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Release that Witch – Capítulo 679

Grandes Ganhos

— Vossa Majestade, eu juro que não revelei nada disso a ninguém… — Ela explicou rapidamente.

— Eu sei. — Roland balançou a mão, indicando que estava tudo bem, e olhou para Gammon com grande interesse. — Onde você ouviu isso?

Embora Roland não considerasse esse assunto algo confidencial, era quase impossível que uma pessoa de fora soubesse do navio de aço, já que ainda faltava alguns meses para o lançamento do navio. Além disso, só a parte inferior do casco estava concluída no momento, e o navio estava sendo construído num estaleiro completamente fechado. Todos os trabalhadores selecionados eram de extrema confiança e bastante habilidosos.

Mas se a informação realmente havia sido vazada, a Cidade de Primavera Eterna teria que prestar mais atenção nesses trabalhadores.

— Já é de conhecimento público nos Fiordes que o Capitão Trovão está recrutando novos marujos, e essa campanha de recrutamento é a maior que já houve na história. — Gammon disse com um sorriso. — A notícia do “navio mágico de aço” também veio de Trovão. Ele deve ter dito isso para passar mais confiança às pessoas que têm medo de se aventurar nas profundezas desconhecidas do oceano.

— Quantas pessoas sabem disso? Ou melhor, quantas pessoas sabem que a Cidade de Primavera Eterna está construindo o navio de aço?

— Não muitas, Vossa Majestade. Capitão Trovão só nos deu essa informação porque nossa Baía Lua-Crescente ajudou ele bastante com as preparações. Afinal, Senhor Trovão é muito mais respeitado do que nós, comerciantes. E se quisesse, não precisaria nos falar nada.

— Entendo. — Roland assentiu com a cabeça. — Porém, não poderei atender ao seu pedido, já que não conseguiremos construir um segundo navio de aço num curto espaço de tempo, pois esse tipo de embarcação é muito difícil de construir.

— Nós entendemos, Vossa Majestade. — Marleen disse. — Nós queremos apenas que o senhor venda o segundo navio de aço para nós após entregar o primeiro navio ao Senhor Trovão. A Câmara de Comércio da Baía Lua-Crescente está disposta a pagar um adiantamento de dez por cento agora e mais quarenta por cento quando o projeto iniciar.

Eles já começaram a falar do pagamento mesmo sem saber do preço? — Roland mais uma vez ficou admirado com o espírito aventureiro das pessoas dos Fiordes. Talvez eles conseguissem ver o grande potencial dos navios de aço mais rápido do que qualquer governante dos Quatro Reinos. Pelo menos, Roland nunca tinha visto nenhum nobre que estaria disposto a pagar por algo que nunca viu antes.

— A Cidade de Primavera Eterna também precisa de mais navios de aço, então levará cerca de dois a três anos até que consigamos construir um para vocês. — Roland disse lentamente. — Por que vocês não enviam seus artesãos para participar da construção, assinando um contrato de dez ou cinco anos? Isso deve acelerar o processo de construção, e vocês também aprenderão as técnicas relevantes.

— O senhor está brincando conosco, Vossa Majestade? — Gammon se sentiu um pouco envergonhado e disse: — Não nos atrevemos a cobiçar isso. Sabemos que essas técnicas são especiais e exclusivas do senhor. Com navios como esse, o senhor definitivamente se tornará o parceiro de negócio mais popular das Ilhas Fiordianas.

— Eu não estou brincando. — Roland deu de ombros.

— … — Os comerciantes ficaram chocados.

Após um momento, Gammon, incrédulo, disse:

— O senhor quer dizer… que está disposto a revelar essa tecnologia para a Baía Lua-Crescente?

— Sim, contanto que vocês me forneçam uma boa quantidade de artesãos. Além dos ferreiros e carpinteiros profissionais, eu também aceito os aprendizes. — Roland respondeu sem hesitação. — Eu precisarei de dois mil deles. Caso não tenham tantos assim, vocês podem recrutar algumas pessoas alfabetizadas para completar o número. Os dois mil trabalhadores devem ser entregues num prazo de cinco anos, mas seria ótimo se vocês me entregassem o máximo que pudessem imediatamente. Neste caso, começaríamos a construção do navio já no próximo ano. Claro, vocês ainda cobrirão todas as despesas relacionadas à construção do navio.

— Eu realmente não entendo seus pensamentos, Vossa Majestade. — Gammon disse com um sorriso sem graça. — Talvez esta ainda não seja sua tecnologia mais valiosa?

Roland balançou a cabeça e disse:

 — O navio de aço que estou construindo para Trovão é a tecnologia mais avançada que temos na Cidade de Primavera Eterna neste momento.

Roland estava “falando a verdade”. O “neste momento” realmente não era uma mentira. Mas quem sabe se dali a cinco ou seis anos não surgiriam novas tecnologias?

— Então, por que o senhor… — Gammon ficou surpreso. Em seguida, ele chacoalhou a cabeça e disse: — Não, é melhor eu não perguntar. A Baía Lua-Crescente está disposta a fazer esse acordo.

Por quê? Simplesmente porque o desenvolvimento de qualquer tecnologia precisava de uma fundação, ainda mais os navios de aço. Além disso, os Fiordes não teriam mão de obra suficiente para manter esta grande indústria, mesmo se lhes fossem dadas minas, máquinas e conversores.

Roland logo lembrou da resposta que o Diretor do Estaleiro do Mar Negro deu ao ser perguntado sobre os Varyags. “Precisa do Comitê Executivo Central, da Comissão de Planejamento Estatal, da Comissão Industrial-Militar e das Comissões de Indústria e Defesa Nacional”[1]. Embora os navios de aço não tivessem uma demanda tão alta, eles eram o resultado de toda a cadeia produtiva da Cidade de Primavera Eterna. Com exceção de algumas partes mais complexas do navio que estavam a cargo de Anna, as partes restantes haviam sido distribuídas em lotes para a usina de montagem e estavam sendo processadas por pessoas comuns.

Essa era a tendência natural do desenvolvimento industrial.

Portanto, o que ele precisava mesmo era de mão de obra para alcançar seus objetivos, e não de prevenir que as tecnologias fossem roubadas. A população da Cidade de Primavera Eterna estava aumentando drasticamente, mas essa velocidade ainda não era boa o bastante para Roland. Entretanto, ele não precisava explicar isso para o comerciante. Daqui a cinco anos, ele iria entender.

— Ótima escolha! O navio de aço não vai te decepcionar. — Roland levantou a taça e disse. — Um brinde.

— Brinde… O que é isso?

— Quer dizer que devemos beber o licor para celebrarmos. — Ele explicou calmamente. — Faz parte da nova etiqueta da Cidade de Primavera Eterna, a capital do reino.

— Verdade? Neste caso… Um brinde. — Os dois comerciantes da Baía Lua-Crescente foram “forçados” a beber o licor em suas taças.

Depois de um tempo, Nibelung e Atiyer retornaram ao salão e concordaram em assinar o contrato.

Como resultado, a Cidade de Primavera Eterna recebeu o maior pedido que já tiveram. Além do pagamento inicial de quatro mil moedas de ouro (das Câmaras de Comércio da Ilha do Sol Poente e da Ilha da Água Rasa), também haveria um pagamento adiantado de cinco mil moedas de ouro (da Baía Lua-Crescente). Ambos seriam recebidos no final do ano. Além disso, ainda tinha o valor adicional que seria definido de acordo com o progresso da construção. Roland já podia imaginar o sorriso no rosto de Barov. Quando a Prefeitura colocasse as mãos nesse dinheiro, a instituição teria recursos suficientes para arranjar trabalho para cada cidadão.

Nibelung mudou o tópico da conversa após firmarem o acordo.

— Vossa Majestade, nós também ouvimos que, além dos navios, há diversos perfumes à venda aqui, me pergunto se…

— A Senhorita Margarete assinou um contrato comigo seis meses atrás. Ela será minha representante e estará responsável pela venda de perfumes para as Ilhas Fiordianas depois que abrirmos o Porto da Praia Rasa. Portanto, se quiserem comprar perfumes, falem com ela.

Após ver a expressão triste no rosto do homem, Roland falou:

— Contudo, a Cidade de Primavera Eterna também está se preparando para promover um novo tipo de mercadoria. Talvez você se interesse.

Com essas palavras, ele bateu duas palmas, e o guarda, que estava a postos do lado de fora do salão, rapidamente entrou segurando uma bandeja com três garrafas de vidro em cima.

A cor “bizarra” de cada líquido dessas garrafas imediatamente chamou a atenção dos comerciantes.


[1] – Roland aqui deu um exemplo de nosso Mundo Moderno. O Estaleiro do Mar Negro é um estaleiro famoso da Ucrânia. E o Varyag é um tipo de navio de guerra que tem a ver com a União Soviética. Não me aprofundei nesse tópico porque não é de muita importância para este capítulo, já que Roland só usou como referência a fala do Diretor do Estaleiro, e não o Varyag em si. Se quiserem saber mais sobre o Varyag, clique aqui.


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