O tempo passou.
Alex contou tudo ao Arquivista.
Não havia razão para esconder nada.
Depois que o Arquivista ouviu tudo, ele finalmente compreendeu o que havia acontecido.
No fim, o Arquivista não sabia o que deveria sentir.
Todo Imperador Mago sonhava em um dia deixar Aterium.
No entanto, agora esse sonho fora confirmado como impossível.
Havia, de fato, um limite, e o Arquivista já havia chegado a ele.
Mesmo se tornando um Deus, nada mudaria.
Sim, o Arquivista se tornaria mais poderoso, mas nada além disso mudaria.
Ele ainda estaria preso em Aterium por toda a eternidade.
Não fazia diferença.
Nesse momento, Alex e o Arquivista eram os únicos humanos existentes.
Depois de conversarem por um longo tempo, Alex ofereceu ao Arquivista a chance de se tornar um Deus também.
No entanto, o Arquivista recusou.
O Arquivista queria que o mundo tivesse mais Mana.
Se ele se tornasse um Deus, Aterium não teria Mana suficiente para outro Deus.
O Arquivista ainda tinha esperança.
Talvez, um dia, o mundo desse origem a um gênio sem precedentes.
Talvez, essa pessoa fosse capaz de encontrar um caminho através da Destruição eterna ao redor de Aterium.
No entanto, se o Arquivista se tornasse um Deus agora, essa pessoa não poderia se tornar um Deus sem que o Arquivista morresse.
Obviamente, o Arquivista não queria morrer.
Foi por isso que ele decidiu permanecer um Imperador Mago no Pináculo.
Alex compartilhava um pouco da esperança do Arquivista.
E assim, o tempo passou.
Alex e o Arquivista estudaram a parede prateada, a Entropia e a Destruição eterna além de Aterium.
Eles aprenderam muito.
Mas, eventualmente, não havia mais nada para aprender.
Pelo menos, suas mentes não eram avançadas o suficiente para compreender completamente a Entropia, a Mana e a Destruição.
Em algum momento, as coisas simplesmente pararam de fazer sentido, e tudo parecia ser apenas um amontoado de palavras sem sentido.
Esse momento chegou trezentos mil anos após a partida de Shang.
Até então, graças a Alex e ao Arquivista, os humanos haviam reaparecido no mundo e já haviam criado muitos caminhos diferentes.
Naturalmente, as bestas também estavam lá, e eram um pouco mais poderosas que os humanos.
Aterium havia se transformado em algo irreconhecível em relação ao passado.
Alex e o Arquivista desistiram de tentar compreender as forças fundamentais da existência.
Era impossível.
Nesse ponto, Alex decidiu compreender todos os Conceitos em Aterium.
Já que estava preso nesse mundo, decidiu aprender tudo o que pudesse sobre ele.
Com a mente poderosa de Alex, levou apenas cinquenta mil anos para compreender todos os Conceitos, exceto os da Vida.
Mas, após mais um milhão de anos, Alex finalmente os compreendeu.
Então, não havia mais nada para aprender.
Até aquele momento, o mundo havia passado por outro reset moderado.
Não foi nem de longe tão absoluto quanto o de Shang, mas poderia ser descrito como um apocalipse.
Muitas pessoas e bestas poderosas morreram.
E então, a vida tornou-se mais forte novamente.
Outro milhão de anos depois, Alex percebeu algo.
Mesmo sem a presença de nenhuma Abominação, a quantidade de Mana no mundo ainda havia diminuído!
Foi uma redução de apenas 0,001%, mas isso ainda significava um fim inevitável para a existência.
Naturalmente, Alex e o Arquivista procuraram a causa, e a encontraram.
Partículas inimaginavelmente minúsculas de Entropia surgiam aleatoriamente dentro de Aterium.
Essas partículas eram tão pequenas que explodiam imediatamente sem que ninguém percebesse ou se importasse.
Provavelmente levaria mais de um trilhão de anos para erradicar toda a Mana do mundo.
No entanto, isso ainda aconteceria um dia.
É claro que isso tornou o clima ainda mais sombrio.
Será que realmente não havia esperança?
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Nunca terminava.
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Tudo continuava o mesmo.
Nada mudava.
Não havia mais nada para aprender.
Alex não podia se tornar mais poderoso.
Alex conhecia cada partícula de seu mundo como a palma de sua mão e conseguia prever o que aconteceria anos à frente.
Eternidade.
Somente agora Alex começou a perceber o que eternidade realmente significava.
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Alex já não pensava ativamente.
Ele apenas existia.
Não havia mais nada sobre o que pensar.
Não havia mais nada para o corpo ou a mente de Alex fazer.
Nada.
Ele apenas existia.
Sem propósito.
Sem objetivo.
Sem esperança.
Nada.
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Outro milhão de anos passou.
Alex sentia dor.
A existência havia se tornado insuportável.
Alex passava o dia olhando para uma poderosa espada que criara.
Ele queria acabar com tudo.
Mas, se fizesse isso, Aterium também deixaria de existir.
O conflito interno era eterno.
Alex só queria morrer.
Mas não podia.
Cada segundo parecia uma hora sempre que Alex mergulhava nesse conflito interno.
Ele só queria que tudo terminasse.
Por favor.
Por favor!
WHOOOOOOM!
De repente, a cabeça de Alex se ergueu.
Algo havia acontecido!
Alex olhou para uma ilha isolada ao norte de Aterium.
Dentro de uma caverna, bem no subsolo, algo havia mudado.
Havia algo novo!
Algo que Alex nunca havia visto antes!
Era uma espécie de portão dourado!
No entanto, no centro do portão, havia apenas o vazio.
Alex reconheceu o vazio como Entropia, mas, por algum motivo, esse tipo de Entropia era diferente da que ele estava acostumado a ver.
De alguma forma, ela parecia… mística.
Era estranho.
Alex desapareceu e reapareceu diante do portão.
Alex não fazia ideia do que era aquele portão ou como e por que ele havia surgido repentinamente.
Por um tempo, Alex apenas observou o portão.
Então, ele estendeu a mão direita e tocou sua estrutura.
Os olhos de Alex se arregalaram de choque.
Era tão duro!
Ele não conseguia destruí-lo!
Era preciso lembrar que não havia nada que Alex não pudesse destruir!
No entanto, por algum motivo, a dureza daquele portão estava além de tudo o que Alex já havia tocado!
Mas, ao olhar para dentro do portão, Alex sentiu algo.
Um medo profundo.
Um terror verdadeiro.
Toda a sua existência dizia que ele morreria se entrasse.
Todos os seus instintos gritavam que a sobrevivência era impossível.
No entanto, aquele portão representava algo novo.
Talvez houvesse algo que Alex pudesse fazer?
Talvez aquele portão pudesse lhe dar uma saída de Aterium?
Mas então, Alex percebeu o problema.
Se ele entrasse no portão, Aterium perderia sua conexão com ele e seria destruído.
Mais uma vez, Alex ficou preso em um conflito interno.
Ele tinha que escolher entre uma possível esperança para si mesmo e Aterium.
Alex lutou consigo mesmo.
No entanto, antes que Alex chegasse a uma decisão, algo aconteceu.
BANG!
Os olhos de Alex se arregalaram de terror quando o portão diante dele foi arremessado para o lado como se alguém tivesse acabado de chutá-lo.
— Eu já disse para parar de fazer isso!
Alex olhou, congelado de choque, para… o que era aquilo?
Era uma espécie de sombra prateada?
Parecia uma sombra bidimensional prateada de um homem.
Alex nunca tinha visto nada parecido.
— Droga, isso está ficando irritante! — a sombra prateada gritou, irritada.
Então, a sombra prateada ‘virou-se’ para Alex e o encarou.
Naquele momento, Alex sentiu que a sombra prateada aprendeu tudo sobre sua existência e sua história em um único instante.
— Uau — a sombra prateada disse um momento depois. — Cara, você tem uns problemas.
— Cara…? — Alex repetiu, chocado.
— Mas ei! Não se preocupe! Eu conheço exatamente a pessoa certa para te ajudar! — a sombra prateada disse em um tom animado.
SHING!
Então, um pequeno cartão apareceu diante de Alex, que o olhou chocado.
— Clínica de Saúde Mental Gravitas? — Alex leu, confuso.