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Release that Witch – Capítulo 809

Momento de Crise

Quando os soldados perceberam o que estava acontecendo, já era tarde demais para ajustarem outra metralhadora pesada, então eles pegaram seus rifles para atirar no inimigo.

A espada que Edith havia enfiado no monstro agora mostrava claramente onde esse ser invisível estava, fazendo dele um alvo fácil. A uma distância tão pequena, Brian e todos os outros soldados atiraram sem dó nem piedade. A saraivada de balas passou por cima de Edith, de tal forma que ela conseguiu ouvir o barulho dos projéteis rasgando o ar.

Edith olhou para trás e notou que a “distorção” no ar havia solidificado e que um monstro havia aparecido do nada. Esse monstro era horripilante. Ele tinha uma carapaça amarronzada e quase dois metros de altura. Além de um par de garras tão afiadas quanto foices, ele também tinha de sete a oito pares de patas que serviam de apoio. Felizmente, as balas haviam sido fortes o bastante para perfurar a carapaça da criatura e dilacerar sua longa e fina cabeça de “gafanhoto”. A criatura se contorceu um pouco e caiu no chão, banhada em sangue azul.

— Saiam do caminho! — De repente, alguém gritou atrás de Edith.

Logo em seguida, uma espada pesada atravessou o ar com tremendo poder e derrubou dois monstros invisíveis, que se escondiam perto do primeiro esquadrão de metralhadora.

Após o ataque de Cinzas, várias Bruxas da Punição Divina avançaram em direção aos inimigos, eliminando-os antes que eles tivessem a oportunidade de se levantar novamente.

— Os reforços finalmente chegaram. — Edith respirou, aliviada.

Os inimigos haviam perdido a vantagem da invisibilidade, e, já que estavam em pequeno número, não demorou muito para que as Bruxas da Punição Divina os eliminassem.

Edith notou que, quando os monstros se aproximavam das Bruxas da Punição Divina, o corpo deles ficava estranho. Metade do corpo deles permanecia invisível, mas a outra metade aparecia claramente na luz, como se a habilidade deles estivesse sendo afetada por algo.

— Você está bem? — Margie deu a mão para Edith e a levantou. — Nós localizamos esses monstros quando ainda estávamos descendo pra cá, então viemos o mais rápido que podíamos, mas ainda chegamos um pouco atrasadas.

— Vocês localizaram eles com a Pedra Mágica de Cinco Cores?

— Sim. — Um “homem” alto se aproximou. — As armas das pessoas comuns não funcionam muito bem nesse tipo de situação. Sugiro que você informe às pessoas de lá de cima pra trazer mais Bruxas da Punição Divina.

Edith lembrou que o nome desse “homem” era Betty. Ela perguntou:

— Como vocês conseguiram afetar a invisibilidade desses monstros?

— É um truque que funciona da mesma forma que a Pedra da Retaliação Divina. — O “homem” deu de ombros. — Mas isso só é capaz de desativar a invisibilidade deles por pouco tempo.

— Mas os soldados também estão usando Pedras da Retaliação Divina. Por que eles não conseguiram ver os inimigos? — Brian perguntou com os dentes cerrados enquanto olhava para os três homens mortos no chão.

— Já era de se esperar que isso acontecesse. — Betty respondeu calmamente. — Luz, distância e atenção são fatores que afetam nossa visão. Uma Pedra da Retaliação Divina funciona apenas num raio de um ou dois passos (0,5 ou 1 metro). Já que os inimigos são ágeis no ataque, não me admira que os soldados não tenham conseguido vê-los, ainda mais num lugar como este, onde a luz é escassa.

Edith suspirou. Betty estava certa. Os soldados não haviam conseguido ver os monstros durante todo o confronto. As patas longas e a invisibilidade dos monstros lhes haviam dado uma grande vantagem. As pessoas normais não conseguiriam reagir a tempo, mesmo que sentissem que havia algo de errado. O Primeiro Exército não seria capaz de derrotá-los, a não ser que tivessem enterrado Pedras da Retaliação Divina de antemão pelo local, para que assim tivessem uma visão clara dos inimigos.

— Droga! — Brian cerrou os punhos. — Eu devia ter colocado o arame farpado primeiro!

— Sugiro que vocês voltem logo lá pra cima. Eu tenho a sensação de que algo ruim está prestes a acontecer. — Betty avisou. — O grito estranho que ouvi antes deve ter ressoado por toda a montanha.

— Você também ouviu? — Edith perguntou, surpresa.

— Perder a maioria dos nossos sentidos deixou nossos olhos e ouvidos extremamente afiados… — Betty observou Edith por um tempo antes de responder. — Eu não esperava que uma pessoa comum fosse capaz de ouvir esse som também.

Isso mesmo, ela não tinha ouvido errado. Edith assentiu com a cabeça enquanto pegava sua Pedra da Retaliação Divina e jogava perto da metralhadora pesada. Ela e os outros homens se reuniram em volta de Margie, que invocou o Arco Mágico. Juntos, eles afundaram no chão e subiram pelas paredes do buraco. Brian, o líder do Batalhão de Fuzileiros, ficou um pouco relutante em deixar a linha de frente com as bruxas de Taquila, mas teve que ceder. Afinal, já que as Bruxas da Punição Divina se envolveriam na luta, eles não poderiam ignorar as bruxas e atirar nos inimigos a torto e a direito.

Os soldados posicionados na Pagoda de Pedra Negra não estavam cientes dos detalhes da batalha no fundo do buraco, então eles continuavam a mandar equipamentos para baixo, como tendas, Pedras da Retaliação Divina, armas de fogo e munição. Depois que Brian deu o comando, os soldados pararam de transportar os equipamentos e subiram no Arco Mágico de Margie.

Ao se aproximarem do topo, eles começaram a ouvir barulhos de disparos. Isso indicava que o Primeiro Exército estava protegendo o posto de vigilância e havia aberto fogo contra os inimigos.

Seus rostos mudaram. Margie imbuiu todo o seu poder mágico para acelerar o Arco Mágico.

Quando o Arco Mágico chegou lá em cima, Edith arregalou os olhos.

Partes de corpos choviam do teto da caverna. Três esquadrões de metralhadora estavam enfileirados numa só formação atirando em direção ao teto escuro da caverna, sob o comando de Sylvie. Os outros esquadrões, incluindo o de tiros de precisão, estavam concentrados em lidar com os pontos cegos acima deles, atirando de maneira desordenada em direção às paredes da caverna.

— Vocês estão lutando contra o quê? — Brian aproximou-se de um dos soldados e perguntou.

— Bestas demoníacas, senhor! — O soldado reportou enquanto carregava a arma. — Um grupo de bestas demoníacas nos atacou de repente!

— Droga! Por que nos atacar num momento como este?

Um palpite passou pela mente de Edith.

Será que o barulho que ouvi antes foi algum tipo de chamado?

Isso era algo que ela havia lido em um dos livros de Sua Majestade, um som único neste mundo que era inaudível para os seres humanos, mas que era claro para algumas criaturas. Algumas espécies até conseguiam produzir sons que as ajudavam a se comunicar a longa distância. — Então o som de antes foi um sinal que os inimigos usam entre si?

No entanto, as notícias ruins não pararam por aí. Enquanto Brian observava a batalha, um dos soldados correu até ele e reportou:

— Senhor, a Senhorita Maggie detectou rastros anormais de bestas demoníacas ao leste da Floresta das Brumas. Parece que eles estão marchando pra cá!

— O quê? Isso… — O Líder do Batalhão de Fuzileiros ficou atônito por um momento.

— Senhor? — O soldado perguntou, aflito. — O que faremos?

— Como isso… Como isso é possível… — Brian murmurou com o rosto pálido. Gotas de suor começaram a se formar na sua testa.

Edith franziu as sobrancelhas ao ver o comportamento inexperiente de Brian. Na visão dela, um líder nunca deveria mostrar uma expressão de pânico abertamente, especialmente na frente dos subalternos.

— Certo, certo… — Ela interrompeu. — As coisas são mais simples do que vocês pensam. Primeiro, se retirarmos as tropas posicionadas lá fora e as reunirmos aqui para proteger a caverna, nosso campo de batalha ficará menor e só precisaremos de algumas metralhadoras pesadas para deter o ataque das bestas demoníacas.

Brian olhou para Edith. Levou um bom tempo, mas ele conseguiu se recompor.

— E-E-Exatamente. — Ele gaguejou.

Edith olhou para Brian e continuou:

— Segundo, diga à Senhorita Maggie para entrar em contato com Sua Majestade e solicitar reforços, só para garantir. Afinal, nossa munição e comida são fornecidas através do Rio Vermelho. Se tivermos que abandonar este posto, nossa batalha não durará muito tempo devido à falta de suprimentos. — Edith disse calmamente e claramente. — As bestas demoníacas não conseguem nadar, então não podemos abandonar os Navios de Concreto. E também devemos designar alguns homens para guiar os reforços. A Senhorita Sylvie estará responsável por aniquilar as bestas demoníacas que ficarem no teto da caverna. Temporariamente, devemos coletar as Pedras da Retaliação Divina de todos e enterrá-las pelo chão da caverna, evitando assim um ataque surpresa do inimigo. Por último, mande mais Bruxas da Punição Divina lá pra baixo; assim elas poderão ajudar Betty a encontrar Agatha e as outras. — A voz calma de Edith aliviou a tensão e a desordem dos soldados. — Devemos mandar as bruxas para Betty o mais rápido possível. Se eu não me engano, a fonte desse som estranho que eu ouvi há pouco deve ser a chave para resolvermos esse problema.

Brian respirou profundamente e disse:

— Entendi. Vamos fazer como você sugeriu.


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