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Second Life Ranker – Capítulo 88

Chama da Vida (4)

— Por que tá tão escuro aqui? Não tava assim agora há pouco. — O líder do clã Sungwoong, Baek, franziu a testa enquanto olhava para a névoa cinzenta que cobria a floresta. Ela começou a engrossar assim que entraram na floresta, ficando mais densa quanto mais adentravam. Agora, ele só podia ver três metros à sua frente. Nesse ritmo, podiam perder o alvo se não conseguissem ter uma visão clara. E, estranhamente, a névoa não apenas confundiu a visão deles, mas também os outros sentidos, de modo que não teriam nenhuma chance se fossem emboscados pelo alvo agora.

— Isso não vai funcionar. Pessoal, se juntem! — Baek decidiu reunir seus membros do clã e continuar a caça como um grupo, o que criaria uma abertura no cerco, mas a segurança era mais importante. Logo, os membros do clã apareceram.

— Espera, cadê os outros? — Havia apenas trinta e um jogadores presentes. Sessenta deles entraram na floresta, o que significava que quase metade tinha desaparecido. Os membros do clã olharam ao redor da floresta com nervosismo.

A atmosfera sombria e os gritos estavam deixando as mãos deles suadas, e eles não conseguiam se livrar de uma sensação de desconforto de que poderiam deixar de existir como aqueles que não estavam mais presentes. Seus instintos os avisaram para sair da floresta o mais rápido possível, então os jogadores se entreolharam.

— Ei, capitão, acho que é melhor recuar. — Um jogador tinha acabado de se aproximar para persuadir Baek quando alguém saiu da neblina com um grito alto.

— É-É você, Baek?

Assustados, os jogadores instintivamente colocaram as mãos nas espadas, mas seus olhos se arregalaram quando viram o rosto da pessoa que acabou de aparecer: o vice-líder de Beemote. A expressão confiante que tinha de quando entrou na floresta havia sumido. Em vez disso, seu rosto estava mortalmente pálido e aterrorizado. — Por que estão aqui? N-Não, não temos tempo para isso. A gente tem que sair daqui! Rápido! — O vice-líder continuou olhando por cima do ombro como se estivesse sendo perseguido por alguém.

— Tá bom, se acalme e respire fundo. Não podemos abortar a missão sem saber o motivo. Você tem que me contar o que aconteceu.

— Fa-Fantasmas! Eles estão vindo atrás de nós! E-Eles vão nos dilacerar e matar todos nós! Rápido, temos que fugir!

Porém, Baek franziu a testa com as baboseiras. — Fantasmas? Você quer dizer monstros como Assombrações ou Banshees?

— N-não, esses são diferentes. Porra, saiam do meu caminho! Não é hora para conversar! — O vice-líder afastou a mão de Baek e tentou fugir, mas ele percebeu que o vice-líder acabou de ficar congelado, antes que pudesse reagir para pará-lo. Baek olhou em volta e viu que seus próprios membros do clã ficaram pálidos e tremiam, incapazes de se mover, até parecia que estavam murmurando algo para ele.

“Atrás de mim?” Quando Baek se virou, tudo o que viu foram as mandíbulas escancaradas de uma besta gigante, o que já era tarde demais.

Crek!

A besta gigante mordeu Baek e o vice-líder, de modo que as metades inferiores dos corpos dos dois caiu no chão.

— Aaagh!

— O fantasma está aqui!

Os jogadores gritaram ao ver o monstro gigantesco que acabou de matar os jogadores mais fortes do grupo deles. Em resposta, Ka, que já foi o monstruoso Vulka, rugiu para o céu, fazendo a floresta tremer.

Os jogadores desabaram no chão, perdendo a vontade de lutar e esperando que o monstro os ignorasse, só que Ka simplesmente correu para o próximo jogador com um estrondo de terremoto. Boom!

Fuuu! Em algum lugar acima da floresta, outro Espírito Familiar estava olhando para baixo enquanto flutuava no ar. Krikikik! Boo riu de forma sinistra enquanto inspecionava a floresta pelos céus. Às vezes, sua risada soava como um choro triste, e sentia que estava quase morrendo de rir, mesmo já estando morto. Ele ficou satisfeito com a situação, e, cada vez que balançava a mão no ar, mais névoa espessa surgia na floresta.

Os humanos que entraram na sua névoa encolhiam de medo e perdiam a vontade de continuar em frente ou então começavam a gritar para superar o medo. A névoa que ele estava espalhando pela floresta tinha uma capacidade especial de entorpecer os sentidos e induzir confusão.

O efeito de enfraquecimento era menor, mas era muito eficaz contra grandes grupos, pois poderia afetar muitos jogadores ao mesmo tempo e atrapalhar a cooperação entre eles. A névoa tornava os arredores indistinguíveis, e os jogadores mal conseguiam ver suas próprias posições, muito menos as pessoas ao lado deles.

A pouca visibilidade e os gritos ecoantes criavam uma atmosfera aterradora, e a sensação de que estavam sozinhos na floresta tomou conta das mentes dos jogadores com medo e com uma sensação de perigo iminente. O medo corroeu a vontade e mentes deles.

Boo riu mais uma vez, enquanto observava os acontecimentos. “Como vocês, humanos fracos, se atrevem a tentar matar meu mestre?” Era um absurdo. Para Boo, Yeon-woo era alguém que tinha que ser tratado como um deus, que o salvou do limbo da morte, do abismo do inferno e até lhe concedeu um corpo físico, bem como um grande poder.

A partir do momento em que recuperou a consciência, Boo jurou lealdade absoluta ao Yeon-woo, e mais forte ficava sua lealdade, conforme era alimentado por mais Gotas Espirituais. Ele não podia perdoar ninguém que queria prejudicar seu mestre e os via como nada além de vermes imundos. Não importava se eles realmente não tinham a capacidade de prejudicar seu mestre, porque seus pensamentos maliciosos significavam que tinham de ser punidos com a morte; na verdade, eles mereciam apodrecer em uma prisão infernal por toda a eternidade.

Boo tornou a névoa cada vez mais espessa para que experimentassem o máximo de dor possível, de modo que se divertiu com o medo e gritos. Assim que acabassem com esses vermes, o generoso mestre daria aos Espíritos Familiares mais Gotas Espirituais para que pudessem se tornar mais fortes.

Boo se perguntou o quão forte poderia se tornar e o tipo de entretenimento e diversão que curtiria. Seu mestre uma vez disse que esperava que ele se tornasse algo chamado Lich e alcançasse algo maior. O simples pensamento de ser capaz de ajudar seu mestre fez seu coração bater mais forte, mesmo que não tivesse um. 「Destrua os inimigos do Mestre!」 Boo gritou uma frase que encontrou das memórias de quando ainda estava vivo. Fuuu!

— Só morra logo! —

Nol pulou e se esquivou das duas lâminas apontadas para suas pernas. Os saltos mortais dados pelo monstro gigante e seus contra-ataques ao pousar chocaram os jogadores. Suas quatro garras afiadas cortaram um jogador, fazendo seu corpo estilhaçado cair no chão. Nem seus escudos nem sua armadura podiam parar as garras afiadas de Nol, que estavam infundidas com mana de elemento tenebroso.

— Não pode ser, não pode… — Os jogadores, que estavam desviando o olhar numa tentativa de negar a realidade, caíram de costas, enquanto Nol jogava fragmentos de mana tenebrosas nas cabeças deles. Só que, mesmo no meio do massacre, Nol olhou para os cadáveres como se lembrasse de algo. Ele viu as almas dos jogadores saindo dos corpos mortos, de modo que rapidamente pegou os corpos e os engoliu antes que as almas pudessem desaparecer. Intoxicado com a alegria da vitória, ele rugiu para o céu.

Suas memórias da vida anterior emergiram gradualmente com o consumo das Gotas Espirituais, e ele podia sentir seus hábitos passados retornando. Quanto mais os jogadores restantes lutavam contra o monstro, mais perdiam a vontade de lutar, conforme confirmavam que o monstro era um fantasma.

Não importa o quanto o golpeassem com suas espadas, as lâminas apenas passavam por seu corpo como se fosse fumaça. Eles colocaram suas esperanças nos poucos magos do grupo e tentaram encurralar o monstro e derrotá-lo com magia. No entanto, ele rapidamente voltou à vida e pulou neles como se não tivesse sofrido nenhum dano.

Eles nunca tinham ouvido falar de uma besta como esta habitando a floresta ou até mesmo o mundo dos sonhos. Os jogadores tentaram derrotar o monstro com tudo, mas restaram apenas três deles vivos quando a batalha acabou. Eles sabiam com uma consciência horripilante que eram os únicos que restavam porque todos os gritos tinham finalmente parado.

— Desgraça.

— Deus… Por que isso está acontecendo com a gente?

Os três jogadores começaram a chorar ao pensar nas suas mortes iminentes; um deles até molhou as calças com o medo dominante. Eles queriam fugir, mas suas pernas não obedeciam. A névoa espessa que cobria a floresta parecia uma prisão, de modo que não podiam fazer nada além de esperar que o monstro os matasse.

TumTum! O som de passos pesados quebrou o silêncio, e eles lentamente voltaram os olhares para a fonte do som e acabaram vendo duas luzes brilhantes como fogos-fátuos se aproximando lentamente deles. Quando as duas luzes se aproximaram, uma silhueta escura se formou ao redor, mas só perceberam quem era quando a figura já estava diante deles. A pessoa de armadura preta e máscara preta não era outra senão o Acumulador.

O sangue escorria da adaga na sua mão direita; claramente matou vários jogadores a caminho deles. Os três engoliram em seco com os olhos trêmulos focados no Acumulador. Eles queriam implorar por misericórdia, só que suas vozes ficaram presas nas gargantas. Finalmente, um deles conseguiu balbuciar: — Po-por que você está fazendo isso com a gente? — Ele gaguejou.

Yeon-woo ficou sério e inclinou a cabeça para um lado. — Do que você está falando?

— Por que você está fazendo isso com a gente? Vo-você não precisava matar todos nós! — Eles perderam todos os amigos e companheiros de equipe em um dia. Na verdade, a situação era ainda pior; os clãs com os quais eles tiveram rivalidades amigáveis foram todos aniquilados por um único jogador. Ele matou sozinho mais de 100 pessoas e destruiu mais de dez clãs, mas não sentiu culpa por isso?

— Que besteira.

— O quê?

Snikt!

A cabeça do jogador voou no ar com um único corte da adaga do Yeon-woo. Enquanto os jogadores sobreviventes olhavam para o sangue que jorrava do toco onde costumava ser a cabeça do amigo deles, eles caíram de bunda, e os lábios se separaram num grito sem som. Já tinham meio que perdido a cabeça e qualquer esperança de sobrevivência.

No entanto, Yeon-woo sussurrou para eles com um tom malévolo: — Algum de vocês quer viver? To pensando em dar uma chance, mas só preciso de um.


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