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Supreme Magus – Capítulo 1092

Fatos e Lendas (2)

“Por que você acha que feitiços Espirituais e Cunhagem Rúnica avançada não são ensinadas ao discípulo até que o mestre esteja prestes a falecer?”

“Porque são duas disciplinas que permitem lançar os feitiços mais fortes e criar as armas mais poderosas. Uma vez que a diferença entre o discípulo e o mestre se torne muito pequena, a única coisa que um aprendiz descontente precisará para matar seu mentor muito mais habilidoso é um momento de distração.”

“Não importa quão forte uma torre seja, se não reconhecer seu agressor como um inimigo, não vai ser melhor que a armadura que você deixou no armário.”

“Magos poderosos não morrem dramaticamente no campo de batalha pelas mãos de seu nêmesis centenário. Morrem lamentavelmente cagando, nas mãos de seus próprios filhos ou daqueles que consideravam como tal.”

“Por que vocês acham que os filhos dos Guardiões só confiam em seus Precursores?” Faluel disse enquanto olhava para Friya.

“Quantas torres de magos e indivíduos com núcleo branco conhecidos existem em mogar?” Friya se apressou em mudar de tópico. Com sua vida mais em jogo a cada dia que passava, a palavra Precursor soava terrivelmente como “morte” para ela.

“Ninguém sabe. Como eu disse, a menos que você use revigoramento em alguém, você não pode ver seu núcleo. A pessoa mais próxima de um núcleo branco pode ser Thrud Grifo. A Loucura de Artan refinou seu corpo de uma forma que nem mesmo o conselho entende.”

“Ela é a única a possuir um núcleo arco-íris em toda a história de Mogar. Quanto às torres, aqueles que as tem não compartilham tal informação facilmente e, infelizmente, não há um método de criação conhecido.”

“Mesmo linhagens antigas como a minha ainda procuram uma resposta. Agora, chega de lendas. Vamos voltar aos fatos. Uma coisa que não-Despertos ignoram, é a existência das Franjas.”

“Franjas são distorções naturais no espaço que são inacessíveis por meios tradicionais. Nós poderíamos ter uma aqui na floresta de Trawn e nunca ter notado. Franjas podem ser consideradas semelhantes a um espaço de armazenamento, porém aceitando seres vivos e com o tempo fluindo normalmente.”

“Não importa quantos pontos de acesso uma Franja tenha, dentro dela pode ser tão grande quanto uma vila, uma cidade ou até mesmo todo o Marquesado de Distar.” Faluel olhou para seus alunos um por um, demorando-se em Nalrond apenas por uma fração de segundo a mais do que os outros.

‘Droga, ela sabe com certeza que minha aldeia estava localizada dentro de uma Franja.’ Ele pensou. ‘Me pergunto se cometi um erro ao pedir que ela se tornasse minha mentora. Não há como saber se a Hidra é realmente desse tipo ou se ela apenas tem segundas intenções como todo mundo.”

“É fascinante, mas não consigo entender o objetivo delas.” Lith disse. “Quero dizer, qual é o propósito delas e por que elas não podem ser encontradas?”

“Mogar não tem favoritos, mas certamente está vivo. Como todos os seres vivos, sofre de solidão e às vezes gosta de mexer em suas criações. As Franjas são lugares onde a vontade de Mogar toma forma física, permitindo que ele se comunique.”

“Eu nunca estive dentro de uma Franja, mas minha avó sim. Segundo ela, só quem está em sintonia com Mogar pode acessar uma Franja, não importa se é boa ou ruim.”

“Além disso, também são usadas como habitats protegidos para espécies que podem não sobreviver no mundo exterior, mas que Mogar acha que ainda não cumpriram seu papel”. Faluel disse, olhando primeiro para Lith e depois para Nalrond.

‘Interessante. Talvez Mogar tenha se interessado por híbridos muito antes da minha chegada, provavelmente desde que os Werepeople foram criados séculos atrás. Isso também explicaria por que algumas espécies como elfos são consideradas um mito, mas Zolgrish usou um de seus filhos para criar Ratpack.’ Lith pensou. 

‘O pequeno assistente do Lich era capaz de ver a aparência humana de Solus mesmo quando ela estava em sua forma de anel. Se elfos vivem dentro de uma Franja, então ele também deve ter herdado sua afinidade com o planeta.’

‘Aquele Lich retardado tinha a chave para as Franjas o tempo todo, mas ele considera a visão de Ratpack nada mais do que devaneios infantis!’

“Franjas são lugares onde as fronteiras entre o mundo físico e o espiritual são finas como papel. Você pode visualizar a mente de Mogar para estudar o passado, observar o presente e até mesmo vislumbrar eventos futuros.”

“Além disso, de acordo com minha avó, você pode chamar Mogar e fazer perguntas ao planeta às quais ele responde.” Faluel disse.

“Por outro lado, comunicar-se com a vontade de Mogar implica chamar sua atenção para você e receber seu julgamento. Se Mogar ver algo ou alguém que não gosta, ele o destrói.”

“Minha avó não procurou uma audiência com o planeta porque a maioria daqueles que têm sucesso não vive para contar a história. Ela já se sentia sortuda por ter aprendido muitas coisas apenas respirando a energia mundial contendo as memórias de Mogar.”

No final da aula, Friya não conseguia parar de sonhar acordada em criar sua própria Franja. Uma mistura entre um palácio dimensional e uma torre de mago onde ela seria semelhante a um deus.

Todos queriam voltar para a torre de mago de Lith, desejando aprender o máximo que pudessem.

“Fiquem à vontade, queridos convidados.” Lith disse com um sorriso de escárnio. “Não é como se eu tivesse tido anos e meios para estudá-lo com o melhor de minhas habilidades.”

“Sim, nós dois tentamos entender como a torre funciona e como acelerar minha recuperação, mas sem sucesso.” Solus suspirou.

“Bem, você tem Revigoramento, mas certamente não tem feitiços de Maestria da Forja.” Quylla tirou sua varinha prateada de seu item dimensional. “Você pode imaginar o quão legal seria se todos nós tivéssemos nossa própria torre?”

“Já que estamos sonhando, quero o meu equipado com um garanhão sexy em vez de Solus.” A voz de Friya escorria sarcasmo.

“Espere, você já conhece feitiços que permitem estudar artefatos?” Lith de repente sentiu vontade de esconder todas as suas criações.

“Bem, duh! Foi a primeira coisa que papai nos ensinou depois de nos presentear com nossas varinhas. Dessa forma, podemos reconhecer itens poderosos em mercados de pulgas e não ser enganados quando comprarmos de um Forjador.” disse Phloria.

“Nós o que?” Friya amaldiçoou a si mesma por nunca ter ouvido uma palavra sobre Maestria da Forja no passado.

“Não há necessidade de esconder suas criações, Lith.” Quylla reconheceu seu olhar paranóico. “Nós nunca estudamos suas coisas e não vamos tentar nossos feitiços em Solus a menos que vocês dois nos dêem sua permissão.”

Lith e Solus trocaram um rápido olhar antes de acenar em uníssono.

Phloria e Quylla começaram a cantar enquanto Friya também pegava sua varinha e tentava memorizar suas ações. As varinhas do Mestre da Forja Real emitiam fios prateados que se infiltravam pelas pedras das paredes da torre.

Solus podia sentir várias medidas de segurança tentando atacar os invasores, mas ela as impediu de disparar.

‘Parece que Lith e eu somos os únicos que podem estudar com segurança o núcleo de energia da torre–’

De repente Solus podia ver na frente de seus olhos algum tipo de painel de controle do administrador. Seus amigos estavam marcados como convidados, com acesso livre a salas abertas, mas proibidos de alterar qualquer coisa dentro da torre.

‘Depois de ouvir as palavras de Faluel, não tenho vontade de desativar as medidas de segurança para ninguém. Dessa forma, mesmo que nossos inimigos coloquem um anel de escravos em nossos amigos, ninguém pode nos prejudicar aqui.’ Ela pensou.

“Deuses, eu não consigo ver nada. Está tudo borrado.” disse Quylla.


Notas:

[1] Eu traduzi os nomes tanto do Reino quanto das academias, então pra manter o padrão, vou traduzir o nome real também já que é tudo a mesma coisa.

[2] Não sei se preciso explicar, mas cá estou eu. Mogar é um PLANETA, logo não tem gênero. Optei pelo masculino pq é o neutro na língua e blá blá blá

[3] Werepeople é tipo werewolf (famoso lobisomem). A tradução literal é “eram gente”, caso queiram saber.

[4] Originalmente chamado “Marché aux puces”, o Mercado de Pulgas surgiu nos subúrbios de Paris, na França, como um grande bazar ao ar livre, que comportava a venda de vestuários que, na época, muitas vezes vinham infestados de pulgas. Fonte: Wikipedia


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Saefel
Membro
Saefel
5 meses atrás

Sabe muito, vlw pelas explicações, em parte eu já sabia de tudo o que vc falou menos sobre o “marché aux puces” e sobre o “eram gente”

Ramareqo
Membro
Ramareqo
9 meses atrás

Obrigado pelo capitulo! S2

PrincionD
Membro
Princion
10 meses atrás

Mesmo sabendo, obrigado pelas notas e por traduzir essa delícia de novel para nós.

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