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Release that Witch – Capítulo 788

Jornada Gourmet

Conversa no celular.

— Você não vem?! Como assim?! Você está desistindo no último minuto?!

O grito do outro lado da linha fez Roland afastar o celular do ouvido. Embora ele não pudesse ver Garcia, ele conseguia sentir claramente a fúria dela.

— É que eu recebi uma visita inesperada. — Enquanto Garcia ofegava, Roland explicou rapidamente. — Eu não tenho outra escolha. Você sabe que, tirando eu, tem apenas uma garotinha no meu apartamento. Não posso deixá-la tomar conta da visita, né?

— O número do seu apartamento é 0825, correto? Eu vou aí falar com você.

— É… Bem… É que, neste momento, eu não estou no apartamento… — Após pronunciar essas palavras, Roland se encolheu e se preparou para o próximo ataque de raiva de Garcia.

Como esperado, Garcia levantou a voz novamente.

— Eu não te disse que temos horário marcado com os veteranos da associação?! Eu pensei que você finalmente havia criado vergonha na cara e decidido assumir algumas responsabilidades! Mas agora você tá me dando um bolo?! Você acha que eu não sei qual é a sua?! Volte agora mesmo!

— “Assumir algumas responsabilidades”… O que caralhos isso quer dizer? É uma frase tão ambígua. — Roland disse para si mesmo, baixinho.

Quando ele viu o motorista do táxi mostrar uma expressão de “Cara, eu te entendo”, Roland percebeu que continuar explicando não levaria a nada.

— O que você disse? O sinal não tá muito bom, tá chiando muito. Acabei de entrar na Estrada Leste. Alô, você ainda tá aí? Alô… Alô? — Após fazer essa encenação, Roland encerrou a ligação. Logo em seguida, ele desligou o celular, caso Garcia decidisse ligar novamente.

Ele provavelmente havia ofendido completamente essa estrela das Artes Marciais.

Ele não esperava que Garcia fosse se importar tanto com o fato de ele querer entrar na Associação Marcialista. A reação dela, mais uma vez, havia confirmado a especulação de Roland, que ela só era fria com pessoas desconhecidas. Ao conhecer melhor uma pessoa, ela revelava sua verdadeira personalidade.

— Isso foi tão clichê. — Zero, no banco de trás, disse friamente. — Você acha que vivemos numa floresta? É impossível termos problema de sinal, já que ainda estamos na cidade.

Você tá muito esperta pro meu gosto. — Roland olhou rapidamente para o banco de trás. Phyllis ainda estava sentada perto da janela do carro, impressionada com as coisas que via do lado de fora. Ela esteve sentada ali, imóvel, desde que entrou no carro. Já era esperado que ela reagisse dessa maneira ao ver os prédios imensos, tráfego agitado, outdoors, e telões gigantes, já que essas coisas poderiam chocar qualquer pessoa que viesse de um mundo não tecnológico. Aliás, o aumento na produtividade resultava em mudanças significativas na sociedade. A radicalidade dessas mudanças, que poderia chocar até mesmo as pessoas modernas, faria o visual da cidade mudar completamente em apenas duas décadas e com certeza surpreenderia bastante uma bruxa de Taquila.

Antes do passeio, Roland havia emprestado algumas roupas a Phyllis. Camisetas e calças eram unissex, então Phyllis poderia vesti-las tranquilamente. Na verdade, essas roupas haviam até mesmo ficado legais nela. Parecia que a aparência da pessoa poderia fazer o feio se tornar belo. O único problema foi o sutiã. No final, Roland teve que pedir a Zero para amarrar um pedaço de pano em volta dos seios de Phyllis para resolver o problema.

O propósito desse passeio era específico: levar a Bruxa da Punição Divina para comer alguma coisa (ou várias coisas) e comprar um novo conjunto de roupas para ela. Por que comprar roupas? A resposta era simples: se Phyllis conseguisse entrar no Mundo dos Sonhos novamente, ele teria que estar preparado.

— Aqui estamos, Parque do Vale Verde. — O motorista parou o taxímetro e disse: — 25 Yuan.

Esse parque não ficava muito longe do apartamento de Roland. Era um lugar cercado por campos verdes que Roland havia descoberto em uma de suas excursões pela cidade. Nesse parque, não havia muitas pessoas, mas o que não faltava eram estabelecimentos. Dentre eles, havia as lanchonetes do McDonald’s e do KFC.

Essas duas lanchonetes seriam as primeiras escolhas de Roland, já que as vendinhas de rua não ofereciam um ambiente adequado para comer, sem falar que a comida de algumas vendinhas era horrível. Afinal de contas, o propósito desse passeio era satisfazer os desejos de Phyllis. Então, naturalmente, o sabor e a ambientação do lugar eram dois critérios essenciais. A comida do local também deveria ser barata. Restaurantes caros obviamente teriam uma boa ambientação, mas se Phyllis comesse demais… Roland temia não ter o dinheiro para pagar a conta.

Portanto, lanchonetes obviamente seriam a melhor escolha.

Além disso, fazia tempo que Zero pedia para ele levá-la a uma dessas lanchonetes, provavelmente devido ao Lanche das Crianças: espécie de promoção, onde uma boneca vinha junto com o lanche.

Roland levou as duas até a lanchonete KFC e escolheu uma mesa perto da janela. Roland foi até o balcão e pediu dois Lanches Família e um Lanche das Crianças.

— Por que você comprou tanto assim? — Zero perguntou, surpresa, ao ver Roland colocar bastante comida na mesa. — Tio, eu sei que você tem um emprego agora, mas não é bom esbanjar seu dinheiro.

— É difícil eu ser tão generoso assim. Então por que você simplesmente não aproveita?

— Ah, tá bom! — Ela parou de reclamar quando viu a boneca no Lanche das Crianças.

— Coma conosco. Se você quiser mais, pode falar. — Roland deu uma coxa de frango frita para Phyllis. Após ser frita em alta temperatura e pressão, a coxa possuía um tom dourado apetitoso. O estômago de qualquer um roncaria ao sentir esse aroma. A culinária moderna não apenas tornaria a carne mais macia e suave, como também adicionaria sabores especiais, como a pimenta preta, tomilho, alho e sal. O sabor seria completamente diferente da carne de galinha sem graça comum nas mesas dos cidadãos do Reino de Castelo Cinza.

Embora as pessoas modernas sempre reclamassem das altas calorias, esses lanches certamente seriam referências quando se tratava de sabor.

Quando sentisse tais sabores, Phyllis com certeza ficaria sem palavras. Afinal, fazia séculos que ela não sentia o gosto de uma comida.

Durante todo o percurso, Phyllis havia seguido perfeitamente as instruções de Roland, e independentemente das coisas estranhas que via, ela mantinha a boca fechada. Ela tentou imitar ao máximo a forma como os outros se comportavam, mas assim que mordeu a coxa de frango frita, ela não conseguiu mais se controlar. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

— O que aconteceu, irmã? — Zero ficou atônita.

Roland sussurrou para Zero:

— Nada. É que ela tá com muita fome. A família dela não a trata muito bem… Eles sempre quiseram ter um garoto, mas não conseguiram… Enfim, você é muito nova pra entender. Só saiba que ela nunca teve uma vida feliz.

— Nossa… — A garotinha ficou triste, provavelmente comovida.

Era um tanto comovente ver Phyllis devorando a comida enquanto chorava. Quanto ao fato de Zero ter chamado Phyllis de irmã, sendo que ela o chamava de velhote, Roland pareceu não se importar.

Para as bruxas de Taquila, o prazer mundano de sentir sabores era um sonho que elas estariam dispostas a fazer de tudo para pagar. Roland se sentia triste por isso. Felizmente, a experiência de hoje havia dado a Phyllis um pouco de consolo, embora ainda fosse difícil saber se haveria uma próxima vez.

Porém, pelo menos por hoje, ele faria de tudo para satisfazer os desejos de Phyllis.

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Caminhão-chanD
Membro
Caminhão-chan
10 meses atrás

Tem aquele outro desejo

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