[As coisas ficaram um pouco bagunçadas.]
Diablo murmurou baixinho enquanto olhava para a clareira.
Havia um vestígio de sangue ali.
Este sangue, que fluiu do corpo de alguém, formou uma pequena poça no lugar onde eles estiveram.
[Bem, foi um plano apressado, então eu não poderia esperar que fosse tão tranquilo quanto foi com Snow…]
Não fazia muito tempo desde que notou a presença de Iris Phisfounder na cidade.
Yuterdam, a cidade que Diablo logo transformaria em ruínas. Embora Asilla, que estava no controle deste lugar, tivesse um coração forte, ela carecia de poder militar.
Na verdade, ela provavelmente chamou Iris ali, porque conseguiu ler um pouco as intenções de Diablo.
Ele não sabia que elas se conheciam.
Iris Phisfounder. Um dos três seres capazes de interferir no plano de Diablo.
Se ele soubesse que ela estava ali desde o começo, teria planejado tudo com mais cuidado. Assim, ela teria o mesmo fim que Snow.
[Que pena.]
Revelar Lucid agora também foi uma aposta da parte de Diablo.
Ele sabia que isso inevitavelmente agitaria a mente de Iris, o que a faria revelar involuntariamente uma abertura fatal. Embora soubesse que ela tentaria responder com um salto espacial após a recuperação, poderia suprimir isso com o poder do Absoluto.
Apesar de seus preparativos apressados, tudo foi perfeito.
Exceto pelas ações do homem de cabelos brancos ao lado dela.
[Quem era aquele?]
Ele não conseguiu vislumbrar seu rosto por causa da nuvem de poeira. E mesmo antes de aparecer, sua atenção estava focada exclusivamente em Iris, mas…
[Hmm.]
De qualquer forma, o plano improvisado de Diablo acabou em fracasso.
Em primeiro lugar, a existência de Lucid foi descoberta e, em segundo lugar, Iris descobriu que ele poderia usar o poder do Absoluto para interferir em seu salto espacial. Iris provavelmente seria muito mais difícil de matar quando eles se encontrassem novamente.
Clink—
Em um movimento lento e mecânico, Lucid colocou o capacete na cabeça, mais uma vez escondendo sua aparência em sua armadura.
[Verdade. Mesmo se isso falhar, ainda posso seguir para o plano original.]
Ao dizer isso, as chamas nos olhos de Diablo emitiram um brilho azulado.
Seu olhar foi direcionado para a Cidade do Prazer que ficava além da floresta.
[Vamos, meu exército, para recuperar minha propriedade perdida.]
Creck, crack…
Cadáveres lentamente começaram a sair do chão abaixo dele.
E depois de se libertar, o exército dos mortos começou a marchar em direção a Yuterdam em um ritmo cambaleante.
Esta pessoa foi provavelmente a primeira a encontrá-los.
Adam Luid. Trinta e um anos. Um refugiado da agora destruída Geotanbul.
Depois de perder sua casa, Adam vagou sem rumo antes de visitar Yuterdam cinco anos antes. Naquela época, ele amava tanto esta cidade que imediatamente conseguiu uma autorização de residência permanente. Ele até conseguiu constituir família com uma mulher que ele havia conquistado, e atualmente ganhava a vida trabalhando como vendedor ambulante.
A renda não era ruim. Na verdade, podia até ser considerada muito boa. Afinal, na Cidade dos Festivais e Prazeres, havia uma grande proporção de população flutuante, e sua habilidade em fazer comida não era motivo de escárnio.
“Gostaria de poder montar minha barraca mais perto do centro.”
A barraca de Adam ficava perto da periferia da cidade. Embora esta área fosse relativamente calma quando comparada com o resto de Yuterdam, o cenário da floresta a oeste era bastante romântico, tornando-a um destino muito popular para os namorados visitarem.
No entanto, como era cerca de duas ou três da manhã, não havia ninguém por perto.
Isso geralmente acontecia na hora em que Adam se preparava para fechar sua barraca. Hoje, como de costume, ele estava empacotando todos os ingredientes que sobraram quando viu uma pessoa tropeçando ao longe.
A princípio, ele pensou que era apenas um bêbado e, embora esperasse que ele não viesse em sua direção, não ficou muito surpreso.
Isso porque era uma ocorrência comum.
Mas desta vez, ele decidiu que não perderia o ímpeto.
Assim que arregalou os olhos e respirou fundo em preparação para gritar ‘caia fora’, ele finalmente notou algo estranho.
Tuk, tuk tuk.
Algo estava pingando da boca da pessoa. A princípio, ele pensou que fosse apenas vômito, mas depois percebeu que não poderia ser o caso.
Não havia como alguém vomitar líquidos vermelhos brilhantes assim.
— U-Uhh?
Vazando da boca daquela pessoa havia sangue e pedaços de carne ensanguentada.
Um momento depois, o rosto da pessoa foi finalmente revelado a ele.
Era um rosto podre e em decomposição, como o de um cadáver que acaba de sair do caixão. Não tinha nem olhos.
O coração de Adam afundou quando ele viu aquelas órbitas escuras e vazias.
— M-Morto-vivo!
Seu grito pareceu mais um berro. Ele sentiu o suor frio escorrer pelo rosto.
Mortos-vivos… Em Yuterdam?
Essas palavras não combinavam em nada! Era como misturar óleo e água, apenas juntar essas duas palavras o deixava desconfortável.
Não. Agora não era hora de pensar nessas coisas.
Adam rapidamente virou seu corpo e tentou escapar, mas seu corpo logo ficou rígido como uma rocha.
Havia outro morto-vivo correndo em sua direção do outro lado da rua.
— M-Meu Deus…
Adam juntou as mãos trêmulas.
Se isso era um pesadelo, ele implorou para acordar.
Crack!
E com esse pensamento, o corpo de Adam se tornou um pedaço de carne.
— Senhora Asilla! A cidade!
— Eu já sei de tudo. Acalme-se, Merad.
Embora ela falasse com uma voz calma, Asilla não estava tão relaxada quanto parecia. Suas palmas, que estavam escondidas sob a mesa, estavam encharcadas de suor.
“Por que tinha que ser um Mago?”
A maioria das defesas construídas em Yuterdam eram barreiras mágicas.
Era muito eficaz para se lidar com ameaças de baixo nível, mas toda a estrutura de defesa era inevitavelmente neutralizada quando atacada por um Mago de nível superior ao Mago que as colocou.
E agora, um terrível exército de mortos-vivos apareceu na cidade…
Era óbvio.
Diablo estava atualmente atacando Yuterdam.
“Iris já foi derrotada?”
Os relatórios afirmam que os mortos-vivos apareceram pela primeira vez no oeste. Em outras palavras, havia uma grande possibilidade de que viessem da floresta para onde Asilla acabara de enviar Iris.
Escondendo sua ansiedade, ela forçou uma voz calma.
— Onde está o Marquês Mikhail?
— Eu… Não consegui encontrá-lo.
— Humpf…
Um sorriso de escárnio apareceu em seus lábios inconscientemente.
Que velho inútil e nojento. Ela tinha certeza de que ele já havia fugido.
— Vou confiar a você o comando dos guardas da cidade. Em primeiro lugar, garanta a segurança dos civis e evacue-os para a praça da cidade.
— Entendido.
— Angela! Você está aí?
— Sim, mestra.
— Preciso que você solicite ajuda nas cidades próximas. Diga a eles que uma catástrofe de alto nível está ocorrendo… E informe Freeland também.
— Obedecerei às suas ordens.
— E…
Asilla hesitou por um momento, mas depois de pensar um pouco sobre isso, ela finalmente tomou uma decisão e disse…
— Entre em contato com um homem chamado Hector no sudoeste…
— Não há necessidade.
Com uma voz calma, um homem atravessou as portas de aço abertas.
Era um jovem ruivo que ela nunca gostaria de encontrar se não fosse pela situação atual.
— Já que eu já estou aqui.
Vendo sua expressão calma e inocente, Asilla não pôde deixar de dar um sorriso sarcástico.
— Olha só… Finalmente decidiu mover essa bunda gorda? Em uma situação como essa, eu esperava que você fechasse sua loja e se concentrasse ainda mais em brincar com suas bonecas.
— Isso é porque você não sabe de nada. A paz vem da quietude. Se meu ambiente estiver uma bagunça, não poderei desfrutar de uma xícara de chá com meus anjos.
Foi nesse momento que Merad, que estava prestes a sair, se conteve.
— Senhora Asilla, esse homem…
— Está bem. Ele é… Um conhecido. Mais importante, vocês duas. Este é realmente o momento para ficarem sentadas aí inexpressivamente?
— Ah. Sim!
Com um grito alto, Merad e Angela saíram apressadamente da sala.
E como para substituí-las, Peran entrou.
— Desculpe. Fui eu que chamei Hector. Senti que era uma resposta necessária dada a situação atual.
— …
Na verdade, Asilla queria muito repreendê-lo por fazer algo errado, mas ela sabia que não era hora de se deixar levar por seu orgulho. Certamente, com o conhecimento de Hector e os golens que possuía, ele era uma força confiável nesta situação de emergência.
No final, Asilla só conseguiu soltar um leve suspiro.
— Obrigada.