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Sword Pilgrim – Capítulo 41

Capítulo 41

— Velhote. Esta é uma crença que eu tenho há muito tempo.

Que a natureza humana é inerentemente má, em vez de boa.¹

Não posso provar qual está certa, mas pessoalmente acredito que a natureza humana é inerentemente má.

Não foram os humanos que fizeram a distinção entre o bem e o mal em primeiro lugar?

A partir do momento em que o “bem” foi definido, as ações primordiais e instintivas dos seres humanos foram obrigadas a serem definidas como “mal”.

Então acredito na teoria do mal inato.

Honestamente, preferia não acreditar.

Mas ainda acho que estou certo.

— Do que você está falando tão cedo pela manhã?

Bernard massageava os ombros como se todo o seu corpo estivesse dolorido e esfregava os olhos sonolentos.

Ele olhou para Callius.

— O homem é inerentemente mau.

— Então, que tipo de merda foi aquela de repente… hein? Ah, entendi.

Suspirando, Bernard respondeu o Callius, que estava olhando para ele, sem refletir mais sobre o assunto.

— Pode ser, mas, pelo menos, eu acho que não.

— Por que não?

— Se a natureza humana é inerentemente má, este mundo não seria um mundo muito difícil de se viver? Não seria mais conveniente pensar que é bom, mesmo que fosse mau?

— Hum… Tento pensar nisso como maldade.

Os humanos são inerentemente maus.

No entanto, aprendendo a viver em sociedade, é possível conhecer a injustiça do mal e contê-lo.

Porque se você vive dentro de uma sociedade cercada por leis, mesmo se se cometer um ato ruim, ainda pode voltar a ter sua liberdade.

O princípio do comportamento humano é não querer causar problemas.

Sendo honesto, é difícil dizer qual teoria está certa e qual errada. Mas, pelo menos, na minha opinião, a teoria do mal inato é a correta.

Então aqui vai a pergunta!

‘Callius.’

Callius tem uma personalidade violenta e promíscua que é um exemplo ideal para aqueles que acreditam na teoria do mal inato.

Em termos de comportamento superficial, ele é inegavelmente mau.

Acredito que os humanos são inerentemente maus, mas fazem o bem porque conhecem as regras e normas da sociedade.

Então, por que aqueles, que não fazem o bem, agem fora das regras da sociedade?

Na minha opinião, porque suas cabeças estão podres.

Sim.

Callius tem uma mente podre.

Apesar de saber separar o bem do mal, repetiu suas ações estúpidas.

Porque não podia viver de acordo com as expectativas do pai.

Mesmo sendo um descendente direto, ele se tornou um maníaco e uma ovelha negra porque era constantemente comparado aos filhos do ramo colateral, então percebeu as profundezas da própria incompetência.

Não havia justificativa para suas ações.

Só porque ele não era bom o suficiente.

Assim, um idiota chamado Callius nasceu neste mundo.

Esse foi o seu cenário em primeiro lugar.

Eu o criei assim.

— Mas por que você está perguntando isso do nada?

— Eu não entendo muito bem.

— O quê?

— O coração de… um maníaco.

— Q-Que tipo de absurdo você está falando?

Com um suspiro, deixei a tenda de Bernard.

Estava amanhecendo.

Deixando Bernard murmurando “louco” atrás de mim, olhei para o castelo de longe.

Os soldados estavam ocupados desde antes do amanhecer, de guarda e se preparando para encontrar o sol nascente.

‘Merda.’

Só de olhar para eles fiquei com raiva.

Uma situação em que a emoção do campo de batalha dominava meu corpo, uma situação em que Bernard estava na minha frente.

Se não fosse por tal situação, eu teria explodido em um frenesi a cada momento que estive dentro do castelo.

Tuk.

— Oh! Sinto muito!

Um soldado esbarrou no meu ombro enquanto passava.

Ele estava segurando uma grande pilha de munições nas mãos.

Parecia que não me via no caminho devido ao quão altas as munições haviam sido empilhadas. Era bastante plausível e compreensível.

Não é um tempo de guerra?

Um soldado normalmente não se atreveria a me tocar, mas isso aconteceu por causa da situação de emergência em tempo de guerra.

Mas…

Eu desembainhei minha espada sem qualquer hesitação sobre um assunto tão trivial.

— Você não é alguém que pode me tocar.

Independentemente da minha vontade, o traço de um maníaco dominou todo o meu ser.

— Ah! Pe-perdão! Por favor, me perdoe apenas desta vez!!

Quando seu pescoço se aproximou da lâmina brutalmente puxada, o soldado caiu e implorou pela vida. Callius naturalmente pisou na cabeça do soldado, uma ação que foi tão natural que não tinha como parar.

— Você está perdoado.

— O-obrigado…?!

— O Deus no céu perdoará todos os seus pecados.

Dizendo isso, Callius imediatamente atacou com Loas.

— Ugh, aaaaaah!

A aura assassina que emanava do Callius, aperfeiçoada por seus três dias de repetidos massacres no campo de batalha, envolveu o soldado.

O soldado, caído de costas, mijou-se ao ver a lâmina pairando sobre ele.

— Tch… vá embora.

— Sim… sim! Eu vou embora!!

Pouco antes de cortar a cabeça do soldado…

Ele bloqueou a mão direita com a esquerda.

‘Esse traço de merda.’

Sua mão esquerda, que usou para bloquear momentaneamente seu próprio braço de espada com tanta força, estava formigando.

O traço de um maníaco exigia que realmente matasse aquele soldado com um único golpe de espada.

A combinação dos traços terríveis colocou Callius em uma situação complicada.

Os soldados e os Cavaleiros realizando suas respectivas missões estavam olhando para ele surpresos.

— É por isso que eu não queria vir para o Norte.

A coerção da sua própria personalidade

O atributo “Ovelha negra da família do conde” estava lentamente tomando controle do seu corpo.

Quanto mais se aproximasse do centro do Castelo, mais esse domínio cresceria.

‘Minha notoriedade se espalhará ainda mais.’

O maníaco dos Jervain, que eles pensavam ter mudado, realmente não mudou.

O boato se espalharia assim.

— Haa

A notoriedade não importa por mais difundida que seja, mas a questão importante está em outro lugar.

O verdadeiro problema é que não consigo me controlar.

Murmúriosmurmúrios.

**Nota: aqui é onomatopeia para murmúrios, mas como não existe, creio eu, fica a palavra itálico, algo que é gramaticalmente aceito.

Quando concentrei o poder divino nos ouvidos, sussurros que eu normalmente não seria capaz de ouvir foram ouvidos e interpretados pela Bênção do Bardo.

Não eram muito bons.

Eles disseram que ele era um maníaco… Isso não é um maníaco, tá mais pra insanidade.

Shh, fique quieto, ou aquele maluco pode ouvir.

Eu pensei que um herói de guerra tinha vindo para nos salvar…

Foi então que ouvi tudo.

E. assim que ouvi, meu coração afundou, porque meu traço louco se ativou.

— Agora, isso não é por causa da natureza inata do Callius original?

Não sei o que é isso.

É por isso que não queria chegar perto do castelo.

Se isso fosse tudo, eu teria sido capaz de suportar, mas os fragmentos das memórias e emoções do Callius continuavam vindo à tona e fazendo meu sangue ferver.

Memórias de ser ignorado.

De suportar punições corporais por cometer adultério.

Memórias como essa continuam vindo à tona na minha mente.

— Eu preciso procurar uma maneira de silenciar o traço.

Ou até mesmo sair daqui. Qualquer uma dessas serviria como opção, mas infelizmente…

◈◈◈◈◈

Roda de Fatalite.

  • Número de orcs mortos: 2172
  • Número de bestas mortas: 486
  • Número de pessoas salvas: 193
  • ???

<Recompensa> [A+] ???

◈◈◈◈◈

A missão ainda está ativa.

Não tem outra saída!

‘Se eu não chegar ao rank S depois de vir até aqui, vou me arrepender pelo resto da vida.’

Se é assim, só tem uma maneira.

Encontrar uma maneira de suprimir meus traços.

— E se eu não conseguir encontrar uma?

Refleti por um tempo, mas não houve resposta certa.

— Se eu não conseguir encontrar uma maneira, não tem nada que eu possa fazer.

Não tenho escolha a não ser continuar vivendo como um maníaco.

— Nochtel. Ele falou isso mesmo.

— Sim, isso mesmo.

— Haha.

O mestre do castelo…

Elburton von Jervain, ficou sem palavras com a resposta de Nochtel.

— Ele enlouqueceu?

— Talvez sim. Ainda assim, lembro que costumava ser respeitoso com o Senhor no passado…

Ele não tinha esse tipo de espírito.

Simplesmente seguia a etiqueta, embora tivesse sido confrontador e arrogante.

Não importava se tivesse sido expulso da família e enviado à Igreja para se tornar um Peregrino, não havia justificativa para rejeitar descaradamente um pedido do Mestre do Norte.

— Ele é maluco!

— Não dá para ignorar isso. Não importa o que aconteceu no passado, o comportamento dele em relação ao mestre…

— Não. É melhor do que ser um cachorro balançando o rabo na minha frente. Sim, é assim que ele deve ser.

Elburton reprimiu um sorriso.

É melhor ser tão ousado do que parecer um filhote obediente na frente dele como no passado.

Além disso, ele não merecia estar orgulhoso?

Estes últimos três dias de batalha.

Callius havia deixado uma impressão notável de sua existência nos nortenhos.

Nesta Guerra da Roda…

Ele era um talento necessário para o castelo e uma espada indispensável para o Norte.

— Ele conhece melhor seu próprio valor. É por isso que está fazendo isso, do contrário não poderia.

Em outro lugar, essa grosseria certamente teria sido punida.

No entanto, esta era sua cidade natal.

E…

— Ele deve ter um monte de ressentimento guardado. Para onde tudo isso iria? Haha.

— Não é hora de rir.

— Ninguém mais no Norte pode me caluniar assim. É estranho, mas nem estou bravo.

Elburton riu amargamente.

Nochtel ficou aliviado e preocupado ao mesmo tempo em que via o rosto sorridente do mestre.

— Não tem como ele ter voltado para o Norte se não tivesse essa coragem. Até eu subestimei um pouco meu próprio filho.

— O que o senhor vai fazer? Se deixá-lo em paz, isso prejudicará o status do Senhor.

— Se meu filho está sendo tão arrogante, também terei que cumprir minhas responsabilidades como pai. Não estou certo?

Duruk.

Elburton se levantou do assento e saiu do escritório, indo em direção ao quartel improvisado dentro dos terrenos da fortaleza.

— Ele está reclamando de mim agora, mas logo estará indo para outro lugar de qualquer maneira.

— Onde…

— Você vai ver. Então tudo o que terei que fazer é ir ver ele pessoalmente.

Quando o Mestre do Norte chegou, todos os Cavaleiros, bem como os soldados que estavam correndo, inclinaram a cabeça.

Porque ele era o Supremo Governante do Norte.

Mesmo que todos dentro do castelo abaixassem a cabeça para Elburton quando o viram chegando…

Apenas uma pessoa não o fez.

Apenas um homem com cabelos escuros e uma capa vermelha manteve o pescoço rígido e reto.

— Callius.

Uma voz que parecia pressionar seus ombros chamou por Callius. Mesmo que fosse apenas uma voz, sentiu mais pressão do que quando enfrentava as bestas gigantes.

Ele queria inclinar a cabeça em resposta.

Mas a natureza de um maníaco rejeitava a ideia.

Isso era devido aos seus atributos?

Ou era a vontade do Callius original?

Não sabia a verdade.

— Você ainda está vivo.

Entretanto.

Embora, uma coisa era certa.

‘Esse sentimento…’

Era algo do passado dele.

Callius tinha ódio o suficiente para viver uma vida que seu pai tinha que suportar observar.

— Você cresceu tanto. O suficiente para manter o pescoço ereto na minha frente.

Callius não respondeu às palavras de Elburton.

Ele apenas começou a sacar sua espada em silêncio.

— Isso é tão bom.

As sobrancelhas de Callius se ergueram.

O que quer dizer com isso?

Enquanto estava com essas dúvidas na cabeça…

Um homem apareceu vindo do lado da fortaleza.

— Pai, o senhor está bem?

Era Callavan.


Nota do editor:

[1] 성선설과 성악설 – as duas escolas conflitantes de pensamento no confucionismo, que a natureza humana é inerentemente boa, vs sendo inerentemente mal, foram defendidas pelos filósofos chineses da era dos Estados Guerreiros Mengzi e Xunji, respectivamente. Mengzi acreditava que os humanos eram por natureza justos e a sociedade era uma má influência sobre eles, enquanto Xunzi postulava que os humanos nasceram maus e a ética era necessária para corrigi-los.


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