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Release that Witch – Capítulo 732

Um Começo Ideal

Quando Phyllis contou os ocorridos, todas as Bruxas de Taquila ficaram surpresas.

— Como pode uma pessoa comum entrar em contato com Deus? — A voz de Alethea estava repleta de perplexidade. — Você deve ter se enganado!

— Você tem certeza que esse feixe de luz veio do corpo dele? Outras bruxas da Região Oeste confirmaram isso? — Celine foi direto ao ponto.

Essas duas perguntas refletiam o que todas estavam pensando neste momento.

— Eu vi o feixe de luz pessoalmente. Além disso, esse feixe de luz é tão grande que excede os limites do Anel Mágico. — Phyllis pronunciou as palavras lentamente. — Eu também não consegui acreditar no início, mas essa é a verdade.

— Ele possui poder mágico? — Pasha perguntou com o último pingo de esperança.

— Não. Ele não é capaz de ativar o Instrumento da Retribuição Divina, e isso é uma pena.

A resposta de Phyllis desapontou a todas. Era simplesmente inimaginável que a Escolha Divina teria a Chave, mas não teria poder mágico; uma descoberta totalmente inesperada.

Embora a Escolha Divina tivesse a Chave, ele não conseguiria se conectar com o núcleo devido à ausência de poder mágico, nem mesmo com a ajuda das bruxas. Na era de Taquila, elas haviam comprovado que as pessoas comuns eram incapazes de suportar as mazelas causadas pelo poder mágico. Até mesmo os mais durões suportariam apenas uns trinta minutos.

Pasha havia pensado que a Escolha Divina provavelmente se originaria de alguma Bruxa Sênior, mas as notícias trazidas por Phyllis simplesmente acabaram com suas ilusões. Havia dez Bruxas Seniores que moravam na Cidade de Primavera Eterna.

Com um número tão grande de Bruxas Seniores, a União das Bruxas poderia ser comparada a algumas das organizações principais da Aliança, tal como a Sociedade Expedicionária de Taquila e o Exército Abençoado. Mesmo assim, Phyllis não havia achado a Escolha Divina entre elas.

Dois pensamentos passavam pela mente de Pasha. Um deles era que, se elas tivessem encontrado o labirinto subterrâneo antes da 2ª Batalha da Vontade Divina, teria sido fácil eliminar os demônios, pois no auge da Aliança havia muitas bruxas talentosas que podiam muito bem ser a Escolha Divina. O outro era que, se o plano da Escolha Divina se mostrasse um fracasso, como é que essas bruxas de Taquila, que haviam decidido seguir a Lady Natália e resistir ao plano de Alice, iriam se sentir?

Pasha se sentiu horrorizada ao pensar nisso. Ela balançou a cabeça para se acalmar e perguntou:

— Você disse que o rei das pessoas comuns quer cooperar conosco?

— Ele quer nos conhecer e está disposto a lutar contra os demônios. — Phyllis disse. — Mas só saberemos dos detalhes após as negociações.

— Você acha que ele é capaz de lutar contra os demônios?

— Não sei ao certo… As armas dele são bastante poderosas, mas eu ainda sei muito pouco dos detalhes. — Phyllis hesitou por um momento e as confortou: — Mas Agatha confia muito em Roland. Segundo ela, daqui a dois ou três anos, a Cidade de Primavera Eterna terá o poder necessário para lutar contra os demônios.

— O que ela acha de uma possível cooperação entre nós e a Cidade de Primavera Eterna? — Alethea perguntou num tom profundo.

— Segundo Agatha, ela continuará trabalhando para Roland Wimbledon, mesmo sendo uma bruxa de Taquila, e ela acha que deveríamos fazer o mesmo. — Phyllis contou tudo o que Agatha disse. — Ela acha que a missão mais urgente no momento é derrotar os demônios. E que também todas as forças do continente devem ser unificadas para lutarem juntas a fim de vencerem a terceira Batalha da Vontade Divina.

— Trabalhar para as pessoas comuns? Ela perdeu a cabeça? — Alethea falou alto. — Ela por acaso se esqueceu de como perdemos a primeira Batalha da Vontade Divina?

Todas as integrantes da Aliança conheciam muito bem esse período da história. Até que poderia haver uma pessoa extraordinária entre as pessoas comuns, mas como um todo, não valiam muito a pena.

Por exemplo, na primeira Batalha da Vontade Divina, houve um caso em que as pessoas comuns abriram o portão de uma cidade a fim de se renderem aos demônios, mas terminaram todos mortos. Um pouco antes disso, as bruxas haviam enviado um exército para ajudá-los, mas o lorde da cidade preferiu não abrir o portão e assistiu às bruxas serem massacradas pelos demônios. Em muitos casos, as pessoas comuns abandonavam seus postos para escapar do campo de batalha. Na maioria das vezes, um exército de vinte a trinta mil pessoas comuns não seria melhor do que uma equipe de cem bruxas. Em alguns lugares, as pessoas comuns até mesmo utilizavam Pedras da Retaliação Divina contra as bruxas, o que levou a uma ruptura final entre as partes.

Se não fosse por isso, os seres humanos não teriam perdido a primeira Batalha da Vontade Divina, pelo menos não tão miseravelmente.

Devido a esse comportamento ruim e a essa ganância para obter alimento e recursos, as bruxas, naquela época, chegaram à conclusão que a melhor solução seria substituir o regime dominado pelas pessoas comuns.

Ao ver Alethea balançando os tentáculos para expressar insatisfação, Pasha também se sentiu preocupada. Pelas informações que Phyllis deu, esse tal de Roland Wimbledon, o Rei de Castelo Cinza, provavelmente era uma pessoa extraordinária, mas ele sozinho não poderia mudar a natureza das pessoas comuns. Se outros reis cometessem erros estúpidos e trágicos, de qual lado ele iria ficar? Se a guerra durasse de vinte a trinta anos, ele se manteria firme e forte como agora?

Claro, a alma dele poderia ser transferida para um receptáculo de Guerreiro da Punição Divina, mas nem todos estariam dispostos a perder todos os sentidos ao custo de estender suas vidas. E mesmo se ele estivesse disposto a fazer isso, será que os herdeiros dele concordariam com isso? Afinal, eles seriam herdeiros para sempre, pois Roland não “morreria”.

Todas essas eram perguntas que Pasha precisava pensar a fundo.

De modo geral, elas estariam dispostas a sacrificar tudo para derrotar os demônios. Tanto Alice quanto Natalia acreditavam firmemente que, contanto que os seres humanos continuassem a existir, as bruxas recuperariam a glória passada.

— Vamos falar primeiro com Roland. — Celine acalmou Alethea. — Quando eu participava da Sociedade Expedicionária, eu cheguei a conversar um pouco com Agatha. Embora ela defendesse bastante as pessoas comuns, ela sempre foi cuidadosa ao tomar uma decisão. Além disso, já que planejamos estabelecer um acordo com os reinos desta era, e já que Roland é um rei que não discrimina as bruxas e está disposto a lutar contra os demônios, não acham que este seria um bom início para nós?

— Concordo com você. Nós sozinhas não conseguiremos derrotar os demônios.

— Nós também podemos expandir nossa influência entre todas as organizações de bruxas com a ajuda das pessoas comuns.

— E mais, é quase certo que mais bruxas irão pra essa Cidade de Primavera Eterna… Isso aumentará as chances de Phyllis encontrar a Escolha Divina.

— Fiquei curiosa com essas “armas de pólvora”. Se as usássemos, será que ficaria mais fácil matar os demônios e as bestas demoníacas?

As Bruxas da Punição Divina começaram a conversar.

Celine está certa. — Pasha suspirou e chegou à conclusão que, já que elas precisariam colaborar com as pessoas comuns, um rei aberto como Roland seria a pessoa mais adequada para discutir esse assunto. Só após conversar com ele é que elas poderiam tomar uma decisão.

Decidida, ela assentiu com os tentáculos para Phyllis e disse:

— Entendo. Deixe-me conversar com Sua Majestade, Roland Wimbledon.


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