Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx
Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Release that Witch – Capítulo 815

Descobertas e Decisões

Nos três dias seguintes, relatórios e mensagens sobre a exploração das Montanhas Nevadas foram enviadas para a Cidade de Primavera Eterna, uma atrás da outra.

O coração de Roland quase parou quando ele ouviu que Rouxinol havia gastado todo o poder mágico e desmaiado durante a luta. Felizmente, ela já estava bem. Para tranquilizar Roland, ela pediu que Maggie contasse de imediato que ela estava bem antes de dizer o que aconteceu.

Os resultados da exploração mostraram que dentro das Montanhas Nevadas realmente havia uma cidade em ruínas que foi deixada pela civilização subterrânea. No entanto, comparada às ruínas subterrâneas encontradas na Cordilheira Intransponível pelas bruxas de Taquila, essa cidade não estava bem preservada. A maioria das cavernas dessas ruínas recém-descobertas havia desabado há muito tempo, e vários compartimentos intactos estavam cheios de cadáveres e criaturas estranhas. Próximo ao lago subterrâneo, um núcleo mágico danificado foi encontrado pelas bruxas de Taquila. De acordo com os relatórios da equipe de reconhecimento, nenhum documento havia sido encontrado ali, e a melhor coisa dessa jornada foi a descoberta de um Portador Original e dois Vermes Devoradores dentro da montanha.

Roland ficou surpreso com os resultados.

Se esse ser de vários olhos fosse apenas uma besta irracional que acabou escolhendo as ruínas subterrâneas para morar, Roland não acharia estranho a forma violenta com a qual ele (o monstro) havia reagido. Roland ainda lembrava que algo nas Montanhas Nevadas havia mandado Vermes Devoradores engolirem o laboratório de Agatha e a Pagoda de Pedra Negra da Comunidade de Demônios. Esses atos claramente não haviam sido por comida. Nesta exploração dentro da montanha, a equipe também havia achado cadáveres de seres humanos e demônios presos dentro de vermes estranhos, que as bruxas apelidaram de Vermes Gosmentos. Esses fatos o fizeram acreditar que o inimigo desconhecido muito provavelmente estava tentando coletar informações sobre as outras duas espécies competidoras da Batalha da Vontade Divina.

Quando recebeu a primeira leva de “cadáveres de Vermes Gosmentos”, Roland notou que o corpo em decomposição dos seres humanos e demônios aparentemente não havia sido corroído pelo sistema digestivo do verme, mas sim envolvido por uma espécie de cera formada pelo longo período de armazenamento.

Isso significava que esses cadáveres haviam ficado dentro dos Vermes Gosmentos por muito tempo e aparentemente não eram armazenados como comida. Somente um indivíduo inteligente transformaria outras criaturas em espécimes. — Mas… se o monstro realmente é inteligente a esse ponto, por que ele destruiria essa cidade subterrânea? Usar um local tão especial quanto as ruínas para armazenar cadáveres não me parece uma decisão inteligente… Algo não se encaixa.

Roland se perguntava se o motivo por trás disso era porque o monstro não se importava com as coisas tão apreciadas pelas bruxas de Taquila. Roland avaliou as “fotos” criadas por Soraya dos eventos que aconteceram dentro da montanha e ficou perdido em pensamentos.

Em uma das “fotos”, Roland percebeu que, um pouco antes do monstro afundar na água, suas centenas de olhos, ou pelo menos o que sobrou deles, pareciam cheios de ressentimento. Roland não sabia se isso era uma falsa impressão ou não. Ele sentiu que os olhos do monstro haviam ficado diferentes quando foi gravemente ferido. No começo, aqueles olhos, no teto da caverna, simplesmente olhavam para as bruxas, mas depois que o monstro foi ferido gravemente, seus olhos mostraram uma óbvia expressão emocional. Quando Roland colocou essas duas “fotos” juntas para comparar, ele sentiu como se esse monstro nessas duas “fotos” não fosse o mesmo.

Quanto ao lago no fundo das ruínas subterrâneas, que foi o local por onde o monstro havia submergido, Sylvie confirmou que este estava conectado a uma corrente subterrânea que levava até o Mar Agitado.

Com seu nível de tecnologia atual, ele não conseguiria rastrear um inimigo quando este adentrasse um lugar tão vasto quanto o Mar Agitado. Ou seja, o inimigo havia escapado, sem chance de ser encontrado. Tudo o que Roland poderia fazer agora era usar explosivos poderosos para destruir o local por onde o monstro havia escapado a fim de bloquear o acesso dele às ruínas subterrâneas. Ao fazer isso, ele poderia garantir a segurança da Cidade de Primavera Eterna.

A equipe de exploração também lhe havia enviado boas notícias.

Nos relatórios de Raio, Roland leu sobre alguns “insetos”. Eles se pareciam com os Vermes Gosmentos, mas conseguiam ejetar um líquido gelatinoso e pegajoso capaz de prender Fran fortemente ao chão. Esse muco que eles ejetavam poderia se solidificar numa espécie de seda estilo teia de aranha, sob certas circunstâncias. Esses “insetos” não eram nem inteligentes, nem agressivos. De acordo com as observações de Agatha, eles não pertenciam às Planícies Férteis.

Em outras palavras, esses “insetos” provavelmente haviam sido trazidos pelo monstro.

No entanto, o que mais intrigava Roland não era a origem desses “insetos”, mas o fato de que o muco deles poderia se solidificar rapidamente. De acordo com as descrições de Raio, esses “insetos” poderiam ser criados em cativeiro.

Logo, na sua carta de resposta, Roland pediu para Agatha fazer um relatório detalhado dos hábitos alimentares e rotina desses “insetos”, e investigar que tipo de mal eles poderiam causar.

Ele também solicitou que a equipe de reconhecimento coletasse todas as plantas estranhas e fungos das ruínas subterrâneas. Ele estava particularmente interessado nas plantas que podiam brilhar e nos cogumelos gigantes.

Quando ele estava prestes a rever as “fotos” das ruínas, alguém bateu na porta.

Phyllis entrou no escritório.

Ela se curvou e disse:

— Vossa Majestade, Lady Pasha deseja conversar com o senhor sobre as ruínas.

Roland imediatamente assentiu com a cabeça. Ele havia compartilhado todas as notícias recebidas nos últimos dias com as bruxas de Taquila e realmente queria saber qual era a opinião das bruxas sobre o monstro.

— Bom, vamos realizar uma videoconferência.

— Videoconf… O quê? — Phyllis ficou confusa, levando alguns segundos para entender o que Roland queria dizer. — O senhor se refere a uma reunião por meio do Instrumento Espectral?

— Sim, no mesmo lugar de sempre, no salão de recepção do castelo. — Roland não pôde deixar de sorrir, já que estava feliz de finalmente encontrar alguém que poderia entender suas “baboseiras”.

— Entendi. — Ela riu e disse. — Vou informar a Pasha.

Quando ele entrou no salão de recepção, Faldi e todas as outras Bruxas da Punição Divina se levantaram e curvaram-se, com as duas mãos no peito, como se estivessem saudando uma bruxa da mais alta estirpe. Elas estavam sérias, completamente diferentes de como eram no Mundo dos Sonhos.

Por levá-las de vez em quando ao Mundo dos Sonhos, Roland agora era venerado como alguém com o mesmo status das Três Líderes da Aliança. Ele conseguia notar só de olhar para elas que ele não era mais visto como uma “pessoa comum”, embora elas ainda usassem esse termo (pessoa comum) para descrever quem não era bruxa.

Embora, no acordo, Roland tivesse dito que não se importava muito com formalidades, as bruxas, hoje, saudavam-no com mais respeito do que seus próprios guardas. Ao ver isso, ele não tinha outra opção senão deixá-las fazer o que bem entendessem.

Dentro do salão, Roland viu Pasha através da cortina de luz, esperando por ele.

— Primeiramente, eu tenho que expressar minha sincera gratidão ao senhor. — Ela disse enquanto curvava o tentáculo principal. — Sua ajuda é de grande importância para Taquila no que tange a exploração das ruínas e a restauração das sensações perdidas das Bruxas da Punição Divina.

— Ao ajudar vocês, eu também estou me ajudando, já que iremos lutar juntos na vindoura Batalha da Vontade Divina. — Ele respondeu com um sorriso. — Bem, o que vocês farão com os recém-descobertos receptáculos das ruínas?

— Podemos lidar com eles de duas formas… Movê-los para cá ou fazermos a transferência de alma lá mesmo onde estão. — Ela parou para pensar por um minuto e continuou: — Eu prefiro a segunda opção.

Quando desligado, o núcleo mágico parecia uma peça rústica feita de ossos. Roland poderia usar um navio de concreto para transportar o núcleo, mas ele temia que esses navios não conseguissem transportar os receptáculos gigantes (Dois Vermes Devoradores e um Portador Original). Além disso, esses seres eram muito assustadores para as pessoas comuns, mesmo imóveis, sem alma. Roland estava ciente de que a educação universal básica da Cidade de Primavera Eterna ainda não havia preparado seus habitantes para aceitar esses seres estranhos que pareciam monstros vindos do inferno.

Roland concordou com a sugestão de Pasha em escolher a segunda opção, embora ainda houvesse riscos.

— Então você já escolheu as bruxas que estão dispostas a aceitar a Transferência de Alma?

Quinze dias atrás, as bruxas de Taquila estavam ansiosas para explorar as ruínas subterrâneas deixadas pela Civilização Evanescente das Montanhas Nevadas, já que esperavam encontrar novos receptáculos. A maioria das Bruxas da Punição Divina, nessa época, queria se integrar a esses receptáculos a fim de recuperar seus sentidos há tempo perdidos, tais como tato, paladar e olfato, embora soubessem que, ao fazer isso, pareceriam monstros e nunca mais conseguiriam voltar à forma humana.

No entanto, agora a situação era diferente, já que elas tinham outra escolha.


Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar