Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

Re:Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu – Arco 5 – Capítulo 55

O Desafiante do Deus da Guerra

As lendas do Deus da Guerra Kurgan circularam amplamente no Império de Vollachia.

No poderoso Império de Vollachia, enquanto alguém tivesse a habilidade, as circunstâncias de seu nascimento seriam desconsideradas e anuladas.

Em comparação com Lugnica, que tem uma consciência de diferença de tratamento de seus demi-humanos, e do Reino sagrado de Gusteko, que barrou os estrangeiros, Vollachia adota um sistema que não considera o sangue ou a aparência dos indivíduos, de forma semelhante ao sistema de Kararagi.

Portanto, entre os quatro principais países, Vollachia foi considerado o melhor país de residência para um ser humano não puro viver.

Contudo, por outro lado, o cruel sistema de sobrevivência do mais apto implicava que haveria severa repressão e opressão contra aqueles que careciam de poder ou sabedoria. Claro, as avaliações pessoais e as avaliações raciais seriam diferentes.

Em particular, o Clã dos Braços Múltiplos foi uma raça que vagou por muitos anos, como uma raça nômade — que nunca permanece no mesmo lugar durante muito tempo. A aparência do clã dos “Braços Múltiplos” era exatamente como o seu nome indicava, e sua adaptabilidade no uso de magia como demi-humanos era excepcionalmente baixa. Em termos de raça, ela só poderia ser considerada inferior.

O número total de indivíduos no clã não era grande. Se alguma disputa surgisse, eles preferiam migrar a lutar pela proteção de suas terras.

Era inevitável que tal raça, destituída de incontáveis lugares, chegasse até Vollachia, onde seria natural que eles fossem engolidos pelo império inflexível e enfrentassem o declínio.

— Neste mundo dominado pelo poder, um homem chamado Kurgan gritou uma “Recusa”.

Embora as características do Clã Braços Múltiplos fossem ter mais que dois braços que os humanos possuíam, esse número variava de indivíduo para indivíduo. Kurgan, que tinha oito braços, era uma existência peculiar no meio de outros cuja maioria tinha de quatro a cinco braços.

Quando o lorde local veio para reivindicar as terras, o jovem Kurgan recusou e acenou com seus oito braços para enviar o mensageiro de volta. Então, encorajando seus irmãos trêmulos, eles derrotaram o exército particular do lorde, uma e outra vez, até que finalmente a mansão do lorde foi atacada.

Embora o ataque bárbaro tenha assustado o senhor, Kurgan não ofereceu uma solução violenta.

Ele disse que ele e seu povo demonstraram o poder do clã e aceitaram uma posição no exército particular do lorde. Depois disso, ao longo de várias batalhas, o nome de Kurgan de “Oito Armas” se tornou uma lenda do Império de Vollachia.

Garfiel: “…”

Seu corpo inteiro estava submerso em água fria, e ele ainda podia ver a lua oscilante através da água que percorria acima de sua cabeça.

O osso que sustentava seu olho direito foi quebrado, e o globo ocular dentro da órbita parecia estar prestes a escorregar. Imediatamente, ele usou sua mão esquerda para auxiliar no tratamento mágico e realizar uma cura mínima.

Seu olho esquerdo restante olhou em volta, examinando o sedimento vermelho fluindo junto com a água, seu corpo arqueando para cima; até que ele finalmente atingiu o fundo do canal de água.

Garfiel: “…”

Obviamente, ele estava submerso na água, mas não podia nem conseguia sentir nenhum traço de sua frieza.

Livre do grande fardo da gravidade, a força lentamente voltou para seus braços e pernas, neste mundo que perdeu seu peso.

Se apenas liberar o jugo do coração fosse tão simples quanto remover o jugo do corpo— Agora, seu coração estava submerso na escuridão.

Ou então ele poderia continuar afundando desse jeito, em nenhuma hipótese esse pensamento estava completamente fora de cogitação em seu coração. No entanto, respirar começou a ficar doloroso, e na escuridão, os olhos dele não o deixaram completamente cego.

A garota de cabelo cor de pêssego, a garota gato de cabelo laranja e o garoto de cabelo preto emergiram e acenderam seu coração inundado.

Talvez fosse uma chama que desapareceria imediatamente. Anteriormente, esse tinha sido exatamente o caso, até mesmo se a fachada de fingir ser corajoso tivesse sido completamente destruída, provaria isso. Mas, mesmo assim, não importa o quê.

— Isso não era desculpa para ficar imerso aqui para sempre.

 Garfiel: “– Fwah!”

Esticando-se para endireitar as costas e batendo na água com força, empurrando-se para cima com apenas um fôlego, quando sua cabeça emergiu da água, Garfiel balançou-a vigorosamente.

A visão em seu olho direito ainda estava obstruída, e os efeitos dos golpes posteriores da surra geraram um zumbido incessantemente em sua cabeça. Todo o seu corpo ferido e ensanguentado foi inundado por náusea, e o desconforto de seus dentes perdidos afetou a sensação de sua boca.

Garfiel: “Merda…”

Agarrando-se à beira do canal para se levantar impulsionando-se para cima, como uma besta selvagem, sacudindo toda a água do corpo para se secar, Garfiel olhou ao redor.

Há pouco tempo, Garfiel havia sido jogado no canal de água.

Nada mudou, o Deus da Guerra ainda permaneceu de pé no mesmo lugar.

A posição do “Cutelo do Demônio” desembainhado e estendido era a mesma, e seu espírito de luta não havia mudado, não havia dúvidas disso; deixando claro que o ataque de Garfiel falhou.

Kurgan: “––”

Olhando para o silencioso Deus da Guerra, Garfiel começou a pensar.

Afinal, a inevitabilidade de Garfiel lutar contra Kurgan aqui era, na verdade, realmente pequena. A tarefa que Garfiel esperava cumprir era parar o ataque surpresa que a Luxúria provavelmente realizaria na Prefeitura. Mesmo se ele enfrentasse Kurgan aqui, ele não salvaria a Prefeitura, aonde agora deveria haver apenas não-combatentes.

À primeira vista, todos diriam a Garfiel para evitar lutar contra Kurgan aqui.

Garfiel: “Mas… ele não ia me deixá escapá de jeito nenhum.”

Um corpo tão grande que qualquer pessoa teria que esticar a cabeça para vê-lo completamente, e também tinha aquela quantidade enorme e impressionante de músculos. Mesmo que ele parecesse incapaz de exercer agilidade; mesmo que tentasse fugir, ele não poderia imaginar ser capaz de escapar do alcance daquelas espadas.

Desde o primeiro momento em que esse Deus da Guerra apareceu diante dele, Garfiel se viu incapaz de escapar.

Agora, havia apenas duas opções que Garfiel poderia escolher: lutar até morrer, ou morrer sem lutar.

Garfiel: “Porra… Agora num é hora de pensá nisso!”

Quando aqueles pensamentos pessimistas passaram por sua cabeça, Garfiel rangeu os dentes para afastá-los. As presas que se regeneraram com urgência depois de perdê-las estavam tingidas de dor, mas essa dor levou os pensamentos negativos de perda a recessos profundos.

Qualquer noção do sentimento de perda iminente, de prenúncio de derrota, seria achatado.

Palavras de autossatisfação para justificar sua derrota e perda eram desnecessárias.

— Vencer, vencer, vencer, vencer, vencer, vencer!

— Alcance a vitória, prove seu próprio valor!

Garfiel: “UUUUAAAAAAAAHHH!”

Rugindo alto, livrando-se de qualquer fraqueza, Garfiel, mais uma vez, correu para frente. Na rodada anterior, o único golpe em que ele havia colocado todas as suas forças foi bloqueado.

No entanto, se seu peso não fosse suficiente, ele poderia usar a velocidade para confrontá-lo.

Usando garras, usando dentes; abrindo, rasgando, mordendo, perfurando.

Kurgan: “––”

O silencioso Deus da Guerra saudou o apressado Garfiel.

Um golpe do “Cutelo do Demônio” estava vindo em direção ao seu ombro.

Chame de golpe cortante, mas a penetração era muito profunda, chame de golpe esmagador, mas o movimento era muito afiado. Esta combinação de esgrima e força esmagadora que destruiria seus oponentes pertencia apenas a Kurgan.

A lâmina do “Cutelo do Demônio” que se aproximava repentinamente passou pela nuca de Garfiel quando ele se inclinou para frente. Depois dessa esquiva estreita, os pensamentos de Garfiel tornaram-se mais fervorosos.

Se houvesse apenas um golpe, Garfiel escaparia com facilidade. A velocidade de seu corpo pequeno e ágil era muito diferente da velocidade daquele corpo enorme com seus braços e armas igualmente enormes.

Depois de evitar o ataque massivo de Kurgan, atacá-lo com um forte corte em seu peito para separá-lo com suas garras seria muito fácil. Ou melhor, deveria ter sido.

Garfiel: “— Aah.”

No entanto, Garfiel foi forçado a se esquivar no local. Um dos braços laterais gigantes de Kurgan se ergueu, ameaçando mandá-lo voando se acertasse seu queixo.

Isso também foi bastante inesperado… Não, o senso de equilíbrio de seu corpo era completamente diferente.

Kurgan, nascido no clã de braços múltiplos, treinou incansavelmente seus oito braços para encontrar um estilo que se adequasse melhor ao seu próprio corpo.

Aperfeiçoando técnicas aterrorizantes de seu corpo, as quais eram totalmente diferentes das manobras que Garfiel conhecia sobre exercícios de quatro membros.

Uma vez que seu ataque terminasse, o bom senso indicou que seu corpo seria exposto e as aberturas de suas fraquezas seriam reveladas.

Se uma das mãos fosse usada apenas para defesa, o espaço restante poderia ser usado para mirar no ponto cego do oponente.

Mas, mesmo se ele pudesse bloquear o golpe fatal de um braço, ele ainda teria que lidar com os outros sete.

Se ele não pudesse lidar com tudo isso, apenas um beco sem saída o esperava.

Garfiel: “Ngh, gaaaaah!”

Diante do trêmulo Garfiel, os braços do Deus da Guerra pareciam ser suficientes para abalar o mundo.

Os “Cutelos do Demônio” berrantes vieram de todas as direções, esmagando o corpo de seu oponente com violência.

Bloqueando um golpe com seu escudo, inclinando-se para se esquivar de outro, recuando para trás para reduzir o impacto do próximo, girando para evitar e fugir de outro, desviando um com toda a força de seu corpo, permitindo que o próximo destruísse seu ombro para evitar um ferimento fatal por todo o corpo.

Para desviar de um golpe com o braço, ele se transformou em uma besta.

— Recebendo um golpe que o fez cair no chão de pedra de paralelepípedo.

Garfiel: “Uwa, huu.”

— Oito braços.

Agora mesmo, Garfiel havia se lançado totalmente contra Kurgan e mal tinha sobrevivido ao contra-ataque que se seguiu.

Esse ataque teve a letalidade de uma tempestade; ainda assim, para Kurgan, ele estava simplesmente agitando cada um dos braços apenas uma vez.

Se isso era o que significava ser um Deus da Guerra e se a luta continuasse, Garfiel seria aniquilado em instantes. Agora mesmo, caído no chão, o ensanguentado Garfiel ainda respirava apenas porque o Deus da Guerra, ainda de pé, não tinha intenção de persegui-lo.

Kurgan: “––”

Adotando a mesma postura que assumira quando Garfiel emergiu do canal de água, ele olhou para o perdedor ofegante.

Ser subestimado, nenhum sentimento de frustração surgiu.

A questão agora era pelo menos estar à mesma altura.

Competindo entre si, estavam os guerreiros no campo de batalha.

Porém, seus respectivos níveis diferiam muito para serem considerados guerreiros lutando cara a cara.

O nome do “Deus da Guerra” — Kurgan das “Oito Armas” — era uma lenda.

Garfiel: “Huu… Huu…”

Ele não poderia vencer. Ganhar era impossível.

Uma lenda que passou por gerações, um homem que se tornou um herói, este era um Deus da Guerra.

Prosperando no imponente Império de Vollachia, mesmo quando seu clã era desprezado, estava este homem que mudou o destino de sua raça por conta própria.

Garfiel não era nada mais nada menos do que apenas um menino que adorava e reverenciava essa lenda.

Garfiel: “Huu… Huu… Huu…”

Era claro que sim, mas por que seu corpo se levantou?

Até mesmo seu eu interior estava abalado e agitado, porém seu corpo ainda se ergueu.

Garfiel: ““Haaaaah… Barulhento, barulhento, barulhento pra caralho!””

Seu batimento cardíaco estava anormalmente alto.

Ao ouvir o toque de tambores refletindo o som das batidas do coração dela dentro de seus ouvidos, Garfiel pisou no chão. Os degraus de paralelepípedos sob seus pés começaram a partir-se, e as rachaduras se estenderam diretamente para debaixo dos pés de Kurgan.

O silencioso Kurgan e o ensanguentado Garfiel se confrontaram.

Agindo, Garfiel juntou força nos dedos dos pés, mais uma vez esmagando o chão. E então Kurgan se moveu.

Não, ele foi movido.

Kurgan: “––”

Através das solas dos pés de Garfiel, a Proteção Divina dos Espíritos da Terra entrou em ação e demonstrou sua força. Este poder se moveu das fendas recém-formadas em direção aos pés de Kurgan, e o solo que sustentava o gigante voou em direção ao céu.

O enorme corpo flutuando no ar, moldado por centenas de batalhas, ainda era um escravo das leis da física.

Perdendo o apoio da parte inferior do corpo, ele não conseguia mais executar seus ataques poderosos.

Garfiel: “Haaaaaaaaah!”

Esse momento foi fundamental.

Indo para onde o corpo de Kurgan pairava no ar, Garfiel balançou o braço.

Parte animal, um braço coberto pela pele e musculatura de um tigre gigante atingiu Kurgan. Mesmo o Deus da guerra não tinha como resistir se não pudesse ajustar sua postura no ar.

Com o som de armas colidindo, o “Cutelo do Demônio” que interceptava foi jogado para trás, puxando Kurgan no processo.

Então o chute de Garfiel estava esperando por ele. Aproveitando a primeira rachadura em sua armadura, suas garras perfuraram aqueles grossos músculos abdominais.

Rugindo enquanto atacava repetidamente, Garfiel empurrava incessantemente seu oponente, pressionando seus ataques.

Peito, coxas, joelhos e estômago: todos recebiam golpes constantes.

Suprimido pela força do impacto, os numerosos braços de Kurgan não conseguiram alcançá-lo para se defender e ele só pôde receber cada ataque em sua posição aberta.

Garfiel: “O sucesso está aqui!”

Garfiel, convencido de que a vitória estava à vista, gritou.

As garras ferozes da besta rasgaram Kurgan, borrifando sangue escuro em Garfiel.

Garfiel limpou o sangue de seu corpo e continuou avançando.

Confiante de que seu oponente havia ficado indefeso, os olhos de Garfiel encontraram os de Kurgan, esculpidos em ferro, e então um frio o inundou quando seus cabelos se arrepiaram.

Kurgan: “––”

Os olhos do Deus da Guerra se fixaram em Garfiel, seu comportamento era exatamente a mesma de antes, sem mudanças, inalterado, nem um pouco abalado.

Garfiel: “— Huh?”

Foi então que Garfiel percebeu.

O contra-ataque inicial do Deus da Guerra.

O golpe de um “Cutelo do Demônio” colidiu com o par de escudos de Garfiel levantado às pressas, mas devido à força do impacto, seus braços foram jogados para trás, acertando sua figura inteira, e batendo com força contra o chão.

Garfiel: “— Gah.”

Nem mesmo um grunhido pôde ser ouvido, nem formado.

Em um instante, a orientação desapareceu de seu campo de visão e os membros de Garfiel ficaram totalmente descontrolados devido à força do impacto que o fez voar.

Essa foi a única coisa que ele sabia que havia acontecido.

No ar, sem qualquer erro, Kurgan desferiu um ataque feroz apenas com a parte superior do corpo.

O método era simples e direto: agarrar a lâmina do Cutelo com dois de seus braços para aumentar o peso do golpe, aumentando a força que dispararia.

Era o mesmo princípio aplicado a bater na testa de alguém.

Usando um gancho de dois braços para conseguir transformar o ataque em um golpe fatal.

O plano de Garfiel era lançá-lo ao ar para reduzir a força de seus ataques. Mas esse método de combate foi completamente anulado por seu oponente.

Garfiel: “— Hk!”

Tendo sua cadeia de ataques interrompida, Garfiel foi atingido por um chute do enorme pé diretamente acima dele.

Com o impulso do chute e da queda, o corpo inteiro de Garfiel rangeu quando ele foi jogado contra o chão.

Seus pensamentos estavam tomados por dor e perda, e o levaram a usar sua magia de cura por puro instinto de sobrevivência.

Recolocando os ossos quebrados em seus braços, cotovelos e ombros, ele consertou seus órgãos internos eviscerados. Suas costelas, ossos da cintura e parte da coxa esquerda também foram quebrados, mas ele não podia repará-los com uma cura de emergência.

Ele utilizou toda a sua magia e ativou seu portal usando toda a sua magia de cura, esgotando suas reservas de mana.

Aproveitando-se do poder de absorver força do chão, com seu corpo pressionado contra ele, ele começou a se tratar e se curar da cabeça aos pés.

Alguns segundos, ou dezenas de segundos, ou possivelmente alguns minutos.

Bloqueando até mesmo a passagem do tempo, Garfiel se concentrou na restauração de sua carne.

Chegando a um ponto onde ele finalmente conseguiria se mover, ele cuspiu o sangue de sua garganta e se levantou.

Kurgan: “––”

Calmamente, o Deus da Guerra olhou para o Garfiel ensanguentado e manchado.

Vendo esse gesto, as bordas dos olhos de Garfiel arderam. O caldo da raiva que sentiu o fez inclinar a cabeça, enquanto os dentes tremiam.

Garfiel: “Que porra é essa?”

Desde o início, a postura de Kurgan permaneceu consistente.

Ele enfrentaria os desafios de Garfiel, mas não tomaria a iniciativa de atacar, nem avançaria em direção a Garfiel com suas espadas desembainhadas.

Garfiel foi derrotado sem piedade três vezes.

O sentimento de derrota e humilhação em seu coração esmagou sua presunção e seu orgulho de guerreiro.

Ele sentiu que precisava vencê-lo.

E ao mesmo tempo, ele também pensou que seria melhor se ele o matasse para não sofrer essa humilhação ridícula.

O Deus da Guerra Kurgan, o herói de Vollachia.

Considerado o auge de todos os soldados, pedir-lhe que entendesse a frustração no coração de Garfiel seria impossível.

Garfiel: “Num seria melhó…”

“Me matar?”, ele poderia perguntar isso a ele.

Admitindo honestamente a derrota; sabendo da óbvia disparidade de poder; pedindo para morrer como um guerreiro.

Abaixou seus escudos, abrindo seus braços e formando uma expressão feliz.

Suplicando para ele dessa forma, seu apelo se tornaria realidade? Ele estaria disposto a fazer isso?

Para cair diante da Batalha contra o Deus da guerra: para um guerreiro, isso talvez fosse a maneira mais honrosa e orgulhosa de morrer.

Garfiel: “Nesse lugá…”

Seria mais fácil se tudo acabasse.

Garfiel: “Num ia sê tão fácil, se fosse pá tudo acabar, huh”

Equipado com seus escudos, ajustando os braços para mostrar hostilidade.

Olhando para frente, como se pretendesse lutar.

Garfiel: “Tô pensando aqui, que troço persistente.”

Alguém lhe disse uma vez, para não pensar muito durante a luta.

— Você é muito forte quando não está pensando em coisas estranhas e apenas usando seus instintos para lutar.

— Esse era mesmo o caso?

Garfiel: “Que som… persistente…”

Quão irritante era seu batimento cardíaco.

Todos os ossos de seu corpo se retorceram e se conectaram, e um som começou a se formar.

Irritante, irritante, irritante, irritante.

Aquele som estranho, tudo nele, completamente, inteiramente, era tão irritante!

— O som, tem como não ouvir?

Garfiel: “Se eu posso ouvir… sempre, mas é óbvio que meu incrível eu consegue ouví, porra.”

Mesmo se ele evitasse pensar sobre isso, não adiantaria nada.

No ouvido de Garfiel, ou talvez uma parte sua separada de sua membrana timpânica, aquela voz ainda estava sendo aceita.

A voz de alguém, uma voz íntima, uma voz familiar, uma voz reconfortante, uma voz comovente, uma voz embargada, uma voz orgulhosa, uma voz que não conseguia suprimir sua fúria.

Todas essas vozes se recusavam a deixar Garfiel partir.

Mesmo que ele confiasse em seu instinto para lutar, essas ondas de som que chegavam não retrocederiam de forma alguma, e Garfiel não estaria sozinho.

Quanto mais ele pensava sobre isso, mais fraco ele era, e o seu eu de agora estava muito fraco.

Era diferente de quando ele estava no Santuário, fazendo o papel de um lobo solitário. Agora, ele estava mais humilde e tinha vivido mais coisas.

Quanto mais pessoas existissem para alguém, mais fracos eles se tornavam e passariam a vida inteira se tornando cada vez mais fracos.

Garfiel: “Como isso… é possível?”

Abraçando aquelas vozes incessantes, engolindo sua sensação de derrota, estimulando um desejo de vitória e inserindo sua admiração e inveja em tudo isso.

— Garfiel emitiu um desafio ao Deus da Guerra.

Garfiel: “— Kuu.”

Kurgan: “––”

O olhar de Garfiel mudou.

Kurgan, testemunhando isso, moveu-se silenciosamente.

De seus quatro “Cutelos do Demônio”, ele embainhou duas.

No entanto, isso não significava de forma alguma que a força de Kurgan havia enfraquecido. Em vez disso, permitiu que ele se concentrasse mais apenas nessas duas espadas. E como se estivesse explicando, o Deus da Guerra ajustou sua postura e atitude.

O Deus da Guerra ficou olhando para a frente, equilibrou-se com o pé direito, inclinando-se levemente para encarar Garfiel.

Esta foi uma pose de batalha.

— Foi a prova de que Kurgan finalmente considerou Garfiel um inimigo.

Garfiel: “Então agora há pouco cê tava só me tratando igual criança. ‘A Águia-pesqueira num é adequada pá criá seus filhos’, será que esse é o caso aqui?”

Kurgan: “––”

Em silêncio, Garfiel correu em direção ao Deus da guerra.

Respondendo a essa ofensiva brutal, os “Cutelos do Demônio” fizeram o mesmo.

Suprimindo a sensação terrível de uma parede de desespero se fechando sobre ele, Garfiel correu para frente, aproveitando a oportunidade com tudo o que tinha.

Com isso, ele corrigiu a tática errada de seu ataque anterior, que havia sido causado pela própria aura de Kurgan, bem como pela admiração ilusória e temerosa que Garfiel tinha pelo herói.

Garfiel: “Uuuuuuaaaa!”

Com um gancho, ele atacou Kurgan.

Houve um eco de um som pesado de aço batendo na carne, mas não foi o torso do alvo que atingiu, mas um braço que foi estendido para bloquear.

Garfiel: “Que porra de piada é essa!?”

Vendo seu punho bloqueado por aquela palma, Garfiel rugiu.

Aproveitando a força absorvida pela sola de seus pés, ele derramou esse poder em seu punho que encontrou a palma da mão de Kurgan, e a força do golpe explodiu para frente com um impulso.

Kurgan flexionou os dedos para evitar a força repentina do soco, e Garfiel aproveitou a oportunidade para se apoiar na cintura do Deus da guerra e correu em seu peito como se estivesse girando.

Kurgan se inclinou para trás, atacando com seu Cutelo do Demônio ao mesmo tempo.

Lendo o fluxo do vento e também a atmosfera para prever a direção, Garfiel aceitou o ataque com seu par de escudos.

Com um grande som trovejante, o corpo de Garfiel voou para trás, sendo jogado no ar.

Garfiel: “— Haaaaaaah.”

Cravando os braços no chão de pedra, ele forçou seu corpo a desacelerar. Olhando para cima, o Deus da guerra que o perseguia já havia se aproximado.

Kurgan, que ainda não havia lançado seu próprio ataque, agora correu em direção a Garfiel.

Apenas um momento para prever, apenas um momento para reagir, apenas um segundo para o resultado dar frutos.

Kurgan: “––”

Garfiel esticou os braços que ele havia embutido na ardósia, levantando o chão à sua frente. Kurgan, ainda correndo, destruiu aquela parede com seu ombro e atacou com o “Cutelo do Demônio”.

O som de uma cacofonia ecoou.

Garfiel, recebendo um golpe direto, foi empurrado para trás. O calcanhar que tentou se manter firme deslizou pelo chão e fragmentos de dentes voaram para frente.

Entretanto…

Garfiel: “Não me menospreze, seu filho da puta!”

Ele usou os dentes para bloquear a ponta da lâmina.

Vindo de seus dentes incisivos, o sangue escorreu pelo “Cutelo do Demônio”, mas Garfiel não hesitou.

Kurgan: “––”

Garfiel direcionou a força em seu pescoço e mandíbula, e o corpo de Kurgan estremeceu.

Com seu outro braço, ele segurou o cabo do Cutelo que estava sendo mordido e o puxou em um único movimento; contudo, os dentes que a seguravam não cederam.

Não só isso, mas a força da mordida em seus dentes aumentou mais ainda. A parte superior do corpo de Garfiel, do quadril para cima, inchou e começou a bestificar.

Garfiel: “GHRROOOOOOOA, GRAAAAAAAAA!!”

Transformar sua cabeça na forma animal reduziria significativamente sua capacidade de pensamento racional.

Seu raciocínio se reduziria ao nível de uma besta, e ele havia sido avisado inúmeras vezes que se tratava de uma espada de dois gumes.

Mas, nesse momento, essa era a escolha de Garfiel.

O poder daquela metade invejável era indispensável.

Diante do mais poderoso da raça de Braços Múltiplos, como ele poderia vencer, se negasse sua própria natureza fundamental?

Ó tigre, ó tigre, ó tigre; neste momento, empreste-me tua força!

Kurgan: “––”

No instante em que o tigre dourado abriu os olhos, o “Cutelo do Demônio” foi destruído.

A lâmina foi quebrada e retalhada, e a força de destruição espalhou-se da espada até a empunhadura, balançando a pose do gigante enquanto ele repentinamente perdia sua estabilidade e equilíbrio.

— Isso foi uma oportunidade real.

Garfiel: “Huu,Hah, há!”

A besta moveu suas patas, atingindo a cabeça de Kurgan. O gigante não conseguiu se equilibrar novamente sob os ataques repetidos da besta.

Um golpe e um corte com suas garras vieram ao mesmo tempo, e Kurgan, derramando sangue, foi forçado a recuar.

Kurgan: “––”

Ele tentou prosseguir, mas foi atingido por um soco.

O enorme rosto do tigre foi esmagado com um cotovelo e a ponta de seu nariz desabou; a seguir houve um golpe em sua mandíbula.

O tigre conseguiu não perder a postura de seu corpo em colapso e um soco frontal acertou seu rosto.

Sangue espirrou em seu campo de visão escurecido.

Orientação, controle; tudo desapareceu de sua mente.

Não que isso tivesse algo a ver com ele. O que realmente importava, estava contido em seu coração.

Mesmo sem pensar sobre isso, isso não desapareceria. Apenas faria seu corpo ensanguentado e ferido seguir em frente.

O “Cutelo do Demônio” se aproximou.

O restante do par, aquele que não havia sido quebrado.

Apenas um instante para prever, apenas um momento para reagir, apenas um segundo para o resultado dar frutos.

Garfiel: “Guuuu…”

A lâmina que se dirigia em direção ao seu corpo deslizou contra um escudo e atingiu seu estômago.

Mesmo que o impacto tivesse sido dissipado, aquele golpe ainda tinha uma força capaz de cortar os grossos músculos abdominais de seu corpo.

No entanto, não seria capaz de cortar o pelo duro como agulhas douradas e o corpo inchado do enorme tigre. A bisseção ainda estava fora de alcance.

O chão sob os pés de Kurgan explodiu devido ao pisoteio de Garfiel. Este foi um efeito da Proteção Divina dos Espíritos da Terra.

Garfiel: “Uuuuuuuaaaaaah!”

Com a lâmina ainda alojada em seus músculos abdominais, Garfiel lutou.

Em uma competição de cabo de guerra, Kurgan venceria; porém Garfiel não conseguiria ficar parado.

A falta de dentes, o braço que havia sido quebrado várias vezes e o instinto aumentando e sobrepujando sua sensibilidade o fizeram agarrar Kurgan com firmeza.

Kurgan: “––”

Puxando seu corpo desajeitadamente grande e incômodo, Garfiel jogou Kurgan no canal de água atrás dele.

No instante em que ele foi lançado, o braço de Kurgan se estendeu para agarrar Garfiel, arrastando os dois juntos para dentro d’água.

Acompanhados com um grande respingo, os dois desapareceram dentro d’água.

Dois corpos enormes foram arrastados pela correnteza, e o sangue que escorria e coava a água que foi varrido.

Kurgan: “––”

Na água, as duas figuras continuaram defendendo-se e atacando continuamente.

No líquido escuro que obscurecia a visão de ambos, Garfiel e Kurgan continuaram a se bater sem se importar com a resistência da água.

Os punhos de um gigante esmagaram seus órgãos internos, expelindo dolorosamente o ar de seus pulmões. Dor sobre dor, sofrimento sobre sofrimento; então a batalha subaquática continuou.

E entre isso, Garfiel, então, percebeu que estava em desvantagem.

Por algum motivo, o Deus da Guerra diante dele parecia não respirar. Ele sentiu como se seu oponente fosse um cadáver ressuscitado.

A falta de oxigênio o levou à letargia, e Garfiel percebeu que cada ação sua era lenta e letárgica.

O fluxo da água subiu e cresceu gradualmente; de novo e de novo as duas figuras caíram de cachoeira em cachoeira.

À medida que sua consciência se desvanecia, o espírito de luta em seus dedos se desaparecia.

Garfiel: “– Hah!”

— A sua respiração não foi o suficiente.

Esta se tornaria o verdadeiro motivo de sua derrota, enquanto a consciência de Garfiel o deixava. E a vitória foi…

Kurgan: “––”

Um som pesado, que o mudo e estagnado gigante causou ecoou pela água.

Retornando de sua consciência distante, Garfiel viu algo na água turva.

O “Cutelo do Demônio” cortou a parede e o chão do canal, e o ataque do gigante criou uma grande lacuna aberta e divisória no caminho do fluxo pela qual a água passou.

Garfiel não teve nem chance e nem ar para perguntar o que ele estava fazendo.

O som ressonante de várias lâminas de todas as direções sacudiu o fluxo da água, e, finalmente, o som da quebra do aço e do impacto de uma onda ecoaram em conjunto.

No momento seguinte, um novo fluxo apareceu.

Separado do verdadeiro curso d’água, era outro fluxo, um riacho completamente diferente do outro canal de água. O corpo de Garfiel, capturado neste riacho, foi sugado e jogado para fora do canal.

Garfiel: “– Pua, kuu, kuu.”

A sensação da água envolvendo-o desapareceu, e Garfiel cuspiu os volumes d’água que engoliu.

De seus olhos, nariz e orelhas, a água escorreu, e Garfiel balançou a cabeça.

Quando ele estava se perguntando o que tinha acontecido, ele ouviu.

???: “– Gorgeous Tiger?”

Misturando com o som de água corrente, alguém calmamente chamou por ele.

Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar