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Re:Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu – Arco 5 – Capítulo 19

Teatro da Malícia

Aquelas palavras haviam sido ditas tanto com intimidade quanto com educação.

Ao ouvir o que a silhueta enfaixada disse, a multidão podia apenas olhar para cima, perplexos em meio ao silêncio.

Aquela silhueta que se encontrava vários metros acima deles tinha uma aparência peculiar e chamativa. Sua voz era estridente mas incrivelmente cativante.

No entanto, tais característica notáveis eram secundárias quando comparadas a algo ainda maior.

O motivo pelo qual ninguém ousava tirar os olhos da silhueta era, na verdade, extremamente simples. Não seria exagero dizer que era por causa de nossos instintos biológicos.

— Ninguém seria tão tolo ao ponto de descuidadamente desviar o olhar de um inimigo potencialmente letal.

“Hã, quê?”

“O que foi que esse cara disse?”

“É uma piada né? O Culto da Bruxa, o que há com…”

A multidão começou a entender gradualmente após um leve atraso.

No entanto, ninguém agiu. Todos simplesmente questionaram aqueles ao seu redor, como se duvidando do que acabaram de ouvir.

Rachins: “O que foi que esse desgraçado disse agorinha? Você ouviu!?”

Rachins, que correu de volta para Subaru, reagiu da mesma forma.

Ele passava pela multidão e se aproximava de Subaru enquanto ficava de olho na torre do relógio, já Subaru, meio separado da multidão, não deixou seu olhar vacilar por nem mesmo um segundo.

Uma catástrofe definitivamente iria ocorrer assim que ele parasse de olhar.

Levando em conta a identidade da silhueta, isto era um fato inegável.

— Isto é, aquela figura era um ser da mesma laia que Petelgeuse.

Subaru: “Além disso, se proclamando um Romanee-Conti…?”

Aquela silhueta enfaixada disse seu nome, Sirius Romanee-Conti.

Por mais ridículo que seja, Romanee-Conti era o sobrenome de Petelgeuse, embora seja impossível aquele espírito maligno ter parentes de sangue.

Subaru: “Não me diga que todos os cultistas tem o mesmo sobrenome.”

Uma família inteira de Romanee-Contis seria um pesadelo de se lidar.

Uma religião perversa pregando os ensinamentos da bruxa, tudo sob o nome de Romanee-Conti? Era distorcido e desagradável só pensar no assunto.

Ao mesmo tempo, uma onda inacabável de raiva se formava dentro de Subaru.

Embora não seja a Gula que Subaru está à procura, se era alguém que poderia dar a ele alguma pista sobre seu paradeiro, então…

Subaru: “— Vou tentar capturar ele e fazer com que explique tudinho.”

Embora difícil, isso poderia abrir um caminho para achar a Gula.

Determinado, Subaru acalmou seu coração em chamas e focou em buscar sua conexão com Beatrice, Beatrice apareceria para Subaru assim que fosse invocada.

Era um efeito do contrato entre contratante e espírito.

Nas profundezas de seu ser, Subaru se agarrou à conexão deles, se preparando para usá-la, até que…

Sirius: “— Certo! Já é o bastante!”

Subaru: “—!?”

Assim que estava prestes a chamar Beatrice, uma voz estridente e seca ecoou.

Aquela voz dava a impressão de que podia permear a cidade toda. A silhueta enfaixada bateu palmas e Subaru abriu seus olhos, vendo que a pessoa estava olhando para a multidão sob ela.

Sirius: “Levou 22 segundos para todos ficarem em silêncio. Mas agradeço pela atenção de todos vocês. Estou muito feliz. Além disso…”

Apesar do quão irônicas eram estas palavras, a pessoa enfaixada, Sirius, ficou de braços cruzados enquanto seu corpo todo tremia. Embora ele parecesse extremamente feliz, a fricção entre as correntes que saíam de seus braços e as paredes da torre do relógio criavam um ruído desconfortante.

Sirius: “Você e você aí, os dois carinhas ali, e você também. Sinto muito, mas por favor não fiquem irritados. Sinto muito por ocupar o tempo precioso de todos. Perdão e obrigado.”

Subaru: “Não se…”

Sirius se contorceu, como se estivesse genuinamente reclamando.

Subaru estava preparado para gritar “Não seja ridículo”, mas, antes destas palavras saírem de sua boca, percebeu que, quando Sirius disse “não fiquem irritados” e apontou para cinco pessoas, ele havia sido incluído.

Olhando em volta, ele viu as outras pessoas as quais Sirius apontou, todas pareciam ter um certo nível de habilidade. Um homem-fera com uma espada na cintura, uma mulher com uma venda, e Rachins, que estava pálido.

Aqueles escolhidos eram todos pessoas que haviam se preparado para agir contra Sirius de alguma forma. Era um aviso de que haviam sido descobertos.

Subaru: “——”

Subaru percebeu que suor frio havia começado a escorrer por sua testa e parou de tentar chamar por Beatrice.

Ele há muito tempo já havia compreendido o quão aterrorizante era um ataque do Culto da Bruxa, e sabia que sobreviver era a prioridade. Na praça ao redor de Subaru, haviam pelo menos trinta pessoas reunidas.

Se não conseguisse encontrar uma vantagem de alguma forma, então já era tarde demais.

Subaru piscou em direção aos outros quatro que foram mencionados por Sirius, estabelecendo contato visual.

Tanto o homem-fera quanto a mulher vendada notaram, assim como um cidadão com uma aparência perspicaz. Rachins desviou seu olhar de Subaru, seu rosto contendo vagos traços de confusão.

Rachins era aquele com a mais potente carta na manga. O poder para invocar Reinhard.

Ontem Reinhard havia recordado Rachins de que, caso algo acontecesse, era só sinalizar. O que quer dizer que havia um sinal pré-estabelecido entre os dois e, assim que Rachins o usasse, Reinhard apareceria. Contanto que Reinhard fosse ao local, seja quem for, Culto da Bruxa ou Sirius, qualquer inimigo seria eliminado sem sombra de dúvidas.

No entanto, certamente haveriam baixas assim que Rachins desse o sinal. Esse provavelmente era o motivo por trás da hesitação de Rachins.

Se ignorarem os sacrifícios, então esta seria a melhor forma de lidar com Sirius.

Mas eles precisavam arriscar assim imediatamente? Os sacrifícios valeriam à pena?

Sirius: “Certo, agradeço. Parece que todos se acalmaram um pouco. Entendo o porquê por trás da apreensão de vocês. Ouvir o nome “Culto da Bruxa” não deu uma impressão muito boa, não foi? Então, não planejo fazer nada muito especial. O motivo pelo qual estou ocupando o precioso tempo de todos hoje é porque necessito confirmar uma coisa.”

“Confirmar… uma coisa?”

Sirius: “Sinto muito, por favor não conversem muito. Minha cabeça não está muito boa,  se todos falarem ao mesmo tempo, não conseguirei acompanhar. Então eu ficaria bem triste. E isso não seria bom, seria? Se há algo incomodando algum de vocês, por favor me digam. Estou ocupando o tempo de todos e isto me deixa com uma sensação de culpa, então, não importa que pergunta seja, irei responder. Tudo bem?”

Sirius, do começo ao fim de seu monólogo, falava de um jeito racional e com intimidade, mas esta atitude era desconfortante, o que era de se esperar, levando em conta o senso de repulsa que as pessoas iriam sentir em relação à uma pessoa toda enfaixada com apenas seus dentes e olhos visíveis.

Provavelmente todos pensavam desta forma. Mesmo frente à sugestão de Sirius, a multidão permaneceu em silêncio e olhando para aqueles ao redor. Nesse caso…

Sirius: “Com todo o devido respeito, posso fazer uma pergunta a vocês?”

Já que ninguém havia levantado a mão, Natsuki Subaru tomou a iniciativa.

Subaru, percebendo que encontrava no centro de uma onda de surpresa, manteve seu olhar atentamente fixado em Sirius, que o olhava lá de cima.

Sirius: “Sim, por favor, vá em frente. Agradeço. Foi você que ficou um pouco irritado agora há pouco, então estou muito feliz que esteja disposto a falar comigo. O que quer saber?”

Subaru: “Mesmo eu não sabendo o que tá rolando aqui, tem umas garotas esperando por mim. Quatro, pra ser mais exato. Seria uma boa se você deixasse a gente ir logo.”

Sirius: “Minha nossa! É de fato terrível, sinto muito. Mas eu não esperava isso de você. É o sonho de todo homem ter quatro garotas em sua vida? Isso é mau. Não é triste deixar algumas delas chorando? Temos que pôr um fim a esta deslealdade impermissível que absolutamente não pode ocorrer e que deve ser totalmente proibida.”

Subaru: “E-Ei?”

A voz de Sirius foi ficando cada vez mais enérgica no meio de seu discurso, virando um sussurro em seguida. No entanto, ao ouvir a voz confusa de Subaru…

Sirius: “Não, não, acabei me deixando levar pelas minhas emoções. Sinto muito. Embora eu tente manter a calma, isso sempre acaba acontecendo. Agradeço por se preocupar comigo. Bem… você perguntou quando eu deixaria todos irem?”

Subaru: “…Ah, isso aí. A gente adoraria muito.”

Sirius: “Sinto muito por incomodá-los, sinto muito mesmo. Mas está tudo bem. Embora eu esteja no Culto da Bruxa, sinceramente, odeio perturbar as pessoas. Meus camaradas normalmente dão trabalho às pessoas, sinto muitíssimo por isso também.“

Inesperadamente, estabelecer diálogo com ele era até que fácil, então Subaru, meio suspeito, começou a refletir sobre o arcebispo.

Sua atitude branda, seu modo de falar extremamente cortês, o diálogo que tiveram entre eles — Levando tudo isso em consideração, será que Sirius era uma mulher?

As faixas deixavam seu rosto impossível de se ver e seu corpo estava coberto por um casaco grande, o que dificultava o reconhecimento. Sua voz era aguda, mas, ao invés de soar feminina, soava mecânica, então era difícil usar isso como critério também.

Talvez seja uma mulher, Subaru não se importava.

Na verdade, julgando pela conduta e atitude de Sirius, não havia nenhuma ameaça em particular.

Sua aparência anormal e a forma como se apresentou fizeram com que várias pessoas ficassem de guarda, mas, ignorando estes fatores, era mais fácil de conversar com ela do que com a Priscilla.

Na multidão que o cercava, a atmosfera pesada que havia se formado começou a dissipar-se gradualmente, os olhares das pessoas começaram a conter curiosidade, como se esperando que ela se explicasse.

Subaru fez o mesmo, embora ainda um pouco nervoso.

Sirius: “Agradeço. E sinto muito. Parece que assustei a todos. Mas estou muito feliz que todos vocês estão dispostos assim a me ouvir.”

Subaru: “Não é como se a gente não fosse te perdoar. Mas vamos logo ao assunto.”

Sirius: “É mesmo, agradeço por me recordar. Vamos ao assunto. Me revelei na frente de todos para afirmar algo.”

Sirius tremia enquanto esfregava suas duas correntes uma contra a outra, criando um som áspero.

Na realidade, ao invés de ser desconfortante, esse ato parecia divertido. Ela parecia muito mais um bobo da corte ou uma performista do que alguém perigoso.

O rosto de Subaru relaxou-se com um sorriso e sua apreensão se foi.

Ele não achava mais necessário chamar Beatrice. Ele só esperava poder ouvir logo o que Sirius tinha a dizer e ir embora.

Subaru: “Então, o que é que você quer afirmar?”

“É, é, acelera aí e conta pra nós!”

“É, estou quase atrasado para o meu trabalho!”

Assim que Subaru a pressionou, um pandemônio de conversas iniciou-se.

Um homem apontou para a torre a qual Sirius estava e começou a gargalhar.

Enquanto o redemoinho de risos se espalhava, Subaru não tinha opção a não ser relaxar ainda mais. Sirius pareceu ceder à atmosfera e então colocou uma mão na cabeça.

Sirius: “Me desculpe, eu sinto muito. Muito mesmo. Eu sei que todos são ocupados. Colocarei um fim ao meu discurso em breve, então por favor não se distraiam.”

Subaru: “Então conta logo pra gente!”

Sirius: “Certo! Bem, irei dizer. O assunto que quero afirmar é bem simples. Sendo direta, há algo que quero afirmar sobre 『Amor』. Ahhh, que constrangedor.”

Mesmo com as faixas já ocultando quaisquer traços de seu rosto corando, Sirius cobriu seu rosto com a mão, tentando esconder sua vergonha. Enquanto todos riam de forma silenciosa e infecciosa, a aparência de Sirius havia começado a parecer cada vez mais fora do lugar.

Sirius: “Embora eu esperasse que iriam rir de mim, ainda assim me incomoda um pouco. Agradeço por me ouvirem. Agradeço, e também tenho um pedido.”

Subaru: “Pedido?”

Sirius: “Eu acho que, se todos ficarem comigo mais um pouco, eu posso afirmar esse 『Amor』. Sinto muito por dizer coisas tão egoístas.”

Sirius começou a gaguejar, esfregando suas mãos e correntes umas contras as outras enquanto fazia sua sugestão.

Frente à uma visão tão adorável, a multidão reagiu com um “Que, isso é tudo?”. Subaru também cruzou seus braços e acenou com a cabeça enquanto sentia a alegria espalhar-se por toda a multidão.

Sirius, com seus olhos brilhando de alegria, começou a bater palmas.

Sirius: “Sério? Agradeço, muito obrigada! Sinto muito. Este mundo é realmente muito gentil. Cheio de amor e afeto. Sempre que entendo isto, não tenho escolha a não ser querer expressar minha gratidão. Pessoas são capazes de compreender e importar-se umas com as outras. Talvez eu sempre fale “Agradeço” e “Sinto muito” para poder confirmar isto.”

“É, é, a gente entende! Sirius! O que vem agora—?”

Sirius: “Ah, sinto muito!”

A aventureira vendada animou Sirius. Ela percebeu seu olhar e começou a rir junto a ela, como se tivesse ouvido a voz de uma colega de sala que foi sua amiga por dez anos.

Então, como se finalmente tivesse se lembrado de seu próposito, Sirius retornou para a torre do relógio e esticou sua mão. Então…

Sirius: “Sinto muito por deixá-lo esperando. Bem, venha cá.”

???: “———!”

Ela falava com um jeito amigável enquanto puxava alguém pela janela.

Uma pequena silhueta gemeu e debateu-se nos braços dela — um garotinho que havia sido acorrentado completamente.

Ele tinha apenas cerca de dez anos, e seu corpo inteiro, de seus calcanhares aos seus ombros, foi envolto por uma corrente. A corrente também estava servindo de mordaça, os cantos de sua boca estavam sangrando. Estava livre apenas do pescoço para cima, chacoalhando sua cabeça em desespero e chorando como se implorasse por algo.

Sirius: “Sinto muito por assustar tanto você. No entanto, como um homem, chorar desse jeito não é bom. Embora eu queira manter isso um segredo, parece que você está prestes a se molhar todo. É constrangedor, e é uma tristeza que todos irão poder ver.”

???: “Hmm! Mmgh!!”

“Sim—! É tão constrangedor!”

“Se você é um homem, não chore!”

“Homens choram apenas 3 vezes na vida, e mesmo assim é só por um momento.”

Enquanto Sirius consolava o garoto aos prantos, a multidão sob eles zombavam dele.

Todos já haviam passado por um período de tempo no qual choraram por coisas insignificantes, então as provocações não eram maldosas, mas a falta de consideração deles era evidente.

Sirius: “Certo, já é o bastante, pessoal! É verdade que esta criança é meio desajeitada, mas ele na verdade é bem corajoso. Não é mesmo, Lusbel-kun?”

Lusbel: “———!”

O jovem acorrentado provavelmente não era leve, mas Sirius o segurava com uma mão enquanto acariciava sua cabeça com a outra e voltava-se novamente ao público.

Lusbel, como o garoto aparentemente se chamava, desesperadamente se debatia tentando afastar sua cabeça do rosto de Sirius.

Era uma cena um tanto engraçada, e, embora seja humilhante para o garoto, a multidão riu inconscientemente.

Sirius: “Excelente. Bem, por favor prestem atenção. Perdão. Este aqui é Lusbel, um garoto de nove anos que vive em Pristella. Ele faz parte da família Kallard, então seu nome completo é Lusbel Kallard.”

Lusbel: “Mmph! MMPH!!”

Sirius: “O nome de seu pai é Muslan Kallard. Muslan-san trabalha para manter a estabilidade dos canais. Ina Kallard, a mãe do Lusbel-kun, está grávida. Sua barriga acabou de começar a ficar maior, então Lusbel-kun está ansioso para ter um irmãozinho ou uma irmãzinha. A família Kallard vive na Terceira Rua. Eles vão ao parque da cidade frequentemente com uma amiga da família, Tina-chan. Lusbel-kun e Tina-chan são amigos de infância e se amam com ternura. O sonho de Lusbel-kun é que Tina-chan fique ao seu lado e o apoie. Tina-chan é uma garota com cachos loiros e claros, e se espera que sua beleza floresça enquanto amadurece. Tina-chan também quer apoiar o sonho de Lusbel-kun. Após ouvir a canção “Delphin Traído pelo Pôr do Sol”, Lusbel-kun queria se tornar um aventureiro assim como Delphin. É um sonho digno de elogios para um garoto nessa idade. Embora hajam pessoas que ririam desse sonho infantil, eu não faria isso nem pensar. Quem seria capaz de rir do seu espírito masculino? Creio que a Tina-chan pense o mesmo, que é o motivo por apoiá-lo de corpo e alma. Certo, embora o sonho do Lusbel-kun seja se tornar um aventureiro, ele também está ansioso para se encontrar com o bebê dentro de sua mãe. Seu plano original era embarcar em uma jornada em busca de aventuras imediamente, mas ele adiou isto por consideração por seu irmão ou irmã ainda não nascido. Por causa da grande diferença entre suas idades, aquela criança provavelmente receberia muito amor. Lusbel-kun também é um bom garoto que se importa com os outros, então acho que seria um belo irmão. Eu ficaria muito grata se todos pudessem apoiar os sentimentos do Lusbel-kun também. Ah, claro, não podemos nos esquecer da Tina-chan. Na realidade, a pessoa que eu planejava trazer aqui no começo era ela ao invés do Lusbel-kun, porque acho que, quando se trata do『Amor』 que quero afirmar, garotas estão mais próximas a ele do que garotos. No entanto, meu coração ficou impressionado com as súplicas desesperadas do Lusbel-kun. Sinto muito, não sou uma pessoa assim tão inflexível. Então mudei de ideia… ah, se bem que, ser temperamental é apenas minha atitude de sempre. Quando falo de amor, eu falo do fundo de meu coração. Ah, que constrangedor. Sinceramente, assuntos meus não importam. Devíamos nos focar no Lusbel-kun e na Tina-chan. Já que eles já se amam tanto, não sei o quanto irão gostar um do outro no futuro, então separá-los iria me deixar muitíssima triste. Então decidi que iria respeitar os sentimentos do Lusbel-kun e ajudá-lo. Mesmo que Lusbel-kun tivesse ficado levemente assustado e até mesmo chorado um pouco, ele é uma criança corajosa. Agradeço, e sinto muito. Terminei de falar de forma a ser conveniente para todos.”

Lusbel: “Mmph! Mmmph! Mmgh!”

Após ouvir sobre a vida daquela criança — de Lusbel, todos entenderam e concordaram.

Pelo visto, embora misturada com um pouco de vergonha, a coragem de Lusbel era de fato louvável. Com isso em mente, Subaru queria bater em si mesmo por pensar em coisas humilhantes e ridículas.

Mas esta não era uma ocasão para se culpar. Demonstrar apoio ao garoto era muito mais importante que passar o tempo sendo autodepreciativo.

E então…

Subaru: “Lusbel, não chore! Você é o melhor!”

Subaru gritou com vontade, elogiando a coragem nas lágrimas do jovem.

Sabendo da coragem genuína soterrada sob estas lágrimas, como ele poderia rir desta vergonha? Rachins, que estava ao lado de Subaru, começou a encorajar o garoto também.

Rachins: “É, não chora mais! Você é um homem, não é!? Se for, mostra o teu lado bom, garoto!”

“Sim, ouça bem, Lusbel! Você é o orgulho de Pristella!”

“Lusbel—! Incrível—! Você será um grande homem!”

O povo o animava, todos ali presentes começaram a bater palmas.

Não era só uma situação onde elogiavam a dedicação e coragem do jovem garoto, mas uma que também mostrava a gentileza humana.

Não importa o quão acabado ou desesperado você possa parecer, o que importa é sua vontade de proteger aqueles que valorizava, e aquela luz que era o que fazia as pessoas se sentirem atraídas a você. Eles podiam apenas rezar para uma revelação dessas.

Sirius: “Ah… agradeço, muito obrigada! Ah, isto é incrível! Eu acreditei que todos nós seríamos capazes de entender. Eu sabia que todos iriam louvar a coragem do Lusbel-kun, porque ele demonstrou a vontade do 『Amor』 juntamente com ela! Se vocês o conhecessem, iriam amá-lo. Por causa desta compreensão mútua, todos agora tem uma compreensão aprofundada do 『Amor』 de cada um!”

“Sirius—! Obrigado, muito obrigado!”

“Lusbel-kun—!”

Os olhos de Sirius se arregalaram e lágrimas começaram a escorrer livremente. Ao ver as faixas ao redor de seus olhos ficarem molhadas por conta das lágrimas, Subaru sentiu algo quente em seus próprios olhos.

Seu ombro havia sido cutucado levemente. Rachins, ao seu lado, estava rindo de Subaru, que estava chorando. No entanto, embora ele estivesse rindo, Subaru não deixou as lágrimas nos olhos de Rachins passarem despercebidas.

Ao olhar em volta, as pessoas ao ser redor também pareciam compartilhar das mesmas emoções. A Copa do Mundo veio à mente de Subaru. Quando o mundo todo competia entre si e as pessoas se juntavam com desconhecidos para compartilhar com eles sua alegria.

E agora, com aquela paz e compreensão se espalhando gradualmente, havia, de fato, um laço sólido.

Sirius: “Nossa incompetência em entender uns aos outros cria barreiras entre nós. Nossas mentes não serem capazes de simpatizar, leva-nos a hostilidade. Nossa incompetência em tirar conclusões nos faz desistir uns dos outros. Isso tudo é de partir o coração. Na realidade, é uma tragédia. Mas agora, pessoal, vocês estão tristes? Vocês se sentem de coração partido?”

“Nem um pouco! Tristeza ou o que quer que seja, nenhum de nós se sente assim!”

Sirius: “Agradeço! Então, vocês se sentem felizes? Todo mundo se sente feliz?”

“Claro! Já faz tanto tempo desde que me senti tão feliz assim! Obrigado, Sirius! Você perseverou, Lusbel!”

De repente, um redemoinho de aplausos se formou, dando origem a um círculo de gratidão ao exaltado Lusbel. Agora o foco de todos ali presentes estava em um único lugar, tudo graças aos dois lá na torre do relógio.

Lusbel se contorceu e choramingou, finalmente abrindo sua boca, ignorando a corrente e gritando com seus dentes lascados.

Lusbel: “Gu, gah! Acordem, por favor—! Me… salvem! Socor… hk!”

Sirius: “Eu quero elogiar sua coragem e seu amor, Lusbel-kun! Por favor olhe lá para baixo. Todo mundo, tantas pessoas estão afirmando seus sentimentos! Ah, obrigada! Sinto muito, Lusbel-kun. Embora você tenha sido uma segunda opção, eu só gostaria de afirmar esta cena. Ahh, ahh, o mundo é tão gentil!”

Sirius segurou Lusbel firmemente nos braços.

Esta beleza deu origem a aplausos retumbantes. Subaru colocou sua mão na boca e assoviou. O alvo de todo esse clamor, Lusbel, os encarou com surpresa.

Era um homem que havia se esforçado ao seu máximo. Mesmo não tendo mais forças para sequer chorar, nem mesmo uma única pessoa ria dele.

Sirius: “Afinal de contas, aí está. Nós temos 『Amor』. Ele existiu, bem aqui. Os corações de todos são apenas um, e em um cenário de alegria ainda. Não precisamos de tragédia. Estamos fartos de um mundo que nos faz chorar. Ninguém quer um mundo assim. Se nossos corações querem se conectar, então eles deviam fazer justamente isso através do compartilhamento de alegria e felicidade. Seja tragédia! Ou seja 『Ira』! Não precisamos de nada disso!”

“Isso aí! Tragédia ou o que for, não queremos nada disso!”

Sirius: “Ah, essa 『Ira』 proibida que faz os corações estremecerem tanto! Fúria, emoções ardentes! Se esse pecado ardente está enraizado em nossos corações, se não somos capazes de remover tal retribuição, então devemos preenchê-la com alegria! Neste exato momento, os corações de todos estão conectados como se fossem um!”

Sirius gritou com vontade, mais uma vez erguendo Lusbel em direção aos céus.

Mas ela não parou por aí. Banhando-se na admiração de todos, jogou Lusbel.

Sirius: “Por favor, Nos deem! Aplausos retumbantes!”

Multidão: “——”

Sirius deu o melhor palco possível a Lusbel, que planava pelo ar.

Observando o jovem garoto cortar os céus, como se voando em direção ao Sol, Subaru liderou a multidão a outra salva de palmas.

Aplausos retumbantes e trovejantes, uma bênção dos deuses a Lusbel, que deslizava pelos céus.

Aquele pequeno corpo girando e girando, mas assim que alcançou o auge de sua trajetória, começou a inclinar-se para baixo. Lusbel estava indo direto de encontro ao chão.

A multidão em pânico abriu caminho no lugar onde ele iria cair. Era a entrada triunfal de um herói.

Aplausos sem fim, louvor pelo garoto em queda livre.

“MMMMMM!!”

Erguendo sua cabeça e vendo o chão se aproximando dele, Lusbel gemeu.

Ele desesperadamente debatia seu pequeno corpo que deveria estar exauto, querendo fazer o que quer que seja para evitar aquele chão sólido, lutando incansavelmente até seu último suspiro.

Todos estavam com lágrimas nos olhos, contemplando a tenacidade inflexível da humanidade. Então…

Sirius: “— Ah, o mundo é tão gentil!”

Antes do feroz impacto, Sirius soltou um grito.

Os aplausos da multidão, que haviam ouvido aquela voz, foram ficando cada vez mais altos—

Multidão: “——”

Como se ovos tivessem caído no chão, o som de algo rachando ecoou, com isso, o campo de visão de todos foi se tornando vermelho.

O corpo havia sido esmagado pelo chão sólido, o corpo de Lusbel, que uma vez conteve o sopro da vida, se tornou uma mancha de carne naquela praça.

— Mas, logo após presenciar esta cena…

Crack.

O som de ovos rachando ecoou como uma salva de palmas. A praça tornou-se uma piscina escarlate.

E então as cortinas se fecharam.


Liliana: Depois que a música acabar e elas voltarem a conversar, não deveríamos preparar algo para elas comerem e beberem? Alguns lanchinhos certamente vão dar uma amenizada no clima e diminuir a distância entre elas, você não acha?

Subaru piscou quando viu a garota bronzeada em sua frente.

Ela tinha um jeito desajeitado e provocativo, colocando sua língua para fora e coçando sua bochecha.

Como se estivesse hipnotizado, ele virou-se para o lado e deparou-se com uma garota sorridente de cabelos prateados que estava por perto, e uma mulher de cabelos avermelhados com uma atitude impudente. E então uma garotinha que estava segurando sua mão—

Liliana: “…Ah, ah, o que tá acontecendo? Fui ignorada? Você tá me ignorando!? P-Por favor pare com isso, não olha pra mim com toda essa amargura. Ah, ah, para, para… n-não suspire desse jeito logo depois de ouvir minha música… não fique com essa cara de decepcionado, me perdoa… hk”

Frente a esse silêncio, a garota em sua frente, Liliana, estremeceu por completo como se estivesse se lembrando de algo que não queria lembrar.

Ao ver esta situação, Subaru disse repentinamente…

Subaru: “…Não tô me sentindo muito bem.”

Liliana: “Hã!? Como que isso tá acontecendo!? Olhando para o rosto de uma garota com tanta vontade, assim tão de perto, e a primeira coisa que você diz é que não tá se sentindo bem! Eu, Liliana, estou envergonhada de Natsuki-sama assim como sua mãe deve se sentir!”

Liliana fingiu estar prestes a chorar, desviando seu rosto, porém ainda de olho na reação de Subaru, ele não conseguia nem prestar atenção na atitude irritante dela. Ele estava se sentindo tonto, não aguentou mais e desmoronou.

Emilia: “Subaru? Algo de errado?”

Beatrice: “O que aconteceu, eu suponho? Subaru? Subaru?”

Beatrice, que estava segurando sua mão, e Emilia, que estava ao seu lado, olharam para Subaru preocupadas. Subaru havia ficado tão pálido que as duas não tinham escolha a não ser segurar o fôlego.

Subaru: “—Não tô me sentindo muito bem.”

Já fazia um ano desde que ele usou o seu Retorno Através da Morte, e o acontecimento aterrador que precedeu sua『Morte』o deixou à beira de vomitar enquanto segurava seus joelhos que não paravam de tremer.

E então a espiral da『Morte』se inicia novamente.

Desta vez, o palco do ciclo de pesadelos era a cidade de Pristella.

— Mais uma vez, as cortinas se abriram.

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