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Release that Witch – Capítulo 813

Monstro

De repente, a visão de Rouxinol não ficou mais obscurecida.

Ao ver o desenrolar desse evento chocante, as bestas demoníacas desaceleraram e, ao invés de tentarem cercar Rouxinol loucamente, eles se recusaram a avançar, como se estivessem com medo dela.

As bestas demoníacas híbridas estavam horrorizadas.

O monstro no topo da caverna balançou os tentáculos e rugiu furiosamente, mas não conseguiu o efeito desejado. Os únicos que ainda seguiam às suas ordens eram as três bestas invisíveis restantes. Eles agora estavam impotentes e não representavam mais uma ameaça para Rouxinol. A forte linha de defesa agora havia sido quebrada.

Nenhum inimigo poderia pará-la.

Rouxinol concentrou o que tinha restado de seu poder mágico e correu em direção ao monstro.

Ao chegar perto, ela finalmente entendeu o que Fran quis dizer com anormal.

O oponente não poderia ser chamado de criatura. Parecia mais uma pilha de órgãos expostos. Não tinha epiderme, nem fibras musculares. Seu intestino, tentáculos e órgãos, que nem mesmo poderiam ser nomeados, amontoavam-se de forma instável e horrível.

Obviamente, jogar explosivos na boca do monstro não era possível. Rouxinol olhou para um amontoado de “bolas de carne” que vibravam. Embora ela não fizesse ideia se esse órgão era vital para o monstro ou não, pelo menos estava localizado numa região mais profunda, sem falar que poder mágico fluía de seu interior. Ela imaginou que os explosivos fariam mais estrago lá.

Era um plano arriscado, mas ela tinha apenas uma chance.

Esta luta precisava de um golpe fatal.

Quanto mais Rouxinol se aproximava, mais ela se impressionava com o tamanho do monstro. O intestino dele poderia encobrir uma casa, e seu amontoado de órgãos era do tamanho de um castelo. Só que esse castelo aqui estava vivo.

Ao ver que as bestas invisíveis não conseguiam impedir Rouxinol, o monstro começou a se mover.

Ele atacou com os tentáculos, tentando parar Rouxinol. Alguns dos tentáculos eram como chicotes de aço, destruindo facilmente as paredes da caverna, mas não foi muito difícil para Rouxinol lidar com eles. Ao observar com cuidado, ela conseguia usar os espaços vazios entre os tentáculos para se desviar.

Alguns tentáculos continham poder mágico e podiam usar diferentes habilidades. Seus feixes de luz eram muito “brilhantes” no Mundo da Névoa, e Rouxinol definitivamente não queria ser atingida por eles, então ela usava o “lampejo” para se desviar desses tentáculos especiais. Isso, no entanto, aumentou bastante o consumo de poder mágico dela.

Felizmente, a distância entre o monstro e ela não era muito grande.

Um momento se passou, e ela finalmente conseguiu pôr os pés no corpo gigante do monstro, que rugiu ferozmente. O monstro, com medo de se machucar, parou de atacar imprudentemente com os tentáculos. Rouxinol imediatamente se sentiu aliviada. Sem hesitar, ela pegou os explosivos e correu na direção das “bolas de carne” do monstro.

Rouxinol fez tudo muito rápido. Ao sair do Mundo da Névoa, ela puxou a corda do detonador, jogou os explosivos por entre as “bolas de carne” do monstro e voltou para o Mundo da Névoa, ainda de cabeça para baixo. Em seguida, ela deu um impulso com os pés e se atirou em direção ao lago abaixo, como uma flecha.

O monstro viu tudo o que Rouxinol fez, mas não conseguiu entender por que o inimigo havia feito tanto esforço para se aproximar dele apenas para no final fugir sem fazer nada. Quanto aos sacos de explosivos, aos olhos do monstro, eles não representavam uma ameaça. Por um instante, o monstro esqueceu até mesmo de mover os tentáculos para perseguir a bruxa que caía rapidamente.

Era muito perigoso cair de um lugar alto no Mundo da Névoa. Rouxinol seria despedaçada se fosse atingida por alguma linha de ar quando estivesse caindo, por isso ela saiu rapidamente do Mundo da Névoa. E em seguida, ela deu tchauzinho para o monstro.

Curiosamente, naquele momento, ela pensou em Roland.

Sempre quando testavam a pólvora, Roland virava de costas para o campo de testes e dizia que verdadeiros guerreiros nunca olhavam para uma explosão. Embora ela (Rouxinol) e Agatha sempre revirassem os olhos para as baboseiras dele, Roland nunca pareceu se importar, como se aquilo fizesse parte de um ritual do qual só ele sabia.

Ao lembrar disso, Rouxinol sorriu.

Mas agora, ela não queria imitá-lo.

Não se tratava de ser um verdadeiro guerreiro ou não.

Ela simplesmente queria ver o monstro ser explodido em pedaços.

Quando ela já ouvia o som do rio subterrâneo abaixo, uma luz vermelha de repente iluminou o teto escuro da caverna.

Num lugar onde não havia luz do dia, esse raio de luz pareceu tão brilhante quanto o amanhecer. A luz engoliu a escuridão, e, pela primeira vez, luzes brilhantes foram refletidas pela superfície do lago.

Em seguida, ouviu-se um barulho ensurdecedor.

De repente, toda a caverna tremeu.

Rouxinol viu claramente o corpo do monstro se contorcer fortemente, como se ele estivesse sofrendo. Metade de seus incontáveis olhos escarlates foram destroçados, e alguns de seus órgãos foram arrancados pela força da explosão. A parte do monstro mais próxima da explosão imediatamente pegou fogo, gerando uma fumaça densa e escura.

SPLASH!\ 

Rouxinol caiu na água.

O mundo momentaneamente ficou quieto. Rouxinol só conseguia ouvir o som de seu próprio coração batendo.

Neste lago em que Rouxinol havia caído, o giro rápido da água formava um buraco negro lá no fundo, parecendo que queria arrastá-la para o abismo. Frente a tamanha força, qualquer resistência seria inútil.

Mas, felizmente, Rouxinol estava preparada.

Ela liberou o resto de poder mágico, que lhe havia sobrado, para invocar o Mundo da Névoa e usou as linhas brancas em espiral para andar pela água, como se fosse uma escada.

Nesse momento, o poder mágico no corpo dela acabou completamente, e os efeitos colaterais começaram a aparecer. O cérebro de Rouxinol foi atacado por uma dor intensa e tontura; seus braços e pernas não paravam de tremer, e ela não conseguia mais controlar o próprio corpo.

Enquanto se esforçava para chegar na margem do lago, Rouxinol soube que sua força estava acabando. Antes de perder a consciência, ela viu um verme atravessar a parede da caverna e uma silhueta dourada voar em sua direção rapidamente.

— Rouxinol… Ela está bem? — Fran perguntou, aflita.

— Não é nada grave. Foi só o poder mágico dela que acabou. — Agatha examinou Rouxinol e depois falou para uma Bruxa da Punição Divina: — Carregue ela. Vamos sair daqui o quanto antes.

Momentos atrás, quando Rouxinol foi embora, todas haviam decidido que, independentemente do que acontecesse, elas encontrariam Rouxinol após a explosão e, por isso, haviam deixado Fran comer toda a comida do grupo.

Mas elas não imaginavam que a explosão acabaria sendo tão efetiva. A explosão não apenas parou o Verme Devorador do inimigo, que escavava por entre as paredes da caverna, como também fez o resto das bestas demoníacas fugirem do local.

— Deixe ela comigo. — Elena carregou Rouxinol.  Após testemunhar a batalha, as bruxas de Taquila haviam passado a respeitar mais a bruxa loira chamada Rouxinol.

— Por que não damos logo um fim nele? — Raio olhou, insatisfeita, para o monstro que ainda se contorcia no teto da caverna, em chamas. — Ele ainda não tá morto.

— Bestas à beira da morte são perigosas, sem falar que você só consegue levar um saco de explosivos de cada vez, então é melhor não arriscar. — Agatha disse com uma voz profunda. — Mas fique tranquila. Até que o Primeiro Exército chegue aqui, é bem provável que esse monstro já esteja morto.

— Hmm… Certo. — A garotinha hesitou por um instante, mas logo assentiu com a cabeça.

Quando todo mundo estava prestes a ir embora, o monstro de repente soltou um grito. Logo em seguida, a superfície do lago começou a se mexer.

Um esqueleto gigante emergiu da água, curvou-se para trás e abriu a caixa torácica. Embora a correnteza do lago fosse bastante violenta, o esqueleto permanecia imóvel.

O monstro afrouxou os tentáculos que o prendiam ao teto da caverna e caiu dentro da caixa torácica do esqueleto. O impacto fez o esqueleto começar a afundar, levantando ondas que se estenderam até a margem do lago. Até mesmo o rio subterrâneo, que desaguava no lago, correu para trás por um instante. A caixa torácica do esqueleto começou a fechar, como se estivesse empacotando o monstro. Em seguida, o esqueleto começou a submergir no lago. Quando o monstro, que ainda estava pegando fogo, entrou em contato com a água, as chamas imediatamente se apagaram, exalando fumaça e um forte odor.

Pouco antes do monstro desaparecer por completo, as bruxas conseguiram ver seus inúmeros olhos escarlates. Apesar da metade desses olhos ter sido destruída pelas chamas, o restante deles expressava um forte sentimento de ódio em relação às bruxas.

Momentos depois, o lago rodopiante engoliu o monstro, como se ele nunca tivesse aparecido.


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