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Supreme Magus – Capítulo 1175

Passado Doloroso (1)

Somente depois que as varinhas das garotas, os olhos de Morok e os próprios dispositivos e sentidos de Nalrond falharam em detectar qualquer traço de enganação, a febre o deixou, permitindo que o Rezar relaxasse.

“Quando cheguei aqui, você me disse que a princípio acreditava que sua Margem havia se expandido e que só mais tarde sua tribo entendeu que ela se fundiu com a do meu povo.” disse Nalrond.

“Exatamente.” Kimo assentiu.

“Ainda assim, não entendo porquê vocês precisariam de uma segunda Margem. Entendo que com o tempo sua tribo cresceu em número a ponto de precisarem de mais terra, mas mesmo levando em conta as outras aldeias, há poucos de vocês e muita floresta.”

“Por que vocêd não foram para lá?” perguntou Nalrond?

“Porque esse é o território dos elfos, irmão. Não é sábio mexer com eles a menos que seja estritamente necessário. Eles são um povo sábio e poderoso, mas depois de tudo que passaram, eles preferem morrer do que desistir de um único centímetro de suas terras.” Kimo respondeu.

“Elfos?” Essa palavra chocou Nalrond.

Mesmo tendo vivido dentro de uma Margem, ele ainda os considerava um mito, assim como todo o mundo considerava as Margens.

“Sim. Eles já estavam aqui quando entramos. Depois de ouvir nossa história, eles superaram nossas diferenças e nos permitiram ocupar as planícies em troca da promessa de nunca entrar em suas matas.”

“Com o tempo, no entanto, tanto o nosso como o seu povo cresceram em número a ponto de a Margem não poder sustentar a todos nós. Estávamos até pensando em começar uma colônia no mundo exterior quando a sua Margem foi adicionada à nossa.” Kimo ficou pálido com o pensamento.

Sem o massacre de Alvorada, ele e todos os outros na nova aldeia teriam sido forçados a sair.

“Mas por que seríamos diferentes? De acordo com o pouco que se sabe sobre os elfos, os humanos os derrotaram em uma guerra milênios atrás e os forçaram ao exílio assim como fizeram experimentos em nós, nos transformando em híbridos apenas para matar melhor seus vizinhos.”

“Elfos podem pertencer a uma raça diferente, mas nossa história é tão parecida que eles deveriam nos tratar como primos.” Nalrond ficou surpreso com a facilidade com que ele usou a palavra “nós”, mesmo que seus anfitriões mal o conhecessem.

Ele nunca tinha feito isso com a família de Lith, nem mesmo depois de passar meses com eles.

“Infelizmente, quando os elfos nos vêem, eles dificilmente conseguem ir além de nossa metade humana.” Kimo suspirou enquanto pensava em quantas coisas as duas raças poderiam ter aprendido uma com a outra se apenas os elfos conseguissem deixar o passado para trás.

Cidade de Regia.

Depois que Lith partiu para a missão de extermínio, Phloria e Tista tiveram que encontrar sua própria maneira de contribuir para a sociedade das feras para obter acesso a recursos preciosos como metais encantados e cristais de mana.

Mesmo que Phloria viesse de uma das famílias mais poderosas do Reino, Adamantino e Davross estavam fora de seu alcance. A Realeza detinha o monopólio do Davross e o Adamantino era tão caro que Orion a proibiu de usá-lo em seus trabalhos até que ele se certificasse de que ela não o desperdiçaria em experimentos fracassados.

Tista estava em um barco ainda pior do que ela. Ela não tinha acesso nem mesmo ao Oricalco porque era muito caro para ela e a realeza não confiava em suas habilidades o suficiente para fornecer o metal precioso.

“Sabe, esta é a primeira vez que ser irmã de Lith me incomoda.” Tista suspirou. “Durante as viagens que fiz sozinha, lutei contra muitas criaturas e ganhei muitos méritos, mas todos me tratam como se eu tivesse acabado de me formar na Academia.”

“Você se lembra da cara que o Rei e a Rainha fizeram quando eu pedi matéria prima pra trabalhar?”

“Claro. A cara deles parecia com a que meu pai fez quando eu pedi a ele um dragão de estimação quando era mais nova.” Phloria riu. “Não se preocupe, Tista. Não é porque você é irmã de Lith, mas porque você não tem nenhum reconhecimento oficial.”

“O que você quer dizer? Eu trabalhei muito para o Reino.”

“Não. Você trabalhou muito para si mesma, escolhendo as missões da associação que melhor lhe convinham. Claro, o Reino se beneficiou de suas ações, mas foi apenas um efeito colateral.”

“Lith e eu, ao contrário, realizamos missões que beneficiavam apenas o Reino. Não recebemos nada deles, exceto o que nossos comandantes decidiram nos recompensar. No caso de Lith, materiais de fabricação e no meu, lições de Forja Real do meu pai.” disse Phloria.

“Eu pensei que Orion fez isso com sua própria autoridade.” disse Tista surpresa.

“Ele fez, mas se Quylla e eu não tivéssemos méritos suficientes por conta própria, teria sido um ato de traição. É por isso que ele deu a varinha para Friya, mas não ensinou nada a ela sobre runas ou feitiços de Maestria da Forja.”

Tista refletiu um pouco sobre suas palavras, desejando que pudessem ir a um bar, a uma taverna ou a qualquer lugar onde comer e beber. Reghia não tinha estabelecimentos e com Solus fora, elas também não tinham moradia.

As duas mulheres só podiam ficar em sua casa improvisada, usando seus feitiços de magia da terra enquanto conversavam para torná-la menos improvisada.

“Como você está depois de deixar o exército?” perguntou Tista.

“Melhor do que eu jamais pensei que estaria. Entre as lições de Faluel e todo o atraso que tenho que recuperar com a magia verdadeira, não tenho tempo para me entregar a hipocrisia sobre minha vida ou pensamentos assassinos sobre Deirus.” disse Phloria.

“A propósito, posso te perguntar uma coisa?”

“Vai fundo.” disse Phloria.

“Eu notei que por um longo tempo você quase parecia mais irritada com Lith do que com Deirus. Você demorou mais para se acostumar com a existência de Solus do que para superar a injustiça de seu julgamento.” questionou Tista.

“Deuses, Tista, às vezes sua ingenuidade é frustrante a ponto de ser fofa.” Phloria alterou a densidade de uma poltrona até ficar confortável antes de responder.

“Venho de uma família rica e poderosa, ter inimigos sempre foi normal para mim. As pessoas espalhavam rumores terríveis sobre mim na academia e durante meu treinamento alguém revelou minha identidade e transformou minha vida em um inferno.”

“No entanto, eu nunca levei para o lado pessoal, porque comparado com todas as coisas boas que meu nome trás, era uma coisa pequena. Eu não me vinguei de Trion porque ele era apenas um peão. Eu me ressinto profundamente por Deirus pelo que ele fez e pelo que ele está fazendo, mas quer saber?”

“Ele é um inimigo, então estou mais irritada com o pensamento de como ele ainda abusa do nome de Yurial para acobertar as merdas que faz do que com suas ações. Você deve entender que mesmo que Deirus não estivesse atrás do meu sangue, outro alguém o faria.”

“Sozinho ele não poderia ter atrapalhado minha carreira como fez. Sejamos honestas, Kulah foi um desastre e deu a todos aqueles que se ressentiam de mim ou da minha família a oportunidade perfeita para atacar.”

“Você me vê tranquila quanto a isso, não porque não me importo ou o perdoei, mas sim, pois já fiz tudo que podia. Primeiro como oficial do exército e depois como Ernas. Agora, porém, a luta mudou para uma esfera política onde não há lugar para uma lutadora como eu.” disse Phloria.

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kurumiD
Membro
kurumi
1 mês atrás

Phloria basicamente está acostumada com essa parte da vida dos nobres

Ramareqo
Membro
Ramareqo
1 ano atrás

Obrigado pelo capitulo! S2

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