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The Divine Hunter – Capítulo 37

Perguntar por Aí

Como Roy decidiu investigar o assunto, ele teria que tirar um dia de folga do seu trabalho. Antes de voltar ao moinho d’água essa noite, ele explicou o assunto para Ruhr e Tross.

 Tross concordou com ele imediatamente. “Você quer um dia de folga amanhã? Claro, você tem trabalhado muito bem nas últimas duas semanas. Você ainda será pago baseado no acordo, mas por quê? Tem uma namorada em Aldersberg? Vai sair com ela? Já estive no seu lugar, garoto, por isso aqui vai um conselho: a ganância de uma mulher é mais profunda que o inferno. As suas coroas não vão a lugar nenhum caso gaste-as com ela. Elas nunca ficam satisfeitas”.

 “Pare de brincar comigo, Tross”, Roy disse. “Eu não tenho namorada, estou procurando por alguém na Cidade Baixab, mas não posso te dizer quem estou procurando”.

 Tross deu-lhe um lembrete solene. “Então tenha cuidado”.

 

 Depois de descansar no moinho de água durante a noite, Roy foi para a Cidade Baixa no dia seguinte. O céu estava nublado, se ele quisesse verificar o testemunho de Vivien, ele tinha que ver o bêbado que havia ido à Casa de Cardell para pedir dinheiro a Vivien. Em outras palavras, o seu pai;

 Não há como ele esquecer o próprio filho, não importa o quão bêbado esteja. Roy descobriu onde ficava a casa de Viven a algumas semanas. Era uma casa de madeira frágil na parte leste da Baixa Cidade. A casa era fácil de encontrar, e Roy foi de manhã para evitar encontrar mais bandidos da Tríade Sparrow, mas a sorte não estava do seu lado.

 No momento em que pisou nas ruas das favelas, sentiu alguém olhando para ele por trás. Quando olhou para trás do canto do seu olho, viu um homem careca e corpulento com uma tatuagem no pescoço seguindo-o. O homem usava um casaco grosso e amarelo, calças pretas e botas compridas. Era parecido com Letho, mas a sua expressão não era a mesma dele. Ele era um homem distante, enquanto o bandido corpulento parecia bruto, como se a sua fúria estivesse prestes a explodir a qualquer minuto. Tinha algo em torno de 1 metro e 90 de altura, com pescoço curto, mas grosso, seu casaco quase arrebentando as costuras. O homem parecia um urso de pé.

 O vento da manhã passava por ele como lâminas. Não havia muita gente na rua a essa hora. A maioria ainda estava dormindo ou já no mercado, trabalhando. Roy fingiu não o perceber. Em vez de gritar ou pedir ajuda, apressou seus passos e deixou as ruas, entrando num beco remoto, escuro e sujo. O homem apertou o passo também.

 Pouco tempo depois, eles começaram a correr, e a perseguição continuou por alguns minutos. As voltas de Roy fizeram-no correr para um beco sem saída – uma parede cheia de algas e fluidos pútridos que estavam o bloqueando. O homem atrás dele pegou um lenço banhado em drogas, aproximando-se de Roy com desdém.

 “Ei garoto, eu acho que nunca esbarrei em você, huh?”. Roy se virou e forçou um sorriso, mostrando as suas mãos ao homem que estava a 9 metros de distância. “Eu sou inofensivo, não pode me deixar escapar? Posso te dar todo o dinheiro que você quiser”.

 O homem parou a 6 metros de distância, e a ganância brilhando em seus olhos. “Posso pegar o que eu quiser assim que eu te pegar de qualquer jeito”, disse ele roucamente, “mas você pode tentar pedir ajuda. Veja se alguém vai levantar um dedo para te ajudar.” A sua diferença de tamanho era como a de uma criança e um adulto. O homem não viu nenhuma arma em Roy, e pensou que Roy era apenas uma presa inofensiva, nada mais do que algo que ele poderia facilmente matar. Não tem nada de errado em dizer algo a ele antes de morrer.

 E então, um estalo ressoou no beco enquanto Roy atirava subitamente um punhado de coroas no chão, atordoando o homem. Foi a primeira vez que ele enfrentou tal situação, e reflexivamente pegou as coroas.

 Roy fez uma pergunta. “Você é um deles, né? A Tríade Sparrow. Não esperava que os bandidos fossem tão profissionais. Sequer são sete horas e você já está vigiando aqui? Vocês não sentem frio?”

 “A culpa é sua por ter sido estúpido, pirralho”. O homem corpulento pegou rapidamente as coroas antes de ir embora e olhar em direção a Roy. “Guarde as suas perguntas para si-” O homem parou de se mexer antes de poder reagir, a última coisa que ele sentiu foi uma dor no seu olho direito, e depois ele morreu.

 O corpo bruto do homem ainda deu dois passos à frente antes de cair acompanhado de um estrondo. Ele se ajoelhou no chão antes de cair de cara, como se estivesse rastejando aos pés de Roy. Um momento depois, o sangue começou a se acumular à sua volta, fluindo para fora dos buracos na sua cabeça.

 Uma mensagem apareceu na janela de personagem. “Você matou Fossa. Ganhou 20 de EXP”.

 Roy deu um suspiro, e a besta de mão desapareceu no ar. Ele foi checar o cadáver, e ele também desapareceu. Depois de tudo que tinha passado, os cadáveres de humanos não eram diferentes das carcaças de animais. Ele foi buscar as coroas e o virote com carne e sangue preso nele. Quando colocou no seu inventário, ele já não tinha espaço para mais nada.

 Roy ficou contente com essa morte. Se isso tivesse acontecido no passado, o virote simplesmente teria ficado preso na cabeça da vítima se ele tivesse mirado no olho. Como o homem estava a menos de 1 metro de distância, o virote conseguiu furar a cabeça graças à ativação da Maestria de Besta e do Massacre, o que aumentou o seu dano. É melhor do que eu esperava. Ele só ficou falando por tanto tempo para poder confirmar uma coisa;

 Ser seguido pela Tríade uma vez pode ter sido uma coincidência, mas a mesma coisa acontecer uma segunda vez – e tão cedo – não pode ter sido uma coincidência. Alguém me traiupoucas pessoas sabiam que ele iria para a Cidade Baixa naquela manhã, e quando pensou no porquê de ter ido até lá da última vez, ele tinha um suspeito em mente.

 Então avisaram a Tríade Sparrow, e eles iam me vender aos anões como mineiro, huh? Roy suspirou, o seu estado de ânimo foi arruinado. Ser traído não fazia ele se sentir bem; Ele pensou que eles poderiam ter sido algum amigo dele depois de terem se dado tão bem durante algumas semanas. Ele pensou que podia confiar naquela pessoa.

 “Será que eu sou ingênuo demais?”

 Então Roy saiu do beco, deixando-o para trás apenas uma poça de sangue que dizia respeito de um assassinato desconhecido.

 

 Depois de atravessar os becos sujos, chegou às profundezas da Cidade Baixa, e uma pequena casa estava calmamente dentro de cercas de madeira. A casa de Vivien era mais deplorável do que Roy tinha imaginado. As paredes estavam rachadas e cheias de terra, o telhado estava com um buraco, e apenas um pedaço preto de pano esfarrapado cobria ele.

 Um homem fedido, morbidamente obeso, estava sentado em um toco de árvore no pátio, desmaiado. As suas bochechas estavam com um tom de vermelho doentio, um olhar cheio de torpor bêbado. “Quem você está procurando, pirralho? Por que veio para esse buraco de merda?” Bob olhou impacientemente para Roy. Pensou já tê-lo visto antes, mas o álcool não o permitia se lembrar.

 “Você é o pai da Vivien, não é?” Roy foi para o quintal e sorriu alegremente. “Eu sou Roy, um estudante da Casa de Cardell. Preciso te fazer algumas perguntas”.

 “Bem, isso é chocante. Que tipo de negócios um pirralho como você tem comigo?” Bob saiu do seu torpor, olhando para Roy surpreso. “Se é sobre a melhor estalagem da cidade e coisas de licor, posso responder todas as suas perguntas, mas se for outra coisa, então me desculpe. Não faço a menor ideia”. Ele fez uma pausa. “Já é de manhã, você não deveria estar na Casa de Cardell? Hmm?”

 Ele cheirou o ar e lambeu os seus lábios. A ganância brilhando em seus olhos quando viu Roy tirar uma garrafa verde do nada e balançá-la diante dele. Bob esteve bebendo durante anos, e podia ver que o garoto segurava uma garrafa de Destilado Anão – a sua bebida favorita. Tinha passado alguns dias desde que ele tinha bebido qualquer álcool, pois não tinha dinheiro para comprar. O cheiro familiar do licor rompeu facilmente as suas defesas. “Pergunte, responderei a tudo, desde que eu possa conseguir essa garrafa no final das contas”. Bob olhou para a garrafa como o viciado que ele era, seu olhar cheio de anseio.

 Roy acenou com a cabeça. A melhor maneira de obter uma resposta dele é dar a ele o que lhe agrada. “Pegue uma caneca, Bob. Encherei uma vez para você a cada resposta”.

 “Beleza, dê-me um segundo, e não vá embora”.

 

 “Há quantas pessoas na sua família?” Roy girou o copo de licor transparente à sua frente, e o Bob ficou inquieto. Ele agarrou a caneca, tentando saciar sua vontade.

 “Três”, respondeu ele. “Eu, a minha mulher louca, e a minha filha mal educada”.

 “Pense mais”. Roy colocou a caneca perto dele e a moveu no momento em que Bob tentou agarrá-la.

 “Me dê! Eu disse que somos apenas três, seu pi… Não, desculpe-me”. Bob juntou as palmas das mãos, seus músculos flácidos tremendo. “Juro que somos apenas três na família, Roy”, disse ele humildemente. “Se eu estiver mentindo, então eu nunca mais vou beber”.

 “Aqui”.

 Bob engoliu e suspirou com êxtase, como se tivesse ascendido aos céus. Ao olhar para a forma vulgar dele, Roy disse a si mesmo para nunca se viciar em qualquer tipo de substância. Ele se recompôs e fez outra pergunta. “Cinco… Não, havia alguém que viveu com você durante muito tempo, há dez anos atrás?”

 “Não”. Bob parecia bravo. “Eles estavam com medo de que eu fosse um fardo”.

 

 “A Vivien tem algum irmão?”

 “Aquela garota é filha única”, respondeu Bob com firmeza. “Ela não tem irmãos, posso estar bêbado, mas não sou retardado. Não vou esquecer quantos filhos eu tenho”.

 “Então teve algum filho que morreu cedo? Ou será que a Vivien tem algum irmão que morreu em algum acidente?”

 “Roy, meu garoto, que tipo de pergunta é essa?” Bob respondeu com uma pergunta, segurando a sua vontade de beber. “Por que está tão curioso sobre a minha família?”

 “Apenas me responda”. Ele girou a caneca de licor. “Não pense em mais nada”.

 “Certo, eu te digo. A minha mulher só deu luz à Vivien”. Então ele suspirou. “Quero mais filhos, porém o meu corpo está destruído desde que eu comecei a beber. Entende do que eu estou falando? Quer ouvir os detalhes?”

 Quinze minutos depois, Bob estava dormindo perto do tronco depois do licor acabar. Ele negou que tinha um filho, mesmo estando meio sóbrio. Não acho que ele pudesse ter mentido naquele estado.

 

 Roy deixou o bêbado sozinho e foi para a casa frágil. Quem o cumprimentou foi uma mulher magra, pálida com cabelos bagunçados sentada numa mesa redonda perto da porta murmurando para si mesma, de forma sinistra.

 Roy observou-a em silêncio antes de sentar-se em sua frente. “Senhora, eu…”

 A mulher não disse nada. Embora o seu olhar se encontrou com o de Roy, não parecia que ela o ouviu, ou viu. Aparentemente, ela estava no seu próprio mundo.

 Um sorriso aparecia às vezes no rosto enrugado da mulher, mas no momento seguinte, os seus olhos se alargaram em fúria. E então ela olhava para baixo, com um ar abatido. Roy ficou atordoado.

 “Lowry, minha querida, ficou mais magra? Trabalhando muito de novo na escola? Eu fiz o seu preferido, tome um pouco”. A mulher olhou para a sua esquerda e murmurou suavemente para o ar. Depois, ela tirou uma sopa de vegetais fervente do caldeirão no centro da mesa antes de despejar na tigela à esquerda. “Tome devagar, você é uma dama. Devorar a sua comida não te ajudará a casar”.

 Lowry? Provavelmente o apelido de Vivien.

 A mulher então pôs as mãos em sua cintura e olhou para a direita. “O que diabos você fez Bob? Você está um caco. Discutiu depois de ficar bêbado novamente ontem? Você cheira a merda, nem pense em ir para a cama comigo hoje à noite. Faça isso de novo e você vai ficar solteiro. Hmph!”. Ela preparou mais sopa de vegetais e comeu. Uma tigela vazia, com uma concha dentro agora estava na sua frente

Roy a observou em silêncio. Assim que ela terminou de comer, ele tentou chamá-la mais algumas vezes, mas foi em vão. Como não conseguia se comunicar com ela, ele deixou a casa e deu a volta pelo lugar. Perguntou aos residentes que estavam fumando no quintal sobre a família de Vivien, e como esperado, todos tinham certeza de que a família de Vivien era constituída apenas por três pessoas. Não tem como todos estarem mentindo.


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