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The Beginning After The End – Capítulo 99

Colega de Cativeiro

Os meus olhos fixaram na escadaria de ferro datada pelos amassados e ferrugem, até o rugido das bestas abaixo me tirarem dos pensamentos.

“Parece que algumas das mais perspicazes sentiram o castelo. Vamos nos apressar, se não quisermos nos meter em problemas desnecessários.” Olfred falou para ninguém em particular.

Observando do céu, podíamos notar os movimentos sutis de algumas nos agrupamentos de árvores.

Hm” respondeu Varay, nem concordando e nem discordando do ponto.

O cavaleiro de pedra carregando a mim no ombro gentilmente me deixou na base das escadas antes de desmanchar em areia e ser reconstruído numa capa ao redor de Olfred.

“Nós, anões, sempre carregamos um pouco de terra aonde quer que a gente vá.” Piscou ao perceber a minha expressão surpresa.

A porta fechou atrás de nós, e quando pensei que seríamos cercados por escuridão, uma substância semelhante a musgo cobrindo as paredes começou a brilhar um tom leve de azul.

Varay dissipou as algemas de gelo que prendiam minhas pernas, então pude voltar a andar por mim mesmo, com Olfred nos seguindo por trás.

Devemos ter subido o sem fim lance de escadas por uma hora até eu deixar a frustração sair.

“Não tem nenhum jeito mais rápido de chegar lá em cima sem ser assim?” Suspirei.

O meu corpo pode ser mais forte do que o da maioria dos humanos mesmo sem o núcleo de mana graças à assimilação da Vontade, mas estava ficando impaciente por conta do tempo perdido.

“Magia não pode ser usada em todas as entradas.” Ela respondeu de imediato, um pingo de impaciência vazando em sua já fria voz.

Deixei escapar mais outro profundo suspiro e voltei ao caminho em silêncio.

Dando uma olhada no meu vínculo, como esperado, Sylvie estava dormindo mais do que o normal, devido à recente transformação à forma dracônica. Windsom explicou sobre as diferentes formas que os asuras podiam utilizar dependendo da situação, porém eu nunca soube o quanto pesava nela entrar naquela forma. Não podia fazer nada, visto que ela era basicamente uma recém-nascida aos olhos das deidades, que podiam viver milênios, senão mais.

Perdido em pensamentos, não notei que Varay havia parado.

“Ei.” Soltei um grunhido assustado quando esbarrei nela. Ela era apenas um pouco mais alta do que eu, contudo estava a um passo à frente de mim, então meu rosto atingiu as suas costas. No entanto, os meus braços estavam algemados e atingiram um lugar mais… íntimo.

Não dei muita bola, mas para a minha surpresa, ela reagiu de um jeito que não esperava: um pequeno pulo para frente e um gritinho feminino escapou de sua boca. Vi o seu rosto corar um pouco de vergonha e surpresa ao virar e me encarar, para retornar à feição original que conseguia fazer qualquer um suar frio.

Recolhendo-se, voltou ao normal e colocou a mão no fim da escadaria, antes de murmurar suave:

“Chegamos.”

Olhei atrás e Olfred apenas deu um sorriso divertido encolhendo os ombros e acenando com a cabeça para frente.

Uma luz forte espiou pela fenda da parede que se dividiu. Quando os meus olhos se ajustaram, pude enfim ver o caminho.

Um brilhante corredor com um teto arqueado esticado a partir de onde estávamos, paredes com misteriosos entalhes sobre cada faceta e canto visível. As runas gravadas o faziam parecer mais como um memorial do que uma decoração luxuosa; pareciam ter um significado e propósito próprio. Lustres simples pendiam em cima, e a luz branca dava um ar frio e sem emoções, me lembrando dos hospitais do meu mundo antigo.

“Agora que estamos dentro do castelo em si, é melhor não conversar conosco ou qualquer uma das Lanças” sussurrou com um frio incomum na voz quando entramos pela porta bastante.

Caminhamos em silêncio, apenas os ecos de nossos passos enchendo o salão. De ambos os lados havia portas que não combinavam com o espaço metálico; portas de cores e materiais diferentes, todas bastante distintas umas das outras. O corredor não parecia ter um fim, mas felizmente, Varay nos parou em uma porta aparentemente aleatória à nossa esquerda ao longo do caminho. Ela bateu nela sem pausa até que foi aberta, revelando um gigante homem.

Dei uma olhada mais de perto nele.

“Meus senhores.” o guarda de imediato ajoelhou-se, a cabeça inclinada.

“Levante-se” respondeu frio Varay.

O guarda levantou, contudo não fez contato visual com nenhuma das duas Lanças. Em vez disso, o olhar foi fixado em mim, me considerando curioso e cautelosamente.

“Fale ao Conselho sobre chegada.” Olfred acenou impaciente ao guarda.

O homem blindado tomou outra rápida reverência e desapareceu atrás de uma porta preta escondida que parecia ser uma parte da parede.

Após alguns minutos, voltou e abriu a porta para nós, permitindo-nos entrar.

“A Lança Zero e Lança Balrog receberam permissão para se encontrarem com o Conselho, juntamente com o prisioneiro chamado Arthur Leywin.”

Olhei para Olfred, levantando a testa. Enquanto passava por mim, murmurou, parecendo embaraçado: “É… codinomes.”

Não pude deixar de soltar um sorriso triste antes de seguir atrás das duas Lanças. O que quer que esperasse adiante provavelmente determinaria meu futuro, contudo tudo o que conseguia pensar era em quais eram os codinomes para todas as outras.

Quando passei pelo guarda e entrei pela porta escondida, pude de imediato sentir a mudança na atmosfera. Estávamos em uma grande sala circular com um teto alto que parecia ser feito inteiro de vidro. O cômodo foi decorado de modo simples, com apenas uma mesa longa e retangular na parte de trás. Seis cadeiras, cada uma sendo usada por um dos membros do Conselho, estavam de frente para nós três enquanto olhavam para mim com expressões diferentes.

“Suas majestades.” Olfred e Varay se curvaram a eles e os antigos reis e rainhas se levantavam dos assentos. Sem saber o que exato o costume ditava em situações assim, fiz o mesmo.

“Ignorante! Você pensa em si mesmo no mesmo nível que as Lanças? Você deve se ajoelhar, no mínimo, como um sinal de respeito!” disse uma voz rouca. Olhei para cima para ver que era o antigo rei anão, Dawsid Greysunders.

Ostentava uma barba marrom espessa que ia de seu queixo até o torso superior. Ele tinha um grande peitoral coberto por uma armadura de couro que parecia estar restringindo seus músculos em vez de protegê-los. No entanto, olhando à sua mão macia e sem calos girando a flauta de vinho dourado, eu tinha dúvidas sobre se esses músculos eram colocados em uso ou se eram apenas para mostrar.

Tive dificuldade em controlar meu rosto enquanto ele se contorcia em um olhar de aborrecimento, mas antes que eu pudesse refutar de volta, avistei Alduin Eralith, o pai de Tessia e o antigo rei elfo. Ele me deu um rápido aperto de cabeça, com uma expressão preocupada em seu rosto.

Apertando minha mandíbula, cedi. “Minhas desculpas, majestades. Eu sou apenas um menino do campo, sem educação no quesito de etiqueta” falei receoso, ajoelhando-me.

Hmph.” Ele sentou de volta ao assento, cruzando os braços. Mesmo quando afundou na cadeira, era impossível ignorar o corpo robusto que tinha. As veias nos braços eram esticadas com cada pequeno movimento. Juntando isso à grande barba eriçada e olhos escuros e pesados, mesmo como um anão, parecia muito maior do que era.

“Bem, bem. Tenho certeza que a viagem foi longa e todos estão ansiosos para começar. Varay, solte Arthur.” O pai de Curtis, Blaine Glayder, era quem acabara de falar.

A Lança mulher dissipou as algemas congeladas que ligavam meus pulsos, mas deixou a adormecida Sylvie dentro da esfera de gelo, enquanto eu examinava os governantes deste continente. Fazia anos desde a última vez que vi Blaine e Priscilla Glayder, todavia além das poucas rugas extras, pouco havia mudado sobre eles. Notei que a ex-rainha parecia um pouco cansada, mas sua expressão demonstrava tanto.

Foi a primeira vez que vi a ex-rainha anã, mas ela era exatamente como eu esperava — viril. Possuía tinha uma mandíbula quadrada definida com olhos afiados e cabelos escuros puxados para trás em um rabo de cavalo. Seus ombros largos esticavam o tecido de sua blusa simples e marrom, sentada ereta em sua cadeira.

Alduin e Merial, porém, pareciam ter envelhecido mais. Embora tenha passado apenas dias desde a última vez que os vi, não fiquei surpreso, já que a sua única filha tinha sido o centro do ato terrorista de Draneeve.

As duas Lanças que me acompanharam aqui deram alguns passos para atrás de mim enquanto eu observava o Conselho.

Alduin falou em um tom suave, a sua expressão saindo como quase culpada por me trazer aqui: “Arthur Leywin. Antes de começarmos, gostaria de agradecê-lo, não como líder, mas como pai por salvar minha…”

“É preciso lembrá-los que estamos aqui como líderes desta merda de continente, não como pais?” Dawsid interrompeu, batendo os punhos sobre a mesa. “Este menino mutilou um de seus colegas de escola antes de matá-lo. Devo ler a descrição de um dos batedores tão gentilmente enviada para nós?”

Priscilla balançou a cabeça, tentando suprimir a situação.

“Dawsid, eu não acho que seja necessário…”

“Ambas as pernas esmagadas depois da coxa. Braço esquerdo: desmembrado e cauterizado além do cotovelo. Braço direito: congelado e esmagado. Genitais…” conforme lia o pergaminho, até ele parecia ter dificuldade em dizer o que estava por vir “Genitais, juntamente com o osso pélvico, esmagados e…”

“Acho que é o suficiente, Dawsid” alertou Alduin.

“Parece que eu fiz o meu ponto. Sim, é conveniente tudo o que esse garoto fez para salvar toda a escola, mas isso não justifica o tormento que ele deixou seu colega. Para mim, só posso ver isso como ele usando todo esse fiasco de desculpa para se vingar de alguém com quem claramente teve inimizade desde o passado” disse friamente.

“Você não pode estar dizendo que o principal motivo desse garoto para mergulhar cegamente em uma cena tão perigosa era apenas buscar vingança. E mesmo que tivesse, e quanto a ele? Você não pode provar a ninguém aqui quais eram os seus motivos. Ele fez o que não podíamos fazer em momentos de necessidade e isso foi para salvar todos os alunos dentro de Xyrus.” Alduin rebateu, o rosto ficando cada vez mais vermelho.

“Sim, e é por isso que eu não estou sugerindo matá-lo; só precisamos aleijá-lo como um mago.” Foi a ex-rainha anã que falou desta vez. A indiferença em sua voz parecia até mesmo fazer seu marido vacilar por um momento.

“O que minha esposa, Glaudera, disse, é exatamente meus pensamentos também. Este garoto é muito perigoso se for deixado sozinho. Imagine se ele e seu dragão de estimação decidirem fazer nós inimigos…”

Meus ouvidos se empolgaram à menção de Sylvie.

“Meu Deus, você ouve a si mesmo? Você parece uma criminosa paranoica. Blaine, Priscilla, o que têm a acrescentar a tudo isso?” A mãe de Tessia perguntou, balançando a cabeça estonteada.

“Merial, meu marido e eu concordamos com você sobre isso sobre o ponto de vista paternal” afirmou Priscilla, seu olhar distante alternando para frente e para trás entre Sylvie e eu “Mas, é melhor considerar a visão dos Greysunders também. O que eles dizem, eles dizem com toda a parte do continente em jogo.

“Então, nós aleijamos o garoto e matamos o dragão, tudo pela chance de que o garoto possa abrigar sentimentos ruins em relação a nós e decidir se vingar?” Alduin quase gritou enquanto se levantava, de frente para os outros líderes.

“Alduin, conheça o seu lugar! Não pense que você está no mesmo nível que nós só porque você senta aqui. Posso lembrá-lo de sua incapacidade de até mesmo cuidar das próprias Lanças?” Dawsid rosnou ameaçadoramente enquanto apontava acusando o antigo rei elfo: “Este continente está potencialmente à beira da guerra e você foi descuidado o suficiente para perder um dos nossos maiores trunfos!”

“Suas majestades, fui trazido aqui para simplesmente ouvir meu julgamento ou posso expressar…”

“Você não vai falar até que seja instruído a tal!” rugiu, me cortando “Eu me recuso a qualquer alegação que este menino está tentando fazer. Ele poderia dizer que o próprio Deus do Ferro falou com ele e ordenou que ele fizesse tudo isso, mas isso não muda o que fez e o que será capaz de fazer se deixado sozinho. Os batedores ainda estão no meio da coleta de relatos das testemunhas.”

“Não vejo sentido em eu estar aqui se não tenho permissão para falar e dar a minha opinião sobre o ocorrido e por que aconteceu o que aconteceu.” Fiz o meu melhor para controlar o volume e o tom da minha voz, mas poderia dizer que estava saindo muito mais nítido do que queria.

“Você está certo! Não há necessidade de este prisioneiro estar aqui. Olfred, tranque-o em uma das celas inferiores e mantenha-o lá até novas ordens. Além disso, tranque seu animal de estimação em um cofre.” Glaudera respondeu pelo marido, acenando com a mão para nós.

“Dawsid e Glaudera, o Conselho não é para vocês ordenarem como quiser. Aya!” Alduin rosnou. Atrás dele, uma figura mascarada nas sombras ajoelhou-se, esperando um comando.

“Abaixe-se, elfo! Lembre-se que você só tem uma lança à disposição.” Houve uma forte tensão quando o rei elfo e o anão travaram os olhos.

Alduin foi o único a parar ao, relutante, sentar em sua cadeira. Por um breve momento, quando fui pego pelo cavaleiro de pedra de Olfred, nossos olhares se encontraram. Pude ver a determinação implacável em seu olhar antes de me dar um aceno firme. Mordi minha língua e escolhi ficar em silêncio.

Era óbvio que o antigo rei e a rainha anão estavam tentando me incapacitar, enquanto os Glayders permaneceram neutros, já que muito ainda era desconhecido. Eu teria que confiar em Alduin e Merial se Sylvie e eu fôssemos chegar em casa ilesos.

Conforme o cavaleiro de pedra me carregava por uma porta diferente e descendo um lance de escadas, tentei falar com Olfred, com pequenos resultados.

Dando uma olhada ao redor, parecia o típico calabouço de castelo onde prisioneiros de guerra e traidores eram mantidos. Eu estava em apenas uma das muitas celas, entretanto grande parte da área estava coberta por sombras que a luz das poucas tochas acesas não conseguia alcançar.

“Esta será a sua cela, Arthur. Seu vínculo será colocado em outro lugar.” O cavaleiro me carregando de repente desmoronou em pó ao chegar à minha câmara. Pousei de joelhos e cotovelos, eOlfred fechou a gaiola de metal.

“Ai, ele poderia ter me avisado” murmurei em voz alta, tirando a poeira dos meus joelhos.

“Essa voz… A-Arthur? Arthur Leywin?”

Minha cabeça estranhou o som fraco, mas familiar.

“Diretora Goodsky?”


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Dinfoso
Visitante
Dinfoso
1 mês atrás

Fora os ex governantes anões, o que me impresiona é o quanto o ex rei dos humanos foi inutil nesse cap, o Art e sua familia mora junto com Vicent e a Tabitha que são amigos do rei, além do pai do Art ser o chefe de segurança da Casa de Leilões, e, também tem o fato de que seus filhos, tanto Curtis quanto Kathyln, são amigos do Art e juntos fazem partes do Comite Disciplinar, e eles estavam na escola na hora do ataque e poderiam estar mortos se o Arthur não tivesse chegado a tempo. Não ter uma opinião e não ter demostrado uma postura a favor do Arthur foi uma demostração de fraqueza e não conseguir mostrar nenhuma autoridade.
É que nem aquela frase:”Aqueles que tomam uma postura neutra tentando proteger algo, acaba protegendo nada no fim”.(não sei é assim mas tanto faz)

Apochka
Visitante
Apochka
1 mês atrás

Da um ódio num nível de eu querer um gore acontecer com cada uma das lanças e ex-governantes desse salão…

Henrique
Membro
Henrique
2 meses atrás

Não importa se é o manhwa ou a novel…
Esses anões continuam sendo uns arrombados.

Miguel
Membro
Miguel
3 meses atrás

Esse anões estão envolvidos em casa de apostas pra matar o art só pode

Nayr
Visitante
Nayr
3 meses atrás

Interessante, não importa se eu leio a novel ou vejo o manhwa, continuo odiando os anões do mesmo jeito. A novel é bem mais completinha e tem umas cenas que foram cortadas no manhwa(a cena do Arthur e da varay aqui foi fofo.) Acho que vou reler tudo desde o começo nessa obra sensacional.

Lucas BuenoD
Membro
Lucas Bueno
3 meses atrás

mano, vou fazer o seguinte, 1 cap = 5 min me matando com exercícios, vamo ver se consigo algum resultado assim

Lucas BuenoD
Membro
Lucas Bueno
3 meses atrás

Mano, esses anão tá de brincadeira né, só pode KAAKAKAKAKAKAKAK

João
Visitante
João
8 meses atrás

Não vejo a hora desse conselho inútil ser devidamente ordenado e os vermes dos greysunders serem esmagados como os vermes que são.

Apochka
Visitante
Apochka
1 mês atrás
Resposta para  João

Igual.só tô esperando as lanças e os governantes serem pisoteados pelo Grey…

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