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Re:Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu – Arco 4 – Capítulo 1

No Lugar Onde Retornamos

――A escuridão cinzenta do céu pareceu refletir o estado do coração de Subaru.

Em frente a mansão de Crusch, seis Carruagens de Dragões se alinharam. Nelas estavam os refugiados da aldeia de Arlam, que foram obrigados a evacuar o domínio de Roswaal por causa do Culto da Bruxa. Somente a primeira carruagem foi separada, especificamente para Subaru e Emilia.

???: “Aqui será um lugar solitário.”

Silenciosamente, olhando as carruagens do dragão, Subaru ouviu uma voz atrás dele. Virando-se para ver, era Crusch olhando para ele, com seus longos cabelos verdes acariciados pelo vento, ela fechou os olhos, e diante disso, Subaru coçou a cabeça.

Subaru: “Eu realmente agradeço do fundo do coração pela hospitalidade, mas se eu ficasse aqui mais um pouco eu me sentiria mal, abusando de sua generosidade.”

Meio sem jeito, Subaru falou com a silenciosa Crusch. A um tempo atrás, Subaru veio até a Casa dos Karsten para que Ferris cuidasse de seus ferimentos a pedido de Roswaal, após o vexame na seleção real. Incomodava Subaru a ideia de que os desejos do palhaço se concretizavam tão perfeitamente. Subaru não confiava em Roswaal, justamente por suas ações e desejos serem de extrema desconfiança.

Crusch: “Natsuki-sama, você sabe que pode permanecer aqui o tempo que quiser e precisar, será sempre bem-vindo em minha mansão.”

Subaru: “Obrigado pela sua oferta, mas ainda há uma pilha de pontas soltas que eu preciso amarrar. Há o Culto da Bruxa, a Baleia Branca, e ainda tenho negócios pendentes com a guilda de comerciantes.”

Recusando a oferta de Crusch, Subaru balançou a cabeça se lembrando de Julius e Anastasia. Das três facções que uniram forças para derrotar a Baleia Branca, apenas a facção de Anastasia foi a mais beneficiada.

Claro que o acampamento de Crusch havia realizado um desejo glorioso de derrotar a Baleia Branca e trazer vingança a todas as vítimas do Majuu que aterrorizou o mundo durante 400 anos. No entanto, Crusch pagou caro por isso, e agora se via sem sua personalidade, graças ao bispo da Gula. O mesmo sofreu Rem, que tinha um estado ainda mais estável. Ainda que o Campo de Emilia tenha derrotado a “Preguiça”, para Subaru isso resultou em uma grande perda.

Em comparação a essas duas facções, as forças de Anastasia estão praticamente intactas. E mesmo que ela não tenha sido a protagonista das duas batalhas, suas forças fizeram contribuições tremendas com perdas mínimas, um investimento altamente lucrativo.

Enquanto pensava, Subaru virou-se para observar a fileira de carruagens, e dirigiu o olhar à Carruagem à sua frente que era… especial. Comparada às outras, parecia uma carruagem VIP de classe alta, e quem teve a honra de puxá-la era…

Crusch: “Você quer tratar as feridas deste dragão terrestre e cuidar dela, não é? Ela certamente é alguém muito especial para você.”

Subaru: “Sim, eu devo muito a esse dragão terrestre, embora tenha sido um tempo relativamente curto, o número de vezes que enfrentamos a morte foi muito mais do que posso contar. Se não fosse pela Patrasche, eu já estaria morto à muito tempo.”

Crusch: “Realmente, isso é surpreendente, levando em consideração que essa raça em específica de dragões terrestres sejam extremamente orgulhosas, você teve muita sorte, Subaru-sama.”

Patrasche olhou para Subaru enquanto ele falava, e então, como se rejeitasse sua admiração, virou-se para Wilhelm. O velho espadachim, que até agora estava checando as carruagens antes da partida, assentiu com a conversa.

Wilhelm: “De fato “Diana” é a raça de dragão terrestre mais difícil se se agradar. Para ela ter o protegido com seu próprio corpo, você deve ser muito querido por ela.”

Subaru: “Realmente, acho que se eu tivesse escolhido outro dragão, eu não estaria vivo. Eu não poderia ficar mais satisfeito com nenhum outro dragão além de você Patrasche.”

Tocando a textura lisa do lado do estômago de Patrasche com a palma da mão, como se quisesse mostrar seus afetos, Subaru olhou nos olhos um tanto irritados de Patrasche. Para a molestação excessivamente íntima de Subaru, o dragão reagiu com uma expressão de profundo desgosto, e empurrou o corpo de Subaru de lado.

Subaru: “Ow, calma, também não precisa exagerar, Patrasche, vai quebrar minhas mãos desse jeito!”

Wilhelm: “O dragão está brincando com você, isso deve ser uma indicação de confiança inabalável que ela tem em você.”

Subaru: “Certeza que parece isso? Pareceu apenas que ela rejeitou meu amor com sua linguagem corporal!”

…Mas no final, mesmo com o comportamento frio, Patrasche permitiu que ele à acariciasse.

Subaru: “A recompensa que eu recebi após derrotar a preguiça e salvar Emilia-tan foi a melhor, não é?”

Subaru deu um sorriso aguçado ao dragão que virou a cara negando o pensamento do seu mestre.

Subaru: “Deixando isso de lado… Eu não vou te ver durante um tempo, Wilhelm-san, por favor cuide da sua ferida.”

Wilhelm: “Desculpe, eu fiz você se preocupar, mas não se preocupe o sangramento da ferida parou. Espero que nos reencontremos em breve, sinto que o dia em que lutarei ao lado de Subaru-dono não está tão longe assim.”

A ferida de Wilhelm– a ferida incurável que foi tratada pelo santo espadachim anterior, sua esposa, Theresia van Astrea. Mencionar isso trouxe uma nitidez ao olhar de Wilhelm.

???: “Subaru-kyun a Rem-chan está instalada, quer verificar?”

Dizendo isso da janela da carruagem, a cabeça de um homem com orelhas de gato emergiu. Vendo Ferris sair da carruagem especial de Patrasche, Subaru se aproximou. Espreitando, no interior espaçoso, alguns assentos foram substituídos por uma cama improvisada e, deitada nela estava uma bela garota dormindo profundamente. Usava um vestido azul confortável para dormir, estilo um pijama, que combinava com a cor de seu cabelo. Uma garota que havia sido esquecida pelo mundo. Ela amava Subaru, e Subaru a amava.

Subaru: “Essa coisa é segura, certo?”

Felix: “Ei, eu fui cuidadoso, okay? Sou um curandeiro. Já que as feridas físicas de Rem já estão curadas, ela já não é mais uma paciente.”

Silenciosamente, Subaru olhou para seu rosto adormecido. As palavras de Ferris eram impetuosas, mas o lado do rosto de Ferris mostrava algo diferente da brincadeira usual. Talvez Ferris estivesse sentindo a dor de sua própria impotência, não em relação a Rem, mas em relação a sua mestra, Crusch.

Felix: “Você realmente quer levá-la com você?”

Subaru: “Sim, eu vou levá-la até a mansão, ela não vai melhorar ficando aqui… Ah, não, eu não quis dizer que é seu–…”

Felix: “Eu sei, Subaru-kyun não é tão mal a ponto de querer culpar alguém.”

Vendo o constrangimento de Subaru depois de seus comentários, Ferris sorriu sem jeito.

Felix: “Na verdade…”

Apontando o dedo para ele prosseguiu,

Felix: “Além da preocupação com Rem, também está preocupado consigo, não é?”

Subaru: “Eu?”

Felix: “Nyão banque o idiota, seu portal está sobrecarregado. Enquanto eu curava você, tive que injetar à força uma grande quantidade de mana através do seu portal, ele pode estar um pouco danificado. Você está se sentindo fraco ou cansado, física e magicamente?”

Na pergunta de Ferris, Subaru girou o pescoço e os ombros, como se confirmando sua condição, e como imaginado ele não conseguiu encontrar nada. Não havia com o que se preocupar.

Subaru: “Não se preocupe, me sinto bem. Colocando o portão de lado, eu geralmente não uso magia de qualquer maneira.”

Vendo Subaru indiferente à condição crítica de sua saúde, Ferris desistiu.

Felix: “Mas não se esforce mais. Mesmo que Ferris possa eliminar todas as toxinas de seu corpo, se seu portão se quebrar em mil pedaços, Ferris não será capaz de restaurá-lo. Portanto, reserve um tempo para que ele possa se recuperar adequadamente, uns dois meses…”

Subaru: “Dois meses sem usar magia…para um cara que não usou magia por 17 anos, não é nada.”

Subaru pensou em tudo que aconteceu com ele desde que ele veio para esse mundo. Seguindo esse pensamento seria difícil ele descansar durante dois meses, afinal ele estava ali já fazia uns 2 meses, embora na perspectiva dele parecesse 4. Mas ele não podia assegurar que as coisas se acalmariam dali pra frente.

Vendo que a conversa entre eles estava chegando ao fim, Subaru estendeu a mão para Ferris.

Felix: “Nyau?”

Subaru: “Eu realmente agradeço tudo o que você fez por mim até agora e pela Rem, na luta contra a Baleia Branca, e na luta contra a preguiça, se você não estivesse lá as coisas teriam sido drásticas, então obrigado!”

Felix: “….Nyan, você parece estar zombando da minha força, que seja.”

Com uma expressão desajeitada de agradecimento, Subaru demonstrou sua gratidão enquanto segurava as mãos delicadas de Ferris que parecia gostar.

Subaru: “Seus dedos são tão macios e esbeltos, ainda não me convenci que você é homem, não consigo imaginar como você seria com mãos masculinas.”

Felix: “Tudo em Ferris é totalmente natural, só porque Ferris é fofo e perfeito, não quer dizer que eu não seja um homem.”

Subaru: “Por que você está tão convencido disso?”

Vestir-se como uma garota, e ter uma aparência afeminada, para Subaru era difícil chamar Ferris de homem, embora Subaru não seja tradicional ou algo assim, até ele sabia que o comportamento de Ferris é o oposto do que seria chamado de varonil.

Em resposta a pergunta de Subaru, Ferris colocou um dedo na ponta dos lábios. E com um movimento de cintura,

Felix: “Porque Crusch-sama disse que isso combina com Ferris, combina com o que eu sou. Por isso Ferris precisa retribuir com tudo o que sou.”

Subaru:”Mas …”

A atual Crusch não sabia disso, Subaru conteve as palavras. Mesmo que ele diga, Ferris já sabia, e se ele dissesse serviria apenas para machucar os sentimentos do jovem.

De cabeça baixa, a expressão de Ferris estava escondida atrás dos cabelos que caiam sobre a testa, tornando impossível de ver.
Dessa forma, Ferris segurou firme a mão de Subaru.

Felix: “Não importa o que aconteça com a casa dos Karsten…”

Uma voz fria e congelante atingiu os tímpanos de Subaru. Com a cabeça baixa, a expressão de Ferris estava escondida atrás de seu cabelo da sua testa. Ferris segurou com força a mão de Subaru.

Felix: “Protegerei Crusch-sama com minha própria vida se necessário.”

Subaru: “Ferris…?”

Diante do espantoso Subaru, Ferris ergueu a cabeça, com um sorriso cintilante no rosto.

Felix: “Lembre-se do acordo, Subaru-kyun! Caso contrário toda sua mana presente no seu corpo fritará seu cérebro até que você morra.”

Subaru: “Por que você diz isso com um sorriso no rosto?”

Largando a mão de Ferris, Subaru se virou e foi até o outro lado da carruagem onde encontrou Emilia e Crusch conversando.

Emilia: “Subaru! A cama de Rem-san está pronta?”

Subaru: “Sim, Ferris a ajeitou perfeitamente.”

Vendo Emilia chamar sua conhecida de “Rem-san”, o peito de Subaru doeu. Rem era alguém próximo de Emília, e saber que ela não se lembrava da empregada, era algo doloroso de se presenciar.

Felix: “Bem, a carruagem está pronta, é triste dizer adeus. Crusch-sama, tem algo a dizer?”

Interrompendo os pensamentos de Subaru, foi Ferris que veio atrás de suas costas, e se pôs ao lado de Crusch.

Crusch: “Eh…sim.”

Respondendo a pergunta de Ferris, ela colocou a mão na frente do peito.

Crusch; “Primeiro de tudo, embora eu já tenha repetido isso várias vezes, vocês tem a minha profunda gratidão. Embora eu não me lembre de mais nada, eu sinto que queria que cooperasse-mos e que fossemos bons amigos, agradeço mais uma vez.”

Emilia: “Não… Crusch-san, não precisa agradecer, eu que devo minha gratidão por tudo que fizeram por nós.”

Crusch: “Tenho certeza que fariam o mesmo por mim, Emilia-sama e Subaru-sama, espero nos encontrarmos logo, e que possamos ser amigos.”

Emilia: “Hmm…Crusch-san… você e eu somos candidatas adversárias em relação ao trono…e também…eu sou uma meio-elfa de cabelos prateados.”

Subaru: “Emilia!”

Chamando a atenção de Emilia que tinha uma expressão angustiante no rosto, Subaru não escondeu seu espanto, diante dessa fala,

Crusch: “Isso é verdade, somos concorrentes, então preciso me esforçar para não perder, e você deve fazer o mesmo… Não deixe que ninguém te diga o contrário. Faça o seu melhor e permaneça fiel a si mesma, você tem uma alma linda!”

Sorrindo, Crusch estendeu a mão na frente do peito em direção a Emilia.

Crusch: “Não há motivo algum para eu ter medo de você, em breve nos veremos de novo, Emilia-sama.”

Dizendo isso com um sorriso amigável no rosto, Crusch falou pacientemente enquanto aguardava as mãos de Emilia tocarem a sua.

Emilia: “Sim… então até lá, desejo que melhore e se recupere o mais breve possível, Ferris-chan, por favor cuide dela!”

Dessa forma, as duas colegas que disputavam o trono na seleção real, cumprimentaram-se. Olhando de lado, o coração de Subaru inchou com a sensação de realização.

Crusch: “Subaru-sama, por favor, tome cuidado na volta.”

Estendendo a mão para Subaru, um pequeno som soou e o breve contato entre as mãos de Subaru e Crusch terminou. E então olhando para os dois que estavam na carruagem de dragão, mestre e servo fizeram uma reverência.

Crusch: “Certamente nos encontraremos novamente.”


――No caminho de casa uma estranha escuridão sufocante tomou a carruagem de dragão.

A carruagem em si havia sido um presente dado a Subaru por Crusch, junto da Patrasche, como outro sinal de gratidão. Mesmo sem ornamentação, era claro que fora uma peça de artesanato de extremo custo. Porém, dado a suaves dos assentos e o glamour do interior, tudo parecia um pouco supérfluo.

A cabine tinha capacidade de dez pessoas e ainda sobrava espaço, então era claro que não sabiam o que fazer apenas com eles, apenas com três passageiros.

Na carruagem, Emilia, Subaru e Rem se mantinham em silêncio. Rem, é claro, dormindo. Sentando perto dela, Subaru esperava, sem o menor pensamento de sair daquele lugar. Talvez por consideração à inconsciente Rem, Emilia segurou suas palavras.

“Subaru: …..m”

Isso é mal, Subaru pensou, cruzando os braços. Pensou que seria nojento ter uma conversa descontraída sob tais circunstâncias, tendo tanto assunto importante para falar. Eles têm de pensar na posição sobre a seleção real, informar-se sobre a aliança com a facção da Crusch, e sequer falaram sobre o que aconteceu nos últimos dias.

Também tinha Rem. Como ela seria cuidada na mansão se ninguém além de Subaru lembrava dela?

Mesmo que inevitável, só de pensar o que Ram iria dizer ao ver a inconsciente Rem fazia a espinha de Subaru gelar.

Emilia: “Eu sei que você está preocupado, mas agora eu sinto que a atmosfera seria melhor se viajássemos com as crianças…”

É claro, as crianças também estavam voltando ao domínio de Roswaal. No entanto estavam com seus pais. Se perguntassem sobre Rem, seria difícil de explicar, e o que aconteceria se os moradores do vilarejo pensassem ser uma doença…?

Infelizmente, ter pensado nisso resultou no silêncio atual.

O que fazer agora— era estranho ver Subaru se sentir tão amarrado. Ele olhou para o teto, pensando:

Otto: “Eu não sei o que fazer, mas vocês dois não podem pensar num assunto pra falar!? Aaaah, não aguento esse silêncio desconfortante por mais nem um segundo!”

Subaru: “O que está dizendo!? Entrando do nada assim!? Pera, você tava aqui o tempo todo!?”

Otto: “Isso é rude! É claro que estava aqui! Você sequer lembra as condições as quais acatei para te ajudar!?”

Otto disse de forma exagerada, colocando sua cabeça dentro da carruagem pela abertura da frente, enviando um pouco de saliva junto a voz. Era Otto quem dirigia o veículo, sentando no assento do motorista. Ele enfiou a cabeça no buraco que conecta ambas as partes da carruagem para comentar sobre a tranquilidade no interior.

Às perguntas de Otto, Subaru moveu a cabeça e assentiu murmurando “Ah, ah”

Subaru: “Eu lembro, eu lembro. Certo, eu lembro que me pediu para ajuda-lo a encontrar o Roswaal, né? …. Ah, mas, o que dizer…”

Otto: “O que foi?”

Subaru: “Bem, se você procura por pessoas é uma coisa, mas quando essa pessoa é o Roswaal… estou no processo, e já tenho Emilia-tan, então por favor não corre atrás de mim.”

Otto: “Não era isso o que eu queria falar com ele!! O que você pensa de mim!?”

Subaru: “Um comerciante procurando por excitação?”

Otto: “Por que me trata como um pervertido!?”

Olhando para Otto como se sentisse pena do fundo do coração, Subaru chacoalhou sua cabeça de forma triste para os lados. Emilia, quem estava observando a conversa quietamente, subitamente abriu bem os olhos e disse com surpresa:

Emilia: “Vocês dois… são ótimos amigos, não são? Estou surpresa!!!”

Subaru: “Ei, ei, Emilia-tan. Para com as piadas, por favor. Me colocando no mesmo patamar que esse mercador ganancioso… a única coisa que almejo é seu amor!”

Otto: “Então você também é ganancioso! Ah, espere um minuto, eu não sou ganancioso!

Subaru: “Otto, cala a boca.”

Suspirando devido o motorista comerciante, Subaru se levantou e fechou a janela para o assento do motorista.

Otto: “Ah, espere, não me trate como uma pedra no caminho!”

Subaru: “Ok, agora some!”

Fechando a aba como se batesse palmas, o rosto do homem que tentou dizer algo até seu trágico fim, desapareceu. Juntando seus dedos e esticando os braços como se tivesse finalizado um trabalho árduo, Subaru virou a cabeça e se deparou com Emilia o encarando, pasma.

Subaru: “… Puh”

Emilia: “Hihahahaha!”

Vendo o rosto um do outro, subitamente explodiram em risadas.

Por um momento se deixaram levar pelo clima alegre, mas pouco tempo depois as risadas começaram a se dispersar, até o silêncio tomar conta da carruagem mais uma vez.

Nesse momento,

Subaru: “Deixar a atmosfera pesada não é minha cara, né?”

Emilia: “Você está certo, não combina nem um pouco com você. O Subaru que conheço é bem mais espirituoso, inconsequente e animado. Tanto que não importa o que eu esteja sentindo na hora, ele afugenta todos os sentimentos ruins para longe.”

Subaru: “Eu sinto como se isso pudesse ser traduzido para ‘um cabeça de vento que não consegue ler o clima’…”

De qualquer forma, Otto estando ali clareou o clima de forma tenebrosa. Agradecê-lo só o deixaria mais irritado, ainda assim, Subaru o agradeceu mentalmente enquanto sentava perto de Emilia como a coisa mais natural do mundo. Ver isso deixou Emilia sorrir de forma irônica.

Emilia: “Você sempre senta perto de mim como se fosse normal hein, Subaru?”

Subaru: “Bem, é normal querer sentar perto da garota que você gosta, então quero sentar o mais perto possível, até mesmo respirar o mesmo ar que você”

Emilia: “Poxa, a primeira metade dessa sentença foi embaraçosa, e de alguma forma a segunda metade da sentença passou uma sensação ruim”

Ser recebida com uma confissão de amor séria fez Emilia enrubescer, porém a perversão da segunda metade a fez ficar irritada.

Inclinando a cabeça em direção a ela, Subaru disse:

Subaru: “Hum, eu só estava tentando agir como sempre, sabe”

Emilia: “Parando para pensar, acho que você realmente sempre foi assim. E por você ser assim, nunca consigo levar a sério o que você fala…”

Ao passo que Emilia o encarava, sua voz ia se tornando um baixo sussurro, até esvair completamente. Subaru coçou a cabeça, considerando se devia ou não entrar na conversa.

Subaru: “Caras não conseguem aceitar mentalmente em serem simples, e não pretendo brincar quando se resume a esse tipo de coisa. Eu amando Emilia-tan, eu olhando para Emilia-tan de forma pervertida, e eu querendo ajudar Emilia-tan são todas minhas verdades, meus sentimentos honestos. Você pode acreditar que sabe?”

Emilia: “Eu acredito, mas acreditar e aceitar são coisas diferentes..”

Subaru: “Por mim tá tudo bem, acredite em mim, e trabalharei arduamente até que aceite meus sentimentos”

Pensando sobre novamente, essa foi uma proclamação bastante agressiva. Na verdade, ouvir disso de Subaru fez o rosto de Emilia corar.

Mesmo lutando bravamente para conter a vergonha, suas bochechas e orelhas estavam tão vermelhas que sua expressão não podia mais se conter. Ela nunca deve ter tido alguém confessar seu carinho incondicional por ela. É claro, Subaru, quem a almejava, também não tinha experiência, o que fez sua face ficar vermelha.

Mesmo assim,

Subaru: “Melhor que andar com uma expressão de derrota, isso combina mais comigo. Certo, Rem?”

Emilia: “…Você disse alguma coisa?”

Subaru: “Eu só tava pensando no quão bom seria seu cabelo levantar para que eu pudesse encarar seu pesco de forma pervertida”

Emilia: “Olha só, você tá tentando desconversar de novo. Você se importa bastante com Rem-san, não se importa?”

Mesmo tentando encontrar uma escapatória, as palavras incisivas de Emilia o levaram a um beco sem saída. Aceitando sua derrota, Subaru sorriu desgostoso, e se virou para Rem, quem permanecia dormindo na cama.

Subaru: “Me importo, sim. Me importo com ela… imensamente. Eu tô sempre pensando que tenho de fazer algo, e penso, e quero continuar pensando. Mesmo querendo que Emilia-tan fosse a primeira nos meus pensamentos, isso não pode ser ranqueado… me desculpa.”

Emilia: “Não sou uma má criança que vai ficar irritada e fazer a maior birra. Não vou ficar brava em um assunto de tamanha importância… posso dizer só de olhar, ela é muito importante para você, Subaru”

Como Subaru, Emilia virou seu pescoço para ver Rem em seu sono. Seus lábios tremeram. E depois de um breve momento de hesitação, perguntou:

Emilia: “Você… gosta dela. Não é?”

Subaru: “Eu gosto dela. Eu amo ela. Amo ela da mesma forma que amo você.”

Emilia: “Não sei como me sentir sobre isso, mas… Subaru, você é o tipo de cara mulherengo?”

Subaru: “Eu me imaginava como um homem bastante fiel, mas ter alguém tão devotado a você é… se isso não move o coração de um homem, não imagino que ele possa ter sangue ou lágrimas em si”

Relembrando dos loops dos últimos dias, ele lembrou quantas vezes havia recebido o amor incondicional de Rem. Com tudo isso, como seu coração poderia não responder? Assim que percebeu isso, a existência dela em seu coração já havia crescido a um nível que não podia mais ser ignorada.

Emilia: “Mesmo com você dizendo que me ama”

Subaru: “Apenas para deixar claro, eu amo muito a Rem, mas ela me ama MUITO mais, entende? Ela tá completamente caidinha por mim, e eu seriamente não consigo entender o porquê”

Segurando seus ombros, questionou-se como ela podia amá-lo de forma tão altruísta. Para ser tão amado por uma garota perfeita como Rem, ele realmente é merecedor disso?

Ele não podia fazer algo além de se perguntar o porquê. Mas ainda assim… como o homem por quem ela se apaixonou, o mínimo que podia fazer era se tornar o que ela vê.

Vendo a auto depreciação de Subaru, os lábios de Emilia relaxaram.

Emilia: “Eu acho que a entendo.”

Subaru: “Huh?”

Emilia: “A razão para Rem-san amá-lo taaanto. Tenho certeza que é por ela ter visto os seus lados bons de perto, várias vezes. Você é como uma enfermidade que vez ou outra se mostra incrível, e faz várias coisas incríveis”

Subaru: “Uma doença? Eu… realmente não posso negar.”

Subaru coçou sua bochecha e fez beicinho, mostrando sua insatisfação. Emilia, não incomodada, manteve sua expressão severa como se dissesse “É verdade, e você sabe,” então, fechando os olhos,

Emilia: “Não vou me apaixonar tão fácil por você, sabe”

Subaru: “Isso que faz todo o esforço valer a pena! Um dia, eu farei Emilia-tan se tornar uma bobinha apaixonada por mim, acordar Rem de seu sono, e arrumar tudo de forma positiva. Aaaah, sorrio só de pensar nisso!”

Ter Emilia e Rem segurando uma de suas mãos, lutando por seu único corpo. Essa seria uma divina, maravilhosa visão.

Esse é o porque de algum dia definitivamente, definitivamente—

Subaru: “Vou ter vocês me puxando tão forte que vou me dividir em milhões de pedacinhos!”

Emilia: “Não faço ideia do que esteja pensando, mas tenho a sensação de dizer isso: Não vou fazer nada do que esteja pensando!”


Após essa conversa, a discussão no interior da carruagem progrediu suavemente.

Afinal, estavam esperando pela maior metade do dia para conversar. E desde que tinham muito sobre o que falar, tinham tempo justamente para fazê-lo.

Compartilhando tudo sobre os últimos dias com Emilia, eventualmente Otto se juntou à conversa, e até tomou parte no planejamento para o futuro.

Para resumir:

Subaru: “Basicamente, se não nos encontramos com Roswaal, não podemos fazer nada, certo?”

Depois disso tudo, a conclusão foi o próprio ponto de partida da discussão.
Roswaal é o único que entende completamente a capacidade e extensão da facção de Emilia, então nada podia ser continuado sem ele.

Subaru: “Bem, se Ram, quem foi para o santuário, encontrou Rosito, podemos naturalmente pegá-lo de volta para a mansão. Mas antes de qualquer coisa eu o daria um tapa.”

Otto: “Você é bem agressivo com seu empregador, hein, Subaru-san?”

Subaru: “Acho que tenho direito depois de tudo que ele fez! Ele mereceria cada segundo disso!”

Levando em conta toda a sujeira que Roswaal deixou para Subaru limpar, seria mais ou menos uma resposta apropriada. Na verdade, Emilia não parecia ter a intenção de parar Subaru, como se permitisse fazê-lo “mais uma vez”.

Enquanto a discussão continuava e os tópicos se voltavam ao domínio de Roswaal, a carruagem de dragão saiu da floresta e adentrou o vilarejo.

—Eles instantaneamente notaram algo de errado.

O tão animado vilarejo que Subaru conhecia parecia estar tão inabitado quanto após a batalha com Petelgeuse. Não se tinha nem mesmo sinal de um qualquer guarda que havia ficado para trás durante a expedição.

Simplificando: nenhum dos habitantes havia voltado.

Otto: “Eu não vejo ninguém, Natsuki-san. Não parece que a área foi devastada ou algo assim, só não aparenta ter alguém por aqui”

Assim Otto o disse ao sair da carruagem de dragão enquanto olhava em volta. Até Subaru, com uma perspectiva diferente chegara à mesma conclusão.

Nesse silêncio obscuro, memórias de loops passados — nos quais os habitantes foram assassinados, massacrados pelos dedos de Petelgeuse, passaram pela sua cabeça como o retorno de um pesadelo. Mas ele estava certo que estava pensando demais.

Mas então, isso levanta outra dúvida

Subaru: “Ram disse que daqui pro santuário é apenas 7 ou 8 horas… mas então por que estão atrasados, se ficamos na capital por três dias?”

Otto: “Eles podem não saber que derrotamos o Culto da Bruxa, então talvez estejam sendo cautelosos?”

Subaru: “Roswaal abandonando suas terras? Eu acho que se Roswaal lutasse contra a “Preguiça” no x1, ele venceria. Mesmo que o estilo da “Preguiça” não seja lutar aberto, ele podia ao menos ter vindo aqui para averiguar.”

Roswaal, com a capacidade de voar, poderia facilmente ter retornado ao seu território. Se assim o quisesse, tinha a possibilidade de decidir se a terra estava segura ou não. Mas não o fez

Subaru: “Mesmo sendo ultra cauteloso ou…”

Emilia: “Algo aconteceu no Santuário?”

A opinião de ambos coincidiu. Olhando um para o outro, compartilharam um aceno.

Não importava a circunstância, tinham de saber como estava a situação no santuário.
Mesmo com esses problemas, os habitantes tinham suas próprias preocupações.

Afinal, perto de 60% deles tinham ido ao santuário. Os que retornaram à capital: as crianças que acompanharam Emilia, seus pais, e os jovens guerreiros foram com eles, compondo apenas 40% do vilarejo. Sem o resto, o funcionamento da vila é severamente comprometido.

Além do mais, a mente das pessoas sempre tende a pensar o pior.

Subaru: “Enfim, temos de fazer algo… por agora, vamos voltar à mansão. Quero pôr a Rem para descansar. Também, Otto, você não tem onde ficar, então vem com a gente.”

Otto: “Mas o quê!? P-para atrapalhar o marquês por moradia? Se for para passar por tal situação desrespeitosa, preferiria dormir na carruagem de dragão!”

Subaru: “Cala a boca, você já tá envolvido. Melhor se acostumar pois vou te usar até você estar a sete palmos do chão!”

Ignorando as contestações de Otto, Subaru deu tchau para os aldeões e falou para Patrasche ir até a mansão.

A uma distância de quinze minutos a pé, e cinco de carruagem, estava a nostálgica mansão de Roswaal.
Na última vez não teve tempo de admirar a vista, então quando olhou novamente, dessa vez, o fez sentir um pouco de emoção.

Subaru: “Bem, não parece que algo mudou. Ram e os outros não parecem ter voltado, também”

Emilia: “Mas Beatrice deve estar lá dentro. Espero que ela saiba onde é o Santuário”

Subaru: “Per- Sério? Droga… Eu pensei que a Emilia-tan saberia onde é o Santuário. Então como a gente confirma que tá tudo bem com o Rosito?”

O objetivo fundamental do plano colapsou, Subaru franziu as sobrancelhas ao perceber a escuridão que ainda estava por vir.

O belo rosto de Emilia mostrou sinais de tristeza. Otto, incapaz de se juntar a conversa, apenas olhou para cima, encantado pela grande mansão e seus arredores, como se dirigisse dentro de um sonho.

Subaru: “Tch. Droga. Bem, só podemos rezar para que Beako saiba de algo.”

Otto: “Ei, por que estala a língua enquanto me encara?”

Subaru: “Tch. É sua autoconsciência. Ninguém se importa com você tanto quanto pensa.”

Otto: “Uau! Esse é um comentário terrível!”

Deixando de lado o meio depressivo Otto, Subaru deixou a carruagem de dragão na frente do jardim, e foi direto para a entrada.

Primeiro, ver Beatrice, em seguida, dar uma checada na mansão, então, assegurar a situação da Rem, e por fim pensar nos planos novamen—

Subaru: “Tô de volta, mansão do Roswaal! Aqui vem meu nostálgico h…”

Ia dizendo Subaru enquanto empurrava as portas, mas sua voz parou no meio.

Isso devido a visão de o que lhe tinha recebido ser completamente diferente de tudo que imaginava.

O salão de entrada estava repleto de lindos tapetes, nos cantos das escadas estavam vasos de aparência caras cheios de belas flores. No teto, belas lâmpadas de cristais que deveriam ser o equivalente a lustres desse mundo.

O familiar salão de entrada… estava bem diferente do esperado. No lugar do que ele esperava

Subaru: “Não tá nem vandalizado… tá na verdade arrumado!?”

Os tapetes estavam perfeitamente nivelados, e as flores regadas em dia. Os lustres devidamente cuidados e brilhavam graciosamente, ainda mais que o normal.

Paralisado por essa cena surreal, Subaru perdeu suas palavras e ficou em choque.
Devido sua surpresa, suas ações foram lentas.

Subaru: “—Quem é!?”

Um pequeno, fraco, quase inaudível som. Subaru lançou seu olhar para essa direção freneticamente.
Porém, quando notou a sombra, já era tarde.
A sombra já havia corrido para trás dele e então――,

Subaru viu. Por trás dele, como uma lua eclipsando, a sombra o rodeou inteiramente.

Nessa sombra… uma boca recheada de presas, como as de uma besta, estavam claras no fundo de seus olhos.

――E no instante seguinte, antes que pudesse sequer perceber… A consciência de Subaru, junto de seu mundo, foram jogados no mais profundo breu.

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