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Release that Witch – Capítulo 660

Manifestação de Poder

Roland passou a tarde toda assistindo vários canais de TV.

Ele assistiu vários programas de artes marciais. Diferente das lutas tradicionais, esse tipo de competição acontecia numa arena tão larga quanto um campo de futebol. Sem juiz na arena, a luta era extremamente intensa. Não era raro ver os lutadores quebrarem o chão no calor da partida, e sons estrondosos como trovões poderiam ser ouvidos quando os lutadores trocavam golpes, o que lembrava os efeitos especiais de um filme de ficção.

Em termos de competitividade e charme, esse tipo de esporte era muito melhor que boxe e luta-livre. Todos os artistas marciais lutavam de maneira direta, sem nenhum intervalo ou round interrompendo a competição. Não era à toa que a audiência ficava tão empolgada vendo esse tipo de luta. Roland franzia as sobrancelhas sempre que via um lutador marcial cuspir sangue ou ser ferido gravemente. Ele pensava: — Esses lutadores realmente exageram.

Além das partidas, Roland também estava prestando bastante atenção nos lutadores marciais.

Eles obviamente possuíam uma força física muito maior que a das pessoas comuns, e a Força da Natureza parecia dar-lhes algumas habilidades especiais, ao invés de apenas aumentar o poder e a velocidade deles.

Cada uma dessas habilidades especiais recebia um título, que também se tornava o apelido do lutador. Por exemplo, havia um lutador marcial chamado Furacão. O apelido dele era “Tempestade de Socos”, já que ele poderia socar inúmeras vezes numa velocidade altíssima.

Roland ficou surpreso com esse método propagandístico que revelava claramente o trunfo dos lutadores para os seus oponentes antes da partida começar.

Ele ficou ainda mais surpreso quando notou que havia um demônio entre os lutadores marciais.

Era um Demônio Frenético típico, que era alto e tinha braços grandes. Já que o demônio não usava máscara ou luvas de ferro, toda a audiência conseguia ver claramente suas presas e mãos de três dedos, que obviamente não eram características de seres humanos. Contudo, ninguém parecia assustado com o demônio. O narrador até mesmo o chamou de lutador marcial estrangeiro.

Roland ficou impressionado novamente com esse poderoso e estranho Mundo dos Sonhos.

Para racionalizar a existência do demônio devorado por Zero, este mundo havia criado até mesmo uma minoria racial.

Roland lembrou que Zero também havia devorado uma besta demoníaca híbrida. — Então bestas demoníacas também existem neste mundo? Mas como será que elas foram adaptadas? — Roland rapidamente se lembrou da personagem Ergue-a-Calda, que era “cheia de vigor”[1].

Quando Roland ouviu seu próprio estômago roncando, ele de repente notou que o sol já estava se pondo.

Ele não pôde deixar de franzir as sobrancelhas.

Zero normalmente retornava antes deste horário.

Ele havia lido o diário dela e sabia que a escola ficava localizada na Avenida Zhongshan. Ficava a apenas três quilômetros de distância. Se ela pegasse o ônibus, chegaria em casa em dez minutos. O reforço escolar dela terminava às 5:30 da tarde, e agora já era 6:15. Ele ficou um pouco preocupado. — Será que aconteceu algo com ela na escola?

Após pensar mais um pouco, ele decidiu sair primeiro a fim de comprar algo para comer.

Roland pensou que talvez Zero tivesse saído com as amigas dela. Já que era verão, o dia ficaria claro até às 8:00 da noite, então ela provavelmente havia ido a algum parque ou sala de jogos para se divertir com suas amigas.

Por isso, mesmo se ele fosse na escola dela neste momento, provavelmente ele não a encontraria lá.

Ele não era a babá dela, e também não queria ser o tio chato.

Ela é apenas uma garotinha. Embora ela seja bastante esforçada, chega uma hora que ela também quer relaxar. Então eu vou cozinhar… não, eu farei um jantar para nós dois.

De repente, um noticiário interrompeu a programação normal da TV.

— Boa noite, telespectadores. Interrompemos nossa programação para darmos uma notícia de última hora.

Segurando uma pilha de papéis na mão e com uma expressão de preocupação no rosto, o apresentador do noticiário disse:

— Um ônibus da rota 0029 acabou de ser sequestrado na Avenida Zhongshan. O sequestrador tem uma faca. A polícia rodoviária já interditou a rua. Aconselhamos que todos os moradores dessa área permaneçam em casa por enquanto. Nós cobriremos novas notícias.

Após isso, a imagem da TV mudou para a cena do crime. Roland viu uma grande multidão reunida em volta do cordão de isolamento dos policiais.

Espere, essa não é a rota de viagem de Zero? — Com esse pensamento, o coração de Roland apertou. — Ela tá dentro do ônibus sequestrado?

Isso não era uma notícia boa para ele. Ele se preocupava com o que poderia acontecer se uma figura chave do Mundo dos Sonhos, como Zero, morresse. Baseado em suas experiências de sonho, quando a subconsciência não conseguia processar algo, ela parava de funcionar. Para evitar causar tamanho impacto na subconsciência, ele até mesmo havia decidido não investigar a família de Zero.

Se a subconsciência parasse de funcionar, Roland temia acordar e esquecer de tudo o que aconteceu no sonho.

Ele não queria que esse sonho acabasse até que ele conseguisse retirar todas as informações de suas memórias mais profundas.

Mais importante ainda, se todos os moradores do Apartamento de Almas tivessem portas conectadas a fragmentos de memória, como ele havia suposto, ele conseguiria saber mais do Mundo Real.

Também era possível que a morte de Zero não mudasse nada no Mundo dos Sonhos, mas ele não queria correr esse risco.

Com esses pensamentos, ele decidiu ir até o local do crime para ajudar.

Roland saiu do edifício de apartamentos e começou a correr pelas ruas congestionadas, sentindo o fluxo de calor circular dentro de seu corpo. Surpreendentemente, ele não se sentiu cansado e conseguiu controlar facilmente cada parte de seu corpo enquanto corria em alta velocidade. Ele se desviou dos pedestres com agilidade e chegou no local em aproximadamente oito minutos. Ele sentia que esses cinco quilômetros de corrida haviam sido apenas cem metros.

Inesperadamente, quando ele se enfiou no meio da multidão, ele descobriu que o sequestrador já havia sido capturado. Aos choros, o sequestrador contava à repórter que ele havia feito aquilo por impulso. A multidão respondeu com vaias e xingamentos e, em seguida, começou a se dispersar rapidamente. A polícia rodoviária começou a retirar os bloqueios da pista, liberando o tráfego.

Com os lábios franzidos, ele se queixou em pensamento: — Quem disse que a polícia sempre chega atrasada? — Além disso, ele não viu Zero no ônibus sequestrado. Ele suspirou por dentro. — Parece que eu corri tanto pra nada.

Quando Roland estava prestes a partir, ele ouviu um pedido fraco de ajuda vindo de um beco do outro lado da pista.

Ele olhou rapidamente na direção do beco. Neste momento, a noite ainda não havia caído completamente, mas os prédios imensos nos dois lados do beco bloqueavam toda a luz. Era escuro dentro. Ele não conseguia ver nada.

Será que eu ouvi errado?

Após vários minutos, quando ele caminhou lentamente até a entrada do beco, ele ouviu aquela voz fraca novamente.

Deve ter alguém dentro. Vou pedir ajuda aos policiais.

Ele se virou somente para descobrir que todos os policiais já haviam entrado em seus carros e começado a dirigir. Era muito tarde para pará-los agora.

Devo fingir que não ouvi nada?

Contudo, ele claramente sentia que havia algo dentro do beco que o atraía.

Quando ele se aproximou ainda mais da entrada do beco, o fluxo de calor em seu corpo começou a se agitar. Era como se fosse um impulso ou um sentimento de euforia que o instigava a entrar no beco.

No momento seguinte, Roland entrou no beco.

Depois que seus olhos se ajustaram rapidamente à luz fraca de dentro, ele viu um homem virado de costas.

— Foi você que pediu ajuda? — Roland perguntou, franzindo as sobrancelhas.

O homem não o respondeu, nem se virou. Ao invés disso, a cabeça dele virou 180 graus na direção de Roland. Vendo isso, Roland ficou espantado.

Ele ficou ainda mais chocado quando viu que o rosto do homem estava preto e cheio de bolhas, como se tivesse sido queimado. Um ciclone vermelho-escuro brilhava na testa dele.


[1] – Ergue-a-Calda é uma personagem de um livro chamado “A Fogosa Criada Argoniana”. No livro, é narrada a vida de “Ergue-a-Calda”, que é uma criada reptiliana. Por isso Roland a compara com as bestas demoníacas. O livro narra situações de duplo sentido. Se quiserem dar uma lida, cliquem aqui.


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