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Sevens – Volume 6 – Capítulo 9

Reunião

Em um cenário de neve acumulada, ergui meu sabre para atacar.

Tive certeza de observar os movimentos de todos os cinco inimigos, mas mesmo com seus movimentos entorpecidos pela minha Skill, eles não mostraram qualquer sinal de retirada.

Mais que isso…

— Uma Skill de suporte, huh. Que maravilhosamente simples. Perfeita para você, não é, Lyle?

Alguém com um riso irritante erguia-se em uma postura similar à minha.

A nossa fundação era a mesma.

Enquanto exalava um vapor branco, usei Skills para confirmar meus arredores.

Quem vai atacar quando e onde todos estavam mirando.

Se eu quisesse me concentrar na minha própria batalha, teria que me manter em uma posição capaz de proteger Shannon e Eva a qualquer momento.

Pensei que seria facilmente capaz de incapacitar o inimigo, mas parece que esse ponto de vista era ingênuo.

(Para os Cavaleiros da Casa Walt e seus soldados serem tão problemáticos…)

Mantendo vigilância forte no meu trabalho de pés e até realizando algumas fintas, os soldados faziam expressões sérias.

Eles foram resistentes o bastante para se pôr de pé imediatamente após um golpe mágico meu.

O Quinto me passou algumas ordens.

『Mas matar eles aqui causará mais problemas mais para frente. Se possível, você deveria evitar isso, mas… Nunca teria pensado que você se depararia com eles em um lugar desses. Além do mais, eles estão sendo bastante agressivos além disso. Lyle, se contenha e eles perfurarão todos os seus pontos vitais. Lute com a intenção de matar também.』

Se eu matar, certamente estarei abanando as chamas.

Eu estava mais que preparado para ser caçoado ou desdenhado, mas em toda honestidade, nunca pensei que me depararia com o Alfred.

O Terceiro falou:

『Tendo soldados da Casa Walt, treinados geração atrás de geração, como seus inimigos, isso vai ser um saco.』

Um soldado bem atrás de mim avançou, então reagi.

Usando essa oportunidade, Alfred agiu.

Suas estocadas consecutivas miradas nos meus pontos vitais haviam ganhado uma agudeza que não tinham anteriormente.

Eu as repeli com minha espada, senti o soldado tentando me cortar por trás com a Skill do Segundo, continuei recuando, usei minha mão esquerda para puxar a adaga em minha cintura e apunhalei de volta sem virar minha cabeça.

O que atingi, foi sua coxa.

Eu a acertei bem fundo e ele soltou um gemido. Com esse ímpeto, acertei meu cotovelo esquerdo em sua face.

Já que meu corpo foi deixado bem aberto após a ação, Alfred tentou avançar contra mim de novo, então escavei um pouco de neve com minha bota, e a chutei para roubar sua visão.

Seu ataque caiu levemente fora do alvo, me permitindo apará-lo com minha adaga.

Acenando para os outros soldados, Alfred recuou um pouco, me deixando realizar uma encantação.

— Então no final, ainda estou usando magia. Bala de fogo!

Apesar de não ser um feitiço poderoso, sua usabilidade quase instantânea me permite bombardear a área. Elas foram miradas com a Skill do Segundo, então acertaram sem erro.

Os soldados irromperam em chamas ao contato, mas ao rolar na neve se recuperaram e se levantaram de uma vez.

Um deles caiu com sangue escorrendo por sua coxa.

Apenas a bola de fogo mirada no Alfred falhou em acertá-lo.

Ela se dissipou bem na frente de sua face.

(O quê? É como se tivesse sido esmagada em pedaços.)

E diante desse fato, Alfred soava bastante entretido.

— Então você fez um homem cair. E deixe elogiá-lo no uso das Skills. Parece que seus golpes de espada desmiolados não são a única coisa que possui.

Brandindo seu sabre, ele consertou sua postura.

Aquele caído segurava sua perna, amarrou um pano em volta da mesma, e começou a se arrastar para longe para realizar os procedimentos de emergência.

Com base na densidade das manchas que ele deixou, seria quase impossível ele voltar a ajudar na batalha.

(Mas tenho que ficar de olho nele.)

Atrás, Shannon:

— Nós temos que fugir! Lyle, temos que escapar assim que possível!

— Sim, eu sei disso.

Quando eu berrei, os soldados tentaram me cortar. O soldado restante partiu para ajudar seu companheiro caído, e eu lancei a adaga.

Ela perfurou o ombro direito de um deles profundamente, e usei meu sabre para cortar o outro braço.

O Sexto exclamou:

『Lyle, fique sério!』

Quando pulei em choque, senti uma sensação repentina como se meu meu braço direito houvesse sido agarrado…

— O quê!?

Tentei me libertar, mas seu agarro era forte demais.

Com a Skill do Segundo, pude sentir algo definitivamente se envolvendo em torno dele.

E Alfred atacou.

Eu chutei imediatamente, lançando toda minha força em sua barriga.

Sua boca se abriu e saliva foi disparada.

— B-bastardo!

Minha perna foi agarrada, e talvez pelo alcance ser curto demais para um sabre ser efetivo, ele puxou a adaga em sua cintura.

— Estive esperando por isso.

Já que ele tinha minha perna agarrada muito firmemente, dei um chute com minha perna que ainda estava no chão para causar um impacto em seu queixo.

A sensação de agarro em volta do meu braço desapareceu, e após girar no ar por um momento, aterrissei.

Eu coletei a adaga caída com minha mão esquerda, e me encontrei observando um Alfred caído, com sangue saindo descendo de seu nariz.

Vendo a adaga agarrada em minha mão, Alfred berrou:

— D-devolva! Isso é algo que a Celes-sama me presenteou! Não toque nela, vira-lata!

— Isso não é algo que você pode carregar.

Após chutar o sabre caído de Alfred para longe, lancei um olhar para o soldado tratando seu companheiro ferido.

Ele me olhava com olhos mortificados. O mesmo valia para o ferido.

Eles definitivamente não haviam perdido a vontade de lutar.

Nisso, Shannon berrou:

— Lyle, aquele cara tem um monte de mãos! É uma Skill! Têm quatro saindo das costas dele!

Com as palavras dela, olhei para o Alfred.

Enquanto ela dizia algo sobre mãos, ele se pôs de pé muito normalmente. Mas mesmo quando não tinha nada tocando o chão, ele estava sendo pressionado… não, uma marca similar à de uma mão pressionada contra o chão havia se formado.

Talvez duas vezes o tamanho da de uma pessoa normal, certamente era maior do que aquela de qualquer um dos presentes.

O Quarto falou:

『Mãos invisíveis, algo assim? Então ele é um portador de Skills.』

O Sétimo também pareceu lembrar.

『Parando para pensar, eu me lembro de algumas Skills estranhas surgindo na Casa Virden. Eles se encontraram em necessidade de ter coisas assim… oh, é mesmo, eles eram uma organização clandestina. Tenho certeza que mãos invisíveis se provariam essenciais em… várias circunstâncias.』

Em trapaças, ou talvez assassinatos… era uma Skill que parecia ser útil para um monte de trabalhos sujos.

Enquanto mantinha sua mão esquerda sobre sua face, ele estendeu a direita para o lado.

O sabre caído lentamente subiu no ar e retornou à sua mão.

Shannon tremeu e…

— Aquele cara tem quatro braços saindo das costas, está controlando eles à vontade…

Apesar de eu não poder ver nada, Shannon parecia certa.

Alfred olhou para ela, e…

— Seus olhos são especiais? Então tenho que relatar isso à Celes-sama… mas irei até ela com sua cabeça, Lyle. Eu vou picá-lo, esmagar os ossos…

Os olhos com os quais Alfred me via já estavam podres.

No passado…

Quando ele era um discípulo sênior para mim.

No começo, ele era um homem forte e bondoso.

Ele me chamaria de bom humor e me ensinaria várias coisas.

Mas agora tudo que ele emanava era um sorriso torto disforme.

— Celes… foi a Celes que fez isso com você!?

Suas mãos invisíveis responderam aos sentimentos que berrei.

Elas não enviavam estímulos aos meus olhos, mas eu também era um portador de Skills.

A Skill do Segundo me mostrava seus movimentos.

As massas de mana que eu conseguia apenas capturar vislumbres começaram a ser percebidas como braços após ouvir o aviso da Shannon.

A neve em queda era afastada por aqueles apêndices imperceptíveis.

Mas…

— Quando você entende o truque, se torna bastante simples… Mão de Terra!

Braços castanhos se estenderam por debaixo da neve, e começaram a lutar com aqueles produzidos pelo Alfred.

Com um som raspante soando, Alfred parecia estar sofrendo.

— Seu… Fracassado!!

Correndo entre as brechas entre as Mãos de Terra e suas próprias, estoquei com meu sabre na direção de seu coração.

Mas…

— Lyle, elas também estão protegendo o corpo dele!

Quando Shannon disse isso, larguei meu sabre e pulei para trás.

Lançada para fora de trajetória, a lâmina se afundou em seu braço esquerdo, e sangue começou a correr.

Um pouco enojada, Shannon começou a explicar o que estava acontecendo com o corpo do homem.

— Incontáveis braços estão brotando dentro do corpo dele, o protegendo como uma armadura. Além do mais, eles estão se retorcendo de um lado para outro, e os dedos estão se contorcendo como…

Ouvindo isso, Eva…

— Que coisa é essa… nojento.

Minha impressão era igual.

Logo após entrar em contato com sua carne, meu sabre se retirou, e começou a flutuar no ar.

— E- é pesado. Você estava lutando com algo assim?

Ele pensou em usá-lo, mas era mais pesado do que esperava, e acabou o descartando.

O Terceiro soou satisfeito.

『Não parece que ele tem muita força naqueles braços. Todas as Skills podem ser problemáticas, mas ao invés de para batalhas, acho que essa daí serve mais para trapacear nas cartas. Ou talvez para roubo?』

O Quinto também:

『Sem destreza. Sem poder. Apesar de achar que ele possui mais de um estágio, se você souber a habilidade base, isso é tudo a que se resume.』

Seria assustador se eu não soubesse sua identidade, mas agradeço a ajuda da Shannon.

Ao mesmo tempo, uma contramedida surgiu em minha mente.

A situação começava a me favorecer.

Alfred olhava incessantemente para a adaga e era incapaz de se concentrar. Tenho certeza que ele estava formulando maneiras de recuperá-la freneticamente.

(Eu ficaria assim se a Joia fosse tomada?)

Logo quando pensei em explodi-lo em pedacinhos com magia, uma única carruagem parou um pouco mais à frente na estrada.

… Novem estava preocupada com o retorno tardio do Lyle.

Ela havia aguardado no primeiro andar da pousada, mas não havia sinais de que ele retornaria a qualquer hora.

— Ele está atrasado. É quase hora do jantar.

Enquanto Novem suspirava com sua mão no rosto, Aria mastigava um pedaço de bife enquanto falava em um tom cansado:

— Ele não é uma criança. Vai voltar cedo ou tarde.

Na mesma mesa, sentando-se diante dela, Miranda observava a Aria e suspirava:

— Você não se cansa de comer a mesma coisa o tempo todo? E também mostre um pouco de preocupação enquanto isso. A família do Lyle também está na Capital Imperial pelo que parece.

Aria falou com orgulho:

— Eu sou meramente uma donzela em uma missão para encontrar o melhor bife do mundo. E também tenho certeza que ele está evitando todos os lugares com probabilidade de encontrá-los. Eles não são da classe de pessoas que se é capaz de encontrar à vontade, certo?

Mônica estava por perto, de pé ao invés de sentada.

Talvez insatisfeita com a atitude de Aria, ela quietamente…

— Já com dois quilos a mais do que quando nos encontramos, entendo.

Aria trocou olhares com ela, antes de se fazer de desentendida.

Clara levantou os olhos de seu livro para a Mônica:

— Você realmente é incrível, Mônica-san. Como você conseguiu calcular a massa corporal dela?

Mônica entrou em uma explicação aprofundada, mas Aria descartou tudo como besteira.

Enquanto Novem continuava a aguardar pelo retorno do Lyle, uma pessoa entrou na pousada.

— Macacos me mordam ~ Aquele foi um combate e tanto.

A pessoa expressando esses lamentos foi até a mesa, e deu algum dinheiro para o dono da pousada. Ele parecia ser um cliente regular, já que o dono lidou com ele de um modo bem casual.

— O que aconteceu?

— Uma briga. Briga. Um Cavaleiro e um aventureiro estavam se cortando, cinco contra um e tudo mais. Bem bagunçado…

Novem se pôs de pé, e rapidamente se aproximou do cliente.

— Perdoe minha grosseria. Poderia me dizer onde tal coisa ocorreu?

O cliente era um homem, e recuou alguns passos diante da aproximação de Novem.

Diferente de ser assustadora, a expressão dela e sua aura eram esmagadoras.

— Não na rua principal, em uma das laterais. Um lugar com muitos artistas, e acho surpreendente uma briga ter estourado em lugar desses, mas… eles são seus amigos?

Após ouvir isso, Novem correu.

Ela disparou para fora das portas da pousada, e Aria e companhia a seguiram em confusão…

A neve continuava descendo.

Em uma capa branca e esvoaçante, Celes caminhava até ficar na minha frente.

As Skills em minhas mãos me puseram na maior guarda possível.

Com as Skills dos meus ancestrais em mãos, eu finalmente pude começar a ver a anormalidade da garota.

Atrás de mim, Eva, e a trêmula Shannon que ela segurava pelas mãos, também pareciam entender.

— Quem é você…

Quando me posicionei com a adaga, percebi o estremecer do meu próprio corpo.

Isso não parava.

Eu era capaz de entender a existência conhecida como Celes a um nível muito maior que antes. Mas através disso, um medo ainda maior do que senti antes começou a brotar.

Eva murmurou.

— Isso não é humano. O que, o que exatamente isso…

Após esfregar seu adorável cabelo dourado, Celes falou no tom triste de um ator lendo o roteiro de uma tragédia.

— Você finalmente se reuniu com sua querida irmã. Não acha que um espanto desses é desnecessário? Que lamentável. Realmente trágico.. e quando eu me trouxe até aqui ao ouvir que poderia encontrar a famosa elfa dos rumores, em pensar que encontrei aquele expulso de casa. Você sobreviveu? Morre logo de uma vez.

Essas partes finais foram acompanhadas por uma risada abafada, e ela sugeriu minha perdição com adorável serenidade.

Alfred e seus Cavaleiros apressadamente se reuniram aos seus pés.

Apesar de seus ferimentos, eles foram para o lado dela como se suas vidas dependessem disso. Os Cavaleiros que já a acompanhavam os encaravam.

— Vocês não podem sequer realizar seus trabalhos satisfatoriamente, suas desgraças do nome Walt!?

Um Cavaleiros uma vez respeitado como um vassalo da casa agora estava jogando seu escárnio aos homens que sangravam.

O Sétimo olhou para Celes.

『Mas que raios? Isso supostamente é a Celes… isso daí é uma pessoa completamente diferente, não é!?』

O Terceiro a viu e perdeu sua compostura habitual.

『Lyle, consegue usar suas Skills para sair o mais longe o possível deste lugar tão rápido quanto viável? Leve as duas, e fuja de uma vez.』

No passado.

Para se livrar de mim, ela me desafiou para um duelo.

Agora eu passei por três Crescimentos, e em comparação a antes, tanto meu estado físico quanto o mágico melhoraram grandiosamente. Mas ainda assim, a imagem de mim saindo por cima ainda havia de surgir na minha mente.

De compleição menor que a minha, e tão delicada.

Seus magros braços, pernas, pescoço, tudo parecia que quebraria se não fossem lidados com o cuidado adequado.

Seu sorriso inocente carecia de um pouco da infantilidade de antes.

Após traçar a forma de seus lábios com um dedo, ela tocou aquele dedo nos lábios de Alfred.

Esse gesto era bastante maduro, e não pude pensar nela como sendo apenas dois anos mais jovem que eu.

Após experimentar o mundo externo, eu entendia.

Que a Celes não podia ser humana…

E com um sorriso, ela falou com o Alfred:

— Alfred, obrigada por todos os seus serviços.

— Celes-sama, eu sou… eh?

Shannon soltou um leve grito, e Eva desviou seus olhos.

Eu não pude dizer quando ela a havia sacado, mas em algum momento, o florete com uma gema amarela embutida em seu cabo se encontrava em sua mão.

Alfred caiu para frente no chão. O florete estava manchado de sangue.

E o chão em volta do Cavaleiro caído também começou a ficar vermelho.

A face do Alfred se virou em minha direção, mas era como se ele não me visse de jeito algum. Ele meramente vasculhava a área em busca da figura de Celes, e sorriu.

Lentamente, ela levantou o florete.

— Limpe isso.

— Imediatamente.

Os Cavaleiros limparam o sangue grudado no florete, e nenhum deles virou um olhar sequer para o Alfred.

Até os soldados feridos tinham olhos apenas para ela.

Sorrindo, a Celes…

— É~, hoje vocês tiveram aquela coisa ali como oponente, então vou deixar todos vocês escaparem sem matá-los. É por isso que vocês têm que dar seu máximo por mim na próxima.

— Sim!
— Mesmo se custar esta minha vida!
— Celes-sama!
— … C-Celes-s-sama.

O soldado cuja coxa havia sido perfurada olhava para Celes com uma expressão de dor.

Nisso…

— Puxa vida, seu rosto está bem pálido. Você está com dor… aí.

Após gentilmente estender sua mão esquerda para o homem ferido, o rápido som de um osso se partindo ressoou na área.

Com seu pescoço quebrado, o soldado fazia uma face pacífica.

Olhando em volta, vi um que um número de espectadores havia se reunido.

Mas cada um deles havia sido atraído por seus charmes.

— Por quê…

O Quarto falou comigo:

『Lyle, aquilo é sua irmã? Aquilo realmente é sua irmã?』

O Sexto estava igual.

『O monstro do qual o Primeiro falou… Parece que realmente falhamos em capturar o significado da palavra. Aquilo ali é perigoso demais.』

Os Ancestrais raramente mostravam qualquer fraqueza, mas ao verem a Celes, seus sensos de crise dispararam. Tudo que eles podiam fazer era me incitar a escapar.

O Quinto exclamou:

『Está vindo! Não se desatente!』

No instante seguinte, Celes estava bem ao meu lado, olhando para o meu rosto.

Quando tentei me distanciar um pouco, ela pisou no meu pé.

Calafrios subiam e desciam pela minha coluna enlouquecidamente.

— Hm~ Talvez você tenha ficado um pouco mais forte? E oito Skills além disso… que interessante. Apesar de sua Joia ser de qualidade muito inferior à minha. Uma Joia imprestável para um imprestável.

Baixa qualidade. Tendo isso dito à mim, eu a encarei.

Ela estava me tomando por um tolo.

E ao mesmo tempo…

(Ela pode medir o número de Skills?  Além do mais, ela disse “imprestável”!?)

Tudo que eu acumulei… o que os ancestrais transmitiram e deixaram para mim, ela estava considerando tudo isso como inútil.

As sobrancelhas de Celes se contraíram um pouco em resposta.

— Oh, está nervoso? Bem como pensei, eu te odeio. Você me olha sem ser aprisionado… ah, acho que aquela criança ali é…

Parece que Shannon era de maior interesse para ela do que eu. Ela imediatamente se moveu para seu lado, agarrou seu cabelo, e jogou a Eva de lado.

— Kyah!

Pega pelo queixo e levantada, Shannon se debateu e tentou resistir.

— Me solta! Me larga de uma vez!

Celes sorriu.

— Que fria. Mesmo você tendo me chamado tão freneticamente na última vez que nos vimos. É claro, agora você é capaz de dar uma olhada melhor em mim. Cresceu um pouco? Ah, verdade, verdade! Você por acaso sabe onde está a sua irmã? Aquela bonitinha. Eu sempre quis uma irmã mais velha assim. Mas agora, seus olhos também são muito interessantes… dê eles para mim.

— N-não, NÃAAO!!

Devido aos gritos da Shannon, eu instintivamente estendi minha mão para a Celes.

Ela atirou a Shannon em mim, me derrubando.

Observando nós dois enroscados, Celes riu para si.

E ela colocou seu pé acima da cabeça da Eva, caída no chão.

— M-me solta…

Ela não parecia estar colocando muita pressão, mas Eva que era muito maior que ela estava lutando por sua vida para se libertar.

— Sua voz não é nem de perto não bonita quanto ouvi. A minha não é melhor?

Quando ela disse isso, os Cavaleiros e soldados em volta expressaram sua afirmação:

— Sim, a voz da Celes-sama é muito mais esplêndida do que aquela elfa bárbara ali.
— Não há sequer qualquer comparação a se fazer.
— Só de ouvir sua voz já me deixa feliz por ter me tornado um Cavaleiro.

Ela levou sua mão a boca.

— Entendo. Obrigada. Bem, se é assim, acho que também não preciso dessa daí.

Dizendo isso, ela chutou a Eva em minha direção.

Eva soltou alguns gemidos de dor. Seu braço estava gravemente inflamado.

— Você… o que exatamente você quer? Que direito você acha que tem para fazer essas coisas!?

Deixando as duas garotas no chão, me levantei.

Senti olhos preenchidos de malícia caírem sobre mim de todas as direções, mas a Celes em si brincava com as pontas de seu cabelo, e se perdeu em pensamentos por um curto tempo.

Por um breve momento, seus olhos caíram sobre a gema amarela.

— Certo, ou como devo colocar isso… é por que eu já herdei tudo. Eu duvido que você entenda. Certo, tenho certeza que você é incapaz de compreender.

Recebendo seus olhos de ódio, assumi minha postura.

Ao invés de amarela, olhando para o florete com uma Joia Dourada embutida, o Sétimo falou:

『A gema… ei, aquela é da Zenoire. Ela roubou a Joia da minha esposa! Qual o significado disso!? Aquilo estava trancado sob segurança máxima! Eu não contei nem ao Maizel sobre isso daí!』

O Sétimo teve um ataque, mas de qualquer jeito, isso significa que minha avó era a portadora daquela Joia.

Eu relembrei as palavras que o Sétimo uma vez me transmitira.

A bela cortesã Agrissa… os descendentes daqueles que trouxeram ruína ao país trezentos anos atrás. Essa era a tribo de onde minha vó Zenoire vinha.

— A Joia da vovó…

Quando murmurei isso, a face da Celes se contraiu.

— Você sabia? Bem como pensei. É por isso que odeio…

Após ela levantar sua cabeça abaixada, ela se virou para a Joia Azul pendurada em meu pescoço.

— Mesmo assim, a gema azul é do vovô, não é? De onde você roubou? Bem, mesmo se estivesse caída por aí, ninguém teria usado de qualquer jeito. Ah, mas… tinha aquele velho, não tinha?

Ouvindo essas palavras, eu relembrei do Zell, aquele que havia me salvado.

Vendo minha reação, Celes falou com intriga.

— Ele já está morto, só para que saiba. Ele estava no caminho, então nós cremamos ele, com cabana e tudo.

Eu decidi empregar tudo que tinha em força total.


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