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Super God Gene – Capítulo 632

Dardos de Penas do Corvo

— A julgar pela reação da raposa prateada, essa cabaça claramente não representa ameaça. Mas por que ela voltou a dormir se for algo bom? — Han Sen ainda não conseguia determinar se a cabaça era boa ou ruim, mas não estava disposto a correr o risco. Assim que estivesse curado, planejava levar a cabaça para algum lugar longe das estradas, que os outros trilhavam, e descartá-la.

Seria melhor jogar em algum lugar profundo na natureza, caso emergisse algo da cabaça que pudesse prejudicar pessoas inocentes.

Não era como se Han Sen não quisesse ver o que estava dentro da cabaça, mas era muito difícil quebrar a parte externa. Até tentou quebrar com a Espada de Alma de Besta de Linhagem Sagrada de Variante Furiosa, mas sem sucesso.

Han Sen estava gravemente ferido, de modo que levou quatro dias inteiros para recuperar força suficiente para andar, mesmo com as lambidas frequentes da raposa prateada. Provavelmente levaria mais meio mês para se curar completamente.

Ainda tinha as trinta e seis penas do corvo em posse. Se as transformasse em dardos para a balestra de pavão, talvez fosse capaz de quebrar a cabaça.

Han Sen observou as penas pretas com muita curiosidade. Cada uma tinha uns 30 centímetros de comprimento, escuras como fuligem. O ráquis de cada pena era oco, com o vexilo firmemente unido em todo o seu comprimento com pouca ou nenhuma porção plumácea. Até pareciam duas fatias de obsidiana bem cortadas.

Dava para empurrar as bárbulas passando os dedos suavemente ao longo do vexilo, visto que eram suaves e delicadas.

Só que eram assustadoramente afiadas se fosse em direção oposta ao vexilo. Parecia que inúmeros espinhos estavam formando uma fileira para destruir o que quer que viesse contra elas.

Além disso, o ráquis da pena também era letalmente pontiagudo.

— Será que essas penas podem ser carregadas diretamente na balestra do pavão? — Han Sen invocou a balestra do pavão e tentou carregar uma das penas.

Funcionou melhor do que tinha imaginado, já que a pena se encaixava perfeitamente. Ela se alinhou com a aljava dos dardos, para que pudesse deslizar suavemente quando disparada. A única desvantagem de usá-las era a dificuldade de recuperação, porque se fazia necessário puxar a pena cravada no alvo em direção oposta ao vexilo, o que representava o risco aterrorizante de retalhar a própria pele.

Han Sen carregou uma e disparou um dardo de pena do corvo. Um feixe preto voou uma distância de dois a três quilômetros, conseguindo perfurar um abeto gigante sem diminuir a velocidade. Perfurou mais três árvores, com a espessura de um barril, até desacelerar o suficiente para permanecer presa.

— Caralho, que forte! — Han Sen ficou tão feliz que quase pulou de alegria, quando foi recuperar a pena.

Han Sen só podia carregar dezesseis das trinta e seis penas na aljava da balestra. Elas eram menores do que um dardo médio, do qual a aljava só podia conter nove.

Depois de carregar sua aljava, Han Sen viajou para a base da falésia de uma montanha, depois colocou a cabaça em um pequeno canto ao longo da superfície áspera e mirou com a balestra de pavão. Em seguida, disparou nela.

Boom~

A pena preta acertou bem no meio da cabaça, o que desencadeou uma explosão poderosa. Um grande buraco foi causado na superfície escarpada da falésia, no qual a cabaça ainda permanecia alojada, sem danos.

No entanto, Han Sen não estava disposto a desistir tão facilmente. Mais uma vez, disparou outra flecha na cabaça, depois disparou de novo e de novo. A cada acerto, uma explosão. O buraco no fim se tornou uma caverna profunda, mas, ainda assim, a cabaça não foi danificada.

— Puta que pariu! Que cabaça é essa? — Não conseguiu acreditar no que estava vendo.

Agora que pensou um pouco mais nisso, o corvo foi incapaz de causar danos nas videiras da cabaça, visto que precisou desistir das próprias penas a fim de escapar das garras delas. Talvez, isso já fosse esperado.

Han Sen recuperou a cabaça com uma expressão confusa e uma mente perplexa. Depois de contemplar o cenário por um pouco mais de tempo, cerrou os dentes e decidiu voar para algum lugar altíssimo com a cabaça e soltá-la.

Ele não conseguiu afastar o medo das vespas tóxicas um dia emergindo da cabaça para atacá-lo, enquanto dormia, porque escutou a “fábula do Fazendeiro e da Serpente” muitas vezes, e a última coisa que queria era se tornar uma vítima.

Quando deixou cair a cabaça de uma grande altura, a raposa prateada rapidamente a agarrou e a jogou de volta na mão dele.

— E o que diabos isso significa? — Han Sen perguntou para a raposa, segurando a cabaça coberta de saliva na mão.

Mas a raposa prateada era incapaz de falar, então tudo o que podia fazer era permanecer no ombro dele, abanando sua cauda fofa.

Han Sen, não recebendo uma resposta formal, largou a cabaça mais uma vez.

E, novamente, a raposa prateada saltou para baixo, agarrou e a jogou de volta para ele. Pelo menos, agora sabia que ela queria que ele ficasse com a cabaça.

Han Sen observou a raposa prateada por um bom tempo, mas depois se virou e saiu da área.

Se isso era algo que ela insistia que guardasse, então não acreditava que fosse uma ameaça genuína. Talvez isso algum dia pudesse render algum tesouro incrível ou algo do tipo.

Pelo menos, não sentia nenhum perigo ao segurar a cabaça, de modo que era apenas sua paranoia insistindo para se livrar dela.

O batimento cardíaco da cabaça foi o que mais perturbou Han Sen. Sempre que segurava na mão, o movimento dentro o preocupava muito. A pulsação curiosa não parou desde que voltou da montanha Pilar Celestial. Tinha um batimento rápido, mas fraco, por isso, só conseguia sentir se segurasse na mão.

Han Sen continuou brincando com ela por mais alguns dias, sem saber se era realmente a cabaça que estava brincando com ele. No entanto, a cabaça “morta” e amarelada começou a parecer mais brilhante. Agora parecia uma jade amarela, com veias douradas correndo em torno da pele, o que era muito bonito.

O batimento cardíaco dela também parecia um pouco mais forte. Ainda estava fraco no geral, mas certamente teve uma pequena melhoria na força.

Han Sen descansou por meio mês. Seu corpo se curou nesse tempo, e também conseguiu melhorar o seu humor.

Agora, que tinha a balestra do pavão e os dardos das penas do corvo, poderia caçar qualquer criatura, desde que não fosse uma Super Criatura obscenamente poderosa como o corvo.

Hum, mas onde eu encontro esse alvo? Posso até tentar se for uma Super Criatura como a mula. E, mesmo que eu não consiga matar, ainda posso escapar sem muita dificuldade, Han Sen pensou.

O problema era que a montanha Pilar Celestial ainda era o lar daquele corvo vil, então não se via colocando os pés naquele lugar tão cedo.

Além disso, também não queria caçar as Super Criaturas que poderiam ser encontradas no mar, porque estava confiando na balestra, que era significativamente mais fraca debaixo d’água.

A Rainha falou para Han Sen que precisava fazer algo e retornou imediatamente à Aliança. Ele até perguntou onde poderia encontrar uma Super Criatura mais fácil de lidar, mas ela não respondeu.

Assim que estava se perguntando se era hora ou não de voltar para os campos de gelo, alguém bateu à porta.

— Quem é? — Han Sen franziu a testa.

— Han, sou eu! — uma voz familiar soou do outro lado da porta; era Chen Ran.

Han Sen ficou estarrecido, incapaz de acreditar que o velho desgraçado ainda estava vivo e que realmente teve a cara de pau de vir vê-lo. O que será que ele queria?


Nota:

1: vexilo, 2: ráquis, 3: barba, 4: porção plumácea, 5: cálamo.

Fundidos a raque(ráquis) estão uma série de filamentos chamados de barbas; as próprias barbas também são ramificadas e formam as bárbulas.


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