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Release that Witch – Capítulo 754

A Mestra dos Micróbios

[NT: No inglês, os micróbios são retratados, na visão de Lily, como “vermes” ou “insetos”. Não tem como culpá-la, pois alguns micróbios, de certa forma, realmente se parecem com insetos ou vermes. Porém, para não confundir vocês, vou começar a retratá-los da forma correta, que é micróbio.]


— Isso é… um despertar? — Evelyn perguntou, surpresa.

— Parece que sim. — Lily assentiu. A dor do primeiro despertar era bem mais forte do que uma simples pancada na cabeça. Isso acontecia porque o poder mágico estaria se concentrando no corpo, e a sensação era como se o corpo estivesse sendo mordido em vários lugares ao mesmo tempo. Ao despertar, muitas bruxas mostrariam seus poderes sem querer, e assim a identidade delas seria exposta. Se isso tivesse acontecido dois ou três anos atrás, essa garota estaria condenada.

Logo a luz desapareceu, mas parte das paredes e do chão estava em chamas, e havia bastante fumaça.

Fazendo um grande esforço, a garota de cabelo curto se levantou, aproximou-se da amiga dela, que estava assustada, e a agarrou pela mão para retirá-la da área perigosa.

Lily ergueu as sobrancelhas, admirada. Era de conhecimento geral que o despertar tinha uma boa chance de não ser letal, mas a dor que as bruxas sentiriam seria maior do que qualquer coisa que elas já haviam sentido na vida. Normalmente, após o despertar, a bruxa ficaria fraca e cansada. Era muito raro ver uma bruxa recém-despertada que conseguia controlar o próprio corpo nessas condições, tendo energia até para salvar a amiga que estava em perigo.

Já que o incêndio provocado pela eletricidade ainda estava muito pequeno, as chamas não se espalharam muito rápido. Quando metade da sala de aula já estava envolvida em chamas, todas as pessoas já haviam escapado da escola.

Ao ver que o mistério havia sido revelado, Vera finalizou a ilusão.

— Bom, nós temos uma nova irmã. — Lily deu um sorriso de canto de boca. Independentemente da habilidade dessa garota, ela seria uma bruxa muito boa, e isso podia ser notado pela bravura e força de vontade que a garota havia demonstrado nesse incidente. Essa garota fez Lily compreender que nem toda bruxa seria tão ruim como Lunna.

Lily olhou de propósito para Lunna, que, inesperadamente, estava chocada, com a boca aberta.

Mas o que… O que tem de errado com essa idiota?

— Nós temos que dizer isso pra Irmã Wendy imediatamente! — Amy sugeriu. — Tem uma nova bruxa na Cidade de Primavera Eterna!

— Concordo. — Evelyn assentiu com a cabeça. — Vamos pro castelo agora.

Wendy provavelmente já sabe. — Lily pensou e deu de ombros, mas não falou nada. Ela só queria retornar logo ao castelo e continuar seus estudos no microscópio.

— Lunna? — Quando as bruxas estavam prestes a voltar para o castelo, elas perceberam que Lunna ainda estava parada no mesmo lugar, calada.

— Ah… Estou indo. — Lunna balançou a cabeça e se aproximou das outras.

— Você está bem? — Evelyn perguntou enquanto tocava a testa de Lunna.

— Estou bem… — Lunna respondeu rapidamente, parecendo bem diferente da Lunna habitual.

Que garota estranha. — Lily franziu os lábios e, logo em seguida, segurou na mão de Lunna e injetou um “micróbio parental” no corpo dela. — Eu sei que idiotas não pegam resfriados, mas vai que ela está?

Elas retornaram à Casa das Bruxas via Arco Mágico e imediatamente repassaram a informação para Wendy, que, como elas já esperavam, ficou muito furiosa com elas.

— Vocês não tinham que investigar esse assunto. Sylvie detectou a reação mágica na escola assim que a explosão aconteceu, e conseguiu localizar a bruxa rapidamente quando chegou lá. — Wendy deu um cascudo na cabeça de cada uma. — Vocês invadiram o perímetro policial e entraram num local potencialmente perigoso. Por acaso vocês querem ficar confinadas na sala de aula e fazer vários simulados de provas?

O rosto de cada uma das bruxas mudou ao ouvir as palavras de Wendy. Elas balançaram a cabeça imediatamente.

— Ah, eu quase esqueci. — Evelyn de repente juntou as mãos e disse. — Eu tenho que checar ainda hoje o estoque de licor na taverna. Fui.

— E eu tenho que perguntar uma coisinha a Isabella. — Margie se curvou. — Com licença. Estou indo.

— Eu também. — Vanila saiu correndo atrás de Margie.

— Eh? Eu… Eu… Eu… — Amy não conseguiu elaborar uma boa desculpa e acabou sendo arrastada por Vera para fora do escritório.

Lily suspirou ao ver isso. — Vocês pensam mesmo que poderiam escapar da punição de Wendy se ela quisesse punir vocês? E nem é uma coisa ruim passar a noite fazendo simulados para rever o que aprendemos.

Após pedirem desculpas a Wendy, as duas finalmente voltaram para o quarto.

— Agora você pode me dizer o que aconteceu? — Após fechar a porta do quarto, Lily revirou os olhos para Lunna, que parecia muito triste, e perguntou. — Você tá se comportando assim pra eu sentir pena de você?

— Lily… — Os olhos de Lunna começaram a lacrimejar. — A nova bruxa pode invocar eletricidade!

— E daí?

— Eletricidade é magnetismo, e magnetismo é eletricidade. Em outras palavras… eu posso ser ela e ela pode ser eu. — Ela disse, preocupada. — E se o poder dela for mais forte que o meu e Sua Majestade não precisar mais de mim?

— Pfftt. — Lily quase se engasgou com a própria saliva. — Por que você diz isso? Ainda que vocês tivessem a mesma habilidade, Sua Majestade nunca te deixaria de lado.

— Mas ele vai comparar…

— MAS nenhuma bruxa é igual… — Ao dizer isso, Lily de repente ficou atônita. — Nenhuma… é igual? — As palavras ressoaram na mente dela. Então ela perguntou: — Espere, o que você disse antes?

— Eletricidade é magnetismo?

— Depois disso…

— Hmmm… Eu posso ser ela e ela pode ser eu?

— Isso! — Uma nova ideia surgiu na mente de Lily. Não dando a mínima para Lunna, ela correu até a mesa, colocou uma gota de água na lâmina de microscópio[1] e começou a ajustar a distância focal.

— E o que isso tem a ver comigo? — Lunna protestou. — Ei, estou triste aqui, você não tá vendo?

— Me deixe em paz! — Lily balançou a mão rapidamente. — Se você não quer ser superada, comece a estudar mais daqui pra frente. Assim, você ainda terá alguma esperança.


[NT: Para vocês não se confundirem, tentem ler os parágrafos abaixo sabendo desses termos:

Micróbio Parental: São os micróbios criados por Lily.

Micróbio Almejado: São os micróbios que ela quer imitar. Pode ser qualquer um.

Micróbio Transparente: É um tipo específico de micróbio. Esse nome foi inventado por Lily.]


Sempre havia uma diferença quando se comparava as coisas. Nos últimos meses, Lily havia feito muitos desenhos dos “micróbios almejados”, criando “micróbios parentais” com base nesses desenhos e comparando os resultados. No entanto, independentemente do quanto tentava, ela ainda fracassava ao criar uma réplica do “micróbio almejado”. Provavelmente isso acontecia porque ela não conseguia capturar todos os detalhes do “micróbio almejado” com base apenas na observação. Dependendo do ajuste do microscópio ou do movimento do “micróbio almejado”, ela obteria imagens muito diferentes. Um “micróbio parental” criado com base nesse tipo de observação nunca seria o mesmo que o original.

Se ela quisesse transformar um “micróbio parental” num micróbio específico, os dois primeiramente teriam que ser a mesma coisa.

Lily logo percebeu o que teria que fazer. Ela faria um teste com os “micróbios transparentes”. Esses micróbios eram muito comuns na água, e Lily geralmente os escolhia como material de teste.

Ela gentilmente tocou na lâmina de microscópio e invocou um “micróbio parental” mágico, que era invisível a olho nu. Primeiramente, ela suprimiu a vontade do “micróbio parental” de converter os outros micróbios em volta e, em seguida, moveu os tentáculos do micróbio em direção ao “micróbio transparente”. Quando os dois micróbios se tocaram, o “micróbio parental” começou a penetrar no “micróbio almejado” até que, por fim, seus corpos se tornaram um. Ao se fundirem, a cor desse novo “micróbio parental” ficou levemente roxa.

Agora o “micróbio parental” era o “micróbio almejado” e o “micróbio almejado” era o “micróbio parental”.

Quando ela parou de suprimir o poder de assimilação do “micróbio parental”, ela viu que, pela primeira vez, o micróbio não havia retornado à sua forma original, como normalmente acontecia. Ao invés disso, ele continuou se movimentando na forma de “micróbio transparente”. Com o tempo, os micróbios em volta foram todos transformados em “micróbios transparentes”, e rapidamente, a transformação se espalhou por toda a gota d’água.

Sete ou oito minutos depois, ela não encontrou nenhum outro micróbio senão os “micróbios transparentes”.


[1] – Lâmina para microscópio ou para microscopia é uma peça retangular, normalmente de vidro, raramente em outros materiais, tanto inorgânicos, como o quartzo, ou orgânicos, como o policarbonato, o poliestireno, o acrílico e modificações destes, adequadas a determinados fins, como o Permanox™. Imagem anexada ao texto.

[NT: Resumindo, antes ela tentava replicar um micróbio específico, forçando o micróbio dela a mudar de forma, mas isso não funcionava, pois assim que ela parava de usar o poder, o micróbio voltava à sua forma original. Ao ouvir Lunna dizendo que “uma coisa pode ser a outra”, Lily finalmente descobriu o que tinha que fazer, que é a fusão de micróbios. Ao fundi-los, o novo micróbio permaneceria com a mesma forma, mesmo sem a influência do poder de Lily.]

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