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Sword Pilgrim – Capítulo 39

Capítulo 39

Callius enrijeceu.

‘Eu… Pai.. dela?’

Ele olhou para o teto da cabana com um olhar vazio.

— Você não sabia…?

— Não…

Como eu poderia saber?

Não consegui acreditar mesmo depois de ouvir pessoalmente.

— Uh… então apenas esqueça o que acabei de dizer.

— Como se eu pudesse esquecer isso!

Bernard tossiu com sua resposta sarcástica. Pensando nisso, ele soltou uma risada perplexa.

— Eu ia te dizer quando fosse a hora certa… Por que você fez algo assim?

— Então a culpa é minha?

— Não é uma coisa ruim. Você até liberou o sangue divino da Emily, algo que ninguém mais conseguiu! Quão extraordinário deve ser o fato que foi o pai dela que conseguiu! Agora essa criança se livrou de sua maior ansiedade.

Bernard tentou encobrir seu erro! Quão efetivo! Uma tentativa esplêndida de aliviar o clima.

Infelizmente, Callius não foi varrido pela atmosfera refrescante.

— Tem certeza de que é minha filha? Uma garota que eu nem conheço, como poderia ser minha?

— Tenho certeza… que ela é sua filha. Ouvi a história do próprio Conde.

Inalando do cachimbo novamente, Bernard começou a falar devagar, soprando a fumaça.

— Estava amanhecendo e pouco antes do nascer do sol. Um vento forte e sombrio estava soprando pelo Norte, muito parecido com hoje…

— Pare de tagarelar e vá direto ao ponto. Não teste muito a minha paciência.

— Garoto maldito.

Bernard, que xingou, deixou o fingimento para trás e foi direto ao ponto.

— Dez anos atrás, alguém deixou Emily com a família. O conde imediatamente procurou a mãe da criança que foi deixada para trás e encontrou sua identidade.

— Quem era ela?

— Era a serva de uma jovem nobre chamada Ailee que deixou Emily para trás.

Ailee? É um nome muito comum.

— De que família era ela?

— Berriaren. Ela era filha de um barão, Ailee de Berriaren

Ailee de Berriaren.

— Ela era de uma família nobre localizada no Sul, cujas terras são famosas pelos mirtilos. Como você conheceu aquela jovem?

— …

‘É isso que eu quero perguntar.’

Quantos anos aquele desgraçado do Callius tinha…?

A idade atual do Callius…’

Vinte e seis.

Então, ele dormiu com a jovem quando tinha cerca de quatorze anos?

**TL/N: Os coreanos contam a idade, como regra geral, um ano a mais do que é feito internacionalmente.

Ou melhor, aquele que agora sou eu, fez isso.

Esse cara merecia ser chamado de filho pródigo da Igreja.

Mas eu não me sinto muito bem.

‘Fiquei com a responsabilidade sem aproveitar nenhuma parte da diversão. Isso é muito errado.’

Uma noite apaixonada com uma jovem, da qual nem me lembro.

Emily nasceu dessa união.

— Ailee… ugh.

De repente, memórias distantes vieram como uma enxurrada.

O rosto de uma mulher.

Sua terrível expressão só aumenta a minha confusão.

Parece que minha cabeça vai rachar.

Esperava que não, mas acho que é verdade.

Maldito Callius.

— Emily… sabe?

— Ela sabe! Ela sabe que seu pai é um maníaco que arruinou o nome da família e que também é chamado de filho pródigo da Igreja.

— Merda…

Callius cobriu o rosto com as duas mãos. Foi só agora que todas as reações da Emily até agora começaram a fazer sentido.

‘Não, honestamente, ela não é minha filha.’

Ela é filha do Callius.

Então, eu não tenho que sentir essa culpa e esse senso de obrigação.

Obviamente, esse é o caso.

Mas…

‘Agora eu sou Callius.’

— Hoo

Ele respirou fundo, enxugou o rosto e olhou para Bernard.

— O que devo fazer agora?

— Por que você está me perguntando isso, seu desgraçado? Agora que você sabe a verdade, seja legal com Emily.

— Aquela, Ailee… Não, onde está a jovem Ailee?

Ssss-haaa.

Bernard, soprando outra nuvem de fumaça, olhou para Callius com olhos amargos.

— Parece que ela morreu.

— Lamentável.

Então só restava uma pessoa neste mundo em quem Emily podia confiar.

Só tinha o Callius.

‘Não tem como o conde Jervain ter se comportado como avô.’

Ele podia entender por que Emily era tão próxima de Bernard. Mas por que ele amava tanto aquela criança?

Porque ela é minha filha…’

Seus pensamentos ficaram uma zona.

Ele não sabia como desembaraçar essa rede emaranhada de relacionamentos.

— O que você vai fazer agora?

— O que quer dizer com isso?

— Não é o momento certo, mas você descobriu de qualquer maneira. Como esse é o caso, você terá que começar a se comportar como pai a partir de agora!

— Uma filha de doze anos… apareceu do nada. Você acha que eu posso simplesmente aceitar isso tão facilmente?

Para ser honesto, não me sinto envergonhado.

Emily é uma criança nascida do Callius original, e ela não é minha.

— Ei! Como essas palavras podem sair da boca de um pai! Se você é o homem com um pau, então deve assumir a responsabilidade!

— Como posso… me tornar um pai? O que devo fazer?

— Não faço ideia.

— Você deve ter alguma ideia, não?

— Não, porque eu também não tenho filhos…

— Oi? O que você fez toda a sua vida para não ser casado, mesmo nessa idade?

— Dediquei tudo ao Deus Valtherus.

— Droga, você é inútil.

Eu realmente pensei que ele poderia me dar alguns conselhos decentes…

— Hum… Então, por que vocês dois não têm uma boa refeição juntos? Quando as pessoas comem algo delicioso, elas naturalmente começam a falar sobre isso e aquilo, não é?

— Nesta situação, onde qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento?

— Mesmo se a guerra estourar, ainda vamos comer. Ainda vamos cagar e mijar. Que diferença isso faz?

E…

— Um campo de batalha não é um lugar com um futuro incerto? Na minha opinião, Emily…

Ela não é do tipo de evitar a guerra. Seu corpo estava ansioso para testar sua força, já que seu sangue divino acabou de ser liberado.

Uma menina de 12 anos.

Claro, se chegarmos no castelo, podemos detê-la, mas, até lá, não tem nada que possamos fazer.

— Certo. Não cabe a mim interferir. Você descobriu muito tarde, mas ainda é o único pai dela. Boa sorte.

Tuktuk.

Bernard deu um tapinha nos meus ombros e saiu para andar, ou para caçar.

— Isso está me deixando louco.

Enquanto eu ponderava a situação por um tempo…

— Por que você me chamou de novo?

Emily veio.

— …

— Por que você está me olhando? Ouvi do vovô que você me chamou… não foi?

Aquele maldito velho.

Eu nem estava mentalmente preparado, mas ele chamou Emily aqui tão rápido?

— Por que você está me olhando desse jeito?

Olhando para ela de perto, havia semelhanças.

Emily também era muito bonita, provavelmente porque o rosto do Callius também não perdia para ninguém em beleza.

Olhos ardentes, e cabelo preto.

E as pupilas cinzentas que representavam a linhagem da garota.

Embora ela fosse jovem agora, com o tempo floresceria em uma flor forte, capaz de suportar os duros ventos do norte.

— Como se sente?

— Está falando do meu corpo? Está tudo bem. Parece muito mais leve e mais forte do que antes. Agora, posso até vencer os orcs sem envenená-los.

Não foi isso que eu perguntei.

Eu não sabia o que dizer.

Bernard disse que ela já sabia.

Mas não era um pouco estranho de repente chamá-la de minha filha?

— Você teve sorte.

— Não se preocupe, não vou te atrapalhar.

— Não é isso.

— Hã? Então o que é?

Callius coçou a nuca em perplexidade.

— Você comeu?

— Não… Não ainda.

— Então vamos comer juntos.

— Assim do nada? Não era você que mandava ir embora e não te incomodar. Achei que você gostava de comer sozinho.

Pensei a mesma coisa.

A única coisa que eu podia desfrutar neste mundo era a comida.

‘Merda.’

Eu queria voltar no tempo agora, mas não tinha esse tipo de habilidade.

Nunca pensei que ela seria minha filha.

— Estou dando uma chance especial da gente comer juntos.

— O que exatamente é especial…

Emily parecia perturbada, como se sentisse a estranha atmosfera.

Mas depois de bagunçar um pouco o próprio cabelo, assentiu com a cabeça.

— Espera.

Saí da cabana e procurei Bruns com pressa.

— Bruns.

— Sim, sim! O quê?

— Onde está o saco de pano?

— Está aqui. Mas o que está acontecendo?

— Preciso de um pouco de comida. Tem alguma coisa boa lá dentro?

— Uh… sim. Tem carne de veado e de javali selvagem que o mestre capturou da última vez

— É o suficiente.

— Devo ajudar?

— Não, você continua fazendo o que está fazendo.

Bruns estava tostando a pele do urso com chifres que Emily tinha pego.

Por causa do tamanho, estava até tendo que trabalhar com alguns dos Cavaleiros sem nome, então não pedi para Bruns me ajudar desta vez.

‘Eu tenho que fazer isso.’

Devido às circunstâncias, não posso te dar algo ótimo.

Ainda assim, é a primeira refeição que o pai e a filha farão juntos.

É melhor que o pai prepare a refeição sozinho.

— Não é difícil.

Durante os últimos anos, Callius vagou por todo Carpe e comeu bem por conta própria.

Algo desse nível não era difícil.

Callius imediatamente acendeu o fogo.

Em seguida, ele espetou toda a carne e colocou acima da fogueira.

A qualidade da carne em si não era ruim.

Então, qual seria o sabor?

A resposta era que dependia dos temperos.

Porque uma grande parte do sabor dos alimentos vinha dos temperos. E Callius tinha os melhores temperos, comprados em Tristar, em mãos.

Uma variedade, incluindo preciosos como sal e pimenta, para encantar os sentidos.

— Perfeito.

Agora era só uma questão de esperar.

Será que começando pelo estômago seria o suficiente para chegar ao coração da Emily?

Parecia viável.

— Oh, Callius. Você está cozinhando sua comida?

— O cheiro está diferente. Parece delicioso. Posso comer um pouco?

Eram Allen e Aaron.

Eles achavam que ele era muito amigável, e geralmente conversavam educadamente.

Mas hoje não era um dia comum.

Callius olhou para eles com os olhos frios.

— É melhor darem o fora.

— Ah, sim.

Allen se virou imediatamente, e Aaron também tentou se virar rapidamente, mas tropeçou e caiu no processo.

— Ugh.

Devido ao enorme tamanho de Aaron, a poeira subiu ao vento seco.

— Seu inútil. Vá embora agora.

— Sim, sim! Desculpa.

A poeira voou no ar, mas, como esperado, Callius já estava longe com a carne de javali defumada na mão.

— O que aconteceu?

— Não foi nada.

— Eu não acho que foi nada.

— Coma…

Callius cortou a carne com uma faca afiada e entregou o pedaço para Emily em um prato.

— Ah, obrigada.

— Coma.

Eles se sentaram lado a lado em um tronco caído e começaram a comer.

Não houve conversa depois.

Apenas o som de facas e garfos, acompanhado pelo vento seco, podia ser ouvido. O resto foi um silêncio ensurdecedor.

‘O que eu devo dizer?’

Emily também ficou quieta por algum motivo.

Eles nem sequer fizeram contato visual, apenas olharam para seus próprios pratos enquanto comiam.

Esta criança deve saber que sou o pai dela… No que ela está pensando?’

Quanto mais pensava sobre isso, mais se sentia em um mar.

Lutar contra um Guerreiro Orc parecia mais fácil em comparação.

Ele preferiria perguntar às servas da Emily do que ela gostava.

— Cadê as suas servas? Acho que não vejo elas tem um tempo.

— Estão mortas! Elas estavam se escondendo, mas foram atingidas pela espada de um orc.

— Ah, tá…

Ele não sabia porque não estava interessado.

— Acho que vocês não eram muito próximas.

— Elas estavam comigo desde que eu era pequena. Nia desde que eu tinha cinco anos, e Wendy desde os sete anos.

Não mais agora.

— Então é isso?

Mesmo assim, não parecia de acordo com seu comportamento.

Ou então teria descoberto antes.

Ela estava testemunhando e suportando, com aquele pequeno corpo, a morte daquelas que amava?

Mesmo assim, ela nunca desistiu, ao invés disso, continuou brandindo a espada e mantendo a cabeça no lugar.

‘Forte.’

Ela era uma criança forte.

Por que uma criança era tão orgulhosa que aceitava as duras tempestades do mundo e as mortes dos entes queridos, e silenciosamente aguentava tudo, apesar da dor?

Uma criança que nem sequer chamava seu pai de pai; tinha medo de ser abandonada, e ainda tentava provar a si mesma com uma espada.

Essa criança era sua própria filha.

‘Se não fosse por aquele velho, eu não saberia pelo resto da minha vida.’

Quem teria pensado que uma criança tão orgulhosa era filha de um maníaco?

Parecia inacreditável.

— Mas, tudo bem. Agora não vou deixar elas partir em vão.

Kug.

Emily pegou o último pedaço de carne com um garfo, colocou na boca e mastigou.

A criança que havia sido aprisionada em um covil de bandidos no outro dia, tornou-se adulta em tão pouco tempo.

Uma criança que passou por muita coisa ao mesmo tempo, de modo que teve que se adaptar ao ambiente.

Mas, por algum motivo, Callius sentiu uma pontada no peito ao contemplar a situação.

— Comi bem. O gosto estava bom. Se você quiser, podemos fazer isso de novo na próxima vez.

— Sim, vamos fazer.

— Sim.

Emily entregou o prato de volta e se levantou, segurando sua espada.

— O que você vai fazer agora?

— Treinar!

Havia outra garota de doze anos neste mundo que pudesse falar sobre treinamento com um sorriso tão brilhante?

— Então, eu…

Foi então que…

De repente, os Cavaleiros começaram a fazer um tumulto.

— O que está acontecendo?

— Eu também não sei. Mas o sinal do Mestre Bernard parou…

— Velhote?

Callius, que fez contato visual com Emily, rapidamente agarrou sua espada e saiu correndo.

Quando ampliou os sentidos e encontrou a aura de Bernard, uma planície se espalhou diante dele como se estivesse esperando.

Bernard estava lá.

Ele estava puxando lentamente sua espada.

— O que está acontecendo?

Ppuuuu!!

Não foi a voz de Bernard que resolveu as dúvidas de Callius, mas o som de berrantes do campo de batalha.

— Está começando.

As ondas verdes espalhadas pela neve branca como leite começaram a invadir o castelo cinza.

A guerra estava prestes a começar.


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