— Ugh… — um homem loiro gemeu como um animal no meio de um beco. Suas pupilas estavam dilatadas, ele mal conseguia mover o corpo e babava muito, indicando que provavelmente havia consumido drogas e álcool.
— Ugh…. — o homem continuou a soluçar, ansiando por algo que preenchesse seu vazio.
No final das contas, o homem tirou uma garrafa do bolso do peito de uma forma obcecada.
— Ugh… — Era um frasco de Lágrimas de Deus. Acreditando que era a única coisa que poderia preencher o seu vazio, ele bebeu a garrafa inteira.
— Ackkk! — Suas pupilas, já dilatadas, se distenderam um pouco mais e seu coração começou a bater mais rápido. Finalmente se sentindo vivo, o homem caiu no chão.
Alguém se aproximou dele e estalou a língua: — Tsc, tsc.
O homem saiu da escuridão, mas não apareceu. Ele olhou em volta antes de levantar algo na mão.
Whir.
Com um brilho branco, aquele algo vibrou por um tempo antes de emitir uma onda de energia.
— Acho que ele não estava sendo seguido, pelo menos — o homem murmurou. O item que vibrava era uma pena. Se alguém próximo estivesse o alvejando, teria ficado laranja.
— Agora… você receberá água benta hoje. — O homem colocou a pena de volta no bolso e tirou a garrafa do homem caído no chão. Ele então a substituiu por outra garrafa. O homem embriagado mal conseguia se mover, mas quando sentiu a nova garrafa, rapidamente a agarrou e a colocou no bolso do peito.
— Ugh….
— Bom trabalho — o homem da pena sorriu.
Só então, uma luz brilhante explodiu ao seu redor.
— …! — A pena em seu peito de repente começou a brilhar e, antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, ela saiu do bolso e flutuou para a mão de outra pessoa. O dono original da pena tentou se virar, mas já era tarde demais. Estranhos já o haviam cercado.
— Tarde demais — anunciou um dos homens.
Outro homem, segurando a pena laranja, murmurou: — Isto é…
Um momento depois, a pena laranja desmoronou e desapareceu, fazendo o dono original suspirar de choque. Ele costumava acreditar que a pena era mais forte do que qualquer coisa psíquica, mas aquele homem a destruiu como se fosse uma pena de verdade.
— Não acho que isso deva surpreendê-lo — anunciou alguém friamente.
A hostilidade nessa voz era óbvia, e o dono original da pena deu um pulo. — V-Você é…!
Dos três homens que o cercavam, o único que revelou o rosto parecia familiar.
— Gerente da filial italiana, Alberto…! — gritou o proprietário original da pena, cujo rosto escureceu de medo.
Se sentindo traído, a voz de Alberto ficou ainda mais fria quando ele sussurrou: — Nunca imaginei que você fosse um traidor, Marchetti.
Então, Marchetti perdeu a consciência. Alberto parecia sombrio, mas caminhou até o viciado no chão e murmurou: — Bom trabalho.
— Obrigado. — O viciado em drogas se levantou rapidamente, como se nunca estivesse embriagado. Ele parecia perfeitamente bem agora e fez uma reverência para Alberto. Ele era um dos poucos homens em que Alberto podia confiar.
Infelizmente, Marchetti também era um desses homens. Go Hyung-Chul carregou Marchetti por cima do ombro e eles saíram do beco.
Pouco antes do amanhecer, Marchetti estava preso num quarto. Alberto anunciou com voz pesada: — Há um grupo chamado Argus.
Ele explicou: — A AEJ e nosso governo estavam controlando injustamente os jogadores. Claro, a Associação Europeia de Jogadores estava sendo controlada por você sabe quem. Estávamos sendo desrespeitados e nossos direitos não estavam sendo protegidos. Na época, criamos uma organização secreta para consertar isso.
Essa organização secreta era Argus; Alberto a criou. Os membros trabalhavam secretamente, e só ele conhecia os verdadeiros rostos e nomes desses membros. Alberto garantiu que os membros não se conheciam porque esta era a única forma de evitar a detecção do governo e do Vaticano. Mesmo que um dos membros fosse capturado, não havia como o Vaticano destruir todo o grupo.
— Marchetti era… — Alberto olhou para o homem, que permaneceu inconsciente. — O membro mais talentoso da Argus.
Alberto usou o pretérito e depois explicou o porquê. — Pelo menos até que toda a família dele fosse morta.
Não havia necessidade ou razão para explicar mais.
Gi Gyu perguntou: — Aquele homem que agia como um drogado também era membro do Argus?
— Sim. — Alberto assentiu. — Ele é especialista em disfarces e camuflagens. Ele é o melhor nessa área, então era a melhor escolha para o trabalho. Mas… Nenhum de nós imaginava que o culpado seria outro membro do Argus. Ele provavelmente descobriu o que estava acontecendo com base na minha reação.
Gi Gyu se perguntou o que aconteceu com a Argus. Com base no que Alberto havia dito, parecia que a Argus havia sido dissolvida ou não estava mais ativa. Gi Gyu nunca tinha ouvido falar desse grupo e presumiu que havia muito mais do que ele tinha ouvido falar.
Alberto balançou a cabeça e deu um passo para trás.
Gi Gyu perguntou: — Tem certeza de que ficará bem?
Eles estavam prestes a extrair informações de Marchetti. Eles precisavam aprender sobre a estranha droga chamada Lágrimas de Deus e o Vaticano.
‘E também precisamos descobrir sobre aquela pena.’ Gi Gyu lembrou a si mesmo. A pena que ele destruiu antes definitivamente pertencia a um anjo. Só Marchetti poderia lhe dizer a quem pertencia agora.
Gi Gyu e Go Hyung-Chul tentariam ler as memórias de Marchetti, mas havia uma chance de não funcionar.
Gi Gyu disse calmamente: — Talvez tenhamos que torturá-lo.
Marchetti provavelmente o traiu, mas já foi um aliado de confiança de Alberto. Não seria fácil ver seu antigo colega ser torturado.
— Vou ficar bem — respondeu Alberto.
Snap.
Quando Go Hyung-Chul estalou o dedo, Marchetti acordou de repente e gritou: — Ackk!
A primeira coisa que Marchetti fez ao acordar foi morder a língua. Aparentemente não era uma simples tentativa de suicídio. Seu rosto lentamente ficou preto enquanto ele morria lentamente.
Gi Gyu murmurou: — Ele deve ter ingerido veneno agora há pouco…
Mas não adiantaria.
— El. — Quando Gi Gyu gritou, uma luz brilhante apareceu e envolveu Marchetti. Lenta mas seguramente, o rosto moribundo de Marchetti se iluminou.
— E-esse poder é…! — Marchetti sussurrou. Ele parecia mais interessado no poder que o salvou do que no fato de sua tentativa de suicídio ter fracassado.
Em vez de tentar se matar novamente, ele estremeceu e se ajoelhou. — É-é uma honra conhecê-lo!
— Mas que diabos…? — Alberto pareceu chocado, mas Go Hyung-Chul e Gi Gyu assentiram como se já esperassem por isso.
Gi Gyu murmurou: — Vai ser mais fácil do que eu pensava.
No saguão de um hotel de luxo, cinco homens estavam sentados conversando. Conversavam sem prestar atenção aos transeuntes, e os transeuntes também pareciam despreocupados com eles.
— Perdi contato com Marchetti — anunciou um homem.
— Marchetti…? Você quer dizer aquele que… — um de seus companheiros perguntou.
— Sim.
— O Morningstar está por trás disso?
— Provavelmente. O momento sugere isso. Afinal, ele também interferiu na nossa cerimônia da última vez. — Os cinco homens bebiam café elegantemente como nobres.
— E o que ‘eles’ disseram?
— Nada sobre isso ainda. Devemos continuar nosso trabalho e esperar.
Os cinco homens assentiram. Eles eram apenas servos humildes seguindo ordens.
— E… — Um dos homens que estava em silêncio finalmente abriu os lábios. — Acredito que o gerente da filial, Alberto… também esteja envolvido.
— O gerente da filial?
— Haa…
Os homens ficaram nervosos, o que era estranho. Quando foi mencionado que Morningstar, um inimigo poderoso, estava envolvido, os homens pareceram, na melhor das hipóteses, irritados. Mas quando o nome de Alberto foi mencionado, eles pareceram tristes e chocados. A reação deles foi inusitada.
— Teria sido maravilhoso se o gerente da filial fosse escolhido por ‘eles’ também.
— Eu concordo, mas o que podemos fazer? Não devemos questioná-los e apenas seguir a vontade deles.
— Claro…
Os cinco homens recuperaram rapidamente o controle sobre suas emoções.
De repente, algo brilhou em seus peitos. Quando o flash desapareceu, os homens gemeram de satisfação. — Ahh…
Os homens falaram ao mesmo tempo.
— ‘Eles’ falaram.
— Está quase na hora.
— A escuridão cairá neste mundo.
— Mas eventualmente será levantado.
O último homem declarou: — A luz da verdade brilhou, por isso devemos obedecê-la.
Todos eles apertaram as mãos e começaram a orar. Em breve, chegaria o dia que eles tanto desejavam. E quando isso acontecesse, os cidadãos italianos dos quais se ressentiam finalmente enfrentariam Deus. Eles já não pensavam em Marchetti, Morningstar ou mesmo em Alberto.
— Precisamos entrar em contato com nossos irmãos — anunciou um deles.
Vários dias depois do reaparecimento da Morningstar na Itália, a República Italiana estava barulhenta e algo entre a alegria e o desespero permeava as suas ruas. Algo escuro e úmido, como a morte, encheu o país, e Itália e Roma lutaram para descobrir o que era.
Mas os dias passaram como de costume.
Gi Gyu estava caído no sofá quando disse a Alberto: — Você deve estar exausto.
Gi Gyu parecia cansado, mas Alberto parecia ainda pior. Alberto exalava um cheiro desagradável, como se tivesse acabado de sair de um esgoto.
— Tem sido muito difícil… Dei o meu melhor, mas eles não se mostram desde aquele dia — respondeu Alberto.
— Provavelmente estão tomando precauções extras.
Tanto Alberto quanto Gi Gyu pareciam cansados. Eles, Go Hyung-Chul e El, que não estavam na sala no momento, estavam concentrados em capturar e deter os criminosos.
‘Marchetti dizia que a hora está chegando.’ Gi Gyu pensou em Marchetti, que sussurrou essas palavras repetidamente até finalmente morrer.
Gi Gyu disse a Alberto: — Acho que precisamos trazer Go Hyung-Chul e El de volta aqui.
De repente, nenhum deles disse uma palavra. Eles ficaram rígidos enquanto olhavam pela janela ao mesmo tempo.
Kaboom!
Ocorreu uma explosão gigante, seguida de fumaça se espalhando por toda parte.
— Roma… — Gi Gyu continuou a olhar pela janela. — Se transformará na cidade da morte.
Kaboom!
Outra grande explosão ocorreu.