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The Devil’s Cage – Capítulo 256

A Fortaleza da Miragem de Sangue

 

A placa era muito mal feita, feito de paus, videiras e uma tábua de madeira.

As palavras foram escritas o suficiente para serem lidas, de modo um tanto nítido, mas antes que a tinta pudesse secar, a placa foi inclinada para cima, fazendo com que a tinta pingasse.

A tinta bagunçada gotejava tornando as palavras embaçadas e violentas, como uma mandíbula ensanguentada e aberta.

Não é sangue. Acho que é algum suco de frutas vermelhas. Parece que a pessoa que escreveu estava com pressa. As palavras foram escritas com o dedo, usando suco de frutas vermelhas. Escrever com dedo foi o suficiente. A escrita forte penetrou um pouco na tábua de madeira. Um ser humano normal nunca conseguiria fazer isso!

Depois de se certificar de que não havia armadilhas por perto, Kieran foi verificar a placa. O cheiro que Kieran sentiu permitiu-lhe reconhecer as origens do líquido vermelho. Kieran não tinha certeza do que realmente era.

Mesmo que ele tivesse [Poções] no Nível Básico e pudesse se lembrar de pelo menos 100 tipos de plantas e os efeitos de seus caules, folhas e raízes, comparado ao número de plantas na natureza, seu conhecimento era como uma gota no oceano.

Kieran se esforçou o suficiente para reforçar sua [Poção] Nível Básico para que ele pudesse dizer que o líquido era algum tipo de suco de frutas vermelhas. Ele se levantou de sua posição de cócoras e olhou ao redor na esperança de encontrar mais pistas.

— Quando eu saí, esta placa não estava aqui. Eles devem ter colocado depois que eu saí, pensaram que iriam vir depois. Mais importante ainda, não há traços de pegadas ou impressões digitais deixadas ao redor da área. Eles se aproximaram sem fazer sombras e saíram sem deixar vestígios. Isso parece familiar para você, Herbert?

Kieran olhou para o idoso estudioso, que acenou com a cabeça para sua pergunta.

— Os guardiões! Guardiões da cidade de Isogu! — Herbert disse.

— Aqueles desgraçados manipuladores só sabem fazer brincadeiras e truques assustadores. Se eles realmente tivessem esse tipo de poder, por que não matam a Raça Noturna inteira? — Pierre disse em um tom mal-humorado, olhando para a placa.

Kieran sabia porque Pierre estava chateado com os guardiões. Foi porque os guardiões queimaram a casa de Herbert.

Para Pierre, a casa de Herbert era como se fosse sua casa também. Ninguém seria amigável à pessoa que incendiou sua casa, independentemente de suas intenções. Era bom o suficiente que ele não estivesse amaldiçoando em voz alta.

Pierre não era de forma alguma um homem de temperamento brando. A razão pela qual ele não estava xingando era porque ele tinha outras intenções. Kieran entendeu isso claramente. Como Pierre havia mencionado os guardiões, sua mão nunca havia deixado o punho de sua espada.

Obviamente, Pierre tinha uma abordagem mais direta em mente. Kieran concordou com ele, mesmo que ele nunca tivesse tido uma casa real. Ainda assim, ele sabia como lidar com alguém que havia incendiado sua casa. Ele esfaquearia aquela pessoa viva e torturaria seu corpo e alma cem vezes.

— Vamos continuar? — Kieran respirou fundo e apontou para a trilha que levava à cidade de Isogu.

— Mas é claro. — Herbert assentiu.

Kieran andou na frente do grupo pelo resto da caminhada. Em comparação com a rota que percorreram até lá, o caminho coberto pela floresta poderia conter ainda mais perigo. Não foram apenas os Monstros Noturnos. Os guardiões, que nunca mostraram seus rostos, poderiam muito bem estar escondidos naquelas florestas.

Afinal de contas, os garimpeiros tinham apenas feito uma trilha para a cidade de Isogu. Isso não era nada comparado à floresta toda. A floresta era tão larga quanto um mar, por isso era fácil para os guardiões ou os Monstros Noturnos se esconderem nela.

Isso não era um palpite. Kieran estava baseando sua teoria na atitude dos Monstros Noturnos em relação à arma que eles procuravam. No entanto, ainda havia algumas dúvidas em sua mente.

Os guardiões da cidade de Isogu conhecem a cidade antiga melhor que ninguém. Eles também devem saber o que está enterrado na cidade e o conhecem como seus pertences de família.

Incluindo essa arma. Se eles tivessem a arma, por que permitiriam que a Raça Noturna expandisse suas forças para um tamanho substancial?

A menos que…

A linhagem foi quebrada? — Kieran pensou em uma possibilidade que pudesse explicar razoavelmente a situação atual.

Algo deve ter acontecido entre os guardiões. O conhecimento e a arma relacionados à linhagem foram perdidos, resultando no retorno dos monstros.

Kieran podia não saber o que realmente aconteceu, mas estava certo de que a Raça Noturna e os guardiões eram mutuamente antagônicos, lutando com meios abertos e secretos.

Os dois lados eram inimigos naturais.

A Raça Noturna eram seres anormais, uma vez eliminados pela Dinastia Neegor. Os guardiões deveriam ser os descendentes da cidade de Isogu, e a cidade foi uma das principais fortalezas da Dinastia Neegor. Mesmo que a Dinastia Neegor tenha desaparecido há 1.500 anos, a cidade de Isogu ainda estava lá, e os guardiões também.

Kieran só podia imaginar a feroz batalha entre os guardiões e os monstros da Raça Noturna. Não teria sido nada menos do que aterrorizante.

Ele inconscientemente lembrou o massacre na cidade de Herl.

Aquela silhueta negra era um dos guardiões? Para onde ele foi depois? Foi em busca da linhagem na cidade de Isogu?

A mente de Kieran estava florescendo com novas dúvidas, mas ele não parou de andar. Ele também estava olhando em volta com extrema vigilância.

Após caminhar por 40 minutos, o grupo alcançou a entrada real da cidade de Isogu. Uma muralha alta surgiu diante deles. A muralha seria muito alta até para alguém da sociedade moderna.

A muralha era a única coisa intacta. Ao lado, tinha paredes desmoronadas cobertas de camadas de poeira. A muralha alta em si não era exceção. Qualquer poeira que caísse sobre ela só acrescentava outra camada de uma sensação antiga, como se fosse uma árvore gigante. Quanto mais ela crescia, maior ficava.

Kieran estava olhando para a muralha de 15 metros de altura, imaginando como seria durante os dias de glória da cidade de Isogu.

— Era uma fortaleza? — Kieran murmurou para si mesmo.

— Sim. Durante esse tempo, cidade de Isogu foi uma verdadeira fortaleza. Era uma combinação de um castelo, um palácio e uma fortaleza. Toda a cidade foi construída em forma de pentágono. Esta muralha da cidade aqui é a única parte dela que ainda está intacta. É apenas a borda externa. Havia mais duas muralhas dentro e um fosso… Agora tudo se foi… — Herbert disse eloquentemente antes de soltar um suspiro pesado.

— Quando cheguei aqui pela primeira vez, passei dois anos tentando identificar os quarteirões da cidade de Isogu, mas me enganei. Esses eram blocos civis, não o centro da cidade. O verdadeiro centro da cidade era onde o ouro era encontrado. Se não fosse pela guerra que eclodiu na época, eu teria reunido mais provas para corrigir meus erros! — Herbert se empolgou enquanto revisitava suas antigas memórias. Seu rosto estava cheio de arrependimento.

— Não é tarde demais. Você pode me falar mais sobre esse lugar? — Kieran perguntou.

Ele estava olhando para as notificações que surgiram em sua visão.

[Exploração da cidade de Isogu, +1% através da narração de Herbert]

[Missão Principal: Explorar pelo menos 20% da cidade de Isogu dentro de 4 semanas. Conclusão de 1%]

Sem dúvida, a escolha de Kieran em seguir Herbert na expedição foi sua melhor decisão. A melhor prova disso foi a conclusão de 1% graças às palavras de Herbert.

Kieran não deixaria essa chance escapar, especialmente se isso tornasse fácil aumentar a taxa de conclusão da missão. Da mesma forma, Herbert não negaria o pedido de Kieran. Ele começou a falar ainda mais sobre a cidade de Isogu e sua experiência.

Pierre, que já ouviu essa história inúmeras vezes, não demonstrou interesse algum. Até o gordinho atrás deles começou a bocejar.

Os quatro caminharam pelas ruas da cidade de Isogu.

No entanto, como Kieran estava ouvindo as palavras de Herbert, seu rosto de repente ficou amargo. Pierre segurou ainda mais forte sua pistola de pederneira. O gordinho soluçava, soltando um grunhido baixo.

Todos os seus três olhares estavam focados no canto em frente a eles. Um leve cheiro de sangue estava vindo da esquina, assim como um ruído suave.

 


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