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Re:Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu – Arco 6 – Capítulo 42

A Torre dos Mortos

Subaru Natsuki continuou vagarosamente a subir as escadas, pisando firmemente a cada passo que dava. A loucura tomava conta de seu corpo e ira brotava de seu peito à medida em que ele continuava subindo.

Subaru: “Matar, matar, matar, eu vou matar vocês. Definitivamente vou matar vocês…”

Esse sussurro, mais do que um simples ruído, possuía palavras que praguejavam uma maldição. Se poder transitasse nas força das palavras, as maldições que Subaru proferia já teriam se realizado.

“Matar”. Cada vez que dizia em voz alta, ele sentia o poder em sua faca aumentando.

Subaru: “Matar, matar, matar, matar, matar, matar…”

Enquanto o balbuciava, sua visão eventualmente se embaçava. Talvez isso fosse o resultado de seus medos e das horas incessantes de caminhadas na área abaixo do deserto.

Por um momento, Subaru sentiu sua cabeça pesar, o fazendo balançá-la algumas vezes. Agora não era o momento nem o lugar para surtar, afinal ali era um ambiente hostil, cheio de pessoas que lhe ofereciam perigo. Era um ambiente no qual ele não poderia confiar em nada. Tudo ali era o covil do inimigo.

Para proteger a si mesmo, Subaru tinha de matá-los. Do contrário, ele seria morto.

Subaru: “Matar, matar, matar, matar…”

Ele não queria matá-los… ele tinha.

Se o “Langage de l’âme” pudesse se apropriar das palavras de Subaru, de forma a refletir seus verdadeiros sentimentos, a frase “Eu não quero morrer” seria bem mais apropriada do que  “Matar”.

Ele se convenceu de que a primeira coisa que faria seria matar qualquer um que aparecesse em seu caminho, de forma a proteger-se.

Subaru Natsuki alcançou o 4º andar da torre e lá manteve seus olhos fixos.

Subaru: “Hha.”

Ele deixou escapar um leve suspiro.

Sua faca caiu bruscamente no chão causando um barulho estridente. Seu corpo estava tremendo. Seus dedos estavam rígidos como pedra, paralisados. Subaru recuou, sendo capaz apenas de mover sua cabeça lentamente.

O cheiro de sangue preencheu o ambiente. Ali havia traços de uma luta terrível que o faziam estremecer. 

As paredes de pedra estavam quebradas e estilhaçadas. E, em meio a esse caos, estava Subaru, imerso em destroços.

Ele olhou para aquilo, estático.

――Shaula… sua cabeça estava esmagada, esparramada pelo chão. E seu corpo era uma visão perfeita para olhos sofridos.


O corpo de Shaula estava tão terrível que lhe causava extrema ânsia e o fazia desviar o olhar.

Seu cabelo grande cabelo marrom, que outrora ficava amarrado, agora estava completamente estirado pelo chão, assim como seus membros. Um de seus braços tinha sido desmembrado até o cotovelo, e o outro até o pulso, com as partes faltantes espalhadas ao redor daquele lugar.

Sua impecável pele pálida carregava incontáveis feridas, e uma grande quantidade de sangue se alastrava por perto. A trilha de sangue, que se estendia pelo corredor e que terminava onde ela havia encontrado o próprio fim, insinuava que a batalha havia sido longa e ocorrido em diferentes lugares.

O mais provável era de que o ferimento em sua cabeça havia posto fim àquela luta―― Verdade seja dita, ferimento era uma palavra muito sútil para descrever a real situação, buraco seria mais apropriado.

Talvez, o mais provável, era de que alguém teria martelado sua cabeça repetidamente.

Ele não conseguiu imaginar nenhuma outra forma barbárica em que a cabeça dela poderia ter sido amassada, espalhada, deixando os interiores por toda parte. Um tremendo impacto de alguma ferramenta havia amassado sua cabeça.

A cabeça de Shaula foi estraçalhada e completamente destruída.

Apesar de ter sido apenas por um curto período de tempo, ele se recordou de como ela se aproximou dele e lhe mostrou seu grande e genuíno sorriso…

Subaru: “… Bru’.

Subaru afundou seus joelhos no chão enquanto encarava, atônito e desacreditado, os restos de Shaula. A vontade de vomitar estava tão insuportável que ele descarregou todo o conteúdo de seu estômago. Ali havia uma mistura de suco gástrico com comida que havia sido expelida de seu corpo com um forte cheiro amargo. Ela atingiu o corpo de Shaula tornando sua situação pós-morte mais degradante, uma vez que ela já havia sido morta de forma tão brutal.

Subaru: “Uu! Ghhh, Ghuuuu, blergh…

Apesar disso, Subaru tornou a se curvar para vomitar, voltando a profanar aquele corpo, mesmo contra sua vontade.

Ele não podia fazer nada além de abrir sua boca o máximo possível e expelir todo o conteúdo de seu estômago. Suas entranhas estavam sendo queimadas, o fazendo sentir uma dor insuportável e uma incessante vontade de vomitar mais.

Quando finalmente conseguiu parar de colocar para fora as tripas, ele se estirou no chão, olhando para o teto com suas mãos sob seu rosto.

Era a primeira vez que ele via a morte de alguém.

“—“

Era a primeira vez que Subaru estava cara a cara com o defunto de alguém.

Para a maior parte das pessoas, o falecimento de algum parente mais velho é a primeira vez que elas se encontram com a morte. Entretanto, Subaru nunca tivera ido a um funeral, uma vez que sua família, tanto materna quanto paterna, possuía boa saúde. Ele também nunca havia tido qualquer outro tipo de contato com a morte de alguém, para além do funeral.

Dessa forma, essa primeira experiência foi bastante chocante para Subaru, não só devido à morte em si, mas pela circunstância horrível desta.

Existem pessoas que podem ter suas vidas tomadas tão cruelmente assim, ele pensou.

Subaru: “Eu também, uhg.”

Subaru sussurrou para si mesmo.

Ele limpou o vômito que estava em volta de sua boca com sua manga e balançou a cabeça, uma vez que seus ouvidos estavam tinindo com um som bem forte. Dessa forma, apoiando-se na parede, ele se levantou lentamente.

Subaru havia sido empurrado pelas costas, arremessado para longe das escadas.

Seu corpo também devia ter virado um grande pedaço de carne, do qual ninguém certamente aguentaria olhar por mais de um segundo. Ele mesmo não conseguiria olhar para o seu próprio corpo, o que o havia deixado aliviado.

Não havia a menor chance de ele manter a sanidade sendo capaz de ver sua própria morte com os próprios olhos, ou algo do tipo.

A mera percepção do fato de que ele havia morrido já era o suficiente para chocá-lo ao ponto de fazê-lo sentir seu coração bater tão forte, que parecia que iria explodir e se espalhar em pequenos pedaços.

Subaru: “De qual… quer… for… ma…”

Cortando sua linha de raciocínio, Subaru passou a aceitar que Shaula estava, de fato, morta, ao passo que tentava ao máximo preservar os resto dela, os quais estavam espalhados perto dele.

O fato era que havia alguém terrível à espreita na torre. E, além disso, ele também entendeu que esse indivíduo não estava apenas atrás dele, mas dos outros membros da torre.

“—“

Ele sentiu pena da derrotada Shaula, mas também podia dizer que isso era um presságio de boas notícias.

E, agora que ele não sabia quem foi quem o matou, Subaru não conseguiria descansar até descobrir, dentre todos os que estavam ali na torre, quem era o responsável. Mas, com ela morrendo, foi possível riscar um nome da lista de possíveis suspeitos.

Entretanto, ao mesmo tempo, aquele que o matou foi hostil para com outra pessoa… Ou, pelo menos, ele poderia ter a certeza que havia um indivíduo perigoso que estava tentando matar todo mundo na torre.

Em outras palavras, havia uma chance de que alguém, além dele, mataria o assassino que o havia matado.

Desta maneira, tudo o que ele deveria fazer era matar a todos primeiro de forma a conseguir alguma paz de espírito.

Se ele matasse o culpado que estava tentando assassiná-lo, e, juntamente, matasse os potenciais candidatos que provavelmente tentariam matá-lo, sobraria apenas ele na torre. E, sozinho, Subaru conseguiria alcançar alguma paz…

Subaru: “Nesse sentido… As que estão no caminho são a Ram e a Echidna, ugh. Seria bem mais fácil se a droga do Julius estivesse morto também…”

E, por serem crianças, Meili e Beatrice seriam bem fáceis de se lidar, então ele não teria que pensar muito a respeito delas.

Emilia e Shaula, mesmo que esta estivesse morta, deveriam ser fáceis de pegar enquanto distraídas e matá-las, uma vez que elas nunca estão alarmadas perto dele. Diferentemente de Ram, que sempre foi desconfiada em relação a Subaru, e de Eridna, que, por ser bem esperta, cheirava a problema. Mesmo que ele as pegasse desatentas e as matasse, essas duas seriam as mais difíceis de lidar. Essa era a impressão que ele tinha.

Era difícil analisar o perigo que Julius poderia proporcionar, mas, de qualquer forma, Subaru direcionava sua maior vigilância a ele, já que ele era o único outro homem da torre. Além disso, por ser bem cafona, ele provavelmente carregava uma espada em sua cintura, o que seria um problema. Entretanto, poderia haver uma chance dele ser encurralado e perder sua espada. Subaru fez aulas de Kendo, então poderia–se dizer que ele teria uma vantagem garantida nesse quesito.

Além disso…

Subaru: “Lá em cima… aquele bastardo fodido.”

Subaru sacudiu sua cabeça só de pensar em eliminar aquele homem de cabelos vermelhos que estava sentado no andar de cima da torre, sob a premissa de ser um examinador.

Seria impossível eliminá-lo. Aquela coisa era um super-humano intocável, ao qual as leis da física não se aplicavam.

Pelo senso comum de Subaru Natsuki, era definitivamente impossível derrotá-lo.

Mas, também haviam pessoas aqui que simplesmente não podiam ser mortas.

A única notícia boa é que era difícil de imaginar que ele foi o responsável por empurrar Subaru da escada. Se tivesse sido ele, ele não teria feito de uma maneira tão simples. Esse foi o tipo de destino pessimista que ele teve.

“—“

Subaru pegou sua faca que havia caído, pisou sobre os restos de Shaula e se virou para os fundos.

Por um momento, Subaru ponderou se deveria investir o corpo dela à procura de pistas, mas ele duvidou que acharia qualquer coisa útil escondida em suas roupas, já que ela praticamente não as vestia. E, ao mesmo tempo, sua consciência pesava só de pensar que ele tornaria a profanar aquele corpo.

Ela estava morta. Os mortos não eram mais seus inimigos. Ela apenas não teve sorte – isso era tudo.

Subaru nem mesmo se incomodou em fazer uma prece para ela.

Ele a deixou para trás, e lentamente se adentrou na torre, despistando suas pegadas enquanto se adentrava no quarto andar e seguindo a trilha de destruição.

A torre ficou em completo silêncio, nenhum som podia ser ouvido. Ele, entretanto, achou esta quietude bastante irritante.

Um som agudo estava atormentando sua mente, e ele sentiu que podia ouvir o som de seu sangue fluindo pelo corpo. E, estranhamente, seu batimento cardíaco estava estável, como se todo o stress recente nunca tivesse ocorrido.

Enquanto caminhava pelo 4º andar, o ódio que ele carregava fervia em seu peito.

Até este momento, visando sua própria sobrevivência, sua vontade de assassinar todos permanecia intacta/ inabalável.

Ele esfaquearia, entalharia e tiraria a vida da primeira pessoa com quem cruzasse o olhar. Ele estava preparado para fazê-lo.  No entanto…

… No instante em que ele virou o corredor, ele encontrou o corpo de Eridna com um corte diagonal pelo seu torso. Agora ele não fazia a menor ideia do quão útil sua solução seria nesse inferno.


O corpo de Eridna carregava um ferimento que se estendia de seu ombro direito até seu lado esquerdo, como se ela tivesse sido cortada em um golpe com uma grande lâmina.

“—“

E, quando ele chegou a essa conclusão, a primeira coisa que veio a sua mente foi a espada que Julius carregava.

Parecia uma espada de quinta categoria, fruto de uma produção em massa, mas certamente era o suficiente para cortar o corpo de uma mulher tão delicada quanto Eridna. Entretanto, a dúvida permaneceu, ele não tinha ideia do porquê Julius mataria Eridna.

Quando Subaru lhes foi apresentado, ele ouviu que Edridna e Julius tinham uma relação mestre-servo. E, apesar de ter ouvido que houve algumas complicações entre os dois, eles já foram bem próximos. Mas, afinal, se Julius fosse algum tipo de assassino em série que quisesse matar todo mundo na torre, essas circunstâncias não significavam nada.

Subaru: “Ua… aa… arg.”

Subaru mais uma vez se sentiu enjoado e usou a parede para se equilibrar.

A condição do corpo dela era de alguma forma melhor do que o da Shaula. Entretanto, esse fato só poderia ser percebido através de uma observação que exigia bastante estômago. A forma da qual ela morreu passou uma impressão bem diferente da morte da Shaula. Enquanto o corpo desta pareceu ter sido abandonado, o de Eridna parecia ter sido deixado ali com muito respeito, havia um pedaço de tecido a cobrindo e suas pálpebras estavam fechadas.

“—“

Considerando as discrepâncias na forma em que elas morreram, havia uma grande diferença no tratamento que receberam após a morte.

Até mesmo pensar qual dessas mortes era mais normal o fez sentir que estava enlouquecendo.

Subaru: “Eridna se foi também…”

A respiração de Subaru estremeceu, sua voz ficou rouca e ele não conseguia impedir que suas pernas e braços parassem de tremer. Nesse sentido, ele apenas pôde fazer uma anotação mental de todos os fatos à sua frente e se adentrou na torre à procura de sobreviventes para matar. O motivo de sua caminhada nem ele poderia explicar mais, seja pelos mortos ou pelos vivos que ele procurava, tudo que ele pode fazer foi continuar andando.

Mais adiante no corredor, Subaru achou Ram. O corpo dela estava aberto pelas costas, como se estivesse explodido. Ele estava estirado, com um grande buraco entre a parte de baixo de seu peito e seu flanco. Seu ferimento parecia muito com o que havia matado a minhoca de areia.

Ela provavelmente correu pelo corredor e foi atingida nas costas enquanto tentava fugir. Ele podia sentir uma rancorosa maldição emanando de sua face morta, com seus lábios pressionados exalando arrependimento.

Subaru vomitou de novo.

No corredor onde lhe foi explicado a situação matinal e onde ele tomou café da manhã, estava o corpo de Meili e Julius.

O estado em que Julius pereceu era um dos piores até então. Rastros de explosões e cortes feitos por algo extremamente afiado, estavam espalhados por todo o seu corpo. Seu braço esquerdo foi arrancado a partir do ombro, e este estava porcamente enrolado com uma peça de uma capa. Subaru não conseguiu definir uma causa exata de sua morte. Devido a quantidade de ferimentos em seu corpo, ele provavelmente morreu de hemorragia. Teria sido de tanto lutar desesperadamente para tentar salvar aquela garotinha atrás dele?

Subaru vomitou novamente.

Meili, que foi atirada contra a parede, foi a única que morreu com uma expressão tranquila, como as mãos em torno de sua barriga.

Seu abdômen, que estava coberto por suas pequenas mãos, possuía um corte que o cobria em vermelho. 

Ela provavelmente também morreu de hemorragia após ser ferida e esperar por ajuda nesse lugar. Entretanto, a expressão de paz que pairava em sua face o fazia recusar de entender qualquer coisa.

Novamente, Subaru vomitou.

“—“

Um corpo, outro corpo, outro corpo, outro corpo e novamente, outro corpo.

Havia corpos em sua volta. Apenas corpos. Apenas corpos pairavam em sua volta.

Ele não conseguia entender o que estava acontecendo.

A verdade por trás daquilo tudo era nebulosa.

Idealmente, a situação na qual todos, menos Subaru, estivessem mortos, deveria permiti-lo algum descanso. Entretanto, ele não conseguia parar de pensar no porque todo mundo tinha sido morto quando ele não estava por perto.

Pobre Shaula, com sua cabeça amassada e seu corpo inteiro despedaçado.

Eridna, que havia tido seu torso cortado diagonalmente, caiu devido a um terrível golpe.

Ram, cujo corpo foi atacado pelas costas, morreu amargamente deixando remorsos e maldições.

Julius, que foi deixado com cicatrizes por todo o seu corpo com o desenrolar da batalha, eventualmente padeceu.

Meili, que perdeu sangue através de seu ferimento na barriga, se rendeu calmamente à sua lenta morte.

O que será que ocorreu para isso acontecer?

Seria ele capaz de aceitar essa situação se algum dos vivos a tivesse feito?

Subaru: “Emilia e Beatrice…”

Ele encontrou cinco corpos mortos e havia dois suspeitos dos quais ele não havia encontrado. Teria um deles, ou os dois, conspirado para que isso tenha acontecido?

Essas duas, que se preocuparam com Subaru quando ele acordou sem memórias, no início de tudo. Tinham elas ocultado a intenção de matar e loucura por trás da própria conduta e assim levado adiante esses assassinatos?

Ele encontrou cinco corpos mortos, lenços brancos cobriam quatro deles, com exceção do corpo de Shaula.

Todos seus corpos, à parte o de Shaula, foram cuidadosamente deitados no assoalho, e haviam fechado até mesmo os olhos deles. Respeito para com os mortos fora demonstrado aqui; apenas o corpo de Shaula não o teve.

Em primeiro lugar, quando diabos este tipo de massacre teria ocorrido?

Subaru: “O sangue…”

Secou, ele pensou.

Mal mantendo o caminhar, Subaru olhou ao redor pelas presenças de Emilia e Beatrice, as quais ainda não haviam sido encontradas; ele pensou, com cada circunstância dos corpos mortos relampeando-lhe a mente enquanto ele considerava.

O fedor sufocante do sangue deles junto com o estado do corpo de cada um vieram vividamente até ele.

Penetraram em seu âmago, fazendo seu estômago vomitar de dor; contudo, ele carecia de conteúdo para despejar. Ele estava tão ressecado que não conseguiria reunir cuspe algum para tirar os resíduos de vômito dentro de sua boca, nem ao menos uma gota de suor frio aparecia.

O corpo de Subaru estava completamente ressequido –– seco, assim como o sangue deles.

Havia uma tonelada dele, apesar de sangue ser mais difícil de secar que água.

Levaria várias, senão dúzias, de horas para secar; logo ele poderia considerar que uma quantidade e tanto de tempo havia passado desde a tragédia. Ele próprio não tinha ideia de quanto tempo gastara vagando pelos subterrâneos do deserto, mas tempo o suficiente deveria ter decorrido para tal. Ele não estava extremamente confiante disso.

Confusão e caos.

As algemas de sua distorcida consciência gritaram para ele fazer algo com relação à situação fora de controle.

Ele precisava conquistar seu repouso, ele precisava encontrá-lo; para tanto, ele necessitava reduzir o número de suspeitos.

Dos dois restantes, se qualquer um dos criminosos os quais causaram esta situação tivessem de morrer, ele estaria livre.

“––” 

…Ele entrou na Sala Verde. Subaru chamou a atenção do lagarto negro que deu um emitiu um rugido.

Era a primeira vez desde que retornara à torre que ele tinha encontrado um ser vivo.

Subaru: “Hã. Qual é a desse lagarto?”

Ao ver que o lagarto houvera sobrevivido, Subaru soltou um sorriso seco.

Ele esperava que se fosse encontrar alguém, seria um corpo na melhor das hipóteses;  porém, o que condenava tudo era que o único sobrevivente que ele encontrou depois de tudo era o lagarto.

Ele estalou a língua e virou-se para deixar o recinto. Ele não tinha nada a fazer em salas onde apenas lagartos estavam. No entanto…

Subaru: “Para de me seguir!”

“— — — —”

O lagarto negro, encolhendo seu enorme corpo, tentou segui-lo no despertar de Subaru quando este deixou a sala.

Ele era surpreendentemente grande quando se ergueu, tão grande quanto um cavalo. Ele seguiu vagarosamente, movendo suas afiadas patas, isso após o acordar de Subaru. Incapaz de suportar a tensão, Subaru balançou os braços e o ameaçou com cuspe deixando sua boca.

Subaru: “Não é como se eu tivesse tempo pra brincar com você agora! Eu preciso matar todos os merdas sobreviventes desta torre! Se você ficar no meu caminho…”

Enquanto segurava a enorme faca na mão, Subaru fitava o lagarto. O lagarto de características ferozes olhou para aquilo na mão dele, mas rapidamente direcionou o olhar de volta a ele.

Subaru: “Hh…”

A voz de Subaru trepidou devido à forma como sua faca estava sendo ignorada e, em vez disso, ele estava sendo encarado.

Era como se ele estivesse intrépido perante a inimizade homicida de Subaru. E isso despertou a animosidade que inconfortavelmente ardia dentro do peito de Subaru…

Subaru: “Não fode comigo!!”

Subaru manuseou a faca para cima e a enfiou no lagarto, ao que este gritou.

A ponta da faca encaixou nas escamas negras. Embora, a princípio, a faca tivesse encontrado um pouco de resistência, ele foi capaz de facilmente a levar adiante, forçando-a mais fundo no corpo do lagarto.

O lagarto permaneceu lá, imóvel, com a faca presa através do lado esquerdo de seu corpo. A lâmina escavou em sua pele até o cabo, com sangue fresco emergindo de sua séria ferida.

Subaru: “Que tal…”

Subaru tentou continuar dizendo “isso”, ele soltou todavia involuntariamente um leve e cansado suspiro.

Pela primeira vez, ele tinha tomado a ação de tentar matar um ser vivo. E apesar de ter se sentido excitado por esse fato, e o fato de que seu coração batendo ferozmente o causou, uma diferente razão houve para ele não ser capaz de finalizar o que queria expressar.

“— — — —”

Subaru: “Ah… uh…”

Muito embora o lagarto tivera sido furado pela faca, ele permaneceu parado, simplesmente encarando Subaru.

Não havia reagido de maneira alguma ao ser esfaqueado profundamente por uma lâmina. Nem com dor, nem com surpresa. Os olhos afiados do lagarto somente fitavam a obra de Subaru Natsuki.

Os olhos daquele lagarto, dos quais ele não podia ler as emoções, culpavam Subaru Natsuki.

Subaru: “Merda… Merdamerdamerdamerdamerdameda!       Quedesgraçaquedesgraçaquedesgraçaquedesgraça!”

Coçando a cabeça, Subaru já não mais podia suportar aquilo e perdeu a razão.

Enquanto gritava, Subaru deu um passo para trás, esquecendo-se de recuperar a faca presa ao lagarto.

…Não, ele não teve coragem de tocar a faca. Os olhos do lagarto eram aterrorizantes.

Subaru: “Você, todo mundo exceto você… e aqueles corpos! Igual todos que ainda estão vivos! Essas pessoas que eu nem sei se estão vivas ou mortas! O que caralhos vocês estão tramando, o que vocês estão tentando fazer!?”

Apesar de saber que suas palavras eram infrutíferas, Subaru ainda as desabafou com o lagarto a sua frente.

Durante seu caminhar pela torre, durante seu vaguear pelo breu total da escuridão do subsolo, durante sua angústia pelo fato de ter sido jogado neste mundo o qual ele não conseguia jogar com a sorte, suas emoções obscuras haviam se fortalecido.

Subaru: “Eu vou matar cada uma dessas pessoas que tentar me matar! Eu vou rejeitar cada um que tentar depender de mim! Não entenda errado! Não tente a sorte! Não é uma merda de uma piada… ficar agindo assim como se fosse próximo a mim.”

“— — — —”

Subaru: “Como se eu não estivesse pouco me fodendo pra qualquer um de vocês! Como se eu não estivesse me lixando sobre o que cada um de vocês tá pensando! Todo mundo fica empurrando as próprias intenções pra cima de mim…! Se todo mundo só olha para o próprio nariz! então eu também só vou olhar para o meu!”

Gritando e berrando, Subaru começou a derramar lágrimas sem perceber, caindo de joelhos ali mesmo. 

Na frente dele, o lagarto indizivelmente olhava o corpo do garoto tremendo e soltando suspiros extenuados. Subaru havia se agachado e pressionava sua cabeça contra o chão, incapaz de vê-los.

Subaru: “Só me deixe em paz… Me deixe ficar sozinho…”

Os soluços engasgados de Subaru ecoaram pelo corredor silencioso.

Quanto tempo teria ele gastado assim? Vários segundos? Uma dúzia de segundos? Vários minutos? Ele não conseguia encontrar em si forças para mover-se. Mas foi com seu rosto pressionado contra o chão que ele de súbito percebeu… leves, tremores realmente leves, se aproximavam pelo corredor.

Subaru: “Ah.”

Lagarto: “–ϡ ϡ”

Subaru ergueu seu rosto um momento depois, vendo então a frente a escancarada cavidade bocal do lagarto. Alinhada com presas afiadas, a boca avançou devagar em direção a ele. Ele a olhou, como se não ele não estivesse naquela situação, questionando se elas iriam mastigar-lhe a cabeça…

Subaru: “Huh…?”

O lagarto pegou Subaru pelo braço esquerdo usando a boca e, sem desperdiçar momento algum, começou a correr. Seu corpo havia sido forçadamente puxado do chão e erguido. As presas afiadas do lagarto haviam mordido o ombro direito do garoto, fazendo com que um grito escapasse da boca dele.

Subaru: “Gh… Ahhhhhhhhhhh!”

Iriam matá-lo. Ele provavelmente seria morto. Aquelas eram as intenções.

Entretanto, agora que as presas estavam praticamente no ombro dele, o medo que ele tinha para com a dor trazida foi superado por um sentimento de resignação barato. Ele iria ter seu ombro mordido, depois seu corpo, devorado, e iria ser deixado para morte.

Morrer sendo devorado por um ser vivo era uma das piores mortes que Subaru talvez pudesse imaginar.

Foi apenas após o corpo de Subaru começar a tremer de medo por esse pressentimento que…

“—”

O corredor no qual Subaru estivera havia sido destruído de baixo, por uma assombrosa quantidade de névoa negra.

Ele escutou um pesado impacto que espalhou poeira e destroços pelos arredores, a névoa infestava a passagem, tragando o teto, as paredes, o chão… estendendo braços em direção a Subaru e Patrasche, como se caçando uma presa. Constituída de sombras escuras, até parecia que tinha braços.

Subaru: “Braços Sombrios…”

Em sua mente, ele brevemente recordou da silhueta da mulher que o havia atormentado na escadaria. Uma mulher embebida de sombras, com o rosto ocultado por um véu negro, tivera minuciosamente lhe manuseado o coração, impregnando medo sobre ele. As sombras que estavam deglutindo o local eram similares àquelas que a mulher trajava.

Estavam devastando a bel prazer o corredor da torre… perseguindo Subaru e o lagarto.

Subaru: “Você…!”

O lagarto não respondeu, mas, com Subaru em sua boca, seguiu pelo corredor a galopar.

Subaru, que olhava na direção oposta à que seguiam, não podia ver para que lugar eles estavam tentando desesperadamente fugir. Ao invés disso, ele somente podia olhar diretamente a ameaça iminente da sombra, o que fez o sangue dentro dele congelar.

Logo, era ou ser devorado por aquela sombra, ou encontrar um destino que seria mais terrível que a morte.

Intuitivamente se decidindo, Subaru empurrou-se para as presas do lagarto as quais afundavam em seu ombro. Sua garganta estremecia em dor, mas se ele fosse ser descartado, estaria acabado.

Neste ponto, seu ódio com relação ao lagarto não era nada além de uma obsessão sem propósito.

Lagarto: “–ϡ ϡ”

Eles escutaram o som do corredor explodindo ao que a sombra lhes bloqueava o caminho.

Tomando uma ação de momento no próximo segundo, o lagarto tornou a virar descendo uma passagem, mergulhando em um corredor secundário antes que fossem engolidos pela sombra. Galoparam em velocidade máxima, tentando livrar-se da sombra que surgia contra eles com a força de um tsunami de lama.

Todavia, ao passo que fugiam da sombra, a área que apareceu diante deles era…

Subaru: “…tch! A escada em espiral…!”

A enorme escadaria em espiral que conectava o quarto e o quinto andar da torre. Subaru estava sem palavras quando eles surgiram lá, naquele lugar.

Naturalmente, ele podia ver o quinto andar, abaixo, um pouco ao longe da altura em que estavam… Ele sentiu certo medo de testemunhar a cena na qual ele caíra de encontro à morte, porém não apenas isso.

Bem abaixo dele, sendo engolida pelas sombras negras estava a escadaria, e ela estava começando a afundar. Significando que a parte inferior da torre estava no processo de ser envolvida por essas quantidades colossais de escuridão, afogando-se.

Subaru: “Não há rota de fuga lá embaixo… Mas também não tem uma escapatória atrás da gente…”

O fundo da torre já estava sob o controle da sombra. O rio sombrio e lamacento espreitava para perto deles vindo do interior do corredor pelo qual eles fugiram.

Eles estavam absolutamente, definitivamente cercados. Tudo o que restava, era o absurdo da escolha de ser devorado pelas sobras, ou ser morto de outra maneira.

Subaru: “—”

Por um segundo, a ideia de suicídio relampeou pela mente dele.

Não seria muito melhor escolher como ele morreria, em vez de ser engolido por aquelas sombras? Possivelmente para ele, ainda havia possibilidades restando mesmo que estivesse para morrer.

Subaru: “Ah, urgh.”

Assim que pensou em tirar a própria vida, o corpo de Subaru começou a tremer.

E se por acaso escolher matar a si mesmo fosse o fim? O que ele faria? Ele de fato estava meio acreditado de que estava refazendo as coisas, mas ele realmente tinha uma garantia de que isto se manteria assim?

Ou, como poderia ele dizer que isto não era um sonho premonitório justo como havia pensado a princípio. Até a última vez, ele tinha tido dolorosos sonhos premonitórios. Portanto, se este era seu último, as coisas acabariam para ele aqui.

Por que ele tinha que morrer para começo de conversa? Ele não tivera feito nada de errado. Por que ele pagava com a vida? Por que ele?

Subaru: “NÃO…. EU NÃO QUERO MORRER!”

Subaru o gritou sem nenhuma vergonha. Não havia ninguém na torre que pudesse escutá-lo. Apenas os mortos e desaparecidos lá se encontravam.

Logo, o único que o escutou foi este lagarto negro, o qual não era um ser humano.

Lagarto: “–ϡ ϡ”

Enquanto segurava Subaru com suas presas, o lagarto deu um engasgado porém poderoso rugido.

Imediatamente, o lagarto irrompeu numa feroz corrida e pulou em direção ao vazio da escadaria em espiral, escorregando da mira do eminente riacho de lama que os perseguia.

“—”

Naturalmente, não importava quanto embalo o pulo possuísse, eles eventualmente o perderiam, com a gravidade os pegando numa queda livre, para assim serem devorados pelas sombras abaixo. No entanto, o lagarto pôs em prática uma ideia engenhosa que superaria a situação desesperadora.

O lagarto fincou suas patas pontiagudas na parede da torre. Decerto, mesmo que se segurassem na parede, mais cedo ou mais tarde eles iriam cair… Isto é, se a parede fosse vertical.

O lagarto correu freneticamente pela parede, soltando um rugido.

A torre colossal começava a inclinar-se desde as bases devido às sombras a mergulhando. O lagarto escalou um caminho pela parede, a qual pendia para o lado, praticamente perpendicular.

Subaru: “Impossí…vel…”

O que estava acontecendo? Tudo balançava, Subaru não conseguia compreender a situação na qual se encontrava. Entretanto, era claro que este lagarto negro gastava suas forças restantes tentando sobreviver. Podia ser dito que ele claramente dava tudo de si para isso.

Subaru: “Você…”

Subitamente, o rio sombrio envolveu completamente o local onde o lagarto há pouco estivera. Buscava por sinais da presa que falhara em engolir, e percebeu que eles estavam correndo acima pela parede. Então, disparou em direção a eles.

O lagarto desviou para o lado numa fração de segundo depois, mal conseguindo evitar o ataque. Um violento choque e um feroz uivo do vento acompanharam o ataque, deixando para trás um enorme buraco na lateral da torre.

“—”

Sem hesitação, o lagarto deslizou pelo buraco que havia acabado de ser aberto.

Subaru foi violentamente sacudido da esquerda para direita, perdendo a noção de equilíbrio, não mais capaz de perceber o mundo da maneira correta. Muito embora, mesmo em meio a tudo isto, Subaru soubesse que as manobras drásticas do lagarto eram para garantir que ele não fosse atingido por ataque algum das sombras. Ele também sabia que o lagarto não demonstrava nenhuma consideração com relação ao próprio corpo ser dilacerado pela sombra.

Eles saíram do enorme buraco. Uma brisa arenosa os recepcionou, com escuridão preenchendo o campo de visão dele. Ele podia sentir o ar do lado de fora contra ele. Teriam eles pulado para fora da torre? Mais uma vez, o lagarto correu pela parede da torre inclinada, freneticamente, tentando fugir das sombras…

Subaru: “…Uwa!?”

O fino pescoço do lagarto parou e, no momento seguinte, uma forte brisa os atacou.

O lagarto libertou Subaru, retirando suas presas dos ombros dele. Os olhos de Subaru clarearam-se em dor ao que ele sentiu a sensação de as presas terem sido retiradas de sua pele. No entanto, ele ignorou a dor, assim como o malquerente vento que soprava contra ele. Seu corpo havia sido atingido por algo duro.

Após ser sacudido, jogado e ter rolado, desabafando uma ofegante respiração, Subaru abriu os olhos.

Ele teve um vislumbre, a sua frente, do céu noturno cintilante.

Subaru: “Ah… Hã…?”

Subaru levantou a si mesmo em pânico, a visão que tinha era demasiada além do que sua imaginação podia compreender.

Ele olhou seus arredores. Ele estava em uma área feita do mesmo material da torre. Apesar disso, ele estava definitivamente do lado de fora… Ele pôde ver que este espaço era vinculado à parede exterior da torre, lembrando uma sacada.

Eles tinham saído pelo buraco, escalado em corrida pela parede e chegado aqui.

Subaru: “O lagarto…!”

Estremecendo, Subaru partiu em direção ao local que caiu, e olhou para baixo. Lá, ele testemunhou os últimos momentos do lagarto, quem o havia jogado ali em cima.

… O lagarto, que caía, foi tragado pelas sombras negras, as quais eram ainda mais escuras que as escamas dele, e desapareceu de vista.

Ele o esfaqueara com a faca devido à louca raiva, porém o lagarto nem mesmo se importou com a dor e o medo. Ele trouxe Subaru até esta varanda, apenas para que fosse engolido pela sombra.

Engolido por aquelas sombras, onde um destino pior que a morte aguardava.

Subaru: “Que merda, mas que merda.”

Que merda. Que merda. Que merda.

Subaru já não tinha mais ideia do que estava acontecendo.

Subaru: “—”

Ele assistia à parte inferior da torre gradualmente ser tragada pelas sombras, indo à sacada. Repentinamente, um pássaro branco empoleirou-se ao lado dele na varanda.

A ave branca olhou Subaru com olhos insensíveis; perante a presença do pássaro, Subaru suspirou um “Hã”.

Os suspeitos que haviam morrido, os suspeitos que não se encontravam à vista, o lagarto que o ajudou tendo como custo a própria vida e, agora, um pássaro branco de súbito apareceu no lugar… Pouco a pouco, a torre ia sendo engolida pela sombra, desaparecendo em frente a seus olhos.

“—”

Sentindo que o fim se aproximava, Subaru sentou de exaustão.

Ele agora compreendia que o lagarto desesperadamente tentara salvá-lo desde sempre. Ainda assim, suas expectativas foram em vão… Ele apenas conseguira a ele mais um pouco de tempo antes que a morte ocorresse.

“—”

Ainda desabado, Subaru de repente ergueu sua cabeça. Havia alguém atrás dele. Não era a ave, ou o lagarto, ou a sombra.

O aparecimento de alguém vivo se encontrava ali.

Subaru: “…quem caralhos é você?”

Subaru o perguntou em um tom de voz fraco, não tendo mesmo a força para virar-se.

Aquele que estava atrás dele riu em resposta. Em seguida, numa voz que ele nunca ouvira antes…

???: “…na próxima, tente adivinhar, herói.”

Por um segundo, Subaru escutou um som de zumbido. E seu campo de visão pulou e começou a girar rapidamente.

Seu corpo sentiu-se terrivelmente leve. Ele pairava no céu como um pássaro. E logo ele percebeu o que acontecera.

Aquela pessoa por de trás o havia decapitado.


Emilia: “… Subaru! Ei, Subaru, você está bem?”

A conexão entre sua cabeça, que devia ter sido cortada, e a mudança em sua consciência aconteceram em um instante.

Subaru acordou numa macia cama de heras. Ele foi recebido por uma voz como de um sino prateado que badala, junto de sua dona, a qual não foi encontrada, não importando o quanto ele procurasse.

Subaru: “Emi…lia…”

Emilia: “Oh, Subaru, ainda bem. Você acordou. Eu fiquei realmeeeente preocupada com você.”

Subaru ligeiramente abriu seus olhos. A sua frente, encontrava-se Emilia, com uma expressão de alívio sobressaindo-lhe o rosto. Com um sorriso entalhado em seu rosto, ela tinha a mão contra o peito ao ver que Subaru acordara.

“—”

Ele olhou Emilia, o belo e fino pescoço dela era terrivelmente deslumbrante.

Sentindo-se bastante em sede, Subaru sem palavras esticou suas mãos ao redor do pescoço de Emilia. Ele facilmente se encaixava nas mãos de Subaru.

Emilia: “Subaru, qual é o problema?”

Emilia o encarava sem expressão, com os olhos arregalados de surpresa e com o pescoço pego por Subaru.

Ela foi surpreendida pela reação de Subaru, mas não fez nenhum movimento para tentar tirá-lo dela. Se assim desejasse, ele poderia definitivamente acabar quebrando o pescoço dela com facilidade, era só colocar alguma força.

Muito embora a vida dela estivesse ao alcance de Subaru, a reação de Emilia foi terrivelmente lenta, além disso…

Beatrice: “Emilia, aparentemente parece que o Subaru ainda está meio adormecido, eu suponho. Ele está agindo todo tranquilo apesar de nos preocupar, na verdade.”

Subaru: “—”

Subaru libertou o pescoço de Emilia imediatamente quando uma voz o chamou logo a seu lado.

Subaru olhou de relance, com seus olhos encontrando os de Beatrice enquanto ela dobrava os braços, e com as narinas dela queimando em choque. Emilia a deu um sorriso extenuado e disse: “É…”

Emilia: “Apesar de ser melhor você ainda estar com sono além de qualquer outra coisa. Quando te encontrei desmaiado no chão, a Beatrice estava quase em lágrimas.”

Beatrice: “Você não tinha que dizer isso, eu suponho!”

O rosto de Beatrice tornou-se vermelho, enfurecida pelo comentário ingênuo de Emilia.

As duas presas nesta troca absolutamente não tinham ideia do desejo que tomara Subaru há pouco. Antes disso, elas não haviam demonstrado nenhum reconhecimento de a situação ser perigosa.

Isto também era evidente na atitude para com Subaru…

Subaru: “… Isso significa que eu estou…”

Imediatamente depois, Subaru, após『Subaru Natsuki』perder suas memórias… Ou seja, assim que Subaru Natsuki percebera que foi invocado em outro mundo –– ele havia retornado para este mesmo lugar.

E, ao mesmo tempo…

???: “—ϡ”

Subaru: “…! É você…”

Subaru rapidamente se virou devido ao som do relincho e respiração dela, com a figura dela entrando em seu campo de visão.

Sentada docilmente em um canto da Salva Verde, estava uma enorme criatura negra… O lagarto, o qual fez tanto por ele enquanto ele se encontrava à beira de ser tragado pela sombra, estava sentado lá, à vontade.

Beatrice: “…Estou um pouco descontente, na verdade. Encontrar você foi um feito meu e da Emilia, eu suponho.”

Emilia: “Haha, não tem por que ficar emburrada com isso. É incrível, né? O Subaru e a Patrasche se dão realmeeeente bem.”

Atrás de si, Subaru podia escutar Beatrice e Emilia falando uma com a outra.

Subaru não se importou em juntar-se a elas; ele estava ocupado demais confortavelmente abraçando o enorme corpo do lagarto na frente dele, imensamente agradecido de estar ali.

Subaru estava eternamente grato de que o lagarto antes foi o único que não tentou machucá-lo.

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