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Supreme Magus – Capítulo 1151

Em Sofrimento (1)

“Como assim?” Morok perguntou enquanto retornava à forma humana.

“No momento em que alguém pisa dentro da barreira, sua consciência é atacada pela de Mogar. Sem o treinamento apropriado, a mente de seres frágeis como nós seria esmagada e nossa personalidade desapareceria.”

“Para deixar as garotas entrarem na Margem, tive que abrir o caminho enquanto atraía a maior parte da atenção de Mogar para mim. Por causa disso, elas conseguiram passar despercebidas e experimentaram apenas um segundo de pressão antes que o peso em suas mentes desaparecesse.”

“Por outro lado, mesmo uma breve exposição a Mogar é perigoso. Para separar suas personalidades daquelas que estavam na barreira, elas precisaram reviver todos os eventos traumáticos de suas vidas.”

“O que quer que tenha feito elas serem quem são hoje, aconteceu de uma vez, sem tempo para lamentar os mortos ou respirar. Eu sabia que poderia ser traumático, mas nunca esperei que as duas nobres mimadas carregariam um fardo tão pesado.”

“A conexão mental que eu estava usando para proteger as garotas me forçou a experimentar parte de sua culpa como se fosse minha. Isso quase me matou.” Nalrond disse.

“Quem te deu o direito de bisbilhotar nosso passado assim? Você deveria ter pedido nossa permissão.” Friya libertou sua mão do aperto de Morok e apontou a faca para a garganta do Rezar.

Toda a auto-aversão que ela sentia se transformou em uma raiva desenfreada que precisava de uma maneira de desabafar. A pele humana macia de Nalrond era um excelente alvo.

“Eu não vi nada. Só senti a dor.” Ele respondeu enquanto a olhava nos olhos. “Sinto muito. Eu pensei que você e sua irmã fossem respectivamente uma mulher infeliz com sua vida e uma amante da magia, não dois sacos ambulantes de dor.”

“Pelo menos você é honesto.” Friya rosnou enquanto guardava a faca. “Não assuma que você é o único com um passado triste só porque não choramos aos quatro ventos igual você faz.”

“Correção. Agora cê faz.” Morok apontou acima da cabeça de Friya e Quylla, onde agora flutuavam duas figuras espectrais.

Enquanto Nalrond tinha um Rezar irritado e choroso saindo de seus ombros, a Projeção da Alma de Friya representava uma jovem carregada com pesadas correntes presas por um cadeado.

A mulher segurava a chave em suas mãos, mas ela apenas olhava para ela em silêncio enquanto lágrimas de sangue escorriam por seus olhos. Quylla, em vez disso, tinha uma imagem de si mesma vestida com o manto violeta profundo de um Magus.

A Projeção parecia feliz, mas assim que tentou lançar um feitiço, seus dedos se transformaram em cobras que a devoraram de dentro para fora. Então, a massa rastejante de cobras se transformou em seu corpo e o ciclo recomeçou.

“Uau, direto pro Magus. Bastante confiante, ein?”disse Morok.

“O que cacete são essas coisas e como podemos fazê-las desaparecer?” Friya perguntou enquanto corava até as orelhas.

Além das correntes, seu avatar não usava nada.

“Eu já lhes disse, essas são suas projeções da alma.” A voz de Nalrond soou fria, sem nenhum vestígio de sua culpa anterior.

“Você não pode fazê-los desaparecer até que resolvam o problema que eles representam. Eu esperava que vê-los pudesse ajudar vocês duas, mas agora percebi que trazer vocês foi um erro. Sintam-se à vontade para sair.”

“Por que você diz isso?” perguntou Quylla.

“Porque isso é exatamente como a Projeção de Acala parecia.” Nalrond apontou para a donzela acorrentada acima da cabeça de Friya.

“A imagem de uma pessoa sobrecarregada pelas expectativas dos outros. Alguém que tem tanto medo de descobrir que é a verdadeira fonte de sua própria miséria que prefere continuar usando as correntes.”

Essas palavras surpreenderam Friya, fazendo com que sua raiva se transformasse em vergonha.

‘Sou realmente o tipo de pessoa que sacrificaria dezenas de pessoas inocentes só para se sentir bem consigo mesma? Quero dizer, claro, me tornar a Precursora de Faluel não é muito diferente de se relacionar com Alvorada, mas pelo menos estou colocando em risco apenas a mim mesma.’

‘Pelo menos até Faluel não me mandar matar pessoas.’ Ela pensou, descobrindo que o paralelo entre sua condição e a do Patrulheiro traidor era muito próximo.

Ambos estavam tão desapontados consigo mesmos que estavam dispostos a desistir de sua liberdade apenas para preencher o vazio em suas almas, em vez de tentar consertar seus problemas.

“E o de Quylla?” perguntou Morok.

“Eu não sei. Os anciões interpretavam nossas projeções para nos ajudar a superar nossos limites, mas mesmo eles não conseguiram se livrar de seus próprios demônios internos. A verdadeira questão é: como você não tem um?” Nalrond colocou seu dedo indicador e médio na testa de Morok.

O Rezar viveu a maior parte de sua vida dentro da Margem, tornando-o um especialista em manipular a energia mundial densa preenchida com a vontade de Mogar que os cercava. Com uma respiração profunda, ele conjurou a atenção do planeta em Morok por uma fração de segundo, fazendo sua Projeção aparecer.

Parecia uma cópia perfeita de Morok que se movia e falava junto com ele enquanto dizia:

“Simples. Diferente de vocês, estou feliz comigo mesmo.” Os dois Moroks deram de ombros enquanto se tornavam um novamente. “Agora, se a discussão tiver acabado, podemos aproveitar a paisagem. Esse lugar é muito melhor do que aquele deserto de merda.”

Com tudo o que aconteceu, nenhum deles teve tempo de notar a beleza da Margem. A grama alta com listras alaranjadas crescia sob seus pés, farfalhando por uma brisa suave de primavera que trazia o cheiro da chuva.

Os luxuriantes prados verdes se estendiam até onde a vista alcançava, mas estavam longe de serem vazios. O grupo apareceu perto de várias árvores frutíferas com listras azuis cobrindo sua casca marrom.

Seus galhos estavam cheios de frutas maduras cujo cheiro delicioso os deixava com fome.

Pequenos animais parecidos com chinchilas de pelo prateado saíram de suas tocas enquanto pássaros de penas brilhantes vieram olhar para os recém-chegados. O barulho os deixou mais curiosos do que assustados porque nunca haviam conhecido humanos antes.

“Pela Grande Mãe, isso é maior que Lutia.” Friya disse enquanto olhava para os arredores com admiração. Descobrir que o próprio Mogar era na verdade o primeiro mago dimensional a deixou orgulhosa de sua profissão.

“Sim. E esses bosques fazem Trawn parecer um jardim em comparação.” Quylla apontou para a massa espessa de árvores altas visíveis no horizonte.

“O que?” Essas palavras fizeram Nalrond sair de seu devaneio. O contato com Morok o inundou de paz, fazendo o Rezar esquecer tudo sobre sua nova desconfiança em Friya e se perder em memórias passadas.

Os cheiros, os sons e a visão de sua casa perdida despertaram tantas lembranças que Nalrond não percebeu as lágrimas quentes escorrendo por seus próprios olhos.

“Não há bosques nesta Margem, apenas árvores frutíferas. Além disso, posso garantir que não é tão grande. As Margens nunca se estendem além do que precisam para hospedar as criaturas que devem proteger.” No entanto, ele só precisou seguir o dedo de Quylla para perceber que ela estava certa.

A Margem era como ele se lembrava, mas também era diferente. Nalrond se transformou em sua forma de Rezar, para usar seus sentidos animais para entender quão profundas eram as mudanças. Ele podia sentir o cheiro de coisas velhas e novas.

O vento trazia o cheiro de árvores que ele nunca conhecera nem no mundo exterior, de flores que não pertenciam à sua casa, mas também o leve cheiro de pão recém-assado e o barulho de crianças brincando ao ar livre.


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Mathh_01
Visitante
Mathh_01
1 mês atrás

Morok é muito foda kkkkkk

Ramareqo
Membro
Ramareqo
8 meses atrás

Obrigado pelo capitulo !S2

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