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Second Life Ranker – Capítulo 61

A Torre (3)

— Um mês.

Yeon-woo tirou o relógio do bolso e olhou para o mostrador do relógio. O relógio ainda estava gasto e manchado, o ponteiro das horas ainda fixado em doze, exatamente como quando ele o recebeu pela primeira vez.

A única diferença era que agora tremia ligeiramente, o que significava que aos poucos se enrolava.

— Isso deve ser o suficiente.

Yeon-woo colocou o relógio de volta no bolso e pendurou a Baioneta Mágica na cintura.

— Aliás…

Seus olhos tornaram-se introspectivos enquanto seus sentidos aguçados examinavam a área circundante.

— Tenho muitos jogadores atrás de mim.

Um grupo de pessoas começou a segui-lo logo depois que ele deixou a ferraria.

— Quinze? Não, dezessete.

Yeon-woo expandiu seu alcance cognitivo ao máximo para determinar a localização de seus perseguidores.

— Eles estão atrás de minhas recompensas? Ou talvez estejam aqui para me ameaçar

Parecia ambos. Já que eles estavam se movendo separadamente em grupos de cinco ou seis, não parecia que eles eram do mesmo clã. Portanto, eram apenas pequenas batatas fritas e não seriam uma ameaça, mesmo se eles o emboscassem ao mesmo tempo.

 — No entanto, eu não quero me envolver em uma briga agora.

Yeon-woo virou na próxima esquina, fingindo não os notar. Eles correram atrás dele, apenas para ver uma rua vazia cheia de sombras assim que dobraram a esquina.

— O quê? Onde está aquele filho da puta?

— Merda! Não podemos perdê-lo!

No final, os perseguidores só conseguiram arrancar os cabelos de frustração.

*   *   *

Depois de passar por seus perseguidores, Yeon-woo alugou um quarto em uma pousada pobre nas proximidades e saiu mais uma vez depois de comprar um manto para vestir.

Durante o Tutorial, Ele havia acumulado uma quantidade substancial de pontos de karma, que eram considerados moeda na Torre, então ele não estava preocupado em não ter dinheiro suficiente. Além disso, ele também não precisava se preocupar em atrair atenção indevida, já que muitas pessoas usavam as mesmas roupas que ele estava usando.

Depois de caminhar algumas ruas, Yeon-woo chegou ao prédio mais alto da vizinhança. Era uma cafeteria.

— Como posso ajudá-lo, senhor?

— Eu gostaria de usar o terraço.

Depois de pagar bastante karma, Yeon-woo foi logo conduzido ao terraço do quinto andar. Quando ele entrou no terraço, a vista do Distrito Externo iluminado com lanternas no pôr do sol se desdobrou diante de seus olhos.

— Devo dizer que este é o seu dia de sorte, senhor. Como você pode ver, nosso terraço é conhecido por sua vista esplêndida. Muitos clientes visitam nosso café apenas para vê-lo. No momento, geralmente temos clientes regulares…

— Café de avelã, sem açúcar. Espero que os grãos não sejam artificiais. — Yeon-woo interrompeu as palavras do garçom e se sentou em uma cadeira para olhar a vista.

O garçom recuou silenciosamente, sem um pingo de desagrado, e Yeon-woo não se mexeu até que seu café chegou. Estava uma delícia.

Ele tinha ouvido falar que os grãos de café inicialmente haviam sido trazidos da Terra, mas quando se tornaram populares na Torre, as pessoas começaram a cultivá-los localmente.

O café era diferente do que ele costumava beber, mas ainda estava bom. Yeon-woo gostava de beber café quando ainda estava na Terra, especialmente um pouco antes da batalha para que pudesse refrescar sua adrenalina, assim como estava fazendo agora.

Ele poderia finalmente relaxar um pouco da tensão que o ocupara nas últimas semanas e se deliciar com a brisa fresca da noite, a vista e o café quente. Tudo era tão bom.

— Você sempre conheceu os melhores lugares.

Seu irmão costumava visitar este café com frequência quando formou o Arthia e ainda estava ansioso para escalar a Torre. Era um lugar cheio de boas memórias de Jeong-woo, nas quais ele ria, conversava e se divertia com seus companheiros de equipe.

Enquanto Yeon-woo olhava para a vista, ele tentou imaginar as coisas que seu irmão tinha pensado ou sentido enquanto se sentava na mesma cadeira, imaginando a risada de seu irmão enquanto falava com seus amigos.

Os Jogadores comuns não achavam o Distrito Externo divertido ou atrativo, mas era um lugar cheio de lembranças felizes para seu irmão.

E tendo isso em vista, Yeon-woo iria refazer os passos de seu irmão quando ele ainda vivia no Distrito Externo até que os Olhos de Gyges estivessem completos.

Ele trouxe a xícara de café aos lábios novamente, e o gosto estava um pouco mais amargo desta vez.

*   *   *

Na manhã seguinte, Yeon-woo deixou a pousada usando sua máscara e o mesmo manto que havia usado no dia anterior. Ele estava indo para um restaurante que já estava cheio de pessoas que, como ele, tinham vindo para o café da manhã.

— Há alguma mesa vazia?

— Sinto muito, mas não temos. No entanto, o senhor pode compartilhar uma. Tudo bem?

Depois que ele acenou com a cabeça, Yeon-woo foi conduzido a uma mesa gigante no meio do restaurante. Nela, tinha outros clientes que faziam suas refeições à mesa, pessoas que haviam chegado sozinhas como Yeon-woo.

O cardápio estava escrito em uma linguagem incompreensível, mas Yeon-woo pediu o prato que seu irmão havia recomendado em seu diário, que parecia os kebabs que ele comera uma vez na Turquia.

Mas, o gosto era horrível.

—  Ah, sim. Você tinha as piores papilas gustativas do mundo. Eu esqueci disso.

*    *    *

Depois de terminar sua refeição, Yeon-woo foi dar um passeio ao longo de uma trilha na floresta nos arredores da cidade. Um vento forte soprou ao longo do caminho silencioso, que estava praticamente vazio.

Yeon-woo se sentiu exultante com a ideia de encontrar um bom lugar para descansar. Seu humor havia sido arruinado por sua refeição terrível, mas ele se sentia revigorado agora.

*   *   *

— Procurando uma arma? Ou armadura? Temos tudo que você precisa!

— Quanto a este item que tenho aqui…

Yeon-woo estava agora em uma rua repleta de vozes de vendedores e clientes, repleta de uma grande variedade de pessoas. Embora fosse muito diferente da trilha silenciosa da floresta, ele caminhou pela rua por um longo tempo.

*   *   *

Havia um local semelhante a um aquário na área sudoeste do Distrito Exterior, onde se podiam ver todos os tipos de organismos aquáticos coletados em todos os mundos. No entanto, Yeon-woo estava aqui por outro motivo: as meninas.

Havia muitas garotas bonitas nesta área.

— Você também era homem

Ele sorriu e depois deu uma risadinha.

*   *   *

Assim como na Terra, a comida dos vendedores ambulantes era deliciosa.

*   *   *

— Oh, você é a mesma pessoa de ontem.

— O terraço onde me sentei ontem está disponível?

— Não temos muitos clientes nesta época, mas a vista durante o dia é tão charmosa quanto à noite.

Yeon-woo aproveitou a hora do chá no terraço tanto quanto na noite anterior. Era como se tudo o que ele experimentou desde que entrou neste mundo tivesse sido apenas um sonho. Tudo estava tão tranquilo.

*   *   *

Yeon-woo visitou a ferraria de Henova novamente.

Bang! Bang!

— O que é isso? Por que você está aqui de novo?

Henova fez uma careta ao pousar um pedaço de metal escaldante. Seus músculos pareciam sólidos como uma rocha. Nos últimos dias, Yeon-woo tinha entrado e saído da ferraria como se fosse sua própria casa.

— Passei para verificar a minha comissão. Parece que você adquiriu todos os materiais de que precisa para fazer o artefato, certo?

Sua atitude desavergonhada fez o rosto de Henova se enrugar ainda mais.

— O que você disse?

Yeon-woo continuou falando de uma maneira prática.

—Parece que você já começou a criar o artefato, mas vou ficar de olho em você, só para garantir.

— Seu filho da…!

Henova começou a xingá-lo, mas Yeon-woo apenas se sentou em um canto vazio e olhou para Henova. No final, Henova só conseguiu balançar a cabeça, percebendo que Yeon-woo não iria ouvir, não importando o que ele dissesse. Nos últimos dias, ele tinha sentido que esse cara era um osso duro de roer.

Ele sempre entrava e saía quando bem entendia, e por mais que Henova gritasse ou repreendesse, ele apenas acenava com a cabeça e continuava o que estava fazendo.

Nenhuma das reprimendas do ferreiro funcionou, então o anão decidiu apenas tratar Yeon-woo como se ele não existisse e voltou ao trabalho.

Bang! Bang!

Yeon-woo silenciosamente observou Henova, e logo, as pupilas reptilianas se abriram dentro de seus olhos enquanto ele usava os Olhos Dracônicos para entender e analisar os movimentos de Henova.

O anão martelava meticulosamente, fundindo o metal com força, despejando-o em um molde em forma de lâmina e forjando-o na forma desejada.

O toque de Henova era praticado e sincero, e Yeon-woo sentiu como se seus olhos estivessem ficando claros só de vê-lo trabalhar. Ele imediatamente pensou na palavra “artesão”. Henova afirmava ser um dos cinco melhores ferreiros mestres, e Yeon-woo achava que realmente merecia sua reputação.

— É assim que tudo que você empunhava era feito.

Jeong-woo era conhecido como “Asa do Céu”, e os artefatos que deram a ele esse apelido foram feitos pelo ferreiro em sua frente.

As habilidades de Henova eram verdadeiramente maravilhosas a ponto de fazerem os dedos de Yeon-woo coçarem, embora ele não tivesse nenhum conhecimento de ferraria. E os seus movimentos eram cheios de poder e significados que as pessoas comuns não seriam capazes de compreender.

No geral, essas eram as coisas que Yeon-woo ansiava por ver: a comida que seu irmão comia, o café onde ele conversava com seus amigos, o lugar em que se hospedava e até mesmo os caminhos que percorria.

Ele queria experimentar cada traço de seu irmão.

Yeon-woo fechou os olhos e comparou os lugares que vira no diário com sua própria experiência deles. Eles eram iguais, mas diferentes. Quando ele abriu os olhos novamente, o rosto grande e enrugado de Henova apareceu em sua visão.

— Você acabou de dormir, idiota?

Ele estava claramente irritado.

— Alguém está trabalhando duro na frente do fogo, e aquele que deveria estar assistindo está tirando uma soneca em vez disso. Por que diabos você veio aqui?

— Eu não te contei? Eu vim aqui porque estava entediado.

A resposta apática fez as veias da testa de Henova estourarem.

—  Se você está tão entediado, então sente-se aí e martele alguma coisa e pare de me irritar, seu idiota preguiçoso!

Henova explodiu e começou a pular de raiva. Foi um pouco engraçado vê-lo pulando sobre suas pernas curtas.

— Farei isso.

Tão inexpressivo como sempre, Yeon-woo foi até o lugar para o qual Henova estava apontando e se sentou. Ele pegou o martelo e olhou para Henova:

— Como faço para acender a fornalha? Eu não posso começar a martelar sem fogo.

— S-seu p-patético…!

Henova começou a gaguejar como se não pudesse conter a raiva e logo se colapsou segurando a nuca.

— Urgh! Esse desgraçado está me matando…

— Você tem pressão alta? Quer que eu traga um remédio para você?

— Se você quer me ajudar, então cale a boca!

— Ok, então. Mas, sério, como faço para acender a fornalha?

—Aarghh!!! — Henova gritou.

Eles claramente não estavam falando a mesma língua. Embora Yeon-woo não parecesse fazer mal, o estômago de Henova começou a girar depois de apenas falar algumas palavras com ele.

Finalmente, o anão e figura paterna de seu irmão se sentou e respirou fundo, percebendo que não havia sentido em atacar Yeon-woo.

— Ugh, como eu me envolvi com esse idiota?

Ele se sentia como se tivesse envelhecido vários anos.

— Eu posso ver porque Jeong-woo o seguiu desde o início.

Abaixo da máscara, um pequeno sorriso cintilou no rosto de Yeon-woo.

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Danilo Torres
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Danilo Torres
10 meses atrás

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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