XVIII.

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