Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

SSS-Class Suicide Hunter – Capítulo 190

Prima Donna (2)

Os movimentos da sereia eram bem intensos, tanto que estava espirrando água para fora da banheira, e a Mestre Dragão Negro precisou enchê-la novamente a mando da paladina.

“Quem quer que veja isso, pensará que eu fiz algo de errado, mas só te ajudei a finalizar a missão.”, murmurou a Mestre.

A paladina suspirou mesmo já estando acostumada com a cara de pau da outra mulher.

“Por que me trouxe aqui? É porque está precisando de um ‘detector de mentiras’?”

“Não, não preciso da sua habilidade. O que preciso é do seu talento musical.”

“Meu talento musical….?” disse a paladina franzindo o cenho.

A líder continuou: “Uhum. Você costumava tocar bastante antes de se juntar a milícia civil, até mesmo ganhava mais do que seu salário atual, não é? Sem nenhum exagero, isso não é um desperdício de dinheiro?”

“Não sei de que porra está falando… isso é coisa velha, de antes de ganhar meu título.”

Ouvindo a conversa das duas na minha frente, me senti um pouco confuso.

A paladina. 7° rank. Vice-chefe da milícia civil a cargo de manter a segurança da cidade Deungcheon. Depois que o Santo da Espada anunciou sua aposentadoria, a posição de chefe da milícia se tornou vaga, então a mulher basicamente estava no comando.

Sabia que era uma refugiada venezuelana e que se graduou em uma escola de música, mas só isso. Como meus outros companheiros, a paladina não era de falar muito sobre seu passado original, então sabia muito pouco sobre ela.

“O que quer dizer com um monte de dinheiro ganho? Do que vocês duas estão falando?

“Não é nada. É algo inútil e já passou….”

“A maioria não sabe sobre isso, mas essa pessoa aqui ganhava bastante grana fazendo concertos de jazz.”

Apesar dos esforços da vice-chefe de evitar o assunto, a Mestre Dragão acabou contando. A paladina lançou um olhar mortal para a amiga, que apenas deu de ombros em resposta.

“Logo quando entrei na torre, não havia muita coisa interessante pra fazer. Muitas pessoas acabavam bebendo, nas drogas ou coisas assim, mas não importava o lugar que a paladina fizesse um show, os caçadores iam correndo pra…”

“Mestre Dragão Negro!”

“Não sei por que, mas toda vez que falamos disso, ela fica brava. Tão barulhenta. Ah, e naquela época, o apelido dela era Céu Noturno…”

“Se disser mais alguma, vou considerar como uma declaração de guerra!”

“Tá bom. Me desculpa.”

Heh. Isso foi algo que não sabia. Antes do meu retorno, mesmo não sendo tão importante quanto o Imperador das Chamas, fui um grande fã dos caçadores famosos. Coletei todas as revistas que tinham a Mestre Dragão Negro, A Santa ou o Questionador Herético como modelo de capa. Entretanto….

‘Tinha poucas informações dos primeiros dias da torre.’ Como agora, ainda há muitas histórias que desconheço. ‘Pensando nisso, tinha alguma fotografia da Paladina…?’

Ela nunca havia posado como modelo de revista. Era uma caçadora responsável pela consciência da torre, assim como a Santa e o Lorde do Castelo de Alquimia.

‘Algum segredo oculto? Será que tem uma razão especial pra ela cobrir o rosto além de ser parte do seu estilo?’ O espírito de um fã ressurgiu depois de bastante tempo em mim, mas me impedi de fazer perguntas. Não queria violar a privacidade delas acidentalmente.

“……” Quando nossos olhos se encontraram, a Paladina tossiu levemente. “Vocês ainda não me contaram o que vieram fazer aqui. Mestre Dragão Negro, se seu objetivo for apenas mostrar ao Rei da Morte que assumi a forma de uma sereia, também irei expor sua história sombria.”

“Oh, nossa. Que tipo de história sombria tenho pra ser contada?”

“Uma coisa que você escreve e publica anonimamente sempre que tem tempo…….”

“Rei da Morte! Mostre a Paladina a performance de antes.” a mestre disse rapidamente.

O que foi isso? Por que têm tantos segredos que não faço ideia, mesmo a gente sendo companheiros? Fiquei realmente curioso.

“O que você escreve anonimamente?”

“Senhor Gong-ja.”

A mulher segurou meus ombros em resposta, e uma aura escura começou a emanar do seu corpo. Tinha até mesmo um sorriso estranho nos seus lábios.

“Todos temos um segredo que absolutamente não deve ser descoberto por outros, não concorda? Mesmo o Rei da Morte, às vezes conta histórias ridículas sobre profetas e coisas assim.”

“É.” Ela sabia que estava mentindo?!

“Entretanto, não faço perguntas excessivas, porque somos colegas e você é meu camarada. Uma amizade verdadeira não é sobre o que é dito um ao outro, mas o que não precisa ser falado em voz alta.”

“C-concordo.”

“Senhor Gong-ja. Você é nosso amigo?”

Acenei com a cabeça em afirmativo com dificuldade. Os dedos que me seguraram estavam tão apertados que até mover meu pescoço se tornou complicado.

“S-sim. É claro que sou.”

“Verdade, meu melhor amigo.”

De alguma forma, acabei me tornando o melhor amigo da Mestra dos Dragões Negros.

“Ficaria muito feliz se o Rei da Morte mostrasse a peça de Fogo para a Paladina.”

Fiquei contente. Não tinha como recusar o pedido da minha melhor amiga.

“……..” enquanto assistia à apresentação, a sereia permaneceu em silêncio.

De manhã cedo, os atores ficaram surpresos por encontrar uma vampira e uma sereia assistindo-os praticar. Não tinha como não olhar para uma grande banheira com uma sereia dentro, bem no centro da área de descanso.

“De fato…” murmurou a Paladina para si mesma, sem prestar atenção nos olhares que recebia. “Incrível. Rei da Morte, você inventou isso tudo sozinho?”

“Não, a peça de Fogo sempre existiu aqui.”

“Sério? A música e dança misturadas no show também?”

“Ah, isso não. Achei que seria legal introduzir uma coreografia e músicas…”

“Por que pensou assim?”

Os olhos dela brilharam ao falar.

“A peça de Fogo veio da aura. Se aprendessem a coreografia baseada em técnicas de arte marciais, iriam se acostumar melhor a usá-la, e se aprendessem a utilizar a aura para reproduzir sons, iriam se tornar mais criativos…”

“Ah! Entendo. Você tem uma perspectiva completamente diferente!”

A cauda da sereia balançou por cima da água, provavelmente estava agitada por formar suas próprias ideias sobre aquilo.

“Rei da Morte, sabe o quão interessante sua descoberta foi?”

Os olhos da mulher estavam realmente cintilando enquanto olhavam pra mim. Aquela era minha primeira vez vendo ela agindo desse jeito.

“O-o que quer dizer com isso?”

“Você criou uma arte composta com a aura.” respirou profundamente, ainda animada, antes de continuar: “Geralmente, óperas e musicais são considerados artes compostas. Porém, a música sempre foi uma área incompleta. Não importa o quão natural seja o som, o quanto ponha seus sentimentos ou sua alma nisso, a música sempre possuiu um fator especial que permanecia separado dos atores.”

“Hm…”

Do que ela está falando?

“Tem um ditado que diz que os atores não podem interferir diretamente na música.” quanto mais ela falava, mais agitada ficava. “Seja sons de fundo ou uma orquestra interna, a melodia tocada em um teatro nunca era feita pelos atores. Eles podem até cantar em musicais, mas estão limitados a tal.”

“Sim….” respondi, abaixando minha cabeça, enquanto pensava naquilo.

“A audiência é forçada a aceitar a ilusão de que a música está se desenvolvendo dentro da história, mesmo que tudo que estejamos escutando seja o som vindo dos alto-falantes; só aceitamos isso. Mas na peça de Fogo que você criou… os atores podem até tocar a melodia eles mesmos! E usando a aura!”

Ela ergueu a mão.

“Foi um grande avanço!”

E estalou os dedos. Da sua aura, foi criado som; era mais melodioso e limpo do que qualquer uma das músicas que eu já tinha tocado.

“Nossa.” exclamei maravilhado.

Então, é assim que os profissionais fazem?

“Ah, certo. Quero aprender com você para que possa tocar pra Raviel…”

“Não! Isso não importa agora!” dizendo isso, bateu no próprio peito em frustração.

[Alguma coisa assim].

Foi muito abrupto.

“Você precisa entender o quão impressionante foi a sua descoberta, Rei da Morte!  Dançar e atuar numa música criada por outros é uma coisa, mas ser capaz de produzir música, dança e atuação com apenas uma pessoa…! É inovador! Imagine um patinador não apenas se apresentando, mas também usando a própria aura para criar a melodia…!”

“Foi mal, mas pode resumir o que está falando?”

“Puta merda! Não é hora pra isso!”

Afinal, aquilo tudo era só elogio. Ela devia só dizer algumas boas palavras sobre mim e pronto.

“Obrigado. Não foi nada demais.” respondi sorrindo e levei uma das mãos à nuca.

“Inacreditável…” reclamou, olhando para cima e se perguntando por que, de repente, tinha um gosto amargo na boca, apesar de que a resposta não era tão difícil de decifrar. “Não posso acreditar que a pessoa que descobriu isso não sabe nada… Rei da morte, isso pode se tornar um método famoso no futuro, conhecido como [Arte da Aura]. É realmente incrível.”

“O que está dizendo?” retorqui confuso. A meu ver, a Paladina estava exagerando. “Já não é comum amplificar a voz com a aura?”

“Não tô dizendo que você criou algo que o mundo nunca tinha visto antes, o termo certo seria reinventar algo que já estava aqui, mas ninguém tinha notado ainda.” terminou a fala com um suspiro. “Enquanto todos os caçadores pensam na aura como uma forma de fortalecer o corpo em combate, você conseguiu usá-la como um [instrumento invisível]. Atores poderão dar vida à música interior sem a necessidade de adereços ou equipamentos. E não só os atores, como os dançarinos, cantores, todo mundo….”

“E…” disse a Mestre Dragão Negro ao agarrar os ombros da amiga e se juntar a conversa. “Será algo do qual poderemos nos gabar.” sorriu e continuou: “O mundo exterior fala mal da gente todos os dias, dizendo que somos selvagens que só sabem lutar. Quando não fazemos dinheiro, nos chamam de mendigos, mas no momento que conseguimos alguma grana, passam a nos xingar ainda mais. Quero ver o que esses bastardos vão dizer agora que conquistamos este grande avanço na arte. Artistas que são habilidosos em ganhar dinheiro? Esse vai ser o novo insulto?”

“Mestre Dragão….”

Minhas emoções estavam confusas.

“Não acho que preciso dizer isso, mas você é muito competitiva quando se trata do mundo exterior. É um pouco triste.”

“Não fale besteira. Só tá dizendo isso, porque não sabe o quão mal a nossa torre é tratada.” reclamou. Seu tom de voz era suave, mesmo com as palavras rudes.

“Rei da Morte.”

“Sim?”

“Paladina.”

“O que é…? Tô com um mal pressentimento.”

A líder sorriu de forma angelical, era um sorriso que nunca mostrava aos amigos, só o usava quando estava dando entrevistas ou tirando fotos para revistas.

“Estava pensando e… percebi que o Rei da Morte, essa criança aqui, adaptou o que ele passou dentro da peça de Fogo. Ele não é o novato mais amado da Torre, a estrela mais popular?”

“…”

“Acho que seria bom se aproveitássemos isso pra fazer a performance na Torre de Babel, gravá-la e espalhá-la ao redor do mundo. Os artistas lá fora ficarão tão chocados que irão correr pra cá pra aprender a como utilizar a aura, não acha?”

“Bem…” A expressão da Paladina, que não estava entendendo a ideia no começo, finalmente mudou. “Recebi várias propostas pra filmes, mas não aceitei nenhuma. Acho que iríamos acabar arruinando a imagem dele se a adaptação ficasse estranha.”

Propostas para filmes? Até mesmo isso?

“Pelo que estou vendo, a peça de Fogo seria melhor do que um filme. Sim. É uma forma de arte criada na nossa Torre, e conta a história das nossas estrelas principais. Não tinha como não ser incrível.”

Fiquei confuso. A escala dessa conversa estava aumentando mais do que eu imaginava!

“Hm, espera um minuto. Eu…”

“Sem dúvidas.” a mulher concordou, apoiando a mão sobre o queixo. A cauda também se moveu acima da banheira.

“A Torre não tem muitas contribuições à arte. Há muitos que fazem coisas como tocar jazz ou escrever novelas, mas temos muito poucas performances em larga escala.”

“É o que estou dizendo. Tentei encorajá-los várias vezes, mas sempre falhei. Todas as vezes, só posso pegar filmes de fora e trazer pra aqui, mas a comissão que eles exigem é absurda. Só nos pagam mais quando fazemos negócios em nome da Torre. Seriamente, não é nojento?”

“É sim.”

“Vamos tentar. Aura é algo que só nós, caçadores da Torre, possuímos. Agora, também deixaremos de ser importadores culturais para nos tornar exportadores culturais.”

“Não soa ruim….”

Hmm. A Mestre Dragão e a Paladina se viraram para me olhar.

“…”

“…”

As duas então sorriram e assentiram com a cabeça.

“Rei da Morte, você realmente é incrível.”

“Sim. Está claro que ele é um gênio.”

Hm… o que era agora? Alguma coisa não cheirava bem.

“D-do que estão falando de repente? Estão tentando me envergonhar…”

“Não, estamos falando sério. Você pratica artes marciais, esgrima e aura, não é? E agora até entrou pra arte. Fiquei em segundo lugar por muito tempo, mas realmente não posso vencê-lo.”

“Me pergunto até onde você pode ir com o seu talento!”

Não.

“O maior gênio da Torre! O maior iniciante de todos os tempos! Ahh, devem ter criado a palavra talento só pra você. Não posso deixar de pensar nisso quando te vejo…”

“Droga. Por que os céus tiveram que me colocar na mesma era que o Rei da Morte…!”

“Parem um pouquinho, pessoal… esperem…” tentei falar. Eu estava ficando tonto.

“Se não fosse por ele, talvez não tivéssemos conseguido derrotar o 10º andar até esse momento!”

“Sério… era horrível… mas graças ao Rei da Morte, conseguimos pular o 30º andar sem problemas.”

“Faço das suas palavras as minhas! Não é à toa que perdi meu lugar como segunda no ranking. Não faz sentido alguém como eu ficar nessa posição.”

“Como um dos membros originais da Torre, estou um pouco envergonhada… por sua causa. Se você é o sol, então sou uma sombra que não teve escolha a não ser se esconder quando você começou a subir…”

Loucas.

“Não… pessoal, parem…” disse novamente. Eu estava mesmo tonto.

“O nosso Rei da Morte é muito incrível. Não posso acreditar que é nosso companheiro. Estou tão emocionada que encaro nossa amizade como o maior orgulho da minha vida.”

“Verdade. Escalar a torre junto dele já me torna uma lenda, serei lembrada mesmo ao morrer, e todos sentirão inveja. Isso me deixa tão feliz.”

“Merda…….”

“Incrível!”

“Maravilhoso.”

“Colossal!”

“Estamos diante de uma lenda…”

“É até difícil de acreditar!”

“Real, nem consigo acreditar!”

Estava difícil respirar.

“O-obrigado. Obrigado pelos elogios… mas isso é….”

“Então, devemos criar uma guilda de artes e colocá-lo como líder? Poderíamos pegar emprestado o nome reverenciado do Rei da Morte por um tempo?”

“Sim… Já que é o caso, por favor, pare… sinto que vou morrer…”

“Ademais, pretendo ser a vice-líder. Não precisa se preocupar. Tudo o que precisa fazer é dar o seu nome. Cuidaremos do resto daqui pra frente. Não podemos causar problemas para uma pessoa tão importante assim.”

“Estou morrendo…….”

“Certo. Por favor, aceite este selo.”

Líder da Guilda. Não sabia o que era, mas aceitei o selo que a Mestre Dragão me deu.

“Obrigada, Rei da Morte. E aviso que um monte de dinheiro pode aparecer do nada na sua conta, mas não se assuste.”

“Use-o com sabedoria.”

Em meio ao mal-estar, ouvi um suspiro ao fundo.

— Tch. Que bastardo idiota…

— …  — E Ssonia olhou para nós com uma expressão incompreensível.


Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

5 3 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
3 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
Alethea
Visitante
Alethea
9 meses atrás

E fácil assim ele foi manipulado

Maruko
Visitante
Maruko
8 meses atrás
Resposta para  Alethea

Fácil assim? Você pega duas raposa velhas que sabem muita coisa sobre a torre e põe as duas juntas contra um novato talentoso, mas puro, claro que ele ia ser passado pra trás ajaushshshshshshsj

SemPaiD
Membro
SemPai
8 meses atrás
Resposta para  Maruko

“Puro” Kkkkkkkkkkkkk
Vc tá falando do maior psicopata manipulador dessa história e vem chamar ele de puro?

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar