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Second Life Ranker – Capítulo 374

Asas Celestiais (12)

‘Está na hora.’ Paneth cerrou os dentes enquanto olhava para os membros de seu grupo com um brilho vicioso nos olhos. Poseidon e os outros deuses a estavam pressionando.

[Poseidon pede que você continue logo com a missão.]

[Deméter dá uma benção mais forte para você e seu grupo.]

[Héstia está te observando em silêncio.]

[Hera está te assistindo irritada.]

Quando viu a janela da missão repentina, ela achou que sua chance havia finalmente chegado. Ela veio ao Tártaro principalmente para procurar por Yeon-woo pelas ordens de Poseidon, e julgar se ele era uma ameaça para o Olimpo pela ordens de Deméter, Héstia e Hera. No começo ela não sabia por que havia recebido essa missão. Os deuses prometeram realizar os sonhos antigos de sua tribo, mas ela não entendia por que seres divinos de uma sociedade tão grande quanto o Olimpo estavam fazendo de tudo para se livrar de um único jogador. Ela acreditava que conseguiria matar o jogador em questão sozinha. Afinal, ela era uma descendente direta de duas famílias importantes.

Ela tinha confiança de que, exceto pelos Nove Reis, ninguém conseguiria derrotá-la. Na verdade, ela acreditava que poderia se igualar a qualquer um dos Nove Reis contanto que tivesse as bênçãos dos quatro seres divinos. Mas depois de lutar com Yeon-woo no campo de batalha por tanto tempo, ela percebeu que estava errada. ‘Ele é perigoso. Como um humano pode usar poder divino?’

O poder que Yeon-woo usou era algo que mortais não podiam possuir. Até mesmo os seres divinos do Olimpo não podiam tocar no poder dele se ele o usasse corretamente. Então ela percebeu por que Poseidon esteve observando Yeon-woo, esperando por uma chance para matá-lo. ‘O Olimpo não quer vê-lo se tornando mais forte.’

Ele havia causado uma comoção passando pelos andares e ficando em primeiro lugar em quase todos os Halls da Fama e em primeiro nos rankings do 1° ao 34° andares. Ela não conseguia nem imaginar como ele ficaria ainda mais forte quando se tornasse um ranker. Paneth estava cheia de inveja. Não fazia sentido que um humano inferior com o sangue sujo conseguiria fazer algo que ela não seria capaz. E ainda tinha os olhares dos transcendentes que o seguiam de um lado para o outro.

Ela derramou sangue, suor e lágrimas só para obter a atenção dos quatro olimpianos, mas aquele humano de aparência indiferente tinha conseguido tudo tão facilmente. Na verdade, ela tinha que admitir que Poseidon só estava interessada nela por causa de Yeon-woo, não pelas suas conquistas. Ela odiava isso. Um mero Humano estava sendo tão arrogante só por causa do poder e atenção que conseguiu com sua sorte! Seu poder zombava do caminho que ela percorreu a vida toda, então Paneth queria destrui-lo. Ela queria se tornar a espada de Poseidon, que continuava a insistir que ela o matasse.

‘Eu me sinto inferior.’ Ela foi um membro da elite sua vida toda e não havia motivo para se sentir assim. Ela precisava se livrar logo de Yeon-woo. Essa era sua única chance.

A formação de Dis Pluto acabou sendo dispersada com a onda de calor que surgiu de Jápeto. Os subordinados de Jápeto também não estavam muito melhores. O campo de batalha inteiro já estava destruído, mas Jápeto continuava a soltar ondas de calor. Ninguém conseguia ficar de pé diante dele. Aqueles que conseguiam, eram atingidos pela terra e rochas que voavam pelo ar. Alguns foram chamuscados e outros morreram quando seus sistemas respiratórios foram queimados e destruídos. O ar em si tremia e aqueles que não conseguiam resistir aos fortes ventos foram levados. Era como se o céu tivesse caído. As únicas pessoas que estavam conseguindo resistir aos ventos eram os membros do grupo de Paneth.

[A bênção de Poseidon, ‘Oposição à Tempestades’, foi adicionada ao seu grupo.]

[A bênção de Deméter, ‘Resistência a Terremotos’, foi adicionada ao seu grupo.]

……

Os quatro olimpianos estavam dando bênçãos para ajudá-los. Embora as bênçãos fossem limitadas à duração da missão, eram o suficiente para fortalecer o grupo de Paneth. Paneth sabia que os quatro olimpianos teriam que sofrer algumas consequências das leis da causalidade, mas isso não importava para ela. Ela não tinha motivos para recusar quando os deuses estavam praticamente segurando a mão dela.

Ela também tinha uma ideia clara do alvo deles. Yeon-woo recebeu a onda de calor de Jápeto diretamente e provavelmente estava à beira da morte agora ou, pelo menos, ferido seriamente. O plano era chegar na surdina em Yeon-woo e cortar seus braços e pernas fora, deixando-o indefeso o suficiente para Paneth cortar sua garganta. Eles tinham certeza de que o plano correria sem problemas.

No entanto, Paneth não conseguia entrar em contato com nenhum dos membros de seu grupo. ‘O que está acontecendo?’ O plano dependia de velocidade. Eles precisavam usar o pandemônio para eliminar Yeon-woo e evitar que seus aliados presenciassem o que eles estavam fazendo. Porém, nenhum dos membros do grupo dela apareceu. As nuvens de poeira eram tão densas que ela não conseguia ver nada. Seus sentidos também estavam sendo bloqueados por alguma coisa.

Um pensamento inquietante começou a tomar conta de sua mente enquanto Jápeto levantava sua cabeça com um rugido. Agora ele tinha dois terços de seu tamanho inicial, mas sua aura continuava a mesma. Na verdade, acabou ficando mais intensa e agitada do que antes, como se ele estivesse finalmente libertando sua raiva.

Enquanto a terra se agitava e tempestades de areia obscureciam sua visão, o nariz sensível de Paneth finalmente senti o cheiro metálico de sangue. ‘Sangue?’ O cheiro havia se espalhado pelo ar quando Dis Pluto foi atingido, mas dessa vez, algo estava diferente. Era bem fraco, mas ela conseguia sentir o cheiro de sangue divino que vinha dos membros de seu grupo.

[Poseidon explode de raiva, ele está perguntando o que você está fazendo.]

[Deméter franze a testa, insatisfeita.]

[Héstia abandona suas expectativas por você.]

[Hera abandona suas expectativas por você.]

Pelas mensagens, Paneth percebeu que tinha algo de errado. Quando ela estava prestes a investigar, um rosto familiar apareceu no meio da tempestade de areia.

“Senhora… Paneth.” Era Rossidis, seu precioso mordomo e braço direito. Ele estava coberto de sangue da cabeça aos pés e só conseguiu ofegar, “Fu…ja.”

Ela queria perguntar o que havia acontecido, mas antes que ele pudesse responder, algo o atingiu e ele explodiu. Quando os pedaços de carne que eram Rossidis um segundo atrás caíram no chão, um homem passou por cima deles com sua espada apontada para baixo. Paneth franziu as sobrancelhas quando o reconheceu. “Você?”

“Eu queria pegar vocês com as minhas próprias mãos, seus ratos.” Kahn rosnou, revelando seus caninos afiados. Assim como Rossidis, ele estava coberto de sangue, mas Paneth percebeu que era o sangue dos membros de seu grupo.

“Como…?” Paneth não conseguiu continuar. Suas pálpebras tremiam com o choque. Eles estavam agindo tão discretamente, então como foram pegos? Além disso, a onda de calor intensa o atingiu, mas ele parecia estar ileso. Paneth não sabia que Kahn podia usar os Bian – e até tinha a maior proficiência na Torre toda – então ela ficou chocada.

Kahn avançou como se não tivesse nenhum motivo para responder as perguntas dela. Sua raiva em relação a ela já tinha passado dos limites, já que o grupo de Paneth estava sempre tentando comprar brigas e manchar a honra do grupo de Yeon-woo. Agora que eles tinham cavado a própria cova, Kahn não tinha motivo para não agir. Além disso, a Espada Sanguinolenta em sua mão estava ainda mais forte depois de absorver todo o sangue deles.

[Espada Sanguinolenta]

[Rank: S]

[Proficiência: 75,1%]

[Descrição: Conforme absorve o sangue de seus inimigos, a velocidade e força de seus ataques aumentam. O máximo que pode aumentar é 350%.]

Com os Bian, a força de seus ataques era triplicada, então ninguém poderia parar Kahn. Ele disparou para frente com a Espada Sanguinolenta e Paneth recuou em surpresa. Com a bênção de Poseidon, ela liberou <Tempestade>. Boom!


“Merda, que lugar é esse?” Aether franziu a testa, olhando ao redor. Os membros do grupo começaram a se mover para atacar Yeon-woo, mas ele desmaiou. Quando recuperou a consciência, ele estava em um lugar estranho.

Ele estava em um lugar escuro que não tinha vento e nem calor, mas conseguia ver seu corpo tão claramente quanto em um lugar iluminado. Eventualmente, ele decidiu caminhar, pensando que talvez encontrasse coisas no caminho. Se essa era uma maldição única lançada nele, quem o amaldiçoou agiria com o tempo e se fosse só uma maldição aleatória, logo seria desfeita.

Se fosse uma ilusão, seu sangue divino conseguiria dissolvê-la em pouco tempo, então ele não precisava se preocupar. Ou então, alguém viria para ajudá-lo… ou não. “Droga!” Ele xingou, se sentindo injustiçado.

Quanto mais pensava nisso, mais ele sentia pena de si mesmo. Ele não se encaixava em Elohim e nem no Exército Demoníaco. Ele prometeu a si mesmo que viveria uma grande vida diferente de seu pai tolo, mas tudo que conseguiu foi a marca de um traidor e dedos apontados em sua direção, zombando dele. Ele era um cachorro patético e lamentável.

Sim, isso mesmo. Não importava quantas vezes ele parasse para pensar nisso, ele realmente era só um pouco mais do que um cachorro. Talvez ele fosse algo ainda pior. Os donos não abandonavam um cachorro se ele fosse leal. Os cachorros também recebiam amor. Mas ninguém o amava. Ele não tinha nenhum lugar para descansar a cabeça e ninguém a quem depender. “Hahaha! Vão se foder!” Um pensamento de repente se passou pela sua cabeça. E se – só talvez – ele não tivesse virado suas costas para Arthia? E se ele não tivesse… abandonado Jeong-woo? Será que sua vida estaria sendo diferente?

“Eu também não queria que as coisas tivessem acabado assim.” Aether cobriu seu rosto com suas mãos. Ninguém o estava vendo, mas ele não queria revelar sua expressão. “Eu também não queria que as coisas tivessem acabado assim!

Ele queria ser um herói. Ele queria receber aplausos e ser reconhecido. Ele queria ter um companheiro para quem pudesse confiar suas costas. Isso era tudo que ele queria. Isso parecia tão fácil quando ele estava em Arthia, mas depois que saiu de debaixo de suas asas, mais ninguém quis acolhê-lo.

As pessoas que ele achou que o aceitariam, ficaram em silêncio e aqueles que ele achou que o reconheceriam, riram dele. Ele acabou sozinho. Uma vez ele se perguntou se tinha se arrependido de ter saído de Arthia e achou que a resposta era não, mas isso era uma mentira. Ele se arrependia sim… e muito. Ele sentia falta dos velhos tempos quando podia rir sem preocupações, confiar em seus companheiros e aceitar o elogio e aplausos das pessoas. Ele sentia falta dos dias em que era um herói.

“Jeong-woo, sinto muito. De verdade.” Por que as pessoas só percebiam o valor de algo depois de perder tudo? Se pudesse voltar no tempo, ele faria isso sem nem pensar duas vezes. Lágrimas caíram em seus dedos.

Então ele ouviu uma voz familiar. “Você não mudou nada.”

Será que ele estava alucinando?

“Você só se arrependeu por ter perdido as coisas boas no passado. Você quer encontrar um caminho mais fácil porque está com dificuldades agora. E só está fingindo estar refletindo e se arrependendo.”

Não era uma alucinação. Aether levantou seu rosto de suas mãos e gritou com uma expressão aterrorizada. “Quem é você?!”

“Sim, você sempre foi assim.”

“Eu perguntei quem é você!”

Era a voz de Jeong-woo, estava tão clara que era como se ele estivesse vivo. Mas isso era impossível. “Além disso…” Naquele momento, a escuridão se abriu diante de Aether e alguém entrou pela fissura – um homem com olhos e cabelos pretos usando uma armadura branca que parecia sagrada e com asas em suas costas. Era como se ele tivesse saído das memórias de Aether.

“Você…!” Aether arregalou os olhos quando percebeu que não era uma ilusão. Suas pálpebras tremeram.

“Eu fui um idiota por achar que você era um amigo de verdade.” Mas havia uma diferença enorme entre esse homem e o de suas memórias. Esse amigo sempre sorriu para ele, mas agora estava olhando para ele com olhos frios e sem expressão nenhuma no rosto. “Então eu quero apagar esse meu passado idiota, Aether.” Jeong-woo rosnou.


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