Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx
Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Release that Witch – Capítulo 699

Forma de Pensar

Quando Número 76 entrou na sala de estar, as outras quatro bruxas estavam sentadas ao redor de uma mesa e desfrutavam da nova comida que havia acabado de ser servida pela empregada.

— Bom dia. — Amy foi a primeira a cumprimentá-la. — Venha aqui tomar o café da manhã. Além de pão, também tem ovos fritos e leite! Faz tempo que eu não tenho um café da manhã tão bom.

— Claro que eu vou. — Ela concordou, com felicidade no rosto, enquanto se sentava ao lado de Amy. Após perder o sentido do paladar, ela comia apenas para manter a vida, e isso havia se tornado uma tortura. Para ela, comida boa e ruim eram a mesma coisa. Portanto, ela elogiaria cada comida baseado nas memórias distantes que ela tinha do sabor de cada alimento. — Isso realmente está delicioso!

— Né? — Amy murmurou enquanto mastigava o ovo. — Já faz um ano que eu não como ovo frito…

— Não reclame, pelo menos você comeu ovo ano passado. — Espadim contestou. — Eu não como ovo frito faz quase dez anos.

— Eh… — Annie tossicou (limpou a garganta) e disse: — Eu conheço alguém que nunca comeu ovo frito.

— Quem? — As três perguntaram juntas.

— Eu. — Annie apontou para si mesma e continuou. — Na aldeia onde eu nasci, meu vizinho criava várias galinhas. Eu sempre quis entrar escondida lá e roubar alguns ovos, para ver como era o gosto. Mas minha primeira tentativa terminou com meu pai me batendo com um cipó depois que ele me pegou com os ovos na mão.

— Seu pai é honesto. — Salvadora disse com um tom de respeito.

— Honesto? — Ela deu de ombros e disse. — Ele só estava com medo que o vizinho descobrisse e quisesse que ele pagasse pelos danos. Quanto aos ovos que eu roubei, eles foram comidos pelo meu pai e meu irmão mais novo.

A sala de estar imediatamente ficou em silêncio.

— Eh… Vamos tomar o café da manhã. — Salvadora falou, um pouco envergonhada.

— Pfft… — Amy foi a primeira a cair na gargalhada. — Hahahaha… Então foi isso que aconteceu… Hahahaha.

Assim que Amy riu, as outras bruxas não conseguiram mais segurar o riso.

Até mesmo Número 76 deixou escapar um sorriso. Após lutarem pela sobrevivência por tanto tempo, essas bruxas finalmente haviam encontrado um local pacífico. Isso meio que a fez se lembrar do auge de Taquila.

Ela havia se convencido de que a Cidade de Primavera Eterna seria a nova Cidade Sagrada, onde as bruxas conseguiriam reconquistar a glória passada.

Simplesmente porque a Escolha Divina havia aparecido.

— Hmm, você não dormiu bem, não é? — Amy estendeu a mão e limpou o canto dos olhos de Número 76. — Você tá com marcas de olheira.

— Ah… Talvez. — Número 76 abaixou a cabeça enquanto respondia. — Eu fiquei tão animada que não consegui dormir ontem à noite.

Embora ela precisasse de apenas duas horas de sono profundo para recarregar seu espírito, isso não queria dizer que ela poderia passar várias noites sem dormir. Afinal, isso poderia danificar o corpo, e também a alma. Só que o corpo poderia ser trocado; a alma, não.

Mas como ela poderia dormir? Ela temia que, quando acordasse, descobrisse que a Escolha Divina havia sido apenas um sonho.

O que ela precisava fazer era descobrir quem era a Escolha Divina e, logo após, entrar em contato com Pasha.

Isso não seria algo fácil de fazer.

De acordo com Wendy, a maioria das bruxas vivia na Casa das Bruxas na Zona do Castelo. No entanto, ela não era uma bruxa e não podia entrar no castelo. Ela provavelmente não conseguiria fazer isso com a ajuda dessas bruxas do Reino de Coração de Lobo.

Claro, ela podia se arriscar e tentar entrar escondida no castelo. Dessa forma ela podia ver quem era a Escolha Divina, mas infelizmente, essa não era uma boa alternativa. Ela não sabia se a Escolha Divina iria acreditar nela. Sem falar da bruxa de cabelo verde, que tinha a habilidade de Clarividência, e que seria difícil de lidar. Número 76 não sabia ao certo se conseguiria levar a Escolha Divina para as ruínas subterrâneas, sendo perseguida por bruxas combatentes. Um(a) Guerreiro(a) da Punição Divina era muito forte, mas não invencível.

Também havia o tal Roland, que parecia ser bastante poderoso, já que havia derrotado a Cidade da Estrela Cadente (Igreja).

Sem falar que, na guerra, cada ser humano seria necessário. Portanto, Pasha estava correta ao dizer que, cedo ou tarde, elas teriam que cooperar com os Quatro Reinos.

Portanto, a não ser que fosse absolutamente necessário, Taquila não se tornaria inimiga do Reino de Castelo Cinza.

Claro, se o rei quisesse matar a Escolha Divina, Número 76 não teria outra alternativa. Mesmo se ela tivesse que se sacrificar, ela protegeria a Escolha Divina, que poderia dar um fim à Batalha da Vontade Divina.

— Durma um pouco mais. — Amy escondeu o sorriso e disse. — A empregada nos disse que o almoço e o jantar serão servidos pontualmente, então, diferente de antes, a gente não vai precisar mais sair pra ficar o dia todo procurando comida.

— Não precisa, a Senhorita Nana me curou completamente. — Número 76 disse enquanto batia no peito, indicando que estava cheia de energia. Em seguida, ela hesitou um pouco e perguntou: — A Lady Wendy vai mostrar a cidade pra vocês daqui a pouco? Eu… não quero ficar sozinha.

— Você pode vir com a gente. — Amy respondeu imediatamente.

— Mas…

— Não se preocupe com isso, é só um passeio. Além disso, se você vier, você pode nos ajudar a carregar Salvadora.

— Verdade. — Espadim concordou. — Eu também não gostaria de ficar aqui sozinha.

— Desculpe-me pelo incômodo de ter que me carregar. — Salvadora sorriu para Número 76.

Annie calmamente disse:

— Não se preocupe. Eu vou falar com a Lady Wendy sobre isso.

— Obrigada… — Número 76 se curvou, abaixando a cabeça.

Ela tinha que admitir que possuía um pouco de afeição por essa nova geração de bruxas. Embora elas não fossem bruxas combatentes, as sobreviventes da Aliança haviam gradualmente começado a mudar suas formas de pensar. Após quatrocentos anos vivendo naquela caverna subterrânea, tendo presenciado a prosperidade e decadência das bruxas, a forma como as bruxas enxergavam as coisas havia começado a mudar.

Elas não tiveram que revezar para carregar Salvadora, como haviam imaginado.

Wendy havia trazido uma cadeira de rodas bastante peculiar.

— Você pode empurrar as rodas para mover a cadeira pra frente e pra trás. Você também pode mudar a direção das rodas mexendo aqui. — Wendy pessoalmente demonstrou enquanto explicava. — Anna e Soraya trabalharam juntas a noite toda para construir esta cadeira de rodas para você. Com isso, você pode ir a qualquer lugar.

Ouvindo o nome de Anna, Número 76 ficou surpresa. Essa não era a Bruxa Sênior da qual Nana havia falado? Elas realmente iriam tão longe por uma bruxa comum que perdeu as pernas?

— Obrigada… Minha Lady. — Salvadora disse, segurando o choro.

— De nada. Considere a Cidade de Primavera Eterna como o seu novo lar. — Wendy disse gentilmente. — Como eu disse antes, todas as bruxas aqui são suas irmãs.

Enquanto Salvadora se familiarizava com a cadeira de rodas, Annie perguntou a Wendy, a líder da União das Bruxas, se Número 76 poderia ir com elas.

No entanto, Wendy não respondeu imediatamente. Após pensar por um longo tempo, olhando para Número 76, ela assentiu:

— Claro, uma pessoa a mais não fará diferença.

Contudo, essa longa pausa pegou Número 76 de surpresa, deixando-a inquieta.

Elas ainda desconfiam de mim?


Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar