Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx
Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Sword Pilgrim – Capítulo 32

Capítulo 32

Hwiiing.

O vento frio do norte atingia a pele como facas.

Uma brisa fria do amanhecer que penetra em seus ossos até a pessoa se inclinar e evoca uma nostalgia sem sentido.

Estou com tanto frio, que me pergunto se mais alguém também está assim. Esse tipo de pensamento naturalmente leva a um desejo amargo.

Que alguém pode ser um amante ou talvez um familiar?

Ou outra pessoa.

Tock, tock.

Sob o céu da manhã sem estrelas.

Um homem de meia-idade estava nas paredes do castelo suportando o vento cortante.

Tinha uma espada na bainha da sua cintura, adornada com uma joia cinza que se assemelhava aos olhos dos Jervain, e não perdendo seu brilho nem mesmo durante os ventos do norte.

No punho da espada tinha gravado a marca dos Jervain, significando que a espada era passada de geração em geração.

A espada guardiã que protegia o Norte, que só poderia ser herdada por um novo Patriarca.

Callis, o Vento do Norte.

O homem que segura o punho dela…

Elburton, o Patriarca da família Jervain, acenou com a mão.

O vento que voava pelos seus dedos grossos ficou rapidamente preso na sua mão.

Hooo!!

Em um instante, aquele forte vento norte desceu suavemente em sua palma como uma besta domesticada.

O vento calmo do norte não o fez tremer.

Mas tinha um traço de nostalgia acalentada.

— Callius…

O Supremo Governante do Norte, Elburton von Jervain.

Suas pupilas cinzentas tremiam fracamente.

Cof, cof.

Houve um som de tosse molhada, que desapareceu com o vento forte, e o cheiro de sangue também se dissipou rapidamente.

— Conde Jervain.

Era Bernard.

Ele olhou amargamente para o lenço na mão de Elburton.

— Você parece horrível… Esqueça.

Elburton von Jervain.

O conde Jervain, chefe da Casa Jervain, escondeu o lenço manchado de sangue que estava na mão e olhou para baixo das paredes do castelo.

Mesmo nesta madrugada, os refugiados continuaram a bater nos portões.

De lá para cá, muitos residentes territoriais continuaram a jornada constante em direção ao Castelo Jevariano, o lar da Espada do Norte.

— Sir Bernard. O que acha?

— Isso não é algo que você já previu?

— Até certo ponto.

No entanto, a situação era mais grave do que o esperado.

— O sinal dos batedores chegou. Dizem que um batalhão de orcs do Norte está em movimento.

— Eles estão quietos há muito tempo, então quer dizer que estavam reunindo suas forças o tempo todo para finalmente recuperar as áreas do norte.

Algo que teria acontecido um dia.

Uma ocorrência natural.

— Mas este não é um bom momento.

— Você não está errado.

— Não é um bom momento.

Os invernos no Norte eram duros.

Esse frio severo era momento inoportuno para sofrer com a escassez de alimentos, e a guerra que de repente estourou rapidamente secaria os alimentos estocados.

— Seria bom se esse vento passasse logo.

O Norte enfrentaria sérios problemas desta vez.

— Quantos são?

— Quase sete mil, é o que dizem. Quanto mais tempo passa, mais terão.

Sete mil orcs.

— Nosso exército…

— Mil Cavaleiros Jervain.

E três mil soldados.

Quatro mil no total.

Era um número excepcionalmente grande para um exército possuído por uma única família, só possível porque a família em questão eram os Jervain do Norte.

Mas, mesmo assim…

— Quatro mil… será difícil.

Esqueça o número.

A boa notícia é que o castelo tem paredes grossas… Mas não faz sentido ficar trancado no castelo e esperar o cerco.

— Então nós temos que preparar.

Precisamos diminuir os números das tropas deles pelo menos um pouco. Não podemos deixar tantas bestas chegarem ao castelo.

Além disso,

— Eu não acho que isso seja tudo.

— Você está falando de Callavan?

— Ele é bom em esgrima e tem um bom cérebro. É até gentil e generoso com as pessoas, então deve ser capaz de proteger as áreas do norte.

Só há uma coisa que o líder dos Jervain precisa. A habilidade e a vontade de proteger o Norte.

— Então por que você duvida dele?

— Ele é… ele é muito filial.

— Você está falando do pai biológico dele…

— Sim. Ao contrário de mim, aquele homem tem um bom filho.

Elburton expressou sua acusação.

— Callavan pretende me matar e fazer de seu pai o Patriarca.

Algo que acontecerá se você ficar quieto.

— Ele está fazendo algo tolo, porque não sabe que estou doente.

— Você sabia de tudo desde o início?

— Eu sou a espada dos Jervain e o escudo que protege o Norte. Preciso ser capaz de notar pelo menos isso.

— Então, por que você simplesmente deixou isso de lado? Se aparasse os brotos com antecedência…

Elburton silenciosamente fechou a boca com a pergunta de Bernard.

— A tolice de um velho.

— Você é mais jovem do que eu, mas do que está falando?

— Toda vez que vejo Callavan… Fico pensando nele.

— Está falando do Callius?

Elburton não respondeu.

Mas parecia que Bernard entendeu.

— Sangue não mente.

Mesmo que seja para a família.

Até mesmo um homem de sangue frio que abandonou seus filhos ainda é um pai no final.

Um pai não pode ignorar o sofrimento de uma criança.

— Sir Bernard.

— Sim.

— Callavan sozinho não poderia ter movido os orcs. Ele é valente, mas isso não é suficiente para alcançar tal coisa.

Existe alguém ajudando nas sombras.

Uma pessoa com experiência, conhecimento do Norte e um profundo rancor.

— Talvez alguém que pertença àquele grupo.

— Ele é um fantoche? Talvez o pai biológico de Callavan?

— Talvez. Se ele quer se tornar o Chefe da Família, precisa de uma maneira de realizar a cerimônia de sucessão rapidamente em meio ao fogo da guerra. Tramar isso tudo seria difícil sozinho.

Mas, principalmente.

Tinha algo maior na raiz de tudo… então pensou Elburton.

Callis, a espada relíquia de família na mão de Elburton, mostrou um leve tremor.

Não era medo ou terror.

Era apenas a antecipação do que estava por vir.

— Talvez tudo isso seja apenas coincidência, mas há menos coincidências no mundo do que você imagina.

— Isso é verdade.

— Sir Bernard… Eu posso morrer neste campo de batalha.

— Não diga isso. Sua morte não é a morte de apenas um indivíduo.

— De qualquer forma, este corpo não tem muitos dias de vida. Nesse caso, acho esplêndido morrer honrosamente no abraço da batalha. O Supremo Governante do Norte ainda é apenas um soldado… E deve enfrentar o fim trágico de um soldado.

Bernard, que estava prestes a refutar, não conseguiu falar.

Elburton e Bernard eram espadachins e cavaleiros.

Ele entendeu a relutância de Elburton em ter uma morte miserável.

— Estamos em paz há muito tempo.

— Mas o Norte sempre tem…

— Nunca houve um campo de batalha como este. Melhor agora. Se a guerra estourasse depois que eu morresse, teria sido difícil de suportar.

Bernard sentiu uma estranha sensação de déjà-vu.

Elburton falou como se quisesse esta guerra.

Sob seu comportamento desesperado, ele parecia ter expectativas estranhas.

É como se procurasse o lugar perfeito para morrer.

— Você está pensando em morrer.

— Se eu morrer, o que vai acontecer com os Jervain. O que vai acontecer com o Norte…? Está curioso?

— Não estou… curioso.

— Eu penso que. Se eu morrer…

E os Jervain?

Quem liderará?

Além disso, que tipo de vento soprará no Norte?

Será que o seu sucessor será capaz de domar Callis, que o acompanhou toda a sua vida?

— Aquele cara?

E Callius.

E sobre o seu único filho?

Foi então que…

Um cavaleiro com a marca de Jervain correu em sua direção.

— Algo aconteceu?

— Um sinal de emergência dos batedores!

— Me diga.

— Houve uma batalha na aldeia de Dynel, e mesmo que em menor número, os Cavaleiros foram vitoriosos!

Triunfo este que chegou durante esta situação ruim.

— Finalmente, boas notícias. Alguém cumpriu uma tarefa honrosa.

Os Jervains das famílias dos ramos ainda não tinham chegado, então pensou que poderia ser um deles.

— Eles disseram que um Cavaleiro usando uma capa vermelha estava liderando o grupo…

— Callius!

Bernard exclamou.

As pupilas de Elburton tremeram ligeiramente.

— Ele?

Ele liderou os Cavaleiros e aniquilou os Orcs?

Bernard não duvidou, mas Elburton franziu as sobrancelhas.

Isso era difícil de acreditar.

— Entretanto…

Antes mesmo de terminar de pensar.

O relatório do soldado ainda não havia terminado.

— Dizem que um Grande Guerreiro foi avistado, movendo-se em direção a Dynel.

— O quê…?!

— Um Grande Guerreiro… Isso significa que alguém capaz de comandar um batalhão completo entre os orcs!?

— Ele está se movendo sozinho…?

— Sim! Exatamente!

— Eu sei quem é. O Grande Guerreiro que se move como um fantasma solitário nos campos de batalha. Kel’tubk, é ele.

Ele tinha uma disposição bastante única, mas suas habilidades não podiam ser questionadas.

Não tinha como contar o número de Cavaleiros do Norte que pereceram sob seu machado.

— Eu vou. Callius sozinho não vai conseguir facilmente!

Diante da fala de Bernard, com a intenção de sair correndo, Elburton desembainhou sua espada.

A relíquia dos Jervain.

Callis, o Vento do Norte.

— Vá. O Vento do Norte vai te carregar.

Cheok.

Selululuk!

De repente, um vento tempestuoso soprou.

A forma de Bernard desapareceu com o vento forte.

A espada que contém os ventos do norte, Callis.

Os olhos do soldado brilhavam intensamente.

— Mas…

Com uma risada, os olhos de Elburton brilharam.

— É a primeira vez que vejo seu rosto.

O rosto do soldado se contorceu.

TasTadadadadat!

Como se fosse um sinal, formas de roupas pretas que pareciam assassinos apareceram de baixo da parede, não escondendo mais sua aura.

Os cantos dos lábios de Elburton se ergueram.

Era um sorriso frio.

— O boato era verdadeiro?

O Supremo Governante do Norte enfrentou as dezenas de assassinos em sua frente.

Em sua pergunta, alguém na multidão abriu a boca.

— É verdade…

— Tudo bem, então.

Logo o vento norte soprou novamente.

— Oooaaaaaaaa!

Um grande grito se seguiu.

Eles venceram a batalha que pensavam ser impossível de vencer, então era apenas natural.

Até eu tenho esse sentimento emocionante, então por que eles seriam diferentes?

A vitória é valiosa e alegre para todos.

Portanto, era natural que se exaltassem na alegria da vitória.

Hwiiiing–

Infelizmente, o mundo era imprevisível.

— Eu não gosto de variáveis.

Sentado em uma montanha feita de cadáveres de orcs, mal apoiando meu corpo com uma espada, vi alguém andando sozinho como se vagasse por um mar de sangue.

Seus cabelos vermelhos, amarrados em feixes, não tremulavam mesmo diante dos fortes ventos do norte.

Dois machados com emblemas vermelhos gravados neles estavam em suas mãos, que irradiaram um tremendo impulso.

Cabelo tingido de vermelho, permitido apenas para aqueles altamente honrados por suas realizações na sociedade orc. Manchados de sangue.

Comparando com a Igreja Valtherus, ele estava no mesmo nível que um paladino possuindo uma Espada Espiritual.

Grande Orc Guerreiro.

— Uh…

O vento mudou com a aparência do homem.

O vento do norte que só sentia frio até então, agora estava se aproximando do ponto de congelamento.

Gulp-

Não é nenhum outro orc.

Mesmo aqueles que não conheciam a história dos Grandes Guerreiros não podiam abrir a boca por causa de comportamento e coragem.

Aqueles que tinham acabado de gritar até que suas gargantas explodissem, agora não podiam pronunciar nem uma palavra e só podiam engolir em seco.

‘Merda.’

Quero dizer, imagine esse tipo de momento.

Não é como derramar água fria em você, mais como se estivesse se afogando nela. Acabamos de vencer a batalha, mas antes que pudéssemos saborear nossa vitória, esse cara apareceu e demoliu todos os nossos sentimentos de exaltação.

Se estava ciente disso ou não, o Grande Guerreiro entrou lentamente e olhou atentamente para Callius, que estava sentado na pilha de cadáveres de orcs.

Kung, kung.

Ele colocou os machados no chão.

Esticando o pescoço e relaxando o corpo, esperou silenciosamente que a batalha começasse.

— Mestre…! Vamos fugir?

Bruns ficou apavorado.

Inteligente como sempre, ele parecia ter percebido que o nível do Grande Guerreiro era bastante diferente daqueles que enfretou até agora.

Basta olhar para ele, a aura que emana é suficiente para sobrecarregar o ambiente e deixar o ar pesado, então o que você pode fazer?

— Fugir será difícil.

Apenas um inimigo. No entanto, seu nível excedia muito os orcs que tinham enfrentado até agora. Se fugir, morre.

No momento em que tentarem fugir, serão pegos um por um e terão os membros despedaçados.

É melhor lutar.’

Felizmente, era um Grande Guerreiro, porque reconheceu a etiqueta da batalha.

Ele estava apenas se aquecendo, não correndo para atacar.

Uma arrogância vagarosa e antecipação pela batalha que está por vir.

Pelo massacre brutal que cometerá!

Para vingar seus companheiros mortos!

— Afastem-se.

Seuluk.

Callius afrouxou a capa e avançou um passo.

Ele pegou Lucen da cintura e cravou no chão.

A bainha de Loas também foi removida.

Todas as distrações possíveis foram guardadas.

E por último.

Click.

O artefato no pulso…

Ele afrouxou a pulseira de Vivi.

Kwang!Kwang!Kwang!

Explosões minúsculas varreram o corpo do Callius, por causa do poder divino transbordando dentro dele.

O sangue fluía de seus lábios como se representasse aquela dor excruciante.

Mas, apesar desse sangue fluindo…

Sua expressão era infinitamente calma.

As únicas coisas que refletiam em suas pupilas lentas eram sua espada e a figura do inimigo.

Ele não hesitou mais.

Kwaaang!

E agora Pétalas prateada tremularam.


Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar